domingo, 27 de maio de 2018

O FUTEBOL EUROPEU E SUA MANIA DE GRANDEZA


Não é de hoje. Essa realidade vem de muito tempo. Jogadores famosos, cartolas, de um passado recente ou não, já afirmaram abertamente que vários times europeus, incluindo seus torcedores, preferem a Liga dos Campeões e a Eurocopa, onde dizem que para eles vale mais do que uma Copa do Mundo.

É uma pena. Um sentimento de superioridade imaturo, egoísta e que pode fazer muito bem ao bolso deles e como atração aos expectadores da maior parte da Europa e tal. Mas, ao contrário do que muitos pensam, não contribui em nada para o futebol do mundo. A Europa pode estar mais forte, mas não está sozinha.

E a mídia, com sua força e necessidade financeira, faz o restante. Infla e divulga com maior intensidade do que algumas competições no seu próprio país, um futebol entre equipes 5 estrelas, mas que comandam confrontos artificiais. Se você não entendeu os artificiais, eu explico. De Real Madrid, Liverpool, Barcelona, PSG, por exemplo, vocês só têm o nome e a camisa. Normalmente 50% dos jogadores ao menos são estrangeiros. Você não está enfrentando um genuíno Real Madrid ou Barcelona.

É um direito deles? Evidente que sim. Principalmente do povo da Europa que aprova e apoia. E não se importam das possíveis consequências negativas, como se enfrentarem em uma final de Liga duas equipes de ponta do futebol mundial a 18 dias do início de uma Copa do Mundo. Essa mentalidade pode privar o mundo de assistir o Egito com Salah. E também de não vermos Carvajal, da Espanha. O prejuízo é mundial. E deles também. A Europa tem os 3 últimos países campeões do mundo. Tem um calendário elogiado por sua organização no mundo inteiro. E permite uma decisão de Liga a 18 dias de uma Copa do Mundo?

O futebol necessita de coesão e interação mundial. Não de uma espécie de apartheid continental, gerado seja lá por vaidade, orgulho ou riquezas. Hoje, as novas gerações, crianças, jovens, na América do Sul, Norte, Central, em outras partes do mundo, já vestem as camisas das estrelas dos times europeus. Perguntem a um Zidane, por exemplo, se ele não preferia estar jogando pela França, em Moscou, ou até dirigindo a própria seleção, do que estar ontem na final da Liga.

Resumindo, você assiste a belas partidas, bem jogadas, com estádio cheio, recheadas de estrelas internacionais? Sim, sem dúvida. Para o torcedor local é uma festa. Mas o benefício acaba sendo muito mais financeiro do que técnico e benéfico em matéria de desenvolvimento. Um torcedor do Vasco, do Flamengo, do River Plate, do Nacional, do Chivas, do México, que possui a segunda maior torcida do mundo, do próprio Estados Unidos, da África, vai reverenciando apenas o futebol europeu.

Enquanto isso, suas necessidades de desenvolvimento e aprendizagem, vão ficando mais difíceis. O futebol não pode ser o espetáculo de um só continente. E a Copa do Mundo é inquestionavelmente a maior competição do planeta. E todos os esforços devem ser no sentido de torna-la cada vez mais emocionante e encantadora. O evento máximo do mundo do futebol.

A destacar de positivo na final onde o Real Madrid derrotou o Liverpool por 3 X 1, apenas a lição de humildade do goleiro do Liverpool que por inocência, no primeiro gol, falta de atenção e técnica no segundo (apesar de bonito o gol de bicicleta de Bale era defensável) e terceiro, tornando a vitória do Real Madrid mais fácil, vestiu o manto da humildade e foi se desculpar com sua torcida. Coisa que por aqui pelo Brasil é muito difícil ser vista.

Abraços!

Nota: segue preso o ex-Presidente da República de forma criminosa e política, num país sem justiça e agora paralisado por uma greve de caminhoneiros.

domingo, 20 de maio de 2018

A LISTA DE TITE


Em toda convocação não existe perfeição. Sempre um ou outro jogador é injustiçado e deixado de fora da lista. Eu não compactuo muito desse aspecto de merecimento, chances, etc. O jogador deve ser convocado pela sua qualidade, pelo seu rendimento e, se possível, que encaixe nos demais. E tenha alguma afinidade com a camisa amarela. Que lhe caia bem mesmo sem a ter vestido antes. Quantas vezes já ouvi a triste frase: “tal jogador está merecendo uma chance na seleção”. Seleção não é premiação, não. O próprio nome já diz. É reunir o que você tem de melhor.

Não tenho muitas críticas a fazer de Tite em relação a sua lista. O time vem jogando bem. O clima é nitidamente bom e o trabalho vem sendo cumprido desde que assumiu com progresso. As minhas maiores preocupações, ainda ano gancho de convocação, são alguns nomes como Taison, Firmino, Geromel, em detrimento de Vinicius Jr., Rodriguinho e Dedé, por exemplo. Há jogadores no país que levam desvantagem por atuarem no Brasil. São melhores que muitos que estão lá fora, mas levam desvantagem para os “estrangeiros”. Isso envolve país, camisa, dinheiro, empresário e outras safadezas.

O treinador crê que tem a equipe na mão e ela está correspondendo e não julga que em algum momento o vento mude e ele necessite sair do que programou, tendo de mudar sua forma de jogar. Nessa hora os jogadores que ele tem como certos são uma incógnita e os que ele deixa de levar pelo talento, apesar de serem também, por terem mais qualidade que os escolhidos podem resolver. Isso já aconteceu em várias Copas, inclusive ganhas pelo Brasil. Portanto, não existe argumento que sustente deixar um jogador acima da média fora de uma convocação. Mesmo que ele não entre como uma luva em seu esquema. É você que tem que saber inclui-lo em sua prancheta e em seus planos. Não ele se adaptar ao sistema que você escolheu. Quando a bola rola, meu amigo, a maioria dos sistemas e esquemas vão pro lixo. Recapitule a história das Copas como exemplo pra você ver. Principalmente nas horas decisivas.

Por fim, a outra preocupação é em relação a Neymar. O excelente preparador físico Fábio Mahseredjian fez uma previsão de que ele estará no auge na Copa. Clinicamente e fisicamente pode ser. Mas em matéria de ritmo de jogo e tecnicamente falando pode haver uma queda de produção causada pelos ecos da lesão ou da inatividade. Toda parada em futebol é procedida por alguma surpresa. É como no intervalo do primeiro para o segundo tempo. Pode ser até parecido, mas nunca é igual. É bom se precaver, pois seria uma situação difícil de lidar em plena Copa.

Abraços!

P.S. Já são 43 dias de uma prisão ilegal e criminosa de um ex-presidente. Que o mundo não feche os olhos à sujeira que está acontecendo no Brasil.

domingo, 13 de maio de 2018

NOSSA PRIMEIRA PERDA


Não desejo tamanha infelicidade a ninguém. No caso, me refiro a lesão de Daniel Alves que o tirou da Copa. A história está crivada de casos parecidos. Um dos mais recentes, em se tratando de Copa do Mundo, do próprio Romário, em 98. Deve ser muito duro. Mesmo para um jogador experiente como Daniel Alves, que já tinha 2 Copas em seu histórico. Com certeza essa seria a última. Paciência.

Agora, é importante lembrar, venho tocando nesse assunto aqui há no mínimo um ano, inclusive na parte física, sempre defendendo que não poderíamos fazer uma Copa com Marcelo e Daniel Alves. Dois bons jogadores, mas que, mesmo mais jovens, mostravam vulnerabilidade na marcação.

Há cerca de um mês eu disse: os dois não. Ou Marcelo ou Daniel. Além de não serem tão jovens, o Brasil teria os costados do campo abertos para um contra-ataque. Defendi que ou ele, Daniel, ou Marcelo, fizessem um primeiro ou segundo homem de meio, o que traria mais qualidade técnica e maiores variações na saída de bola, usando um lateral mais inteiro fisicamente.

Bom, não adianta chorar o leite derramado. Parece ser Fagner seu reserva direto. Um lateral de boa vitalidade, veloz, mas bem menos experiente do que Daniel, principalmente em se tratando de Copa do Mundo. Sou a favor de passar confiança a ele, treina-lo adequadamente, encaixa-lo ao esquema e vamos que vamos.

Agora, sem esquecer que Neymar, mesmo jovem, de biótipo leve, recuperação clínica e física promissoras ainda não voltou aos campos e não dá pra prever seu desempenho inicial. Já chamei a atenção sobre isso, pedindo atenção ao tal momento. O momento da equipe, o momento do jogador, o momento do futebol. Vamos torcer para que ele recupere rápido. Senão será outra perda, esta, muito séria.

E que fiquemos de olhos abertos, porque o perigo não são só lesões. É o ritmo de cada jogador e o momento, tanto dele, individualmente, quanto da equipe. Vamos aguardar.

Observação: segue o Brasil mantendo criminosamente seu ex-presidente encarcerado há mais de 35 dias. Cadê o Brasil patriota e justo? 

domingo, 6 de maio de 2018

A TURBULÊNCIA DE FLAMENGO E VASCO


Dois dos maiores clubes, pelo menos no nome, do futebol brasileiro protagonizaram, nas últimas semanas, situações bizarras. Chega a parecer que há gente dentro dos dois clubes empenhada em destruí-los. No mundo doido que estamos vivendo, eu não duvido, embora ache insano.  

Sem considerar a vitória sobre o Ceará e o jogo de hoje onde 60 mil torcedores empurraram e contagiaram o Flamengo pela vitória diante do Inter, o clube vem de uma irregularidade há algum tempo, causada em boa parte por erros e precipitações de seus dirigentes. Superado o erro da contratação de Rueda e dos prejuízos financeiros, o Flamengo começou o ano dando a Paulo Cesar Carpegiani o posto de treinador, aparentemente com bastante confiança e poderes. Não esperaram sequer a equipe encaixar seu jogo, lesionados se recuperarem e a equipe entrar em forma e achar seu melhor jogo. Bastaram duas escorregadas e detonaram Carpegiani. Naturalmente, como resultado disto, o Flamengo caiu ainda mais. Agora mantém, provisoriamente, à espera de não sei quem, um menino, Maurício Barbieri, no cargo. Evidente que é muito difícil dar certo.

Mais complicado ainda quando sua torcida resolve participar das possíveis soluções com a truculência habitual dos momentos críticos que a Gávea já viveu. Até hoje não vi darem resultados invasões de grupos de torcedores brutamontes e agressivos tomando satisfação com jogadores que tenho visto doarem-se normalmente. E o sistema dos cartolas é tão furado que parece não dar proteção as jogadores pra ver se surte algum efeito a pressão agressiva sobre eles. Nitidamente a equipe se distancia do máximo que pode dar no momento.

Sobre o Vasco, desde a tumultuada eleição de Campelo já havia cheiro de fracasso no ar. Um Vasco dividido e com denúncias bastante negativas. O time já entrou na Libertadores Deus sabe como. Quase uma zebra levaria o Vasco à fase seguinte. O Cruzeiro fez o que bem entendeu no segundo jogo contra a equipe cruzmaltina, assim como o Racing, goleando no primeiro jogo. Com elenco restrito, super dependente de Martin Silva, o que o torcedor do Vasco esperaria? Já vi em campo muito esforço para sanar seus defeitos. Ocorre que a equipe é limitadíssima e exigiam dela o que ela não podia dar.

Resultado: assim como no Flamengo, a volta ao passado violento, devido a divisão eleitoral que mencionei acima, eclodiu nas arquibancadas, destruindo de vez a imagem e o pouco de positivo que o Vasco poderia apresentar, ainda por cima se complicando disciplinarmente, com batalhas entre os próprios torcedores, seguranças armados do eterno capo de São Januário ameaçando-os e outras situações deprimentes.

Num momento tão difícil do futebol, às portas de uma Copa do Mundo, onde os cubes sofrem financeiramente mais ainda, onde pretendem chegar? Que futuro estão preparando e planejando na Gávea e em São Januário?

Boa semana!