segunda-feira, 29 de abril de 2013

VAI PARA A EUROPA OU NÃO VAI?




















Volta e meia, é costume, surge uma modinha, uma novidade. A de agora, que domina os papos de esquina e programas esportivos é a de que se vale à pena ou não o Neymar ou jogadores próximos a seu nível irem para a Europa para aprenderem o que não aprenderam aqui. É uma espécie de diploma de formatura do jogador de futebol. É um desprestígio absurdo. Será que algum americano vem aqui no Brasil para aprender basquete?

Tenho visto imperar o sim nesta proposta de ida para a Europa, que eles devem ir aprender a se vestir, comer na hora certa, treinar de forma adequada, ter um comportamento mais profissional, digamos. Este argumento sustenta, por exemplo, Parreira, a quem algumas edições anteriores parabenizei aqui por sua maturidade numa entrevista. Sinceramente, não vejo a menor relação nesse tipo de necessidade. Pra mim não passa de mais um complexo de inferioridade do futebol brasileiro. Ainda não espantaram por completo o fantasma do complexo de vira-latas. Parece paranóia. E olha que com 5 estrelas e na ponta do futebol mundial. Sim, na ponta. Porque futebol não é só o momento e o futebol é julgado num todo. E pelas estatísticas, nos últimos 83 anos de futebol, a seleção brasileira é a mais eficiente e vitoriosa.

Sejamos francos, quem ganha o quê com isso? Elogiar, pontuar, essas qualidades do futebol europeu é desmoralizar as nossas. É chamar o futebol brasileiro de indisciplinado, de ultrapassado, de mal dirigido. Mal dirigido pode até ser. Mas isso não começou hoje. Uma das piores campanhas do futebol brasileiro, é bom lembrar, em termos de Copa do Mundo, ocorreu há 23 anos, na Copa da Itália, no auge do êxodo dos craques, com Careca dançando lambada, amigos de Maradona e cia, com Alemão, Branco, Ricardo Gomes e outros desfilando pelo então absoluto futebol italiano. O resultado foi o que nós vimos. Nota 0 em unidade, união, amor à camisa e até a tal organização administrativa que tanto louvam. Quem não lembra daquela do logotipo da Pepsi encoberto na foto oficial?

Não, meus amigos, os zagueiros lá de fora não são tão diferentes, em termos de qualidade, dos nossos não. E não precisa chegar nos times de ponta para fazer essa comparação. Messi não passou a jogar essa bola toda, porque aprendeu, à grosso modo digamos, a ser homem e competitivo jogando lá fora. Ele sempre jogou lá fora. Apenas achou sua cabeça e seu jogo. O que pode perfeitamente acontecer com Neymar, Lucas e outros, jogando aqui no Brasil ou não. Quem tem bola, tem bola em qualquer lugar. De preferência aonde haja mais qualidade e evidência, é claro. Minha preocupação seria maior ainda se essa discussão envolvesse mercados como Oriente Médio e a Ásia. Mas não se enganem, os tecnocratas da bola já já chegam lá, desde que seja para desmerecer o trabalho que se faz no futebol brasileiro, que apesar dos defeitos e absurdos, ainda não o descredenciam como um dos melhores do mundo. Apesar da entressafra mais pobre que vi no futebol brasileiro até hoje.

Agora, para finalizar, quem não gostaria de uma entressafra tendo no país jogadores mais novos e mais velhos como: Cavalieiri, Jeferson, Cássio, Dedé, Réver, Carlinhos, Paulinho, Jean, Zé Roberto, Ganso, Renato Augusto, Gaúcho, Neymar, Emerson Sheik, Bernard, Luan, Osvaldo, Pato, Fred, etc, etc. Só aí já contei 19 sem muito esforço. 19 jogadores que bem treinados e num time bem armado, não deixariam a desejar em seleção nenhuma. Imagina se contasse os que estão lá fora, como Lucas, Marcelo e outros?

Muita calma nessa hora. Nossa crise não é falta de talento. É de uma criminosa intervenção nele.


Até!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

NADA SERÁ FÁCIL

























Antes do breve comentário sobre Brasil X Chile, a minha crítica assumida e velada que tem endereço em Berna, na Suíça. A FIFA tem se intrometido no futebol de uma maneira que só faz dificultá-lo. Não há razão técnica que recomende a diminuição de um campo quando a capacidade física hoje é maior. Não há justificativa para bolas coloridas e de material mais leve. Leve sim. Pois as bolas de couro deixaram de ser fabricadas na Copa da Itália, em 90. Desde então, você vê designers que tiram ideias de suas cabeças, sem ouvir a opinião das autoridades da bola que fizeram história e que nem é preciso citar nomes. O gramado ainda é verde. A única coisa que faltaram inventar é uma bola verde. Aí eles chegariam ao auge da estupidez, pois estão se aproximando rapidinho. Eu não sei como ainda não obrigaram os gramados a serem de grama sintética. Sem a necessidade de ser profissional do ramo, mas um bom peladeiro experiente percebe facilmente que a bola quica em passes absolutamente rasantes. É verdade que o gramado do Mineirão ainda não parecia assentado. Mas a bola decididamente não colaborou. Você me faria à pergunta: está culpando a bola, companheiro? Minha resposta é: também.

Sobre o 11 canarinho, como se dizia antigamente, bobagem e injustiça culpar um ou outro jogador. Desentrosamento visível. Nada será fácil, como disse acima. Mano rodou igual cachorro em volta do rabo. Fez 1000 experiências e não deixou uma base. Felipão não é lá essas coisas em armar um time. Pode se destacar em comandá-lo, mas em armar... E ainda por cima, não há como fugir das experiências. Não temos um setor sequer definido. Portanto, achar uma troca de passes como aquela do 2º gol é embrião. Isso vai acontecendo passo a passo. Mas para isso, tem de ser forjado dentro do jogo e em cima da vaia da torcida. Não vou destacar ou criticar nenhum jogador. Só vou citar um jogador negativamente, como exemplo da consequência do desentrosamento. O excelente Paulinho. Não encontrando seu espaço, levou com ele o Ralf. E os dois não se encontrando, não acharam a segunda linha de meio, que por sua vez estavam perdidos. E a coisa vai por aí afora. Portanto, são 13 meses para se esquecer placares e rezar para que a gente encaixe ao menos aí uns 20 jogos de nível antes da bola rolar, em Junho de 2014. Não há outro caminho.

Vamos aos ingleses!


Abraços!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

POR QUE IR PARA A EUROPA?




Companheiros, acredito que tivemos alguns progressos neste final de semana. Em matéria de Campeonatos Regionais, duas decepções que foram Flamengo e Vasco. Riscados do Campeonato Estadual de 2013 e provavelmente já desejando a todos nós um Feliz ano novo. As razões do fracasso, são claramente administrativas e técnicas. A qualidade dos times de Vasco e Flamengo não correspondem, em nenhuma ocasião de suas histórias, aos nomes que envergaram estas gloriosas camisas. Falta de visão, erro profissional, conceito distorcido e interesses outros acima do que o futebol se propõe. Trabalham como se a fonte não fosse secar. Eu não apostaria nisso. Basta ver com clareza que a revelação de valores ao longo dos anos é cada vez mais escassa e tentar tirar essa diferença mudando a forma de jogar do futebol brasileiro, ou seja, colocando de lado o uso do drible, da malícia e da habilidade do jogador, é muito mais maléfico e desastroso do que se pode imaginar.

Em termos de seleção, tivemos um amistoso água com açúcar. Pera aí, água com açúcar não, tarja preta mesmo. Um jogo de deixar você bem light, onde o progresso foram as atuações de alguns jogadores como Jean, o velho e bom Ronaldinho Gaúcho e uma maior tranquilidade de Neymar, que, volto a repetir, vale a pena aguardar mais um pouco. É bom lembrar que Messi passou 5 ou 6 anos sendo esculhambado por torcida e imprensa, taxado de pipoqueiro, covarde e outros adjetivos. E hoje...

É bom que Felipão e Parreira prossigam com a ideia de manter uma base brasileira. Por isso a pergunta na manchete da crônica. Por que Europa? Eu ouço a torto e a direita dizerem que jogador A ou B tende ir para a Europa para amadurecer. Na maioria das vezes, tudo que acontece é o jogador ficar mais rico, vaidoso e disperso. Jogador, principalmente às portas de uma Copa do Mundo, tem que estar aqui ligadinho, vivendo nossos problemas, nosso dia a dia, as notícias dos nossos jornais, mesmo que tendenciosas, enfim, sentindo o calor da preparação da Copa tomar suas veias. Isso é fundamental. Temos elementos e pouco tempo para trabalhar.

Num apanhado rápido, você pode contar com um Julio Cesar, o próprio Maicon, um tripé de zagueiros como Thiago Silva, Dedé e Réver, dois laterais como Fabio Santos e Marcelo, quatro homens de saída de bola como Paulinho, Ramires, Hernanes, e Jean e temos o Lucas, Neymar e o Osvaldo, muito promissor, Fred numa idade boa e com um poder de fogo bom e quem sabe até um dos veteranos como Gaúcho e Kaká se juntando aos mais novos, passando a experiência e chamando o jogo para si, pois, sem dúvida, teremos de ter o homem referência na Copa. Teremos de ter o capitão, que não é um homem de força, é um ser pensante. Por isso sou mais Made In Brasil nesta caminhada até a Copa.

Encerrando, minha grata surpresa e minha alegria com Vitinho do Botafogo, em que pese à limitação do adversário, a personalidade e a beleza dos dois gols que fez, deixam boas expectativas. Muita atenção também no Luan, do Atlético Mineiro, pois acho que ele promete.


Até a próxima!