domingo, 22 de dezembro de 2013

O FIASCO DO GALO














Lamentavelmente foi uma decepção mesmo. Um bom elenco, tempo suficiente para treinar, e a comissão técnica, Cuca e os jogadores foram derrotados por falhas infantis. Já passou da época de Cuca ser traído pela ansiedade e seu time por problemas emocionais, assim como ele. E desta vez, com ingrediente, que muitos acham que é inevitável, mas que o clube, no caso o Atlético, pode e deve se resguardar. Refiro-me a negociação milionária de Cuca com um clube chinês. Isso é inaceitável às vésperas e dentro de uma competição. Joga por água abaixo tudo que ele fez. Todo um trabalho. Além de tudo, contamina os jogadores e o objetivo perde força. Cuca tem todo direito do mundo de ficar multimilionário. E o Atlético de ser campeão do mundo. A coisa para aí.


E a ansiedade sistêmica, não só do Galo, mas de vários times do Brasil que jogam como se o relógio da partida tivesse 20 minutos. Não sabem administrar o tempo de jogo. Entram com uma fome e uma ansiedade, que se o gol não sair logo, desabam. Quanto aos erros infantis que me referi, fora este principal, começaram pela escalação infeliz de manter um Josué de segurança da defesa e com a incumbência de armar a jogada. Isso é ridículo. Depois a incompetência de perceber as jogadas do modesto, mas bem treinado e veloz Raja Casablanca. Cansou de mostrar que vinha pelas extremas. Não fazia uma jogada pelo meio. E a escalação de Lucas foi um equívoco e a substituição de Marcos Rocha outro pior, principalmente para a entrada de um atacante. Além de tudo, faltou espírito de decisão.

Não se trata de depreciar o futebol do Raja ou dizer bobagem como alguns comentaristas disseram que o erro do Atlético era dar o contra ataque. Meu Deus do céu... Se você não quer dar contra ataque a nenhum time, não entra em campo. O que tem que ter é antídoto pra eles. E ainda pior, comentário de um ex-jogador, mais infeliz ainda, que eu cito o nome, Edinho, ao dizer que não há mais a posição de camisa 10 no futebol, ao criticar Ronaldinho pela jogada do balão no meio de campo. Meu querido Edinho: não há mais meia esquerda ou direita como camisa 10, PORQUE VOCÊS ESTÃO DETONANDO ELES. JÁ OS MATAM NA BASE. Imagine o que fez Zidane há pouco tempo, o que faz Messi, Kaká e o próprio Ronaldinho Gaúcho, que se não estivesse em campo, mesmo com bola parada, nem o terceiro lugar o Atlético levava. O futebol está pobre porque vocês assassinaram o meio de campo.

Quanto à jogada que mencionou, você deve ter lembrado que quando jogador gostava de sair com ela dominada pelos cantos do campo, em alta velocidade vindo da defesa, como elemento surpresa. Isso era muito bom. Só que naquela saída de bola, se o Ronaldinho põe velocidade no lance, quebrava a cara, porque o Raja já tinha se recomposto e não havia gente na frente para tabelar. A jogada foi lindíssima e ele não atrasou o time, ao contrário do que você disse. Deu sequência sim à velocidade do lance e o contra ataque do Galo.

No mais, parabenizar o Bayern de Munique, que tem um bom time, muito bem treinado pelo excelente Guardiola, que já cansou de dizer que não faz mágica nenhuma, simplesmente procura jogar na filosofia do futebol à brasileira. Prefere vencer à brasileira. Mas, se os nossos treinadores preferem perder à européia e continuar depreciando o futebol pentacampeão mundial, paciência, ele, Guardiola, deve estar adorando, não tem nada com isso. Aplausos e parabéns por sua percepção e brilhante comando.

Observação: sobre a comédia pastelão deprimente do Campeonato Brasileiro, que, como eu disse, envolve muita desonestidade e ignorância, não tenho muito a dizer e nem vale a pena. Só acredito, pela minha experiência, que haverá algum tipo de acomodação no que fora decidido e possivelmente a decisão será modificada. Conseguiram um final pior para um Campeonato desastroso. Eles merecem nossos “parabéns”! Só gênios conseguem um final tão ridículo para um Campeonato tão medíocre, em que se quer estamos aqui falando do campeão. Perdoai-os, pai, não sabem que o futebol tem vida e alma.


Um feliz Natal e um 2014 bem diferente, positivamente falando, a todos os leitores e amigos!

domingo, 15 de dezembro de 2013

BRASILEIRÃO 2013: O FUTEBOL NO BANCO DOS RÉUS


Caro leitor, pensei que já tinha me livrado dessa. Já estava cansado de falar sobre o horroroso campeonato brasileiro de 2013. Que de tão horroroso, o destaque não foi o campeão, a não ser indiretamente ou supostamente comprometido em alguma irregularidade. Deus me livre! Jamais podia imaginar um desfecho tão melancólico e deprimente.

Esses dias comentando com várias pessoas, às vezes até debatendo o assunto, que em termos de direito não sou e nunca fui especialista, mas, por força das circunstâncias em alguns aspectos tenho que dar meu parecer. Ontem mesmo, na alegre, descontraída e super festiva pelada de fim de ano do Trem da Alegria, comemorativa ao aniversário do genial jogador e amigo Nei Conceição, em alguns momentos o assunto predominava entre mim, Afonsinho, Jair Marinho, entre outros. Achei muito interessante e inteligente o ponto de vista do Mestre Afonsinho. Aquele que além de super craque, grande médico, parceiro e figura célebre no futebol brasileiro, que brigou nos Tribunais nos anos de chumbo e obtendo uma vitória no Supremo, em Brasília, deu o grito de liberdade, por cinco votos a três, e abriu caminho para que a maioria dos jogadores alienados de hoje soubessem que a escravidão acabou ali. E se alguém hoje ganha 500 mil, 1 milhão por mês, deve lembrar que as coisas ficaram mais fáceis, depois que a relação clube x atleta teve seus grilhões rompidos pela cuca e rebeldia do nosso prezado amigo.

Afonsinho dizia ser positivo tudo que estava acontecendo porque ao final de um campeonato tão medíocre, pra ele também um dos piores que assistiu, toda essa confusão que estava ocorrendo agora só fazia trazer a sujeira à tona e isso era ótimo. Quanto mais à vista, melhor. Interessante e compartilho!

Creio que o torcedor mais uma vez está sendo deixado em segundo plano. O que ele viu, torceu, chorou e sorriu, vai por água abaixo. Interessante que a Rede Globo de Televisão malandramente defendendo seus interesses midiáticos e de Ibope já lançou o refrão: “Brasileirão 2013: o campeonato que não acabou”.

Penso que me fizeram de palhaço esses anos todos. Jurava que ele terminava no apito do juiz e na entrega da taça. Sem entrar nos meandros convenientes jurídicos, que justificam as paixões do torcedor por um lado ou pelo outro, digo e afirmo que antes de mais nada não confio e não acredito na CBF, no STJD e na TV, que é quem banca o futebol atualmente. Racionalizando a coisa, que é o que mais tento fazer nessa hora, lembro que acima da lei está a justiça. Como é fato que alguém cometeu uma irregularidade contra o tal artigo, logicamente defendo uma punição. Longe de defender da maneira que o Procurador Paulo Schmidt denuncia.  Se o ponto de vista dele sobre esse tipo de coisa é um em 2010 e se transformou em 2013, já começam as contradições. Não pelo erro, que já foi desfeito, mas sim, pela manifestação, tanto na ocasião como agora. Entendo que o seu papel é oferecer a denúncia. Não praticamente tentar induzir a decisão futura. Manifestar o pensamento é uma coisa, emitir opiniões mais profundas dá no mesmo que um dos jurados fez ao divulgar seu voto numa rede social. Portanto, se for o caso da Portuguesa perder os pontos não entendo porque eles devam beneficiar qualquer outra equipe, até porque o próprio Flamengo pode pagar pelo mesmo erro, mas sem cair de divisão. Senão fica explícito que alguém é beneficiado com o erro, administrativo ou não, de outro. E aí a justiça vai pro vinagre.

Acho que todos sabem que sou Tricolor, mas assim como em 1996 não defendi sua permanência, embora rótulos que lhe foram conferidos injustamente, como “time de virada de mesa”, “vergonha nacional”, “clube indigno”, “time do tapetão”, tenham sido de uma hipocrisia absoluta.  E ainda o são, porque na ocasião, e cansei de alertar, alguém tinha que assumir aquele prejuízo e publicamente explicar tudo que aconteceu, tin tin por tin tin. Mas, preferiram se calar. E quem cala consente. Hoje ainda ocorrem os ecos do passando corroendo a imagem, sim, e diminuindo a torcida do Fluminense nos quatro cantos do Brasil. Quando seu clube entra em campo, o torcedor não quer saber do tal Artigo 214 e nem adianta convencê-lo disso. Ele quer ver a seqüência da tabela estampada na última rodada do campeonato projetada no campo. E ponto final. O Presidente do Fluminense já se manifestou sobre a atual situação. Esta é até a área dele, por ser advogado, embora de outra especialidade e falou corretamente o que deviam ter dito há 15 anos. Mas a hipocrisia lançou raízes e o clube está errando em se meter no assunto através de seu advogado. O Fluminense tem alguma coisa a ver com a Portuguesa, além de seus antepassados terem sido descobertos por Pedro Álvares Cabral? Então fica na sua garoto. Reitero, sou a favor da punição em forma de multa e da manutenção da colocação dos times. Sem mais. Embora creia em decisão diferente amanhã. E já preveja conseqüências futuras para o clube muito piores do que jogar a série B 2014. Vamos conferir!

Pra encerrar, curto e grosso sobre a carnificina de Vasco e Atlético PR. Não morreu ninguém, não é? E a Copa está assegurada. Então, deixa os garotos voltarem pra casa e comerem seu bacalhau ou chucrute, com seus pais e educadores. Se alguém quisesse acabar com isso, como disse a advogada do Vasco, instalaria roletas biométricas nos Estádios. É mais barato do que corromper o MP. Em estádio de futebol entra torcedor, entram torcidas. Bandidos em Bangu 1 ou presídios semelhantes.

Aquele abraço!


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

CAÍRAM FLU, VASCO E O FUTEBOL BRASILEIRO




8 de dezembro de 2013. Chega ao final um dos piores Campeonatos Brasileiros que já assisti. Um futebol de qualidade pobre, onde o torcedor pode contar nos dedos as partidas que trouxeram alguma emoção. Acredito que até o torcedor do Cruzeiro preferisse desfecho mais emocionante.

Há muito tempo condeno a forma de disputa do Brasileiro e o seu tempo de duração. O Brasil não é do tamanho dos pequenos países europeus que gosta de imitar. Campeonato com mais de 4 meses e meio, 5 meses, num território desta dimensão, além de ser cansativo de acompanhar, mesmo por parte do torcedor mais fanático e assíduo, é cansativo pelo nível da competição em si. A Copa do Mundo prova isso. E a Libertadores também provava até o momento que resolveram inchá-la. Perdeu, sim, emoção.

Em 11 meses há tempo suficiente para Estaduais, onde existem boas condições para organizá-los, onde haja rivalidade, há tempo para uma Copa do Brasil de tiro mais curto e uma participação na Libertadores, além do Brasileiro, dos clubes classificados. Mas aí entra a política e a ganância e com ela o excesso de jogos. Prefiro ficar com qualidade do que quantidade. Sem falar que a fórmula de pontos corridos propicia, junto com o tédio, situações na tabela que permitem más interpretações.

Como disse semana passada, deve haver como acho que sempre existiu, o lado podre e mafioso do famoso jogo de compadre, por razão A ou B, mas, na maioria dos casos, o jogador sabe que está ali entre a 5ª e a 13ª posição, fazendo hora, entrando e saindo de avião, sujeito a convocações, quando existem, perdas com transferências, condicionamento físico das equipes desabando, desagregações no elenco etc.

E pra falar do pior, dirigido por uma entidade desacreditada, por uma entidade, assim como as Federações, que permite carnificinas previstas e quase consecutivas nos estádios ou nas ruas, como aconteceu ontem entre Atlético Paranaense e Vasco. O futebol não pode viver de emoções ruins. Há de se lutar para que predominem as boas, porque o resto faz parte do jogo. A violência que fechou a rodada final em Joinville foi de uma estupidez das autoridades omissas e uma insanidade de marginais travestidos de torcedores, que dispensa comentários repetitivos.

Sobre o desespero dos dois cariocas que caíram, não é difícil explicar. Você viu, torcedor vascaíno, seu time usar sua camisa em jogadores que em outra ocasião jamais vestiriam este uniforme consagrado. Um clube mergulhado em dívidas com problemas até pra banhos de seus jogadores na sede, vaquinhas para pagar salários e com certeza os piores goleiros que já vestiram a camisa do Vasco da Gama numa temporada. Triste pela fama de Roberto Dinamite, que há um ano e meio tinha em mãos um elenco bom e bem dirigido.

Sobre o Fluminense, os problemas extra campo, ou seja, políticos, foram seu maior adversário. Mesmo com as ausências cruciais de Fred e Carlinhos, por lesões “incuráveis” no DM tricolor, o elenco tinha condições de se manter na série A. Agora, dirigido por um presidente e dirigentes amadores, por pessoas sem experiência e conhecimento no ramo, tudo fica mais difícil. Surgem erros grosseiros, como tentar a sorte com jogadores ainda despreparados e pior, visivelmente mal escolhidos, sem que se veja sinal em nenhum deles que justifique suas escalações.

Disse aqui em minhas primeiras colunas, é só olhar, que aqueles que pensavam que bastavam dois ou três reforços, como eu lia nos jornais, cairiam do cavalo. O Fluminense precisava de uma reformulação geral. O modelo já não dava. Entretanto, mesmo desgastado e sofrendo, dificilmente nas mãos do comandante que no ano anterior erguia a taça, Abel, acredito que o time caísse. 

Temo por Vasco e Fluminense na série B. O Vasco, por ficar imaginando como irá se reerguer em meio a este caos. E o Fluminense, qual dos dois Fluminenses escolherá: o daqueles que militam no ramo do futebol profissional ou daqueles que invadiram o clube atrás de cargos, fama e aventuras, vindos de outras origens e profissões?

Com o tempo falarei um pouco da Seleção e do sorteio da Copa, que, aliás, não tem muito o que falar, porque há algumas Copas o Brasil vem pegando chaves generosas. Mas até o sonho final são 8 jogos e pra chegar lá você tem que passar por esta fase. Então vamos aguardar.



Boa semana a todos, campeões, libertados, satisfeitos ou rebaixados!

domingo, 1 de dezembro de 2013

E AÍ, MANÉ, QUE SAUDADES!
























Amigos e amigas,

Vou dedicar esta minha coluna a duas homenagens. Uma ao mestre Nilton Santos, falecido esta semana, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. E outra, ao título conquistado pelo Flamengo, na Copa do Brasil. Alguns podem perguntar: “e o Brasileirão? Não vai dizer uma palavrinha?”. Não. Em respeito a você, leitor, ao torcedor simples e ao futebol brasileiro, não vou digitar palavras sobre esse final de Brasileirão porque nem ele merece a credibilidade que eu gostaria de dar, nem vocês as palavras que eu postaria. Não existiria progresso algum, vantagem alguma, compreendem? Tenho até que explicar antes de falar das homenagens que citei, que as razões vão desde um péssimo futebol jogado e a credibilidade de alguns jogos nesta etapa. Não me perguntem se quero insinuar ou me referir a roubos de arbitragem, entregas de resultado, corpo mole, teorias de conspiração ou outras ilicitudes. Eu não sou da Polícia Federal. Eu não sei o que se passa na cabeça dos cartolas e nem quero saber. Eu não imagino as ideias dos mafiosos. E não tenho vocação pra sustentar suposições sobre adivinhações tipo Mãe Diná. Fique à vontade para fazer seu julgo. Este atual futebol brasileiro, jogado neste campeonato excessivamente longo e que aliado a um regulamento de pontos corridos propiciam e atraem ilegalidades e transações espúrias, não merece uma linha sequer, ao menos hoje, em respeito à coisa maior. E vamos a elas!

Como falei acima, mais um mestre deu adeus. O lateral que jogava um futebol que hoje, Zagalo disse muito bem na sua despedida, seria o correto de se jogar. O eternamente moderno Nilton Santos sabia, na sua simplicidade e imensa categoria, que futebol não tem época, não tem data marcada. É simples. Se bem jogado, a bola gosta de você e parece que lhe confere poderes divinos. Ele disse isso, certa vez, treinando um time em Brasília, ao abandonar os jogadores durante uma preleção no campo, contrariado ao perceber o desinteresse da molecada. Foi curto e grosso: “Tomem aqui o apito. Vou tomar banho e ir pra casa. Tá pensando que eu vou perder meu tempo e me aborrecer com uma garotada que pensa que o futebol começou há 10 minutos?”. Esse era o Nilton. Franco, sincero, amigo, experiente e de uma humildade que só os grandes monstros sagrados do futebol alcançam. Foi reserva em 50. Viu a tragédia de perto e depois protagonizou atuações e colaborou com a glória do futebol brasileiro na Copa de 58 e 62. Fora a dignidade e respeito que conquistou no Botafogo, o clube de sua vida. Descanse em paz, eterno Nilton! Creio que Mané Garrincha, seu inseparável parceiro, está lá em cima rindo e brincando por receber mais um de sua turma.

Ao Flamengo, vai à homenagem pela superação, pelo esforço de seus jogadores. O título é deles, dos jogadores. Mas cabe aqui um parabéns especial ao excelente Jayme. Ele soube montar um time com a cara do Flamengo. Mesmo depois de perder um pouco a força no ritmo intenso que impôs na decisão, não deu chance a um time competitivo, como o Atlético PR. O Flamengo também foi extremamente competitivo, porém mais habilidoso. É evidente que este time não joga a bola que sua torcida se acostumou a ver, que está longe de ser o time dos sonhos, mas que com certeza alcançou o máximo que poderia dentro das limitações que dispõe. O nome do jogo: Luis Antônio. Do Fla na Copa: Hernane. Um tricampeonato merecido.


Bem pessoal, vamos a mais uma semana. A primeira do fim do ano. Paciência e olho aberto.


Abração a todos!