domingo, 22 de dezembro de 2013

O FIASCO DO GALO














Lamentavelmente foi uma decepção mesmo. Um bom elenco, tempo suficiente para treinar, e a comissão técnica, Cuca e os jogadores foram derrotados por falhas infantis. Já passou da época de Cuca ser traído pela ansiedade e seu time por problemas emocionais, assim como ele. E desta vez, com ingrediente, que muitos acham que é inevitável, mas que o clube, no caso o Atlético, pode e deve se resguardar. Refiro-me a negociação milionária de Cuca com um clube chinês. Isso é inaceitável às vésperas e dentro de uma competição. Joga por água abaixo tudo que ele fez. Todo um trabalho. Além de tudo, contamina os jogadores e o objetivo perde força. Cuca tem todo direito do mundo de ficar multimilionário. E o Atlético de ser campeão do mundo. A coisa para aí.


E a ansiedade sistêmica, não só do Galo, mas de vários times do Brasil que jogam como se o relógio da partida tivesse 20 minutos. Não sabem administrar o tempo de jogo. Entram com uma fome e uma ansiedade, que se o gol não sair logo, desabam. Quanto aos erros infantis que me referi, fora este principal, começaram pela escalação infeliz de manter um Josué de segurança da defesa e com a incumbência de armar a jogada. Isso é ridículo. Depois a incompetência de perceber as jogadas do modesto, mas bem treinado e veloz Raja Casablanca. Cansou de mostrar que vinha pelas extremas. Não fazia uma jogada pelo meio. E a escalação de Lucas foi um equívoco e a substituição de Marcos Rocha outro pior, principalmente para a entrada de um atacante. Além de tudo, faltou espírito de decisão.

Não se trata de depreciar o futebol do Raja ou dizer bobagem como alguns comentaristas disseram que o erro do Atlético era dar o contra ataque. Meu Deus do céu... Se você não quer dar contra ataque a nenhum time, não entra em campo. O que tem que ter é antídoto pra eles. E ainda pior, comentário de um ex-jogador, mais infeliz ainda, que eu cito o nome, Edinho, ao dizer que não há mais a posição de camisa 10 no futebol, ao criticar Ronaldinho pela jogada do balão no meio de campo. Meu querido Edinho: não há mais meia esquerda ou direita como camisa 10, PORQUE VOCÊS ESTÃO DETONANDO ELES. JÁ OS MATAM NA BASE. Imagine o que fez Zidane há pouco tempo, o que faz Messi, Kaká e o próprio Ronaldinho Gaúcho, que se não estivesse em campo, mesmo com bola parada, nem o terceiro lugar o Atlético levava. O futebol está pobre porque vocês assassinaram o meio de campo.

Quanto à jogada que mencionou, você deve ter lembrado que quando jogador gostava de sair com ela dominada pelos cantos do campo, em alta velocidade vindo da defesa, como elemento surpresa. Isso era muito bom. Só que naquela saída de bola, se o Ronaldinho põe velocidade no lance, quebrava a cara, porque o Raja já tinha se recomposto e não havia gente na frente para tabelar. A jogada foi lindíssima e ele não atrasou o time, ao contrário do que você disse. Deu sequência sim à velocidade do lance e o contra ataque do Galo.

No mais, parabenizar o Bayern de Munique, que tem um bom time, muito bem treinado pelo excelente Guardiola, que já cansou de dizer que não faz mágica nenhuma, simplesmente procura jogar na filosofia do futebol à brasileira. Prefere vencer à brasileira. Mas, se os nossos treinadores preferem perder à européia e continuar depreciando o futebol pentacampeão mundial, paciência, ele, Guardiola, deve estar adorando, não tem nada com isso. Aplausos e parabéns por sua percepção e brilhante comando.

Observação: sobre a comédia pastelão deprimente do Campeonato Brasileiro, que, como eu disse, envolve muita desonestidade e ignorância, não tenho muito a dizer e nem vale a pena. Só acredito, pela minha experiência, que haverá algum tipo de acomodação no que fora decidido e possivelmente a decisão será modificada. Conseguiram um final pior para um Campeonato desastroso. Eles merecem nossos “parabéns”! Só gênios conseguem um final tão ridículo para um Campeonato tão medíocre, em que se quer estamos aqui falando do campeão. Perdoai-os, pai, não sabem que o futebol tem vida e alma.


Um feliz Natal e um 2014 bem diferente, positivamente falando, a todos os leitores e amigos!

domingo, 15 de dezembro de 2013

BRASILEIRÃO 2013: O FUTEBOL NO BANCO DOS RÉUS


Caro leitor, pensei que já tinha me livrado dessa. Já estava cansado de falar sobre o horroroso campeonato brasileiro de 2013. Que de tão horroroso, o destaque não foi o campeão, a não ser indiretamente ou supostamente comprometido em alguma irregularidade. Deus me livre! Jamais podia imaginar um desfecho tão melancólico e deprimente.

Esses dias comentando com várias pessoas, às vezes até debatendo o assunto, que em termos de direito não sou e nunca fui especialista, mas, por força das circunstâncias em alguns aspectos tenho que dar meu parecer. Ontem mesmo, na alegre, descontraída e super festiva pelada de fim de ano do Trem da Alegria, comemorativa ao aniversário do genial jogador e amigo Nei Conceição, em alguns momentos o assunto predominava entre mim, Afonsinho, Jair Marinho, entre outros. Achei muito interessante e inteligente o ponto de vista do Mestre Afonsinho. Aquele que além de super craque, grande médico, parceiro e figura célebre no futebol brasileiro, que brigou nos Tribunais nos anos de chumbo e obtendo uma vitória no Supremo, em Brasília, deu o grito de liberdade, por cinco votos a três, e abriu caminho para que a maioria dos jogadores alienados de hoje soubessem que a escravidão acabou ali. E se alguém hoje ganha 500 mil, 1 milhão por mês, deve lembrar que as coisas ficaram mais fáceis, depois que a relação clube x atleta teve seus grilhões rompidos pela cuca e rebeldia do nosso prezado amigo.

Afonsinho dizia ser positivo tudo que estava acontecendo porque ao final de um campeonato tão medíocre, pra ele também um dos piores que assistiu, toda essa confusão que estava ocorrendo agora só fazia trazer a sujeira à tona e isso era ótimo. Quanto mais à vista, melhor. Interessante e compartilho!

Creio que o torcedor mais uma vez está sendo deixado em segundo plano. O que ele viu, torceu, chorou e sorriu, vai por água abaixo. Interessante que a Rede Globo de Televisão malandramente defendendo seus interesses midiáticos e de Ibope já lançou o refrão: “Brasileirão 2013: o campeonato que não acabou”.

Penso que me fizeram de palhaço esses anos todos. Jurava que ele terminava no apito do juiz e na entrega da taça. Sem entrar nos meandros convenientes jurídicos, que justificam as paixões do torcedor por um lado ou pelo outro, digo e afirmo que antes de mais nada não confio e não acredito na CBF, no STJD e na TV, que é quem banca o futebol atualmente. Racionalizando a coisa, que é o que mais tento fazer nessa hora, lembro que acima da lei está a justiça. Como é fato que alguém cometeu uma irregularidade contra o tal artigo, logicamente defendo uma punição. Longe de defender da maneira que o Procurador Paulo Schmidt denuncia.  Se o ponto de vista dele sobre esse tipo de coisa é um em 2010 e se transformou em 2013, já começam as contradições. Não pelo erro, que já foi desfeito, mas sim, pela manifestação, tanto na ocasião como agora. Entendo que o seu papel é oferecer a denúncia. Não praticamente tentar induzir a decisão futura. Manifestar o pensamento é uma coisa, emitir opiniões mais profundas dá no mesmo que um dos jurados fez ao divulgar seu voto numa rede social. Portanto, se for o caso da Portuguesa perder os pontos não entendo porque eles devam beneficiar qualquer outra equipe, até porque o próprio Flamengo pode pagar pelo mesmo erro, mas sem cair de divisão. Senão fica explícito que alguém é beneficiado com o erro, administrativo ou não, de outro. E aí a justiça vai pro vinagre.

Acho que todos sabem que sou Tricolor, mas assim como em 1996 não defendi sua permanência, embora rótulos que lhe foram conferidos injustamente, como “time de virada de mesa”, “vergonha nacional”, “clube indigno”, “time do tapetão”, tenham sido de uma hipocrisia absoluta.  E ainda o são, porque na ocasião, e cansei de alertar, alguém tinha que assumir aquele prejuízo e publicamente explicar tudo que aconteceu, tin tin por tin tin. Mas, preferiram se calar. E quem cala consente. Hoje ainda ocorrem os ecos do passando corroendo a imagem, sim, e diminuindo a torcida do Fluminense nos quatro cantos do Brasil. Quando seu clube entra em campo, o torcedor não quer saber do tal Artigo 214 e nem adianta convencê-lo disso. Ele quer ver a seqüência da tabela estampada na última rodada do campeonato projetada no campo. E ponto final. O Presidente do Fluminense já se manifestou sobre a atual situação. Esta é até a área dele, por ser advogado, embora de outra especialidade e falou corretamente o que deviam ter dito há 15 anos. Mas a hipocrisia lançou raízes e o clube está errando em se meter no assunto através de seu advogado. O Fluminense tem alguma coisa a ver com a Portuguesa, além de seus antepassados terem sido descobertos por Pedro Álvares Cabral? Então fica na sua garoto. Reitero, sou a favor da punição em forma de multa e da manutenção da colocação dos times. Sem mais. Embora creia em decisão diferente amanhã. E já preveja conseqüências futuras para o clube muito piores do que jogar a série B 2014. Vamos conferir!

Pra encerrar, curto e grosso sobre a carnificina de Vasco e Atlético PR. Não morreu ninguém, não é? E a Copa está assegurada. Então, deixa os garotos voltarem pra casa e comerem seu bacalhau ou chucrute, com seus pais e educadores. Se alguém quisesse acabar com isso, como disse a advogada do Vasco, instalaria roletas biométricas nos Estádios. É mais barato do que corromper o MP. Em estádio de futebol entra torcedor, entram torcidas. Bandidos em Bangu 1 ou presídios semelhantes.

Aquele abraço!


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

CAÍRAM FLU, VASCO E O FUTEBOL BRASILEIRO




8 de dezembro de 2013. Chega ao final um dos piores Campeonatos Brasileiros que já assisti. Um futebol de qualidade pobre, onde o torcedor pode contar nos dedos as partidas que trouxeram alguma emoção. Acredito que até o torcedor do Cruzeiro preferisse desfecho mais emocionante.

Há muito tempo condeno a forma de disputa do Brasileiro e o seu tempo de duração. O Brasil não é do tamanho dos pequenos países europeus que gosta de imitar. Campeonato com mais de 4 meses e meio, 5 meses, num território desta dimensão, além de ser cansativo de acompanhar, mesmo por parte do torcedor mais fanático e assíduo, é cansativo pelo nível da competição em si. A Copa do Mundo prova isso. E a Libertadores também provava até o momento que resolveram inchá-la. Perdeu, sim, emoção.

Em 11 meses há tempo suficiente para Estaduais, onde existem boas condições para organizá-los, onde haja rivalidade, há tempo para uma Copa do Brasil de tiro mais curto e uma participação na Libertadores, além do Brasileiro, dos clubes classificados. Mas aí entra a política e a ganância e com ela o excesso de jogos. Prefiro ficar com qualidade do que quantidade. Sem falar que a fórmula de pontos corridos propicia, junto com o tédio, situações na tabela que permitem más interpretações.

Como disse semana passada, deve haver como acho que sempre existiu, o lado podre e mafioso do famoso jogo de compadre, por razão A ou B, mas, na maioria dos casos, o jogador sabe que está ali entre a 5ª e a 13ª posição, fazendo hora, entrando e saindo de avião, sujeito a convocações, quando existem, perdas com transferências, condicionamento físico das equipes desabando, desagregações no elenco etc.

E pra falar do pior, dirigido por uma entidade desacreditada, por uma entidade, assim como as Federações, que permite carnificinas previstas e quase consecutivas nos estádios ou nas ruas, como aconteceu ontem entre Atlético Paranaense e Vasco. O futebol não pode viver de emoções ruins. Há de se lutar para que predominem as boas, porque o resto faz parte do jogo. A violência que fechou a rodada final em Joinville foi de uma estupidez das autoridades omissas e uma insanidade de marginais travestidos de torcedores, que dispensa comentários repetitivos.

Sobre o desespero dos dois cariocas que caíram, não é difícil explicar. Você viu, torcedor vascaíno, seu time usar sua camisa em jogadores que em outra ocasião jamais vestiriam este uniforme consagrado. Um clube mergulhado em dívidas com problemas até pra banhos de seus jogadores na sede, vaquinhas para pagar salários e com certeza os piores goleiros que já vestiram a camisa do Vasco da Gama numa temporada. Triste pela fama de Roberto Dinamite, que há um ano e meio tinha em mãos um elenco bom e bem dirigido.

Sobre o Fluminense, os problemas extra campo, ou seja, políticos, foram seu maior adversário. Mesmo com as ausências cruciais de Fred e Carlinhos, por lesões “incuráveis” no DM tricolor, o elenco tinha condições de se manter na série A. Agora, dirigido por um presidente e dirigentes amadores, por pessoas sem experiência e conhecimento no ramo, tudo fica mais difícil. Surgem erros grosseiros, como tentar a sorte com jogadores ainda despreparados e pior, visivelmente mal escolhidos, sem que se veja sinal em nenhum deles que justifique suas escalações.

Disse aqui em minhas primeiras colunas, é só olhar, que aqueles que pensavam que bastavam dois ou três reforços, como eu lia nos jornais, cairiam do cavalo. O Fluminense precisava de uma reformulação geral. O modelo já não dava. Entretanto, mesmo desgastado e sofrendo, dificilmente nas mãos do comandante que no ano anterior erguia a taça, Abel, acredito que o time caísse. 

Temo por Vasco e Fluminense na série B. O Vasco, por ficar imaginando como irá se reerguer em meio a este caos. E o Fluminense, qual dos dois Fluminenses escolherá: o daqueles que militam no ramo do futebol profissional ou daqueles que invadiram o clube atrás de cargos, fama e aventuras, vindos de outras origens e profissões?

Com o tempo falarei um pouco da Seleção e do sorteio da Copa, que, aliás, não tem muito o que falar, porque há algumas Copas o Brasil vem pegando chaves generosas. Mas até o sonho final são 8 jogos e pra chegar lá você tem que passar por esta fase. Então vamos aguardar.



Boa semana a todos, campeões, libertados, satisfeitos ou rebaixados!

domingo, 1 de dezembro de 2013

E AÍ, MANÉ, QUE SAUDADES!
























Amigos e amigas,

Vou dedicar esta minha coluna a duas homenagens. Uma ao mestre Nilton Santos, falecido esta semana, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. E outra, ao título conquistado pelo Flamengo, na Copa do Brasil. Alguns podem perguntar: “e o Brasileirão? Não vai dizer uma palavrinha?”. Não. Em respeito a você, leitor, ao torcedor simples e ao futebol brasileiro, não vou digitar palavras sobre esse final de Brasileirão porque nem ele merece a credibilidade que eu gostaria de dar, nem vocês as palavras que eu postaria. Não existiria progresso algum, vantagem alguma, compreendem? Tenho até que explicar antes de falar das homenagens que citei, que as razões vão desde um péssimo futebol jogado e a credibilidade de alguns jogos nesta etapa. Não me perguntem se quero insinuar ou me referir a roubos de arbitragem, entregas de resultado, corpo mole, teorias de conspiração ou outras ilicitudes. Eu não sou da Polícia Federal. Eu não sei o que se passa na cabeça dos cartolas e nem quero saber. Eu não imagino as ideias dos mafiosos. E não tenho vocação pra sustentar suposições sobre adivinhações tipo Mãe Diná. Fique à vontade para fazer seu julgo. Este atual futebol brasileiro, jogado neste campeonato excessivamente longo e que aliado a um regulamento de pontos corridos propiciam e atraem ilegalidades e transações espúrias, não merece uma linha sequer, ao menos hoje, em respeito à coisa maior. E vamos a elas!

Como falei acima, mais um mestre deu adeus. O lateral que jogava um futebol que hoje, Zagalo disse muito bem na sua despedida, seria o correto de se jogar. O eternamente moderno Nilton Santos sabia, na sua simplicidade e imensa categoria, que futebol não tem época, não tem data marcada. É simples. Se bem jogado, a bola gosta de você e parece que lhe confere poderes divinos. Ele disse isso, certa vez, treinando um time em Brasília, ao abandonar os jogadores durante uma preleção no campo, contrariado ao perceber o desinteresse da molecada. Foi curto e grosso: “Tomem aqui o apito. Vou tomar banho e ir pra casa. Tá pensando que eu vou perder meu tempo e me aborrecer com uma garotada que pensa que o futebol começou há 10 minutos?”. Esse era o Nilton. Franco, sincero, amigo, experiente e de uma humildade que só os grandes monstros sagrados do futebol alcançam. Foi reserva em 50. Viu a tragédia de perto e depois protagonizou atuações e colaborou com a glória do futebol brasileiro na Copa de 58 e 62. Fora a dignidade e respeito que conquistou no Botafogo, o clube de sua vida. Descanse em paz, eterno Nilton! Creio que Mané Garrincha, seu inseparável parceiro, está lá em cima rindo e brincando por receber mais um de sua turma.

Ao Flamengo, vai à homenagem pela superação, pelo esforço de seus jogadores. O título é deles, dos jogadores. Mas cabe aqui um parabéns especial ao excelente Jayme. Ele soube montar um time com a cara do Flamengo. Mesmo depois de perder um pouco a força no ritmo intenso que impôs na decisão, não deu chance a um time competitivo, como o Atlético PR. O Flamengo também foi extremamente competitivo, porém mais habilidoso. É evidente que este time não joga a bola que sua torcida se acostumou a ver, que está longe de ser o time dos sonhos, mas que com certeza alcançou o máximo que poderia dentro das limitações que dispõe. O nome do jogo: Luis Antônio. Do Fla na Copa: Hernane. Um tricampeonato merecido.


Bem pessoal, vamos a mais uma semana. A primeira do fim do ano. Paciência e olho aberto.


Abração a todos!

domingo, 24 de novembro de 2013

JABÁ: EXISTE OU NÃO EXISTE?



Gente, esse assunto é manchete todo ano em todo final de brasileirão. Mais ainda que nos outros campeonatos. É papo de esquina, de jornal, de TV, de quem diz que entende, de quem confessa que não entende, enfim, é a grande polêmica. Polêmica que começou, principalmente, quando o futebol se profissionalizou, mas que de 20, 30 anos pra cá, devido à montanha de dinheiro que rola no futebol e a perda de valores da sociedade em geral se acentuou bastante.

A minha opinião se existe ou não o tal jabá, o acerto no futebol, é: ÀS VEZES. Isso aí. Às vezes acontece. Essa minha opinião é antiga, já ouvi muita teoria da conspiração e vários fatos ficaram famosos por causa dela no futebol. Meus argumentos são os seguintes: em primeiro lugar, a vivência que tive dentro deste esporte, convivendo com diversos jogadores. O que naturalmente me levou a conhecer outras coisas, como também age quem está envolvido, mas fora das quatro linhas. Já fui questionado algumas vezes com aquelas duas perguntas de sempre: mas como pode haver arranjo? Os 22 jogadores combinam a mutreta? Ou aquela pragmática: sim, mas cadê as provas?

É respondendo a estas duas perguntas que exponho meus argumentos. Primeiro, pra você “armar” um resultado não é preciso combinar com os 22. Se um jogador estiver vendido ou na mão de alguém e, às vezes, o elenco nem sabe, ou o próprio juiz, como já é até certo ponto comum, é o suficiente. Também nem sempre existe dinheiro na jogada. Às vezes há comodismo e coleguismo, sim. Vai longe o tempo em que, em vários jogos, você via aquele arranca rabo dentro de campo e que durante a semana ou semanas, eram trocas de acusações verídicas de parte a parte. Hoje este expediente nem em marketing cola mais. Os caras são amigos, são empregados do empresário e não do clube. Se o feijão, pra não dizer outro alimento mais nobre, estiver em jogo, aí a coisa muda de figura. Mas quando o resultado não é necessário e algum jogador já foi até negociado, por exemplo, várias coisas são passíveis e possíveis de acontecer. Sobre as provas, ora, pro inferno com elas. Alguém aqui tem prova que a Argentina armou na Copa de 1978? Alguém aqui tem prova de que o Brasil vendeu a copa pra Nike em 1998? Eu, por exemplo, no segundo episódio, não creio. Acredito na versão oficial do meio, onde Ronaldo teve um “piti”, uma crise nervosa poucas horas antes do jogo, devido à carga emocional que carregava naquela Copa. O resto foi tudo o que foi narrado pelo Zagallo e pela comissão técnica. O fato é que voltando ao estádio da final, “Stade de France”, na França, Ronaldo comunicou que estaria se sentindo melhor. Já medicado, inclusive. Você teria coragem de deixar de fora o homem gol da seleção naquele momento? Complicado achar que todo mundo recebeu “algum” por fora da Nike, e que “algum”! E que ainda levará isso pro caixão. Complicado e arriscado. E estamos falando de Copas do Mundo. A de 74 protagonizou um empate entre as duas Alemanhas, que segundo o próprio povo alemão, foi um capítulo vergonhoso do futebol. Então por que é que não vai acontecer no Brasileirão do Sr. Teixeira? Ops! Do Sr. Nabi! ihhh! To escorregando na memória... do Marin, o homem que acusaram de levar a medalha lá do rapaz! Evidente que muita coisa existe. Tanto pra meter a mão na taça quanto meter a mão no ralo da segunda divisão do futebol brasileiro. A transação existe tanto em cima quanto embaixo. Agora, quem são? Como são? Alguém agora esta roubando alguém em algum lugar do Brasil. Alguém sabe aonde e tem provas?

O escândalo do momento seria o do Vasco 2 x 1 Cruzeiro ontem no Maracanã. Após clara leitura labial do jogador da foto aí acima. Sinceramente eu chego até a pensar, pelo que realmente parece, ou seja, que ele disse e que se imaginou e deduziu, o fez de propósito. Os caras sabem que tem câmera filmando até eles se coçando mais intimamente. Qual é a do Júlio Baptista dizer para um zagueiro como o Chris, uma ameaça maior ao Vasco que ao adversário: “faz logo outro”? Será que o Julio achou que o Chris é porta voz de alguma coisa por ser capitão ou desequilibra? Para com isso, né? A verdade é que a credibilidade no esporte, particularmente no futebol, onde rola muita grana e muitos interesses, foi pro brejo há muito tempo. E as empresas de marketing e poderosas emissoras e anunciantes que investem bilhões, se esforçam ao máximo em passar a imagem de lisura de uma competição que eles mesmos jamais deram o exemplo de honestidade. Agora, muito cuidado para não generalizar. Nem tudo é o que parece. Não confunda time vendido com time perdido. Nem cabeça de chave com cabeça de bagre. Muita atenção e muita calma nessa hora.

Observação: meu recado sem SMS ao Felipão: - “Não passa o cadeado na porta, você já não tem um meio campo muito criativo, ou melhor, nem meio campo tem. Vale a pena você esperar pelo Ganso, hein? Se houver campanha, aí é que você não chama. Só pelo prazer de contrariar. Mas não tem espaço pra birrinhas e teimosia em se tratando de uma Copa do Mundo no Brasil e de um jogador que parece estar recuperando seu magnífico futebol”.

Quem puder, dá uma olhadinha no tape do gol que não entrou da jogada antológica do Ganso contra o Botafogo no empate de hoje no Morumbi. Você esquece por momentos, rapidinho, o lado podre do futebol.

Uma bela semana a todos.

Fernando Afonso

terça-feira, 19 de novembro de 2013

BRASIL: O PROBLEMA É A TAL DA INTENSIDADE

















Jogo duro. Dura também foi a transmissão do locutor oficial. A toda hora eram pérolas do tipo: “Peço desculpas aos telespectadores porque a transmissão não é nossa. As imagens são geradas por uma empresa que comprou o evento”. E daí, Galvão? Vocês receberam de graça e repassaram de graça também? Outra: “Nesse campo se joga beisebol. Em meia hora eles trocam a grama artificial e colocam a grama natural por cima”. Espetáculo, né Galvão? Tremenda modernidade e tecnologia. Só que a gente viu outra coisa. Risco de lesões por desníveis. É evidente que nunca o piso fica igual. Curso da bola rasteira sofrendo variações, enfim, melhor a CBF marcar com uma boa empresa, mas que contrate também uma equipe de jardineiros e peça ao público para fazer silêncio. Porque as praças escolhidas para fechar o ano não tem públicos com afinidade ao futebol. Aplaudem até pênalti no travessão.

Na arquibancada é tudo, desfile de modas, lazer, michês atenciosas, tem de tudo. Ao menos o adversário foi bem escolhido. Agora, como disse lá em cima, a tal intensidade, uma das novidades que o Galvão inventou e disse umas 30 vezes até ela diminuir, não é bom negócio, não. Na verdade está se dando nome ao que se chama de pressão, meia pressão, etc, variações de marcação. E ninguém aguenta aquele ritmo de marcação, que eles se referiram, do começo ao fim, em um jogo oficial, com três substituições. E na Copa nem todas as seleções que iremos enfrentar tem a ingenuidade que tem o Chile de ainda dar certos espaços que colaborem pro êxito das jogadas ofensivas.

No mais, as preocupações com o tipo de jogo do David Luiz. Ele não joga limpo. Os árbitros europeus não costumam aliviar com essa mão na cara do adversário que ele usa todo jogo quando se vê apertado. Já imaginou? Melhor não levar lateral esquerdo se tiver que usar o Maxwell para cumprir numeração. Não se pode dar a esse luxo. Usar o Neymar enfiado não é bem a ideia, né? Ele pode não ficar imprensado ali no canto onde o Hulk jogou, fazendo, aliás, boa partida, mas uma vez sendo usado no meio, tem que vir de trás.

Fica de positivo o empenho dos jogadores, o bom ambiente visível, a firmeza do Paulinho, a esperança no futebol do Willian, porque eu ainda não fechei com o Oscar na minha cabeça, e a certeza que o lateral direito tem que ser o Maicon mesmo, além da importância de se ter o Robinho, que joga o futebol brasileiro, metido nesta lista de competição. Vamos aguardar a recuperação do Fred, ver no que dá o seu retorno e esperar que haja consciência da importância de se marcar, no mínimo, mais 3 jogos de gabarito, em países de tradição no futebol, e com um gramado parecido com o que será utilizado na Copa. Tudo que vai ser fazer daqui por diante, tem que lembrar até o clima previsto para Junho de 2014. Tudo!

OBS: ficou definido, praticamente, que Felipão não vai se utilizar de nenhum meia armador. Meio campo na seleção é rota de passagem, é bola roubada e tome contra ataque. É uma ideia perigosa. A tendência de quem joga contra o Brasil, ainda mais no Brasil, é se fechar. E sem o toque, a criatividade, a malícia e os recursos de criação de um meio campo, vai ficar difícil esperar uma Argentina ou uma Itália, só para citar, dar campo a seleção para serem surpreendidos pela velocidade de Robinho, Neymar, Willian, etc.

Fico devendo uma pincelada pelos outros jogos de França e Portugal, por exemplo, mas fica pra outra.


Valeu pela leitura!


Abraços!

domingo, 17 de novembro de 2013

CONTAGEM REGRESSIVA PRA COPA




















O tempo voa. Sem contar o final do ano, estamos a 6 meses da Copa. Não sei até que ponto tiramos algum proveito da vitória de 5 X 0 sobre Honduras, ontem, nos Estados Unidos. Honduras é uma seleção desqualificada e não seria ela que nos tiraria de uma Copa ou nos surpreenderia. Corremos sim o sério risco de perder um jogador importante diante de uma linha de zagueiros e defensores que mais pareciam estar num ringue de MMA.

Talvez a outra boa conclusão tenha sido a que cansei de contestar aqui, que seria a importância de Neymar ir para Europa para aprender o que não aprendeu no Santos. Independente da violência daquele time de beisebol, a escolha de jogo de Neymar não serve e não favorece a seleção. Domina e vai voltando a jogada. E o adversário tome no tornozelo dele. Joga pra frente, Neymar! Não espera a falta! Não lhe faltam repertórios e bola pra isso. Jogador tem que correr o risco de perder a bola tentando uma jogada individual. É melhor que perder errando um passe.

Agora, para finalizar em seleção brasileira, só Chile e África do Sul pela frente, meus amigos? Me digam que estou sonhando... Temos a necessidade absoluta de no mínimo mais 3 adversários de qualidade antes da Copa. Senão, não vai adiantar o planejamento e o treinamento mais perfeito que se fizer. Já dizia o mestre Didi: treino é treino. Jogo é jogo.


CRUZEIRO CAMPEÃO BRASILEIRO

Como todos já sabiam e esperavam, o Cruzeiro carimbou seu título. Agora é oficial e com firma reconhecida. Cruzeiro tricampeão brasileiro, com todo merecimento e todas as honras ao time mineiro. Parabéns, raposa!

Outro que deve carimbar a meu ver um título nos próximos dias é o Flamengo, como tricampeão da Copa do Brasil. Apesar de haver um equilíbrio (o Flamengo melhorou e chegou ao nível do futebol jogado pelo Atlético Paranaense), camisa e ascensão pesam muito nessa hora. Por isso considero o time da Gávea favorito absoluto ao título. Além da união que conquistou comandada por Jayme e desenvolvida dentro do campo.

O Botafogo vai brigando pelos últimos pontos que justifiquem tanta luta para não dar em nada. Está em suas mãos, ou melhor, em seus pés a chance da Libertadores. Só depende do time da estrela solitária.

Já o Fluminense, deu uma boa respirada. Não por ter demitido Luxemburgo, mas sim por ter encontrado dois adversários seguidos num momento chave de sua campanha. E mesmo assim hoje, até com a sorte voltou a contar. Já respira mais aliviado, mas é bom manter os olhos abertos, bem abertos.

O Vasco, para terminar, é que é um caso muito sério. Poderia dizer muita coisa, mas prefiro me expressar da seguinte forma: eu não sei se para a torcida do Vasco tem sido mais dura a percepeção iminente de queda para a 2ª divisão ou assisti-la em capítulos, como no futebol jogado hoje frente ao Corinthians, no Pacaembu.


E segue o barco!


Boa semana!

domingo, 10 de novembro de 2013

BRASILEIRÃO 2013: SONHOS E PESADELOS


Faltam 5 jogos para o término de um dos piores campeonatos brasileiros que assisti. A sensação é de faltar 5 minutos, não é? Seja como for, quem viu essa montanha de jogos até agora e não está disposto a tapar o sol com a peneira, há de concordar.

Praticamente campeã, a torcida do Cruzeiro bem que merecia mais emoção neste final. Começou a construir uma conquista já no final do ano passado. Eu vi um dos 3 últimos jogos do Cruzeiro em 2012 e já percebi alguma estrutura e harmonia, fora as virtudes individuais de alguns garotos. Verdade que o Cruzeiro se reforçou mais ainda. Mas, ficou tudo mais fácil com o planejamento pensado ano passado.

O que não é o caso do Atlético Paranaense, que apesar de fazer um campeonato muito bom e regular, ouvi um dirigente dizer, em resposta aos que concluíram que fora devido a um planejamento antecipado, que o Atlético teria entrado no Brasileiro apenas pensando em não cair. Um dos motivos era a ausência de seu estádio como apoio.

No mais poucas coisas aconteceram. Houve a recuperação do São Paulo capitaneada por Muricy e sua ascendência sobre este clube jogando também um campeonato paralelo absurdo; a aposta de Renato Gaúcho em usar o gás do Grêmio todo sem medir conseqüências; a letargia crônica que resolveu voltar a General Severiano após 1 ano de futebol às vezes brilhante apresentados pelo Botafogo e seu ídolo Seedorf; e o Flamengo, eu ia me esquecendo, disputa como o São Paulo uma competição paralela de calendário inédito e estranho, justo ao final de temporada dos jogadores. A sorte do clube rubro-negro foi ter achado Jayme à disposição. Senão, não sei não...

Daí pra baixo, aquela troca de agonia rotineira. Hoje, na rodada nº 33, tivemos uma inversão de dois grandes na zona de rebaixamento. Sai o Vasco, de um time crivado de problemas técnicos, médicos, organizacionais, sem um goleiro à altura de suas tradições, e entra um Fluminense estranhamente apático e estranhamente passivo. Um Fluminense onde um presidente confirma sua candidatura a menos de 3 semanas das eleições e argumenta que ela é necessária para evitar a volta dos malfeitores. Como vemos, um objetivo e tanto, não é? Talvez isso explique uma das razões do time de um dos maiores patrocínios do Brasil entrar na zona de rebaixamento.

Ainda creio que algumas coisas irão mudar e nem tenho o menor palpite de quem irá cair. Vejo o clube da Gávea como favorito para levar a Copa do Brasil. O Cruzeiro como campeão brasileiro de 2013. E lá pra baixo, meu amigo, a julgar pela performance de Fluminense, Vasco e Criciúma, bom anotar o Bahia aí também, nem em sonho ou pesadelo eu acredito e aposto nos dois clubes que se juntarão, por enquanto, a Ponte e o Náutico. É depressão demais discutir sobre isso.

Que venha logo a Copa do Mundo de 2014 para nos trazer esperança de um futebol bem jogado (pelo menos algumas partidas), e aquele clima e alto astral de Copa do Mundo. Ainda mais em nosso território.



Aquele abraço!

domingo, 3 de novembro de 2013

Futebol moderno ou à moda antiga?




E mais... você é Tricolor de coração?


Já perdi a conta de quantas vezes fiz este debate por aí. Meu Deus do Céu! Mas durante esta semana o assunto voltou às TVs e esquinas. Quando se comemorava, inclusive, o aniversário de vida de Mané Garrincha, li excelente crônica do Juca Kfouri parabenizando o demônio das pernas tortas. E confesso que li coisas que beiravam a paranóia.

Pra começar vou usar dois ícones do futebol, cada um em sua época. Logo que você abre o blog vê o primeiro à sua esquerda: Leônidas da Silva, década de 1930/1940; e no outro extremo: Ronaldo Nazário, 1990/2000. Podemos dizer que cada um foi bom em sua época, como muitos dizem. Mas simplesmente esta dedução não é clara. É obvio que foram. Mas o que querem dizer com isso? Querem dizer o de sempre: que o jogador do passado, um craque como Leônidas da Silva, não poderia jogar hoje, no presente.  Mas aí eu pergunto: e o Ronaldo poderia na época do Leônidas? Isto distingue claramente que você julga as qualidades e feitos de um jogador de futebol levando em conta ciência, tecnologia, estrutura de um clube de futebol etc. Meu amigo, Garrincha faria o que fez em qualquer época, em qualquer ano. Pois teria à sua disposição tudo o que Ronaldo, Romário e Messi têm ou tiveram.  Já certos jogadores que brilham hoje por conta deste aparato que inclui peso de bola, material esportivo, qualidade de campo, transporte, planejamento, programação e por aí vai, com certeza não brilhariam no passado. Só neste Campeonato Brasileiro vi como hoje no Fla x Flu  mais de dez jogadores diferentes perderem gols a um ou dois passos da linha de meta, com o gol vazio e a bola à feição.

Eu acredito que Ronaldo jogasse no passado, sim. Mas lhes garanto que não chegaria nem perto de onde chegou. Não teria as lesões que teve sendo tratadas como foram as de Mané Garrincha: na base da injeção no joelho. Fora outros detalhes, como aspectos financeiros. Comandar treino físico num Centro de Treinamento com variados equipamentos à sua disposição é bem diferente do que dirigir um treino físico num convés de um navio, como fez Paulo Amaral com o time do Botafogo em excursões mundo afora. Para o atentado se consumar vem aquelas conversas:
Messi x Neymar, Maradona x Pelé, Garrincha x Robinho, Fulano x Cicrano etc.

De repente tudo que se fez no passado não vale nada, pelo visto. Beethoven devia ser um curioso da música, assim como Vinicius de Moraes. Ayrton Senna daqui a alguns anos, será considerado superado, uma tartaruga.  Por isso, numa roda de boleiros, experientes ninguém admite comparações incluindo o nome de Pelé. Toda a geração dele já sabe que ele estava acima. Foi perfeito em todos os fundamentos.

Façam um favor ao futebol, já tão castigado, não confundam estrutura, suporte técnico e o que você vê hoje ao vivo e à cores, com os escassos tapes que te mostram do passado. Dois contra dois, lá na frente e zagueiro fazendo profundas feridas na cabeça dos atacantes, raramente você via. Eu asseguro que muitos só conseguem entrar em campo hoje porque o desconhecimento, o apadrinhamento, o marketing e todo um suporte esportivo, assim o permitem. Do contrário não sei dizer que papel teriam nos anos que você tinha que convencer através do seu futebol.


Flamengo 1 x 0 Fluminense

Uma pontinha de comentário sobre a hilariante e ao mesmo tempo deprimente semana que o Fluminense ofertou aos seus torcedores. Me refiro à novela Luxemburgo, o modo atual da Diretoria, a relação com o patrocinador e outras cenas amadorísticas. Vejo hoje a torcida do Fluminense, revoltada com a derrota para o time misto do Flamengo, cuspindo marimbondo, disparando em cima de Luxemburgo e tentando achar alguém pra Cristo.

Caro Tricolor: curto e grosso! Anote aí! O time não faz mais de dois gols em uma partida desde 02/06/2013. Não venceu nenhum dos 10 clássicos que disputou este ano. Seus dois melhores jogadores: Fred e Carlinhos estão afastados por graves lesões. Abel ainda estava no clube, não deveria ter sido demitido, mas o time já ia de mal a pior. Do meio campo pra frente as opções de Luxemburgo são as que vocês têm visto. Desnecessário nomes prodigiosos como, Caio Junior, fórmulas mágicas ou conjunturas do milagre, como em 2009. Aquele time queria. Este não parece querer. Vários jogadores em campo não demonstram empenho e não fecham um jogo como destaque isolado. Este é um dos maiores sintomas de que há “outros” problemas com o Fluminense. Apesar do ano político eleitoral, quem deve saber é o atual Presidente. Por menos que conheça futebol, com certeza sabe. Agora, pra confirmar os fatos que suspeito aqui, só ele criando coragem e vindo a público citar nomes. Será que ele virá?

Boa semana a todos!



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CRÍTICAS E ABISMOS




















Poucas novidades e realidade dura nesse Brasileirão 2013. Nunca é bom um time disparar como o Cruzeiro disparou. E olha que ele ainda deu uma colherzinha de chá, mas tanto Botafogo, com uma inexplicável apatia e aparente indiferença as suas cores, quanto o Grêmio, não se animaram em fazer o dever de casa. A emoção num péssimo campeonato desses acabou ficando de cabeça pra baixo. No virar da tabela. Ali estão em 18º e 16º lugar, Vasco e Fluminense, começando a viver um trauma já conhecido por suas torcidas.

Enquanto o Fluminense teve ao longo da competição jogos e situações bem mais fáceis de escapar da posição amarga que se encontra, além de mais recursos e opções, o Vasco parece ter esgotado todas. A começar pelos goleiros. É inacreditável, tendo os ex-goleiros Marcio e Carlos Germano trabalhando na preparação dos goleiros do clube não terem avaliado corretamente os atuais. Goleiros sem fundamentos básicos para a posição. Em muita equipe de 3ª ou 4ª divisão você adquire por empréstimo um bem melhor. É posição chave. Assim como era a de Dedé e assim como são as da zaga do Fluminense e porque não de seu ataque que chega a uma marca talvez inédita em sua história: completará domingo 5 meses sem marcar mais do que 2 gols em uma só partida.

O Vasco demitiu o seu técnico hoje. Não creio que seja o caso de demitir Luxemburgo. Já erraram ao demitir Abel. Mas me espanta no treinador insistir em soluções que já provaram não dar certo. Os 2 clubes irão sim passar muito apertado. Dias de muita agonia e muita conta. Eu não faço a menor ideia e não tenho o menor palpite. Aliás, sou contra clubes que já alcançaram mais de 3 títulos brasileiros caírem sem uma repescagem anterior. Isso é contraproducente no futebol. Além do mais, aqui não é a França ou a Holanda, onde há exposição igual e você atravessa de metrô pequenos percursos para jogar com adversários. Aqui é prejuízo e nome na lama na certa. Desgaste total para imagem do clube. Sofrimento e tristeza para suas torcidas.


ROGER X ALEX

Vale tocar na notícia que li sobre um desentendimento do jogador Alex, do Coritiba, e o hoje comentarista, Roger. Alex teria acusado Roger de, tendo sido vitrine no passado, hoje abusar e atirar pedras em demasia com vontade. Não ouvi qualquer resposta de Roger sobre até o momento. De qualquer forma, sem saber quem está com a razão, admiro muito Alex, mas o que tenho visto dos comentários de Roger na TV tem me agradado bastante. Principalmente pela sinceridade. Se o negócio é virar ex-jogador e ir pra TV cumprir um código de honra, que na verdade é um código entre amigos, e contar historinha pra gente ouvir, melhor escutar um repórter com notícias do campo.

O brasileiro precisa aprender a lidar com as críticas. Se você é profissional em qualquer setor ou função na vida, está sujeito a críticas e elogios. Se só sabe conviver com os elogios, não é um profissional. As críticas engrandecem. Se estiverem certas, te ajudam a progredir. Se erradas, no mínimo a refletir e conhecer melhor as pessoas. Complexo idiota e corporativista.


Vamos à reta final!


Abraços!


domingo, 20 de outubro de 2013

O FUTEBOL SEM DIETA DE WALTER


















Amigos, é com algum atraso que falo sobre o jogador que, pra mim, é até o momento o melhor no Brasileirão. Apesar de Paulo Baier também ser a surpresa de todo ano, ele não tem a regularidade, os recursos e a força do Walter, do Goiás. Num time bem montado e não sendo tão dependente do rendimento dos demais, quando a coisa está feia ele chama a responsabilidade criando ou definindo, como hoje na vitória contra o Atlético Paranaense. Naturalmente chama a atenção seu porte físico surpreendentemente avantajado.


Tivemos no passado jogadores como Claudiomiro, do Internacional, Jeremias, do América, o próprio Coutinho que jogou ao lado de Pelé, que desafiavam os nutricionistas. O peso nem sempre é obstáculo pra todos. Evidente que poderia render mais, mais leve. Mas não se briga com o biotipo, que não perde explosão e se mostra eficiente em 90% dos jogos. Ele podia ser um jogador de força, mas como a maioria que tem por aí, sem um bom domínio de bola, uma ótima colocação, muita seriedade, simplicidade e regada a um arremate certeiro. Isso tudo o torna diferenciado neste fraco Campeonato Brasileiro.

Na 30ª rodada pouca coisa mudou na parte de cima. Se o Cruzeiro é derrotado e vai mal, como há 4 jogos, seus concorrentes diretos não têm força para se aproximar. As emoções ficam por conta dos retardatários. Usando de sabedoria e competência, Jayme já afastou o Flamengo do sufoco. Mais duas vitórias e creio não haverá mais perigo. É um time fraco, mas que ainda conta com o estupendo futebol de Léo Moura, a seriedade e esforço da garotada e de jogadores como Val. Aquele que não tem pinta de jogador, não é tão bonito fisicamente como alguns do Fluminense, por exemplo, mas que luta com tudo suor pelo seu time.

Já o Fluminense, começa a ir caindo. Sua situação pode ser melhor do que a do Vasco na tabela, mas suas medidas paliativas vão se esgotando. O time continua lento, sem criatividade, com raríssimas jogadas de penetração e agora, para piorar, com a bola queimando nos pés dos garotos e os nervos começando a ficar claramente à flor da pele. Como citei o Vasco, também é dramática a situação da Cruz de Malta. Já existe a revolta da torcida e as soluções vão se limitando somente à luta e correria. Ou, jogando nas costas do craque Juninho Pernambucano a bola sagrada que os livre do sufoco.

Fechando com o Botafogo, já que falei praticamente só do futebol do Rio, apesar de um rendimento positivo desde o início do ano, ainda é um time irregular. Mesmo com Seedorf trazendo a tônica da categoria e seriedade aos jogadores, alguns ali parecem que têm dificuldade de abandonar a máscara e não se doam como o time necessita. Principalmente nesta reta final.

No mais, é torcer para que o bom senso prevaleça e a TV não force barra para jogos às 16:00. Será que ela iria se responsabilizar pela morte por exaustão de algum atleta, em fim de temporada, jogando num sol de 15:00, em uma cidade do Nordeste ou mesmo do Sudeste?


Boa semana a todos!


domingo, 13 de outubro de 2013

E SEGUE TUDO EMBOLADO




Antes de falar do Brasileirão, vamos dar um pulinho ali “perto”, na China, pra tentar entender esses dois jogos já no final do ano. O da Coréia, ainda existe o argumento de um possível enfrentamento com uma seleção classificada e que tem em seu estilo de jogo ainda uma incógnita. Não creio que vá surpreender, mas pode atrapalhar. Agora, essa ideia de jogo na China, contra Zâmbia, já fica cheirando a retorno financeiro. Não há nada que se vá trazer de lá como experiência e aplicar na Copa do Mundo. Acho muito difícil. Ao menos o Neymar está lembrando dos beques do Brasil e tomando umas bordoadas por trás, o que talvez não aconteça no próximo jogo. É um erro a seleção não fazer no mínimo 15 jogos oficiais antes da próxima Copa do Mundo. Principalmente contra times da América do Sul.

Voltando ao Brasil, salvo os dois extremos da tabela, Cruzeiro favoritíssimo ao título, Náutico a cair e lá na série B, por que não o Verdão já de volta à série A, o resto, tá tudo encaixotado. Poucas novidades, poucas surpresas. O nível técnico não tende a melhorar, mesmo com a aproximação do final. Menos preparo físico, menos condições pra desenvolver um jogo de melhor qualidade. E pra quem está no estaleiro há algum tempo, já se acostumou tanto com o chinelinho que nem precisa guardar. Em menos de 2 meses estará usando em alguma praia. Numa crônica rápida dos jogos, num destaque para Botafogo x Flamengo como clássico no Rio, e São Paulo e Corinthians, em São Paulo. O Botafogo só provou a si mesmo que o vacilo absurdo em duas partidas no mínimo, lhe tirou a chance de estar agora a uma vitória do Cruzeiro. O Flamengo, a certeza de que muito há de se reforçar, pra almejar um passo mais largo. Em São Paulo, Rogério Ceni desperdiça mais um pênalti ao apagar das luzes e o São Paulo retorna ao sufoco. Embora algo me diga que sua situação é mais cômoda que a do Vasco, que não suportou a pressão do poderoso Criciúma e já começa a caminhar a passos largos para a degola.

A julgar pelo jogo que fez no sábado, com aquela camisa de sinalizador de trânsito que chega a arder a vista dos espectadores e um futebol que dói mais ainda, tanto a retina quanto no peito do torcedor, o Fluminense que siga em estado de alerta máximo. Luxemburgo andou cometendo erros na quarta contra o Vasco e ontem num empate contra o Grêmio. Ambos nas substituições. Quando você está capenga, desfalcado de seus melhores jogadores e consegue achar uma fórmula ao menos razoável pra compensar, tudo que você faz é mexer pouco e não inventar. Justo o que Luxa não fez esses jogos. Substituições equivocadas na quarta feira, numa tacada só, e ontem novamente. Com sua experiência e visão de futebol, já devia ter percebido que os garotos do clube, com exceção do Biro Biro, que não veio do clube, não animam. Mesmo a situação complicada do time não serve como álibi para as fracas atuações dos estreantes. O gol do Grêmio já fora esquisito, o do Fluminense foi sem dúvida, o do personagem das crônicas do saudoso Nelson Rodrigues. Pra mim quem fez aquele gol não foi Rafael Sóbis. Foi o tal Sobrenatural de Almeida. Deem uma olhadinha lá no vídeo que vocês vão me dar razão.

No mais, meus amigos, é isso aí. Jogos embolados, grande quantidade de passes errados, furadas bisonhas, erros inadmissíveis de fundamento, tudo que o torcedor não merece e que credencia este campeonato de 2013 como um dos piores da história do futebol brasileiro.

Vamos torcer pra coisa melhorar. Se é que há como melhorar.


Aquele abraço.

domingo, 6 de outubro de 2013

A VINGANÇA DOS TÉCNICOS BOLEIROS

























No atual e fraco Brasileirão 2013, vale ressaltar também alguns destaques positivos. Uns dentro do campo, poucos, mas existem, e outros nas áreas técnicas. O trabalho de alguns técnicos, essencialmente boleiros, quem sabe começa a jogar por terra infindável mito dos treinadores teóricos.

Jayme, no Flamengo, tem provado isso nos jogos que já dirigiu. Com elenco abaixo da média consegue dar algum padrão de jogo ao Flamengo e reconhecer defeitos e qualidades invisíveis aos olhos dos estranhos ao gramado. O mesmo acontece com Marcelo Oliveira, ex-meia de qualidade do Atlético-MG e Renato Gaúcho e Vanderlei, estes dois últimos já mais manjados no futebol.

Marcelo Oliveira, como eu disse aqui semana passada, dirige o quase campeão Cruzeiro com competência e um futebol solto em um time bem armado. Vanderlei Luxemburgo, em meio a uma série de dificuldades, políticas, de elenco e médicas, vem dando nó em pingo d’água e desfazendo rótulos a seu respeito.

Aliás, para mim, Luxemburgo é o melhor técnico em atividade no país. Tenho essa opinião há algum tempo. Uma de suas maiores virtudes é tão logo percebida uma necessidade, como uma troca ou uma mudança tática, ele o faz sem protelar, sempre em busca da vitória.

Apesar de polêmico, Renato Gaúcho merece entrar nessa lista. Com tantos ou mais rótulos que Vanderlei Luxemburgo, e para muitos apenas um motivador, Renato, através da motivação e do grupo nas mãos, consegue ao menos o que muitos não o fazem nos computadores e nos quadros imantados cheios de setas.

Não estou dizendo com isso que algum treinador, basicamente teórico e sem origem na prática do campo, no meio do futebol, não tenha condições de sucesso. Ou que qualquer boleiro nato esteja habilitado para ter sucesso. Mas as chances são muito maiores.

Muitos argumentam usando o termo modernidade, mas não sabem onde ela se encaixa nesse trabalho. É evidente que você tem que ter uma boa diretoria esportiva, com vice de futebol, supervisores (atuais gerentes de futebol), um departamento médico qualificado, com uma fisiologia e psicologia bem integradas, uma preparação física de conceitos específicos e qualificados, bons auxiliares, etc, etc. Mas cada um na sua praia.

Muitos, após a perda da Copa de 74, invadiram o futebol com um discurso de que tudo precisava mudar, que os boleiros eram ignorantes e desatualizados. Na verdade foram vender seu peixe. E o vendem até hoje, tentando tirar essa diferença no diploma, no papel.

Tivemos os Parreiras sim, mas adaptados a um Zagalo e com a sensibilidade de saber que necessitava dele ao seu lado. Felipão teve de dividir tarefas para se encaixar, apesar de ter sido também jogador. E Deus sabe como. Mas é inegavelmente um treinador de sucesso. Osvaldo de Oliveira que ontem passou mal ao ver o Botafogo despencando, em minha opinião fisicamente, teve o bom senso de cercar-se de boleiros e ter um que ajuda e joga dentro de campo, que é o Seedorf.

Essa discussão volta e meia vem à tona. Aconteceu há 4 anos quando após gastar milhões com treinadores de pedigree e sobrenome, acharam um Andrade que deu um título ao Flamengo. Assim foi com Carlinhos, no próprio Flamengo, Muricy no São Paulo e Fluminense e Cuca, atualmente no Atlético.

A justiça está colocando os pingos nos “is”. Colocando cada macaco no seu galho. E provando que sem visão e conhecimento prático forjado na lida com a bola, suas chances são infinitamente menores de ao menos se manter no topo por muito tempo.

Principalmente num campeonato onde você tem que tirar um coelho da cartola, matar um leão por dia, treinar péssimos jogadores e aturar uma bola de menores dimensões e peso, conforme manda o padrão FIFA de bola na rede. E danem-se os artistas.


Boa semana!


Fernando Afonso

domingo, 29 de setembro de 2013

Raposa com a mão na taça




Mais um título brasileiro parece, vejam bem, parece se encaminhar para Minas Gerais. Como em futebol a gente já viu de tudo, cautela e caldo de galinha...  Aliás, num estado de onde saíram vários craques do futebol brasileiro, incluindo o maior deles, Pelé, depois Tostão, Dirceu Lopes e por aí afora só levou até agora dois títulos brasileiros, o que é muito pouco, o de 1971 e o de 2003. Agora, minha conclusão se baseia não pela distância que o Cruzeiro abriu, após vencer o Inter por 2 x 1 no sul, e sim pelo futebol que vem jogando. Time muito bem armado pelo Marcelo Oliveira luta o tempo inteiro, tem harmonia e muito conjunto. Fábio em grande forma no gol, Dedé hoje contra o Inter nos 2 x1, um gigante, jogando futebol a nível de zagueiro de Seleção, enfim, uma série de jogadas e bons jogadores, como Nilton, Éverton Ribeiro, que joga às vezes como falso ponta, com Willian fazendo uma diagonal em facão na velocidade, com Borges participando. E ainda se dá ao luxo de ter bons jogadores no banco. Se não houver nenhum acidente o bicho na cabeça em Belô é raposa.

O restante do campeonato, da rodada melhor dizendo, foi deprimente. O jogo do Vasco com o Bahia foi de dar pena. Já vi muita pelada de melhor nível. Juninho Pernambucano, jogador de talento, técnica refinada, naturalmente ficou absolutamente perdido. E ficaria do mesmo jeito mesmo que fosse mais novo. Flamengo e Criciúma no Maracanã, outra pelada de arrepiar. Mesmo favorecendo o rubro-negro carioca, que deu uma respirada na tabela. O detalhe: o jogador do Flamengo disputou uma bola com o goleiro do Criciúma, que não fez pênalti e ainda foi expulso. Que turma, hein!

No sábado, o Fluminense achou mais uma virada, desta vez contra o Goiás do tanque Walter. Vanderlei Luxemburgo hoje tem no, digamos, cinismo de seu time, sua maior arma. O time tricolor falha aqui, falha ali, daqui a pouco acha seu golzinho e vai somando pontos. Isso sem falar que Vanderlei está sabendo mexer e usar o fôlego da equipe com inteligência.

Fôlego me parece o problema do Botafogo. Não creio em queda técnica. Pois ninguém está conseguindo se salvar. O time todo está caindo de produção. Não sei dizer se o ritmo forte desde o início do ano contribuiu pra isso. O fato é que o Botafogo perdeu força e seu próprio mestre de bola Seedorf não mostra nem reação na fisionomia, em campo.


No mais, a entregação estranha e inexplicável do Corinthians, os treinos bem sucedidos do Atlético MG, o Grêmio sempre ali com sua força competitiva, mas é de arrepiar a má qualidade técnica neste brasileirão. O amigo leitor poderia dizer: você está sempre criticando o futebol brasileiro. Tudo bem, eu pergunto: que razões o que eu vejo na telinha ou nos estádios me dão pra dizer o contrário?

domingo, 22 de setembro de 2013

BRASILEIRÃO 2013: O DESTAQUE AGORA É A MATEMÁTICA






















E contra minha vontade. Além de não simpatizar muito com ela, essencial nas nossas vidas é claro, por não ter sido um bom aluno nessa disciplina, sua presença mais viva no dia a dia dos clubes daqui por diante será inevitável. Tanto para os da parte de cima, quanto para os da parte de baixo.

O Cruzeiro com confortáveis 8 pontos de frente, sem necessidade de contas urgentes e avaliando seu bom momento, está muito próximo do título. Mas apenas muito próximo. E os lá de baixo, atualmente Criciúma, Vasco, Ponte Preta e Náutico, esperneando para somar pontos. Um deles, o Náutico, naturalmente já era. Reação positiva dele só em filme americano. Portanto, aí está um campeonato à feição dos matemáticos.

A rodada deste fim de semana foi mais um desastre em termos de qualidade técnica. Dos jogos que assisti, me chamou muito a atenção Náutico 0 X 0 Flamengo. O que vi foi de doer os olhos. Se comparados as equipes que tiveram no passado, tanto Náutico, quanto Flamengo, acho que nem a súmula os que estavam em campo hoje poderiam assinar. Momentos de um verdadeiro futebol bizarro. O Náutico com um goleiro fisicamente forte, mas sem qualidades técnicas e fundamentos básicos, e o Flamengo com garotos totalmente perdidos correndo em campo. Mas mesmo assim, dava algum tempo para a péssima e descoordenada equipe do Náutico ainda conseguir ameaçar, como fez em duas ou três ocasiões.

Dois lances ficaram marcados na minha memória nesse jogo. Um deles a bola ao alto entre Elias e Martinez. Os dois discutindo por um bom tempo e nada. O juiz instruindo para que cumprissem a distância necessária com excesso de tolerância. Parecia um festival pastelão. Quando finalmente o árbitro deixa cair à bola, o jogador do Náutico quase atinge Elias, que tenta revidar e causa um princípio de tumulto. Na confusão se vê claramente a leitura labial do Elias dizendo para um jogador do Náutico: “Você é um merda!” Será? Pois bem, uns 15 a 20 minutos depois, no último lance do Flamengo na partida, o goleiro dá um rebote hilariante nos pés de Elias e o “craque”, não menos pitoresco, consegue devolver, de frente, por cima do travessão, a cerca de 2 metros da linha do gol, absolutamente só. Será ele um merda? Lastimável e preocupante.

Preocupante como a situação do Vasco, que saboreia grave crise interna e exibe péssimo futebol com jogadores medíocres e já está lá, na zona de rebaixamento. Triste como o Botafogo, que apesar de bem colocado e com boas chances, deixou seu concorrente se distanciar por seus próprios erros. Ao menos, no caso do Botafogo, o problema não é o rendimento geral da equipe, que até quarta-feira era muito bom. O problema é que o atual Botafogo começa a jogar como o do passado recente. O Fluminense que abra o olho, pois os três times que estão atrás dele na tabela, dependem de uma vitória para encostar em sua pontuação. E as fórmulas e sábias mexidas que Vanderlei inventou de forma providencial, ajudam por algum momento, mas tem uma forte tendência a não se sustentarem. Sem dizer que é ano eleitoral e isso sempre preocupa.

Os demais times, como o Corinthians e Internacional, que poderiam fazer melhor participação, por terem um elenco razoável, não estão achando a bola. Na realidade, amigos, apenas, em minha opinião, os dois times de Minas exibem um futebol de boa qualidade. Nada de extraordinário, mas eficiente. Sobre o ano que vem, acredito que já podemos incluir o Palmeiras novamente. Não há como ele não voltar. Seja bem vindo, Verdão, me adianto aqui!


É isso aí, uma boa semana a todos!

domingo, 15 de setembro de 2013

VÍCIOS DO FUTEBOL MODERNO















Amigos,

Vale a pena observar alguns vícios nem tão recentes e outros, mais novos, que estão super na moda no futebol atual. Como se não bastasse à qualidade técnica sofrível da maioria dos 220 protagonistas que iniciam os jogos a cada rodada, onde apenas poucos se destacam, raros por questões técnicas e outros por pura vontade mesmo, um exemplo disso acabei de ver agora na vitória do Atlético sobre o Grêmio, por 1 a 0, pelos pés de Ronaldinho em relação aos demais jogadores.

Naturalmente são vícios vindos de orientações erradas ou falta delas. Vamos a elas, que não são poucas. Por falta de qualidade técnica, nossos comandantes estão permitindo em demasia, quando não incentivam, os laterais à européia cobrados direto pra área. Alguns sequer são parelhos a grande área. O saudoso Djalma Santos, falecido recentemente, fazia isso, diriam alguns. Mas ele não batia um lateral pra que alguém supostamente alcançasse com seu penteado à lá moicano, desse aquele raspãozinho, sem ver absolutamente nada e alguém atrás, que também ninguém sabe quem é, desviasse por sorte pra rede, num emaranhado de camisas. Djalma dava um passe com as mãos com uma bola de couro oficial. É só acessar aí os vídeos antigos que a gente percebe a diferença. Jogada boa pros grandalhões e o desespero e não pro nosso estilo de jogo.

Outra pérola, são os lançamentos, leia-se cruzamentos, alguns do campo de defesa do time que sofreu a falta. É de arrepiar os cabelos. O cara cava uma falta, numa linha diagonal, a sessenta metros da grande área, e logo aparece um fariseu qualquer pra jogar no sufoco. E virem-se. O que acontecer é lucro. O erro não é de quem bateu a falta e nem de quem não conseguiu ter êxito no lance, se for o caso. Volta e meia acontece aquele choquezinho básico com dois corpos estendidos e os supercílios abertos, conforme eu chamo a atenção. Agora, criar alternativas, mesmo com algumas limitações técnicas, como fingir que vai cruzar essa bola, tocar curto e sair desenvolvendo o lance, ninguém treina, né? Ninguém se arrisca. Na falta de confiança, melhor rifar.

E os goleiros que contribuem pra isso? Só esse fim de semana foi um festival de erros. E olha que não faltam treinadores de goleiros candidatos aos montes nos clubes. Colocar um goleiro em forma física, como se diz na gíria, “chutando pra ele pegar”, é uma coisa. Prepará-lo em todas noções básicas de um goleiro, é que são elas. Só pra citar algumas, colocação, segurança, cantar o jogo, saber a hora de fazer cera, estudar o adversário e o jogador, concentrar-se, controlar emoções... Estas são só algumas das várias necessidades de um bom goleiro. A maioria ta soqueando bolas fáceis de segurar, que são suas. E eu garanto a vocês que o treinador de alguns aprova. É como se dissesse, livre o perigo daí, tire a responsabilidade de você. Era pra ser o contrário, né? Eu sei que jogamos com uma bola que nem oficial parece. Basta ver a quantidade de quiques que ela dá no campo e em gramados fofos, por exemplo.

Pra finalizar, outro vício irritante. Todo mundo sabe o que é jogar atrás da linha da bola e quase todo time faz sua marcação assim. Quando está no ataque e o adversário recua para fechar as imediações da sua área, lá estão os meias, laterais, volantes, atacantes, trocando 5, 15, 20 passes de menos de dez metros na esperança de achar uma brecha. Como na maioria das vezes não acham, são muitos atrás da tal linha da bola, é mais fácil tocar pro que estiver um pouquinho mais solto nas extremas e esse chuveirar e rezar pra que alguém do time adversário falhe. Tentar uma tabela na vertical, uma jogada individual que propicia falta, abre espaço, impõe respeito e leva ao verdadeiro futebol, mesmo sem ser um grande jogador, cadê gente qualificada e com olhos de ver pra incentivar e cobrar isso?


Que Freud nos ajude e os vícios não virem outros tipos de TOC mais graves.


Abraços,


Fernando

domingo, 1 de setembro de 2013

O FLU PRECISA DE MAIS MÉDICOS




















Senhores,

Pode ser inspirado, mas não se relaciona a patrocinadora do clube. Vou tentar em linhas gerais neste espaço abordar o enigma Fluminense Futebol Clube. Antes de me referir à parte administrativa e executiva do clube, lembro que escrevi aqui por várias vezes, no início do ano, que o elenco precisava de uma reformulação ampla. E me preocupava, pois eu não via movimentos nesta direção. Falavam em um ou dois reforços como se o Fluminense pudesse em 3, 4 temporadas manter a mesma pegada.

Pra começo de conversa, o time já fechou o ano em declínio, apesar de campeão. E começou o ano, pra ser mais exato um mês depois, se desfazendo de seu atacante Wellington Nem. Muitos apostavam em Rhayner, mas ninguém o conhecia ao certo. Muitos apostavam nos jogadores da base, mas ninguém sabia, como ninguém sabe, precisar o exato desempenho deles com a camisa titular em campo.

Bem, a campanha vocês têm acompanhado, tem sido sofrível. Em alguns jogos fica uma nítida sensação de que alguns jogadores com forte influência no elenco mostram pouca vontade. E isso é óbvio e influencia os demais. Além de não haver a antiga união, nem entres os jogadores, nem fora das 4 linhas do clube. Ou seja, como fui contra a substituição do Abel, apesar de achá-lo desgastado, não tenho sido contra o trabalho do Vanderlei, com uma ou outra diferença. Mas o problema não está na área técnica.

O Fluminense sofre de dois problemas. O primeiro é ausência de ação de seu patrocinador, tanto no dia a dia, quanto nas contratações, pois todos sabem que o futebol profissional funciona através dele. Fontes alegam problemas graves políticos e de outras naturezas envolvendo o presidente da Unimed, Celso Barros. Isso me lembra 2009, quando numa queda de braço com Parreira, por pura vaidade, Celso Barros sumiu um pouco do clube. E Parreira se recusou a pedir o boné, apesar das consecutivas derrotas. Agora apenas os personagens parecem diferentes.

No outro problema, vamos à outra ferida. Como em todo clube, o atual presidente chegou ao posto eleito por uma forte corrente de associados, no caso do Fluminense, de nome Flusócio. Entretanto, por compromissos políticos e pessoais, o presidente, rapaz novo, abastado e sem militância no esporte ou um convívio mínimo, tão logo eleito começou a nomeação e a distribuição de cargos para este grupo. De forma inédita, levando em conta a eleição, dominaram as cadeiras de conselheiros do clube, tamanha sua força. A presidência ficou com a faca e o queijo na mão. É como ter o congresso todo ao seu lado.

O problema reside em, por inexperiência ou convicção, o presidente Peter Siemsen conferiu poderes em massa, com exceção do alto comando do futebol profissional, a membros da Flusócio. Claro, a maior parte compromisso de campanha. E este grupo difere dos grupos comumente achados nos clubes de futebol. Seus projetos têm características bem diferentes. Não aceitam debates, tratam seus caminhos e comunicados via redes sociais, divulgam-se através do marketing do clube, pressionam pesado toda e qualquer decisão do futebol profissional e são ouvidos sobre qualquer contratação de certo vulto no Fluminense, além de boicotarem possíveis “intrusos” não ligados a eles. Seu prato predileto é a caça ao que chamam de velho Flu. Idolatram de maneira anormal o atual presidente. Não li uma vírgula até hoje em que eles o criticassem ou admitissem erros. E sabe-se muito bem, que desde as categorias de base, até alguns cargos que levam ao futebol profissional, existem vários nomes sem vínculo e experiência alguma no futebol. Pessoas que jamais trabalharam em funções esportivas. Mas que por corporativismo e interesses diversos não caem e não cedem espaço para outras pessoas mais habilitadas para as funções.

Começaram então a dividir o Fluminense em 2. O Fluminense que eles compõem e chamam de novo Fluminense e o Fluminense do passado, onde todos roubavam, ou quase todos, e se valiam do clube como suas tetas. Bem, eu estou vendo neste grupo e nesta administração equívocos até piores do que alguns do passado, onde ao menos, em alguns casos, pela transparência que hoje não existe, você identificava um escândalo na venda dos ingressos, como na Libertadores de 2008. Sem falar que é impossível o Fluminense não ter tido bons presidentes. Claro, teve sim. Por insegurança e como citei acima, corporativismo, esse grupo se fecha e é feito a música: “quem tá fora quer entrar, mas quem tá dentro não sai”.

Fatalmente começariam as brigas, porque os problemas e defeitos apareceriam, principalmente na hora que a bola não entra, e mais ainda quando as jóias lapidas no Eldorado que eles acham que Xerém é, não rendem o esperado. Ou por entrarem numa fria ou por não terem a capacidade que eles alardeiam. É evidente que tais defeitos chegariam a ecoar no clube, criando uma cisão dentro do Fluminense, gerando mal estar, antipatia, ódio e refletindo no elenco.

Com alguns salários atrasados e os problemas de desgaste que citei lá em cima, os problemas eclodiram no time profissional, que com certeza não é um primor, mas tem no mínimo uns 10 a 12 elencos abaixo dele na séria A. Agora começa a entrar a zona de degola e culminando com ano eleitoral e sem se ver no horizonte nenhuma mão estendida buscando solução e acordos. A pouco mais de 60 dias das eleições no clube, o presidente chora ao vivo, literalmente, nas rádios reivindicando justiça em dívidas com a Receita Federal. Mas ninguém sabe se ele é candidato a reeleição. Provavelmente só a Flusócio. E do outro lado, nenhum nome de oposição surgiu de maneira clara, ao menos na mídia.

Resumindo, segue o Fluminense o seu calvário, com jogadores visivelmente poupando-se em campo, um treinador mudando esquemas e sistemas de jogo, usando novatos e cascudos, ninguém sabe do patrocinador, e o presidente se fecha em sua depressão junto ao colegiado que o elegeu.

Está declarada a guerra. Ontem, por exemplo, na derrota de 2 X 0 para o Santos, que aproximou mais o clube da zona de rebaixamento, a pancadaria no estádio já mostrou sua graça. Essa tal corrente, Flusócio, ligada a outras correntes e etc, tem como premissa que o Fluminense, jogando mal ou jogando bem, tem de ser apoiado, não pode ser vaiado. Esse patrulhamento pra mim é uma novidade que beira ao fanatismo, ao oportunismo, ao casuísmo e às vezes até ao fascismo, impedindo que o torcedor comum se manifeste como queira. Coisa que eu nunca vi em futebol. E como eu tenho muito medo desses sufixos terminados em “ismo”, eu acho que o Fluminense precisa sim de ‘mais médicos’, de preferência psiquiatras, psicólogos...

A benção João de Deus, Papa Francisco e todos os santos.


Até a próxima!

Fernando Afonso

terça-feira, 27 de agosto de 2013

VITINHO: FOI BOM PRA VOCÊ?















Tranquilo, não me refiro à jovem promessa do Botafogo, me refiro àqueles que deram o gosto à torcida e ao futebol brasileiro por alguns momentos de uma grande revelação. Quanto ao jogador, sem problemas, dono de sua vida, de seu destino, está absolutamente na dele e vendo o seu lado.

Mas e a turma do lado de lá? Explicando melhor, os milhares de empresários que existem? Oficiais, camuflados e extra camuflados, fora os informantes clubísticos e uma série de personagens de um mundo sombrio que ganha dinheiro fácil no Brasil e inviabiliza a nossa maior moeda: o futebol.

Você pode dizer: que alternativa tinha o Botafogo? Eu respondo com vários desdobramentos desta atitude do clube alvinegro. Segundo informações, dos tais 31 milhões (deve ser mais), só ficará com 18 (o restante pertence ao Audax, clube da Baixada Fluminense, de propriedade de empresários). Quem elaborou o contrato, naturalmente, ou não acreditava que Vitinho fosse avançar tão rápido ou o fez de má fé. Prejuízo para o Botafogo, para o futebol brasileiro e para seus torcedores. E lucro absoluto e gigantesco para quem apostou nesse cavalo, ou, quer dizer, jogador.

Vai jogar numa praça em que a única coisa que se aprende é correria e seriedade profissional. Ele me lembra o mesmo que aconteceu com Maicon, jovem revelação do Fluminense, de imenso potencial, que praticamente já acabou lá pela Rússia. Assim como, não desejo isso, Vitinho deve acabar.

Aí diriam os hipócritas: “Mas o Botafogo tá na miséria! Todos os clubes estão! E esse dinheiro será aplicado na contratação de outros valores e investindo na base para formar novos Vitinhos”. Companheiro, dessa conversa fiada eu to cheio.

Esses 18 milhões não chegarão inteiros nos cofres do Botafogo, ninguém de valor no Brasil será contratado por 15, 16 milhões (não há craque disponível), esse dinheiro não vai sanar finanças de dívidas astronômicas contraídas propositalmente e muito menos irá para categoria de base para formar novos jogadores. Até porque a base dos clubes hoje, com exceção de alguns clubes de São Paulo e de Minas, trabalha na política e no empresariado. Lá, o negócio é negócio. Revelar um Vitinho ou um Maicon não é da noite pro dia e requer espaço e oportunidade, além de acertos constantes na caminhada rumo ao profissionalismo.

É isso. É bom pra eles, empresários, dirigentes e todo tipo de anônimo envolvido na transação e para o próprio jogador, em termos financeiros. Porque em termos de imagem... CSKA? Duvido!

Ficará sem resposta, eternamente, ao menos oficial e plausível, o porquê do futebol brasileiro ser, num todo, o futebol mais laureado do mundo, que mais produziu e produz craques no planeta terra nos últimos 100 anos e que vive na penúria e na miséria financeira.

Boa sorte, Vitinho! Meus pêsames, Botafogo.


Fernando Afonso