domingo, 30 de agosto de 2015

PRA QUE TIME VOCÊ TORCE?












É, gente, é bom prestar atenção mesmo. Em alguns jogos mais vazios e sonolentos, como vários que temos assistido, você pode se distrair e acabar torcendo pro rival. Exagero? Pode ser. Mas convém prestar atenção. A camisa tradicional de muitos clubes brasileiros muda na velocidade de seu patrocinador e na falta de sensibilidade de seus dirigentes.

Vejam acima exemplos de hoje. O Palmeiras com um uniforme que parecia envolto em papel alumínio. Roupa de astronauta. O Fluminense, mais parecendo o próprio Palmeiras. Em 113 anos de existência, nunca vi essa grife vestir os jogadores. E de mau gosto, aliás, combinando com um calção azul marinho. Tem aquela outra também que lembra os uniformes dos garis da cidade do Rio de Janeiro. O Corinthians não ficou atrás, usando uma roxa. Competição dura de mau gosto. E por que não, de desrespeito as tradições dos clubes.

É claro que a ordem vem do patrocinador. Mas o clube aceita se quiser. E além do mais, existe a influência dos dirigentes, que normalmente já estão num mundo que não lhes pertence, copiarem os padrões europeus, pra variar. Num futebol individualizado como o de hoje, isso inflama mais a perda de identidade entre jogador, torcedor e clube. Não é a camisa que tem que mudar. É o futebol.

Quanto ao Brasileirão 2015, vai disparando o Corinthians e seu favoritismo. Talvez a CBF tenha de segurá-lo um pouquinho, senão o prejuízo vai começar mais cedo do que o esperado. Não que o Corinthians tenha um baita time e elenco, mas é superior aos demais e eu disse isso aqui em postagens anteriores.

Na outra ponta, é lamentável a situação do Vasco. Nenhuma luz à vista. Uma recuperação do clube cruzmaltino já começa a não depender mais de si mesmo. Até porque, esse Vasco da Gama tem um nome a zelar, mas um time a esquecer.

Deveria dedicar uma coluna, mas vou ficar com o parágrafo, de agradecimento ao Zé Roberto, do Palmeiras. Imaginem se há um ano ele não poderia ser convocado para a seleção brasileira? Não teria gás, não é? Já fez mais de 15 jogos pelo Palmeiras, sendo responsável, em vários, pelo êxito do Verdão. Hoje, então, em alguns momentos, sobrava quilômetros a frente de seus companheiros e adversários. O futebol brasileiro lhe pede desculpas, Zé Roberto. E já que pede desculpas a você, porque também não a Marcelinho Paraíba, em situação mais ou menos similar?

No mais, sigo ainda esperançoso numa reforma, que naturalmente passa pela prisão de muita gente, deste futebol brasileiro caricato. 

domingo, 9 de agosto de 2015

FUTEBOL MAQUIADO


















Pra quem acredita no Campeonato Brasileiro, meus pêsames. O que vocês têm visto nada mais é do que uma maquiagem, um acordo entre “cavalheiros”. Aliás, isso foi dito antes de começar o campeonato. E reforçado com a prisão de Marin e a liberdade, alegre e salutar de Marco Polo Del Nero, com suporte eficaz do antigo clube dos 13 e dos advogados da Rede Globo de Televisão, diante do clima de incerteza, pobreza técnica e falta de credibilidade, iniciada pelo escândalo FBI/FIFA. Gostem ou não, afetou e afeta todo o mundo da bola e nosso país. Afeta até campeonato de botão. FIFA e CBF são parceiras tradicionais. E eu acho que ninguém esqueceu o que o atual presidente da CBF fez tão logo Marin foi preso, não é? Regressando ao Brasil da forma mais rápida possível. Mais rápido do que “burro quando foge”, “ladrão quando corre”. Escolham.

Fato é que usando o Cruzeiro como pedra angular, em 2003 foi campeão brasileiro com recorde de pontos, senão me engano com 100. Dirigido por Luxemburgo, o time era muito bom. E os demais ficavam bem atrás. Ano passado, nessa história furada de pontos corridos, que serve quando há equilíbrio, regras claras e boa qualidade técnica, além de uma disputa em um país de dimensões mais enxutas, devido a Copa do Mundo de 2014, não houve tempo para planejar melhor e até blindar o campeonato. Com isso, o Cruzeiro disparou. E só não foi campeão com mais rodadas de antecedência, dando um baita prejuízo financeiro a competição e anunciantes, porque o time de Marcelo Oliveira pisou no freio.

Devido ao ocorrido, na 17ª rodada, são mais ou menos jogos de compadre. Situações que favoreçam uma pseudo competitividade, dando ao torcedor uma falsa emoção de um campeonato muito embolado e difícil. Nesta arte, os apresentadores e locutores estão se desdobrando pra fazer o torcedor levantar da cadeira numa simples cobrança de tiro de meta. Portanto, cuidado com o que você vê. Pode não ser o que está parecendo. Pode não ter o que imagina e pode não chegar onde estão desenhando pra você.

Um abraço!

Aviso importante: é bem provável que a partir da próxima semana o acesso a meu Blog seja feito através do Google ou do Twitter, por exemplo. Está havendo um problema político gravíssimo em nosso país, aonde provavelmente serei obrigado a retirar minha conta da rede social Facebook. Nos últimos dias, o presidente Obama foi ameaçado de morte no Facebook, por um cidadão americano. Este foi imediatamente localizado e preso. Já com o nosso ex-presidente Lula, se é de sua predileção ou não creio não vir ao caso, mais de 4.300 pessoas (vamos chamar de pessoas, pois pra mim na verdade ou são fakes ou assassinos contratados) integram uma comunidade pregando a morte do presidente Lula. Segue o link comprobatório: https://www.facebook.com/groups/1415427332099564/?pnref=story

Fiz a denúncia e a resposta da rede social foi de que o grupo “não violava os termos de uso do site”. Soube, no dia seguinte, que tal pedido teria sido feito também pelo próprio presidente Lula, em 14/07, e igualmente negado. Como procuro estar sempre bem informado sobre os assuntos do meu país, pressinto que boa coisa não vem por aí. O Facebook abre um precedente perigoso e um convite à criminalidade e à barbárie. Vide sua atitude em relação a Obama. Ora, se a página pertence a eles, o país é nosso, concorda? Soberano e autônomo. Portanto, se você é Lula ou não, se gosta dele ou não, isso não vem ao caso.

O que há de se discutir é a atitude marginal, de visível má fé e até certo ponto estranha. Principalmente do ponto de vista internacional. Uma vez que há 43 dias o nefasto presidente da Câmara dos Deputados, senhor Eduardo Cunha, esteve em Israel. Apesar de americano, o presidente do Facebook é judeu, daí seus lanços com o governo israelense serem, obviamente, estreitos. Com honras de estado não promovidas nem a nossa presidente, Cunha foi recebido em Israel, apesar de acusações já comprovadas de enriquecimento ilícito, fraude e corrupção. Desta forma, creio ser muito difícil, como brasileiro e amante do meu país, continuar utilizando uma rede social que trabalha abertamente em prol de um golpe de estado que não lhe diz respeito. E ao mesmo tempo favorece o terrorismo internacional, que tanto se diz vítima.

Mas, como diria Elis Regina, “Deus está conosco até o pescoço”. Aguardemos.

domingo, 2 de agosto de 2015

O FIM DO AMOR AO CLUBE



















Se o distinto leitor chegar à conclusão do tipo: será que vale à pena continuar lendo o blog Futebol de Fato, onde seu autor só fala mal e desenha um perfil trágico e acabado do futebol brasileiro e raramente em algum domingo dá pra ler algo que nos dê orgulho, alegria, enfim, algum prazer, tenha certeza que ninguém mais do que eu gostaria.

Nasci poucos dias antes do Brasil ser campeão mundial pela primeira vez, em 58. E cresci pelos estádios da minha cidade, Rio de Janeiro, tendo o Maracanã como maior palco de frequência. Jogando e vendo de tudo. Eu não vi show de bola só. Não vi só batalhas campais e jogos memoráveis. Vi também muita pelada sem vergonha e algumas partidas que dava até pra desconfiar de sua seriedade.

Mas não dá, companheiro. No Campeonato da CBF, o Brasileirão 2015, entregue aos clubes num acordo sombrio e mafioso pra fugir de maiores complicações jurídicas devido aos escândalos recentes, você tem que fazer um exercício de rara inteligência pra adivinhar qual ou quais são os jogos à vera da rodada.

Pois, muitos são ruins, de má qualidade, como já vimos. Mas os times se esforçam, lutam por um resultado positivo. Esses até vale à pena assistir. A gente torce pro jogador acertar. Mas outros, eu não diria que são combinados, mas fica decidido que: nem eu te incomodo, nem você me aporrinha. Sua situação na tabela é inferior a minha. Eu somo um pontinho aqui, você soma outro ali. Só pra tomar como base e exemplo eu vou usar Sport 0 X 0 Cruzeiro que acabei de ver. Nota-se um Cruzeiro decadente e um Sport tentando galgar uma força maior no cenário nacional.

Não houve jogo, houve treino. Houve festival de horrores no domínio pavoroso da bola, com mais de 62 passes errados, na estratégia furada, na disposição em busca da vitória. É, torcedor, se você assistiu esse jogo como eu, fizeram você de otário como a mim. A sorte é que já estou me vacinando há algum tempo. Mesmo que fosse um mero torcedor, não ia me deixar contaminar por esse campeonato de cartas marcadas e pelo tratamento que os jogadores dispensam uns aos outros hoje em dia. Foram necessários 97 minutos pra que houvesse uma defesa de destaque, feita pelo goleiro do Sport. Não houve uma finalização sequer perigosa.

A indolência e má vontade dos dois times beirava os sonhos mais selvagens daqueles que você torce para a torcida se tocar do que está havendo em campo, invadi-lo e exigir futebol. Porque, apesar de 80% ou mais dos jogadores serem ruins mesmo, havia ali 5 ou 6 de razoável categoria, mas que não estavam nem aí em exibi-la. As razões vão desde independência financeira ao amor incondicional ao seu empresário e sua cartilha acima do clube.

Se não voltassem para BH, provavelmente você ia ver o Durval, do Sport, e mais alguns, tomando um chopp bem gelado com o Leandro Damião, com o chileno Mena e outros em algum bar do Recife. O que não tem mal nenhum, desde que tivesse havido um jogo sério e disputado. Eles não estão nem aí para o clube. Muito menos para a torcida. Se você pensa ao contrário, sinto muito, azar o seu. Amor à camisa? Sejamos realistas, acabou. Lembram do Hernane “Brocador”? Há meses saía do Flamengo a peso de ouro. Entrou nos minutos finais de jogo pelo Sport. Estava na reserva. Um jogador que talvez não tivesse vaga no antigo Bonsucesso dos anos 60.

Volta e meia acontece um gol que nos surpreende. Aí o grupinho corre, se ajoelha, levanta os indicadores pro céu e reverencia. Foi ele. Passe de Deus, vontade de Deus, benção de Deus. Malvado esse Deus, hein? Abençoou seu pé e amaldiçoou a mão do goleiro adversário. Malvado esse Deus que ao invés de se preocupar com coisas mais importantes no mundo, insiste em “estar no comando”, como vocês dizem atualmente, mesmo sem vocação pra motorista de ônibus.

Pois bem, continuem brincando. Quando perceberem que ganharam menos do que esperavam e não têm mais pernas para fazer caixa e aumentar a conta corrente e o torcedor, que judiava abertamente e fingia respeitá-lo e honrá-lo, não acreditar mais em você, aí, prezado atleta, nem Deus, e muito menos a bola, serão fiéis com você. Talvez seja a primeira vez, fazendo uma referência às avessas ao que ouço e vejo nas ruas, que Deus não será fiel com você. Quem sabe não será por você não ter sido com ele e também com o torcedor, que investiu suas economias e sua paixão na construção de sua carreira profissional?