domingo, 20 de julho de 2014

SELEÇÃO BRASILEIRA: DE VOLTA PARA O FUTURO



Companheiros, o título é este mesmo. Baseado no que tenho lido e ouvido, é o que vem por aí. Vamos assistir de novo, amanhã, a mentalidade de hoje querendo achar uma que não existe e que eles acham que é a do futuro. Já ouvi esse papo quando voltamos da Alemanha, em 74. No desembarque, Zagallo deu uma entrevista dizendo que nós estávamos superados, muito atrasados em relação ao futebol que estava se jogando no mundo. Isso foi depois da derrota pra Holanda e pra Polônia, nos colocando igualmente em quarto lugar numa Copa do Mundo.

GILMAR RINALDI ASSUME

A julgar pelas palavras do todo poderoso coordenador de futebol da seleção, estamos diante desse mesmo raciocínio. Gilmar, sim, aquele mesmo que foi goleiro do São Paulo, do Flamengo, tetra com a seleção e empresário de vários jogadores, já disse que quer técnico que viaje muito, que estude muito. Bem... Quanto às viagens, pode ser que ele fique um expert em turismo e acabe conferindo pessoalmente que o futebol das melhores seleções hoje, que é o da Alemanha campeã, o da Holanda e o da Espanha há poucos anos, joga à brasileira. Simples, não? Nos copiam. É isso aí. E dito por eles mesmos. Quanto ao estudo, se não der em nada, uma vaga na academia de letras ele garante. Afinal, os que entendem menos de futebol na prática, ainda continuam tentando tirar essa diferença no papel, ou seja, no diploma.

ENTRE DUNGA E TITE

Pelas últimas notícias, os jornais têm afirmado que será Dunga o escolhido. Por mim, pode ser o Satanás, e mesmo assim, trabalhando pra quem ele irá trabalhar, talvez só assine contrato se receber pagamento adiantado ou medalhas pelo título por antecipação. Nem Tite, nem Dunga, nem João, nem Manoel, vão fazer nada diante de uma mentalidade e uma estrutura carcomida, corrompida e de modelo esgotado. As convocações serão sempre suspeitas, o trabalho terá constantes intromissões e os negócios ditarão os titulares e os adversários. Portanto, mesmo que hoje tivéssemos um Flávio Costa, Zagallo, Didi, Tim, Danilo Alvim, Zizinho e até mesmo os menos piores em ação que considero, Falcão, Zico, Vanderlei Luxemburgo e Muricy, não daria pra escapar do fracasso. 

A SAÍDA NÃO SERIA MODERNIZAR?

Modernizar o quê? Alguém é cego pra não ver que o jogo alemão, recém-campeão mundial, atua ao estilo brasileiro? Ou ao menos tenta atuar? A Alemanha que vocês viram vencer a Copa é uma reedição da Espanha que ganhou a de 2010. A diferença fica por conta da maior qualidade técnica dos espanhóis, porém, com a tradição, a força e maior objetividade do futebol alemão. Só isso. Quem tiver alguma dúvida, escolha dois jogos de cada seleção e assista com calma. Ou, em caso mais recente, pegue o VT de Alemanha 2 x 2 Gana, e vocês verão como um simples cerco bem feito ao adversário neutraliza um show de bola exageradamente propagado. Na própria foto do texto, vocês têm aí um espaço de 44 anos. A diferença, meus caros, é por conta da dinâmica de jogo. Em 70 se corria 6,5 a 7 km. Hoje se corre de 10 a 11 km. E sempre jogando um futebol muito inferior, tanto taticamente, como tecnicamente, que há 44 anos. Ah, eu ia esquecendo. Nessa época é que começaram os cartões. Pelé já tinha 29 anos e já havia feito 1000 gols sem cartões e tudo. Portanto, jogadores como Garrincha e Pelé, e a maioria na foto acima, eram parados na base da porrada, quantas fossem necessárias. Não bastava um pé alto ou um puxão de camisa pra deixa-los em paz como hoje é rotina. Esqueçam essa comparação. Não é por que é passado que é desatualizado. Agora, por favor, não confundam com a estrutura de trabalho em relação a planejamento, preparação física, área médica e marketing. Isso é evidente que hoje é muito diferente. Mas só nisso.

Boa semana. 

domingo, 13 de julho de 2014

EFICIÊNCIA ALEMÃ VENCE A COPA DAS COPAS


















Prezados,

Chegamos ao fim de uma das Copas que pode não ter sido das mais belas, tecnicamente falando em futebol, mas com certeza, das que vi, foi a mais emocionante. Meus parabéns à organização do Mundial, à lição de hospitalidade e calor humano que o Brasil e os brasileiros deram ao mundo. Ganhou o Brasil, ganhou o mundo inteiro. Perderam os invejosos e fracassados brasileiros das camadas sociais que torceram contra, do complexo de vira-latas, dos que não acreditaram no seu país e de forma mesquinha tentaram boicotar. Perdeu também a minoria “classe A” que covardemente e inexplicavelmente, amparada por setores da mídia, vaiou a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que proporcionou a todos e a eles mesmos, momentos que eles nunca viveram na sua terra. Não me lembro de terem vaiado autoridades aqui no Brasil, em eventos anteriores, quando nosso país era infinitamente pior que hoje.

Antes de falar da brilhante conquista alemã, não posso deixar de passar pelo vexame que o nosso futebol deu nessa Copa. Eu não esperava tanto, mas também não previa tão pouco. Na minha imaginação, inclusive, eu via uma final entre Brasil e Argentina, com a Argentina saindo vencedora. Menos mal. A pancada que levamos talvez tenha sido melhor. E ontem, em uma nova goleada contra a Holanda, a prova do desequilíbrio do elenco, do total despreparo, como cansei de citar aqui, da convocação equivocada, do comando mal exercido etc. Ficou claro que o craque era mais uma vez a nossa salvação. O destino desviou a rota. Só espero que a retomada do caminho seja uma reformulação geral. Mas jamais pautada pela tal “modernidade”. Como eu tenho dito, modernidade é qualidade, equilíbrio, seriedade e profissionalismo. Modernidade é mudar a mentalidade e a estrutura do futebol brasileiro vigente em todas as suas categorias. Do contrário, vamos perder mais um pouquinho.

Sobre a final, que é o mais importante, venceu a equipe mais eficiente. Eu não vou dizer a mais organizada e que se preparou melhor. Sabe por quê? Durante a Copa a Alemanha só deu passeio no jogo com o Brasil e toda sua organização e projeto de preparação poderiam ir pro brejo, se nesta final equilibradíssima, até com um pouco mais de chances de gol para a Argentina, uma bola dessas tivesse entrado. Os lances de Palacio, Higuain e Messi foram decisivos. A diferença é que apesar de falhar nos seus, a Alemanha acertou a bola que definiu o jogo. Acertou porque seu herói Mario Götze, matou com categoria e visão de gol, o que o peito duro de Palácio e sua canelada não permitiram. Seria injusto se a Argentina vencesse? Não. Assim como não foi injusto a Alemanha vencer. Digo até que foi mais justo o título alemão pelo percurso anterior e por, na prorrogação, desejar menos os pênaltis que o adversário. Quanto a Messi, só quem convive com ele pode saber as razões de suas oscilações nos jogos. Parece-me o fim de duas gerações de ambas as seleções, embora esteja havendo uma renovação de elenco maior por parte da Alemanha. Uma de suas maiores qualidades foi manter a base de um clube. Sacada utilizada nos anos de ouro do futebol brasileiro e hoje descartada em prol da relativa importância dos nomes que estão fora do país.


Parabéns, mais uma vez, à Alemanha por ter nos dado a alegria de vê-los sentirem-se bem, jogar bem e ganhar uma Copa em nossa terra. Bem-vindos ao clube dos tetracampeões mundiais, Alemanha!

terça-feira, 8 de julho de 2014

Alemanha 7 X 1 BraZil: SOMOS TODOS CULPADOS
















Talvez poucos tenham paciência pra ler minhas últimas postagens nos últimos jogos, bem antes da Copa do Mundo, ainda mais nessa hora. E eu só consigo escrever, embora meu coração esteja esmigalhado, porque minha mente está bastante consciente.

Considero-me um dos culpados, sim. Penso se não tinha que ser mais direto e objetivo nas críticas que fiz até hoje. Embora tenha jogado futebol, seja treinador profissional e redator esportivo, não tenho a consagração de muitos, tenho meus limites.

A mim só restou avisar os riscos e os erros que cometíamos desde o início desta preparação. Antes de explicar porque acho todos culpados, faço os questionamentos: seria justo sermos hexacampeões com a MENTALIDADE que reina no nosso futebol, dentro e fora de campo? O MODELO? E por fim, os CONVOCADOS PARA TENTAREM O HEXA?

Somos todos culpados, nós do meio esportivo, treinadores, imprensa, jogadores e ex-jogadores e torcedores em geral. Só absolvo as crianças. Morro de pena delas. Elas não viram o que nós vimos esses anos todos. Sabemos diferenciar, até o mais inocente torcedor, o bom e autêntico futebol brasileiro do falsificado.

Aqueles que pensam que estou desmerecendo o futebol alemão, paciência. Para mim, tem um excelente grupo e uma excelente seleção, com um grande conjunto. Não vejo nada além disso. O placar pouco me interessou e não pode servir de parâmetro nem pra sua capacidade, nem pra medir a nossa. Poderíamos perder até nos pênaltis. Enfrentamos seleções jogando um futebol mais difícil. Só que o que aconteceu em campo, tanto no primeiro gol, quanto nos minutos seguintes, é quase centenário no futebol.

Colhemos o que plantamos nos últimos 30 anos. Com a exceção de 2 Copas ganhas em cima da qualidade de 2 ou 3 jogadores, desde 70 estaríamos no fastio. Nosso futebol, após a entrada de Ricardo Teixeira no comando da CBF, passou a ser comandado por uma quadrilha de mafiosos com ramificações até na própria FIFA. Até o nosso “homem de honra” Havelange foi desnudado.  

Muitos erros vistos em nossos jogadores hoje, além do âmbito profissional e suas maracutaias, vieram das categorias de base. Hoje as categorias de base, em quase todos os clubes do Brasil, são balcões de negócios, além de, em muitos casos, ainda serem antros de homossexualismo, sugando os clubes, exterminando com eles, deteriorando o futebol pentacampeão do mundo. São dominadas por empresas ou empresários particulares que determinam os treinadores e “profissionais” que lá trabalham. E lá enriquecem por vários caminhos. Caminhos do submundo do futebol, interligados e aperfeiçoados, blindados pela corrupção dos cartolas e dos clubes. Jamais são centros de formação de jogadores. Jamais formam jogadores de futebol. Desonram o Brasil, vendem suas almas e só permitem que se trabalhe no meio quem for interligado, quem compactuar da sujeira, quem levar comissão sobre os jogadores e vendê-los como manequins em vitrines. O poder é deles há muito tempo. E de muitos que estão lá na seleção ainda mandando.

Que final vocês esperavam para uma seleção cercada de escândalos na entidade que a rege, numa preparação jogada no lixo com mais de 2 anos com Mano e de 1 ano e meio com Felipão, apenas porque trazia a esperança de 2002 e a experiência na bagagem? Mas a estrutura era e é podre. É corrupta. Não tem nada a ver com o futebol brasileiro e com suas raízes. A imprensa esportiva colabora com isso. Claro que grande parte dela, não toda. Também são comissionados e fazem parte dessa família, que tem que ter o comportamento padrão, desenhado pelos que mandam. Pelos corruptos e pelos que calam o futebol que sempre se jogou nessa terra. E quando menos agravante, são pessoas que nunca trabalharam no meio, e não tem a menor intimidade com o mundo do futebol. Mas que são postas ali para não ameaçar o poder mafioso, podre e indecente que comanda o futebol brasileiro, mas que a meu ver, acaba de falecer hoje.

Que esse vexame, trauma e desastre sejam para o Brasil como foi a honrosa derrota de 50, agora, 64 anos depois, de alma lavada perante o que se viu nesse 08 de Julho de 2014. Que ele venha nos trazer profissionais de futebol especialistas em futebol, com o mínimo de dignidade, amor e respeito às verdadeiras raízes do futebol brasileiro.

domingo, 6 de julho de 2014

BRASIL: CHEGOU A HORA DE UM VALER POR DOIS













Chegamos às semifinais. E agora não adianta ficarmos alimentando o drama da perda de Neymar. Em várias colunas anteriores eu comentei essa possibilidade. Muita gente pensou que isso poderia acontecer. Claro que nessa hora a preocupação é muito mais aguda. Mas, qualquer dependência dá nisso. Seria parecido se tivéssemos perdido Romário antes do jogo da Suécia, em 94.

O jogador colombiano entrou de forma estranhamente violenta em Neymar. Nem pra parar a jogada, nem pra roubar a bola, aquela entrada se justifica. Muito menos a péssima atuação, a meu ver, de má fé do árbitro espanhol. Temos sido, sim, prejudicados pelas arbitragens. Desde o lance com o Fred que o juiz japonês não marcou de má intenção (ele viu a jogada de frente e se foi malandragem ou não do Fred, pro juiz asiático é difícil perceber isso) temos sido prejudicados pela arbitragem. O próprio cartão do Thiago Silva não faz sentido. Um juiz de 43 anos não perceber que não era cera é ser muito ingênuo.

A FIFA não errou mais nesta Copa por falta de espaço. A maioria dos erros que vocês viram partiu dela. E segundo autoridades, além de ladrões, a FIFA está crivada de cambistas. Não me surpreende. O que me surpreende é parte do povo pensar que o nosso país está sendo ajudado. As chaves e grupos das seleções são escolhidos. Pegamos dois sul-americanos e um latino-americano com a mesma proposta de jogo e a mesma importância. Qualquer um dos três, México, Chile ou Colômbia, se estivessem hoje na sem final não seria zebra.

A sorte é que em futebol mesmo forçando a barra e delineando as coisas, nem sempre elas acontecem como esperado. Vamos enfrentar uma Alemanha a qual eu não vi nada demais por enquanto. O vigor físico e a marcação, bem característicos, não estão em primeiro plano. Quanto a nós, é definirmos o substituto de Neymar, acredito ser o William, até porque se o escalado for um dos outros dois, Ramires tem características mais defensivas em minha opinião (é muito mais ladrão de bola que armador ) e Bernard depende da criação das jogadas. A função mais parecida com a de Neymar tem que ser exercida com alguém de mais potencial de chegada, que jogue na vertical. Agora, se Oscar e Fred, o primeiro continuar jogando só desarmando e dando bico, e o segundo refém de uma inércia inexplicável, não há substituto que torne a seleção com mais força ofensiva. E vamos tentar nos superar. Sim, nós podemos nos superar. Os próprios alemães sabem disso.

Na outra partida uma guerra de estilos e um teste de verdade para Argentina, que como vocês sabem e têm lido aqui, é minha candidata ao título. Ah! Como eu ficaria feliz em vê-la derrotada e errar nesta impressão a que cheguei desde o ano passado. Seria um porre ao quadrado vê-los ganhar em nosso território uma Copa do Mundo.


Bem, estamos só aguardando a bola rolar. Todos têm chances. E nós, não temos menos do que eles. Que joguemos o nosso futebol aliado à raça e à fibra necessárias. Estamos juntos, Brasil!