domingo, 13 de dezembro de 2015

COMO SURGEM OS NOVOS CRAQUES?




















Não surgem. Desta maneira que o leitor está vendo na foto com certeza não surgirão. E os fatos têm comprovado isso. Que craque, na expressão da palavra, saiu de um clube como o Fluminense, por exemplo, nos últimos 15 anos em meio a mais de, numa suposição minha, 20 mil avaliados?

Sim, é verdade que não é fácil e nunca foi descobrir e revelar um extraclasse. Nem hoje, nem ontem. Mas o modo como o trabalho está sendo conduzido e o modelo adotado são furados. Absolutamente furados. Creem nele aqueles que querem se destacar mais do que o aparecimento do jogador, se for o caso. Obviamente negam, mas querem sim. Além de destacar entre os próprios iguais.

A foto da matéria ilustra muito bem meu comentário e minhas versões. A sala em que vocês veem vários garotos reunidos me parece ficar ao lado da piscina do Fluminense. É uma sala reformada e era utilizada para outras finalidades há algum tempo. Posso até estar enganado que seja esta sala. Pode ser alguma em Xerém, nas divisões de base do clube e não nas Laranjeiras. Mas não interfere no que vou dizer.

O que estariam aprendendo esses garotos numa sala de aula? O que quer que seja estão em ambiente errado. Futebol ou suas regras e conselhos sociais, se forem o caso, se aprendem num campo de trabalho. Ali é lugar pra estudar. Ou, no caso do esporte, assistir um vídeo pra ser usado como exemplo. No máximo.

Não existe razão, moderna ou antiga, para tirar o jogador de seu campo de trabalho e doutriná-lo entre quatro paredes. É ali no contato com o ar livre, a grama, que ele vai se habituar. É ali que tudo pode ser dito. É ali que tudo deve ser feito. Sempre no sentido de aprimorar aqueles que os “professores” escolheram em suas peneiras. Porque não há outra coisa a fazer senão aprimorar. Criar e fazer um craque ninguém faz. Craque nasce feito. Mas infelizmente estão sendo abortados antes de nascer ou têm nascido defeituosos e não têm sido descobertos. E então estão migrando para outras profissões e situações de vida.

Num grupo de jogadores recém-descobertos e bem avaliados com o potencial, como gostam de dizer, para virar realidade, tudo que tem de haver é liberdade para eles se desenvolverem e criarem. Orientar, sim. Decepar seus estilos e suas vocações, nunca. Enquadrar, jamais.

É no dia a dia, na repetição, no exemplo, na liberdade, que você vai separando o joio do trigo. Que aquele que parecia ser a grande vedete vai perdendo seu brilho. E outros que você já começava a desistir em vê-los como promessas, a despontar com surpresa agradável. E ali entre os demais, entre o grupo, nas mudanças de categoria, é que irão aparecer os vícios e as qualidades. Tanto do perfil social, como esportivo.

E não adianta meu amigo. Para comandar esse trabalho não adianta você fazer curso no Alasca. É aqui mesmo, no observatório da bola mais simples e no profissional mais talhado para esse tipo de trabalho que repousa a esperança de começarem a surgir novamente às estrelas do futebol brasileiro.

Torço muito para que isso aconteça porque tenho a absoluta convicção de que é o único caminho. Vamos levar fé!

Um bom Natal a todos e um 2016 melhor que o 2015. Até a próxima coluna após o recesso.

domingo, 6 de dezembro de 2015

VERGONHA TEM OUTRO NOME: CBF


GIULIANO GOMES/GAZETA PRESS














Confesso que sinto um alívio com o final de mais um Brasileiro medíocre, de futebol pobre, mal jogado. Entre 20 equipes, apenas 2 ou 3 em condições de fazer um jogo mais interessante. No mais, é o que vocês têm visto nos noticiários. Não há presidente na CBF. Seu substituto, se é que será, não tem expressão no futebol. Ou seja, a CBF não tem comando. Há muito tempo não tem. E agora se “prepara” para promover a Copa do Brasil 2016 e o Brasileiro 2016? Quem vai mandar? Quem organiza isso? Qual a credibilidade do torneio que levar seu nome? E o pior é que não há tempo sequer para uma renovação positiva. Embora fosse um milagre ela acontecer.

Assistimos a uma rodada final a altura do que foi o campeonato: melancólica, deprimente. Com times de pouca expressão no futebol como Avaí, Figueirense, Goias e por que não dizer o próprio Coritiba, apesar de ter um título nacional, lutando para não cair e se esforçando para passar uma emoção que por melhor que fossem os narradores não haveria razão. Quanta gente no Brasil essa hora está comemorando a permanência de Coritiba e Figueirense na 1ª divisão? E quantos lamentando a queda do Vasco, por exemplo? Perdeu mais o futebol brasileiro num todo.

É evidente que o Vasco fez um péssimo campeonato. Sem planejamento, organização, preparo físico em várias ocasiões, e ao menos um elenco definido. Até a metade do campeonato, vamos dizer assim, o time era uma bagunça geral. E pareciam até levar na brincadeira, pois não se viam providências de seu comando.

Eu vinha dizendo aqui desde o início que o Vasco cairia. Como disse ao longo do campeonato que o Corinthians era o favorito. E o Fluminense, na ocasião em 2º lugar, que se contentasse entre o 8º e o 12º lugar. Errei por uma posição. O Fluminense também fez um campanha medíocre e seus torcedores nem se deram conta disso. Festejar a rivalidade da queda do Vasco não apaga os vexames seguidos da atuação do time nos últimos anos e do trabalho inexistente de sua diretoria.

O Flamengo, um arremedo. Acho que o único momento em que o Flamengo acertou foi quando contratou o Oswaldo. Não pelo seu brilhantismo, mas pela energia que trouxe e que fez o time pegar no tranco e arrancar 7 vitórias seguidas que lhe valeram ao menos a permanência na 1ª divisão. Justo a frente do Fluminense.

Dos classificados para a Libertadores, só vejo algum futebol e competitividade no Corinthians. Falta muita coisa ao Atlético, muita qualidade ao Grêmio e mais seriedade e espírito de competição ao São Paulo. O Palmeiras está apenas se reerguendo, embora tenha ganhado o título da Copa do Brasil.

Abro um espaço para dizer de antemão que sou favorável aos Estaduais. O estado brasileiro que não tem um bom campeonato local, paciência. Que arrume alguma solução. Os Estados Unidos sem muita tradição no futebol tem campeonatos locais com relativo sucesso, por que nós não podemos ter? A rivalidade de um Fla X Flu, de um São Paulo X Corinthians, de um Atlético-MG X Cruzeiro não pode acabar. No caso do Rio, só não pode é manter os mesmos caciques e o mesmo modelo dando as cartas. Senão o nível continuará sendo bisonho.

E vamos numa corrente pra frente torcer para que algo de positivo aconteça no futebol brasileiro fora das quatro linhas em seu comando e sua organização. O futebol brasileiro não pode mais esperar.

Até semana que vem!

domingo, 29 de novembro de 2015

E O FUTEBOL BRASILEIRO VAI FICANDO MAIS POBRE



Primeiro parabenizo o jovem time reserva do Santos no jogo com o Vasco, que irei comentar, pela honradez e brio. Os garotos jogaram visivelmente com seriedade. E o Santos tinha razões competitivas para escalá-los, devido a Copa do Brasil. Diferente do que aconteceu, por exemplo, em Chapecó, onde essas pequenas cidades e alguns estados do Sul têm uma rivalidade com o futebol do Rio de Janeiro, até sei o porquê, mas não vou polemizar. 


Eurico pode estar errado em tudo, mas nessa briga com Santa Catarina e vizinhos, faz sentido, sim. E a julgar pela decisão da vaga no próximo domingo, envolvendo Figueirense e Fluminense, acho difícil que alguma coisa mude. Pois isso envolve seriedade e profissionalismo que um dos rivais locais do Vasco, no caso o Fluminense, certamente não tem. Portanto, acho difícil que o Fluminense de domingo que vem seja ao menos o Santos de hoje. 

Para a mídia em geral será um prato cheio após o fim de um campeonato melancólico e paupérrimo de futebol. Sem desfazer do mérito do título corintiano, nada melhor que terminar a última rodada com um final dramático para chamar atenção. Talvez o leitor esteja pensando no que estou me baseando para dizer isso ou se por acaso tenho bola de cristal. Basta acompanhar o futebol com isenção total e perceber que logo de cara seu comando no Brasil não tem a menor seriedade, menor sentido e credibilidade. Logo, por que os clubes haveriam de ter? Perceber algo de errado numa partida de tênis é bem mais fácil do que num jogo envolvendo 22 jogadores. De toda forma, sempre haverá polêmica nesta questão. 

Sobre Vasco x Santos, vale lembrar que mesmo com vitória de hoje, o Palmeiras que já virou o fio foi derrotado em sua casa pelo fraco Coritiba, que decide justamente o rebaixamento com o Vasco em sua casa, no domingo. Resumindo, o Vasco terá de jogar muito e contar com a sorte. Coisa que começou a tentar fazer já muito tarde dentro da competição, jogando pontos, praticamente ganhos, fora, mudando treinadores e equipe a todo momento. Enfim, deixando para tentar uma reação, com a má qualidade de futebol que ainda continuam exibindo, muito tarde. Hoje, por exemplo, se não fosse o talento de Nenê, não sei não.

Fico perplexo como os treinadores se preocupam em demasia com a função tática dos jogadores, nestes momentos agudos e decisivos onde predominam mais a frieza e a técnica. Se reverem a quantidade de gols que o Vasco perdeu ao longo do campeonato e hoje mesmo, apesar da deficiência técnica nas conclusões, com um pouquinho mais de frieza teria convertido vários. Bastava olhar, era só um toquinho para tirar do goleiro. Não precisavam ser os toquinhos do Romário, por exemplo. Feijão com arroz servia, mas sempre trabalhando a frieza exaustivamente nas conclusões. Isso não é feito como deve. Riascos, Jorge Henrique e o próprio Nenê perderam gols que em treinos, com certeza fariam. Obviamente o emocional foi o maior inimigo.

Vamos agora à decisão da Copa do Brasil com favoritismo para o time santista e a rodada que pode definir a queda tão anunciada do gigante da colina no Brasileiro. Em que pese seus enormes problemas e defeitos, se acontecer, fará falta na Série A. São, por baixo, 16 milhões de torcedores a menos prestigiando e é uma camisa gloriosa a menos diante de tantas outras que, com todo respeito, estão na Série A devido a ações e medidas sombrias que permitem que a política e outros interesses se sobressaiam ao futebol e suas grandes emoções.

Abraços!

domingo, 22 de novembro de 2015

SEM SURPRESAS


O TÍTULO ANUNCIADO DO TIMÃO...A NÃO SER QUE NA PARTE DE BAIXO O VASCO DA GAMA DÊ SEU JEITO. FORA ISSO...

Começando pelo início da rodada, um comentário sobre o que vi antes, em Atlético Paranaense 3 X 3 Palmeiras. Fora a noite infeliz do árbitro, os últimos minutos daquele jogo, com duas viradas consecutivas, provam e comprovam que quem pensa que o que falta ao futebol brasileiro é modernidade está redondamente enganado. Tomar um empate, nos acréscimos, de um time descontrolado e desesperado como o Palmeiras, prova que o nosso futebol é jogado sem liderança, sem conhecimento entre os jogadores e sem sentido de equipe. Ou seja, você não pode entrar em campo por ser bom e cumprir determinada função com eficiência, apenas. Tem que entender de futebol e o futebol. Qualquer time experiente e do modo que estou falando rodaria a bola e deixava o Palmeiras arrancar os cabelos e se despedaçar. Atualmente os jogadores são autênticas marionetes nas mãos dos treinadores que querem ser e aparecer mais do que eles. E eles, jogadores, aceitam tudo. Gostam de serem chamados de atletas pelos professores. É-lhes conveniente. Pela fortuna que os mais famosos recebem, deve vale a pena, não é?
Indo a São Januário, sem necessidade de explicitar as outras partidas inexpressivas e mal jogadas desta rodada, já vinha dizendo no meu blog, desde maio deste ano, que o título estava à feição do Corinthians. Estrutura pronta, os melhores jogadores à disposição criando um elenco forte e com sobras de reposição, muito dinheiro, a força de sua torcida apoiando e acreditando e um treinador que tem seu valor sim e soube vender seu peixe para sua equipe e agora vende para o jornalismo esportivo e a opinião pública do Brasil inteiro, como um verdadeiro Messias do Parque São Jorge. Disse aqui outro dia que ele deve acabar no lugar de Dunga em breve. Pessoalmente não curto o trabalho de Tite. Reconheço sua influência sobre os jogadores e seu poder de comando, mas discordo de sua visão de futebol. Gostaria muito de vê-lo comandando o time que estava do outro lado no jogo do título. Um time que consegue a glória de sair na frente dentro de casa. Recua por medo e mediocridade. E seu goleiro, que não é dos piores, comete o erro dos demais deixando uma bola morrer a poucos metros pelo alto que era sua e que dá origem ao passe completado quase nas redes por Vagner Love.
Daí em diante foi aquela choradeira “sincera” de alguns, como se não soubessem que o Corinthians chegaria ao título. Claro que mesmo sabendo, dentro de campo aquele momento de consagração extravasa alegria. Mas teve gente exagerando. O Corinthians não precisou fazer tanta força assim para conquistar esse título. Bastou não cometer grandes erros, jogar arrumadinho em campo, ter atuações regulares e dispor de jogadores que são bem melhores que muitos que estão na seleção brasileira. Deu-se até ao luxo de dispensar dois centroavantes, que em outras épocas agarraria com unhas e dentes.
É isso aí! Parabéns ao Timão, que hoje deu mais uma carimbada no título ao depenar o São Paulo por 6x1. Quanto ao Vasco, meus pêsames. Agora é 100% adrenalina por estar perdendo sua identidade ou seu RG, como dizem os paulistas. Porém, surgiram esperanças.

QUANDO TUA ESTRELA SOLITÁRIA TE CONDUZ

Será Garrincha, Quarentinha, Nilton Santos? Ou terá sido a geração mais adiante dos anos 60/70 que reluz nessa estrela? Não importa. A estrela do Botafogo voltou a brilhar. A estrela de Ricardo Gomes que eu cansei de enaltecer aqui como excelente treinador e um homem pra lá de honrado e humilde. Um dos poucos sérios, competentes e 100% honestos que conheci até hoje no futebol. Parabéns, Botafogo! Não importa se foi com um time modesto e na série B. Mas você voltou a A e no campo.
Diferente do Fluminense, em 2013, que permaneceu de uma maneira nebulosa (apesar de legal no mundo jurídico, fora das quatro linhas) e que até hoje saúda quem ainda milita em seu alto escalão e que deseja continuar em voos mais altos, e sem agradecer ao messias patrocinador, que já não estampa mais sua camisa, que por "amor" ao clube garantiu sua permanência na série A 2014 no imbróglio que envolveu Flamengo, Portuguesa e STJD. Quem dera que o Fluminense hoje fosse o Botafogo. Quem dera. Talvez no futuro entendam por quê. Como eu entendi no apito final naquele jogo com o Bahia, em Salvador. Com certeza, no mínimo, não se ouviria mais o incômodo: paguem a série B.
Já os descensos anteriores, NÃO. Os critérios e o sistema eram diferentes. Na facilidade de acesso e na coerência de descenso. E o Fluminense foi covardemente rotulado e derrubado por não ter força política naquela ocasião. Lei que vale pra um, deve valer pra todos. Mas não valia. Portanto, dos erros do passado não partilho dos que acham que ele deve alguma coisa (já de 2013, deve sim. Mas, permanecerá nos cofres do esporte da corrupção do Brasil), embora o processo tenha sido através de um convite para um torneio de outro nome, não realizado só a ele e feito por essa mesma CBF que está aí. Pois a do Teixeira é a do Marin e do Del Nero. Mudam os nomes, mas o sistema é o mesmo. Teixeira está aí solto. Você pode encontra-lo a qualquer hora na rua. Del Nero, idem. Não sai do país e nem a Globo deixa sair. Pois isso expõe a participação deste concessionário de TV dentro da CBF. Desde o início da era Teixeira.
Voltando ao Botafogo, valeu a luta. Uma defesa bem vulnerável, com um meio veloz, mas pouco criativo, e um ataque muito raçudo, mas pouco técnico. E um time que perdeu alguns bons valores durante a competição. O importante agora é comemorar. Parabéns, Botafogo. Parabéns torcida alvinegra. Talvez vocês sejam o carioca que está subindo pela segunda vez, com todos os méritos, com a possibilidade de outro que pode estar descendo. Vamos conferir.


Abraços


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

QUAL O MELHOR FUTEBOL DA AMÉRICA DO SUL?



Pela primeira vez em tantos anos acho difícil dizer. Em alguns momentos da história (na verdade poucos) a Argentina e o Uruguai se revezaram frente ao Brasil, que, em minha opinião sempre dominou este cenário. Mas não domina mais.
Quando na Copa de 2014 tivemos de enfrentar adversários sul-americanos, um após o outro, eu sabia que teríamos encrenca pela frente. Tanto é que no mínimo passamos apertado por eles e chegamos ao jogo da pouca vergonha contra a Alemanha, desfalcados de nosso melhor jogador.
Há algum tempo eles vendiam a derrota caro. Hoje, já jogam de igual para igual. Paralelo ao avanço de equipes sul-americanas de futebol inexpressivo no passado, o nosso caiu. Caiu tecnicamente e em matéria de liderança. Há um tempo você demorava para escolher o que seria melhor. Hoje você demora para achar que formação ideal você mandará à campo.  E nesse aspecto Dunga deixa muito a desejar.
Chegamos ao ponto de achar o jogo contra a Argentina mais um ponto ganho do que dois perdidos. Não importa se o jogo foi em Buenos Aires e a Argentina é a Argentina, vice-campeã mundial. Mostraram um time desentrosado, mal distribuído em campo, perdendo várias divididas, o que é raro, e aparentemente mal dirigido. A própria situação deles na tabela mostra o péssimo rendimento. Enquanto isso, Dunga insiste em jogadores que não terão futuro com a camisa amarela. Muito menos resolverão nosso problema técnico.

Quanto às outras equipes de países como Colômbia, Chile, Equador, citando o Equador, como exemplo, já vem há uns dez anos mostrando um trabalho bem feito com jogadores de grande força física e bem melhor qualidade técnica. A LDU mostrou isso no ano em que causou um trauma na torcida do Fluminense ao tirarem uma taça tão ambicionada no Maracanã, em 2008. Fora outros torneios que beliscaram mais à frente.
A Colômbia também joga um futebol que tenta se parecer com o nosso de alguns anos. Só que com um pouco menos de competitividade. Já o Chile exagera no excesso de competitividade e pegada e fica devendo um pouco, usando apenas o contra-ataque como arma. Mas não precisa mais mostrar que não é aquele Chile que nos acostumamos a vencer. Fosse em Santiago ou no Maracanã.
Segue a Eliminatória em sua quarta rodada com o Brasil em quarto lugar e a Argentina lá pra baixo. Acredito que a colocação de ambos espelhe, ao menos no momento, exatamente o futebol que têm apresentado. Isso se não vier coisa mais desagradável por aí.

Em tempo: Ouvi rumores da queda de Dunga e contratação de Tite. Já esperava por isso há algum tempo. Se confirmado, é trocar 6 por meia dúzia. Apenas diferem os estereótipos e trejeitos.


Boa semana a todos!

domingo, 8 de novembro de 2015

QUAL O TREINO IDEAL PARA SUA EQUIPE?











Depende muito. Esse é um ponto dos mais importantes na rotina de um clube de futebol. Quando o mestre Didi disse no passado que “treino era treino e jogo era jogo”, ele se referiu ao objetivo a ser alcançado. Ou seja, você pode sair de um treino extraordinário e fazer um jogo medíocre e vice-versa.

Mas, hoje em dia, com a escassez de qualidade que canso de citar aqui, o treino, o método, o caminho a ser escolhido para trabalhar uma equipe tem de ser o mais adequado. Não pode ser confundido, por exemplo, com o que muito torcedor chama de “rachão”. Rachão não existe. Pode ser no máximo, embora desaconselhável, um treino recreativo. 

Na maioria das vezes, esse rachão que o torcedor acha que não vale nada é um coletivo. E o coletivo é um dos melhores métodos para se treinar uma equipe, porque é um jogo simulado. É o que mais se aproxima do que vai acontecer, embora seu time reserva não tenha a mesma pegada do que você vai enfrentar. Mas ele pode corrigir posicionamentos, propor experiências, mudanças e afastar os vícios do seu time, além de proporcionar uma boa observação geral do seu elenco através do desempenho dos reservas.

Mas, preste atenção. O treino você escolhe semanalmente, pois não é aconselhável escolhê-lo por mais de 7 dias devido à reação física, técnica e clínica de seus jogadores. Ou seja, tudo muda de um dia para o outro. Muitas vezes você tem que refazer dentro da mesma semana. O mais importante é você não cometer o erro de, suponhamos ser contratado por um clube, apresentado ao elenco, aos profissionais que lá estão aos que já trabalham no departamento médico, físico etc, trazendo na bagagem o seu sistema e esquema de jogo. Lembrando que ali você é o treinador da equipe e não o pai de todos ou xerife. Que quanto mais deixa-los à vontade, sem perder o comando, mais criativo eles serão e mais confiança mútua haverá.

É bom lembrar que sistema e esquema não são a mesma coisa. Sou obrigado a ouvir diariamente profissionais, jornalistas esportivos etc, cometendo essa gafe. E poucos sabem disso. Sistema é a disposição dos seus jogadores em campo. Onde entra o 4-3-3, o 4-2-4, o 4-5-1. Esquema é a estratégia que você vai utilizar. É a estratégia de jogo. Se você vai ser defensivo, ofensivo ou não. É aonde você reserva as surpresas ou anula o ponto forte do inimigo. Há de se conhecer o mínimo possível seus jogadores para definir o seu sistema/esquema.

Não se faz como a maioria, trazendo a prancheta e aplicando seus métodos. Seus métodos vêm do livro ou da sua cabeça. Ou até copiado colegas de outros clubes. As características dos seus jogadores são intocáveis. E seu esquema pode não estar de acordo com eles. E são os jogadores que têm que ditar o esquema e o sistema a serem criados, pois você vai aproveitar o estilo de cada um em benefício do grupo, sem violar e com isso prejudicar o rendimento de cada um.

Não confunda isso com time sem versatilidade e dinamismo, como voltar pra marcar ou trocar de posições, por exemplo. São regras naturais de toda equipe. Compactação, harmonia, boa colocação, aliado a um bom condicionamento físico, um bom treinamento técnico, é meio caminho andado.

Sem esquecer que não se faz nada sozinho. Há vários profissionais em outros setores trabalhando para colocar seus jogadores nas condições físicas, técnicas e psicológicas ideais. Não esquecendo o papel importante de uma diretoria responsável e com experiência no ramo. Que tenha argumentos embasados para debater os altos e baixos dos seus comandados.

E mesmo assim, tudo pode ir por água abaixo se seu clube não tiver um compromisso financeiro a honrar com o departamento de futebol. Senão, por melhor que você seja e por mais bem treinado que seu time esteja, um ou outro de qualquer setor, naturalmente descontente, pode por tudo a perder. Pode sim estragar seus planos, o possível sucesso e decepcionar uma torcida inteira.

É isso aí! Abraços!

domingo, 1 de novembro de 2015

FUTEBOL MAL JOGADO E MAL EDUCADO



Já toquei nesse assunto há um tempo. Sobre manifestações dos jogadores em relação ao torcida. Ontem na vitória do São Paulo sobre o Sport no Morumbi, o meia Michel Bastos fez este gesto mal pensado contra sua própria torcida que o vaiara poucos minutos antes por ter errado um passe e estar jogando mal. Eu me pergunto: o que será que Michel Bastos deu de tão importante ao São Paulo e ao futebol brasileiro para ter tido uma atitude destas? E mesmo que tivesse sido responsável por glórias e mais glórias, nada justificaria o que fez. O jogador não tem direito a isso. Repensem a história e vejam se craques como Pelé, Rivelino, Tostão, Ademir da Guia e outros fizeram coisa parecida. Deveriam ser punidos, mas a direção do São Paulo, já tumultuada até o pescoço, e tendo um time caro com uma campanha irregular e abaixo de suas tradições, nada fez. Já a direção do Flamengo soube multar e afastar jogadores que saíram pra tomar uma cerveja fora de seu expediente de trabalho. Soube que Michel Bastos pediu desculpas aos torcedores hoje. Mas isso não minimiza o fato e tira a importância do assunto. Mesmo levando em conta o lado do jogador já em final de temporada, alguns disputando mais de um campeonato e como de hábito sendo sugados por diretorias que devem salários, prêmios e outros direitos, como folgas, isso não se justifica. Aliás, os times têm mantido os jogadores a sua disposição por 7 dias. Passa de uma relação de profissionalismo para escravagismo. As folgas são necessárias e, ao contrário do que muitos pensam, NÃO descondicionam o jogador fisicamente falando. A perda em seu estado atlético só começa a ocorrer após 48 horas de inatividade, segundo estudos. Portanto em hipótese alguma aprovo desabafos como o de ontem em relação ao torcedor. Vale acrescentar que lá estavam 11 mil pagantes debaixo de chuva e no sacrifício e sofrimento também, empurrando seu time do coração pra frente. E a vaia é uma manifestação, muitas vezes positiva. Há um tempo, o jogador Romário e Renato Gaúcho, por exemplo, faziam suas provocações e desaforos dirigindo-se à torcida adversária. O que também é pisar na bola e a meu ver, passível de punição. Quem sustenta o espetáculo é o torcedor e ele merece respeito.


DESTAQUES


Sem a necessidade de destacar o Corinthians, já com o título praticamente assegurado no Campeonato Brasileiro, opino sobre o jogo da TV: Grêmio x Flamengo, na Arena do Grêmio em Porto Alegre. A derrota do Flamengo e a péssima partida, uma autêntica pelada, com vários erros de passe, infantis e bisonhos, pra mim não foi o mais significativo. Quem vai reclamar do torcedor agora sou eu, por uma questão inclusive extracampo, o lamentável  bairrismo que ainda acomete bem forte o Brasil. A torcida, após essa ideia ridícula do Hino Nacional antes das partidas (ideia bem mal acabada da CBF), em certas praças mostra todo seu bairrismo e desrespeito ao Hino Nacional. Há muito anos isso é comum no sul do país. A torcida parece enxergar mais um jogo entre Rio Grande do Sul x Rio de Janeiro do que Grêmio x Flamengo. Para aqueles que exigem educação no país, ei-la nua e crua. Além de uma boa dose de antipatriotismo. O outro destaque pouco influi na tabela, mas revela que além de futebol faltou seriedade e profissionalismo em dose dupla no jogo entre Internacional x Goiás, no Serra Dourada, não desmerecendo a equipe do Goiás, mas lembrando que ela faz uma campanha péssima. Pior ainda foi a atitude do time do Internacional que após estar ganhando de 1 x 0, passou visivelmente a correr pra não chegar. O tape está aí pra quem quiser conferir. Boa notícia para os Deputados e seus familiares que, às vezes, ficam na capital e que não querem perder uma atração extra aos domingos.



Boa semana!




domingo, 25 de outubro de 2015

CORINTHIANS X FLAMENGO: MAIS DE 70 MILHÕES JOGANDO JUNTO


MAURO HORITA/AGIF/GAZETA PRESS
















É isso aí. Somando a estimativa das torcidas, as duas maiores do Brasil, e talvez umas das cinco do planeta, fora os expectadores das outras, olhos voltados para a Arena Corinthians assistindo ao Timão a poucos metros de um título e um Flamengo lutando para se manter com chance de jogar a Libertadores.

Apesar de ter tido algum problema no início, o Corinthians já se adaptou à Arena e a casa já é bem usada pelo clube. Principalmente quando o time se encontra em boa fase, com conjunto e bom elenco. Eu disse aqui nas primeiras rodadas que o Corinthians era o favorito ao título. Principalmente por ter o melhor elenco. Agora ele tem o melhor elenco e o melhor conjunto. O exemplo disso ficou mais claro no primeiro tempo. O Flamengo lutava para segurar um Corinthians de grande intensidade, mais recheado de jogadas e melhor qualidade técnica.

O domínio não foi amplo. O Flamengo chegou a ter algumas chances, mas lhe faltaram categoria e inspiração pra definir. Já ao Corinthians também faltava. Aliás, eu chamo a atenção para dois detalhes que eu considero os mais importantes. Não é possível na alta velocidade jogada pelo Corinthians, e o próprio Flamengo, finalizar ou chegar ao último passe com consciência, lucidez e técnica. Essa é a razão dos muitos erros de passe e finalização.

Os dois últimos campeões do mundo, Alemanha e Espanha, provam isso. A velocidade ainda é confundida com rapidez. E quando passa de certo ritmo impossibilita o jogador de criar. Portanto, o jogador tem que saber fazer o ritmo. Tem que saber dominar, tem que saber esconder do adversário. Tem que usar a técnica. Porque se o adversário souber marcar, se fechar corretamente, coisa que o Flamengo não sabe fazer, vai esbarrar na marcação adversária.

E aí, emendo no segundo aspecto. Provavelmente assistindo ao primeiro gol do Corinthians, os comentaristas se rasgarão em elogios ao esquema de Tite. Mas ele não vai mudar o futebol brasileiro com esse esquema. Não estou negando as qualidades do treinador corintiano. Tem seriedade, comando e sabe armar um time. Mas a diferença da qualidade do elenco de sua equipe para os demais é bem visível. Foi assim com Luxemburgo, Muricy e todos que dirigiram os times de ponta do Brasileiro.

Eu repito, no primeiro gol, observe claramente que a triangulação veloz entre Renato Augusto, Elias e Jadson e a má colocação do sistema defensivo do Flamengo propiciaram a troca de passes que achou três jogadores do Corinthians chegando à área contra dois do Flamengo, servindo um Vagner Love em condições de dominar com tranquilidade, usando sua frieza, e finalizar no contrapé de Paulo Victor.

Um time bem armado não vai ceder esse espaço. A partir do meio campo, o Corinthians ou a seleção, se amanhã lá Tite estiver, o que tenho pressentido há algum tempo, não conseguirão impor esse ritmo os 90 minutos e tampouco achar esses espaços apenas trocando passes e se movimentando em velocidade.  Falta o “olho”. Falta a categoria, o lampejo da cintura do futebol brasileiro. Lampejo que os não menos modernos Messi e Neymar usam para destruir esse tipo de esquema usado por Tite e por outros, tido como revolucionário.

É como já ouvi dizer: você pode superar com mais facilidade um “4-3-2-1” do que a boa técnica de 4 ou 5 jogadores. Porém, se o outro time jogar como o Flamengo, sem qualidade técnica, sem meio campo e jogadores diferenciados, como tem o Corinthians em Renato Augusto e Jadson e o próprio Love, no trabalho de área, o placar não traduzirá seu domínio.

É bom destacar que, fugindo ao seu estilo tradicional, o Flamengo tem 4 ou 5 jogadores limitadíssimos. Revelados para marcar, correr e não deixar jogar. Tipo o Jonas, que com a entrada desleal que deu em Renato Augusto, reduziu as chances de reação rubro-negra. Fosse em qualquer lugar, o Corinthians seria superior em campo. O Flamengo está longe de ter uma boa equipe. Cheio de jogadores jovens, fracos e inexperientes. Verdadeiras apostas. Se não fosse a arrancada de motivação na chegada de Oswaldo, com certeza estaria brigando mais atrás.

Em que pese tudo isso, com quase todo o segundo tempo com um jogador a mais, o Corinthians diminuiu o ritmo muito cedo. O recuo da equipe, mesmo que previsto, podia lhe complicar. Mesmo sabendo que havia apenas um homem lutando contra um batalhão de camisas brancas, chamado Guerrero. Em todo o caso, quem quiser achar que esse título foge do Parque São Jorge, fique à vontade. Eu duvido. Para mim o Corinthians é o virtual Campeão Brasileiro de 2015.

Boa semana!

domingo, 18 de outubro de 2015

O FIM DA ERA JOSEPH BLATTER















Depois de um longo tempo, com incalculável prejuízo à FIFA como entidade e ao futebol num todo, finalmente chega ao fim a “Era Blatter”. Só lamento que tal acontecimento não tenha ocorrido há mais tempo e tenha sido necessário que autoridades policiais, no caso o FBI, tivessem descoberto um dos grandes tumores da entidade, dirigida por Blatter.

A corrupção não pode ser apenas a palavra maior do momento. Oriunda dela ou não, o futebol em campo, os jogadores e a organização dele sofreram muitos prejuízos com a incompetência dos outros membros da FIFA e seus tentáculos como Ligas e Confederações. Vários torneios mundiais organizados por ela, em várias categorias, ficaram, inevitavelmente, comprometidos.

Pena que no tempo do amadorismo no futebol fossem raros esses acontecimentos e, após a profissionalização e montanhas de dinheiro, as imoralidades tenham acontecido. É comum que diante de muito dinheiro a sujeira esteja presente. Mas há de se pensar que o futebol, por ser uma paixão, dificilmente há de involuir em matéria de finanças. Apesar da qualidade não ser a mesma, o futebol ainda é absoluto em termos de poder financeiro e preferência mundial. Pela paixão, história e bilhões de pessoas envolvidas no planeta inteiro.

Quem seria o nome ideal para substituir Blatter? Não creio que tudo se baseie num nome. Mas como temos que começar por ele, não acho que Platini seja o melhor deles. O já candidato, príncipe da Jordânia Ali bin al-Hussein, apoiado por estrelas como Maradona, por exemplo, pra mim é uma interrogação. Penso que o nome deva ter ajudado a fazer a história do futebol. Gente qualificada e do ofício mesmo. Quem me dera ter um Beckenbauer, Cruyff, Del Bosque ou o nosso Carlos Alberto Torres, por exemplo, comandando a FIFA. Eu veria com bons olhos. Estes nomes provavelmente escalariam outros ao seu lado que tivessem intimidade e conhecimento suficientes para reerguer e introduzir as mudanças que o futebol mundial tanto anseia, além de moralizar suas relações com as Confederações dos países.

De qualquer forma, fez-se a luz.


CAMPEONATO BRASILEIRO

Antes de um breve comentário sobre os últimos jogos do Brasileiro, vai um pedido de desculpas a um nome que esqueci na coluna retrasada dos técnicos do nosso país. Cito também Paulo Roberto Falcão como um grande treinador. Não somente pelo Sport, que vivia empatando e bastou Eduardo Baptista sair para exibir outra cara e outro jogo. Mas pelo que sei que conhece, assim como o modelo de trabalho que adota. Foi vítima de Ricardo Teixeira na Copa América de 1991, quando foi treinador, devido aos vários erros que o nefasto dirigente cometia na ocasião, com destaque a convocação dos chamados “estrangeiros”, que ele não conseguia liberar. Na ocasião Falcão foi muito prejudicado. Ficamos privados de uma avaliação correta de sua capacidade. Se dependesse de mim, ele seria hoje o técnico da seleção brasileira. E de passagem, meus parabéns pelo seu aniversário, na sexta-feira.

Segue o Brasileiro e a Copa do Brasil. Ou seja, vocês estão vendo dois campeonatos em um só. Sequer um é internacional e o outro é nacional. Disputa-se a mesma coisa e em tempos jamais recomendados, em final de temporada. Absurdo. E com o calorão que anda fazendo Brasil afora, o desgaste físico e mental das equipes é terrível. Não tenho a menor ideia do favorito na Copa do Brasil. Talvez quem estiver mais a fim de vencer essa competição gêmea do Brasileiro e com o elenco mais inteiro.

No Brasileiro, o Corinthians é praticamente o campeão. E o Vasco hoje me parece que jogou uma oportunidade de ouro de escapar do rebaixamento dado como certo. E vejam a curiosidade. Dos quatro gols da partida, Rodrigo teve participação direta em três. Um converteu com excelente cabeçada a favor do seu time, na virada para 2 X1. Nos outros dois, lamentavelmente, falhou. Deu uma furada no primeiro do São Paulo e abandonou, no segundo, sua posição. O que naquele momento era inaceitável.

O Vasco dominava o jogo e já havia obrigado Rogério Ceni a pelo menos 8 defesas difíceis em 20 minutos. E o São Paulo não ameaçava o Vasco. Era um bando perdido e desanimado, que não lembrava o tricolor paulista de outros tempos. Como quem não faz leva, e com uma boa dose de má sorte, um cruzamento mal marcado caiu justo num ponto em que Rodrigo deveria estar. O empate tirou dois preciosos pontos do Vasco e tornou mais difícil do que já estava sua permanência na primeira divisão. Mais alguns dias virá à definição.

Uma boa semana!

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A DECADÊNCIA DO FUTEBOL BRASILEIRO
















Senhores, amantes do futebol brasileiro no Brasil e no mundo, o nosso futebol passa por seu pior momento em toda a história, tanto dentro de campo, quanto fora dele. Imagino como dói no coração, como acontece com o meu, aos futebolistas que acompanham há muitos anos nossos melhores e piores momentos.

Lamentavelmente acho o problema de difícil solução. Mesmo em se tratando de uma escola de futebol que tem potencial e capacidade para se renovar da água para o vinho. Penso assim, pois os comandantes do órgão maior de nosso futebol, a CBF, o STJD, Tribunal que julga seus acontecimentos, e até a Polícia Federal colaboram para que a solução esteja cada vez mais distante. Não investigando a todos os acusados, corrompendo-se em relação a vários dirigentes e jogadores.

Tendo uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que é mais um circo do que uma ação para apurar e punir malfeitos. Dirigida por um ex-jogador, Romário, que dentro de campo mereceu e merece a capa do meu Blog, como um dos maiores atacantes que vi jogar, mas fora dele, como político e pessoa comum, não tem moral para condenar ninguém no mundo da bola. Romário tem rabo preso à CBF, à emissoras de televisão, como a Globo, e ao próprio ex-presidente Ricardo Teixeira.

Enquanto isso, temos um dirigente preso na Suíça e outro atualmente no comando, Del Nero, que sequer pode sair do país, sobre o risco do mesmo destino do antecessor. O futebol que vocês veem nos gramados, no Campeonato Brasileiro, pode ser de muita luta, mas é de péssima qualidade. São raros os jogos que merecem aplausos e emoções. Sei que a maior parte do mundo também está assim, mas temos de olhar os nossos problemas e não o dos outros. Luta, garra e correria não significam bom futebol. Portanto, não confundam o que vocês têm visto.

Agora há pouco, no Chile, mais uma coleção de erros, a começar pela escalação. Lá estão vários nomes como Daniel Alves, Marcelo, Luiz Gustavo, Hulk, entre outros, que já provaram não terem condições de, no mínimo, serem titulares desta seleção. Não rendem o que se espera deles. Na derrota de hoje para o Chile, uma só conclusão com perigo a gol não conseguimos concretizar.

Realizamos mais de 23 contra-ataques, alguns em superioridade numérica, sem ao menos chegarmos à definição da jogada. Toques excessivos e improdutivos são a tônica do meio pra frente deste time de Dunga. Jogadas individuais continuam não sendo arriscadas. E garanto a vocês que o placar seria mais dilatado se visivelmente o Chile não respeitasse tanto a camisa amarela como respeitou. Além dos 2 X 0, foram mais duas bolas na trave e um domínio na maior parte do tempo.

Fechamos 2014 jogando errado, escolhendo errado e trabalhando errado. E já estamos 2015 do mesmo jeito. Lembrando o que alertei há pouco tempo, que esta seria uma eliminatória angustiante. A própria Argentina já começou a sentir na pele a força e maior qualidade de antigos adversários que eram meros coadjuvantes, como o Equador. Se você está pessimista, controle-se, pois vem coisa pior.

A FIFA também passa pela sombra do sol. Um momento que, mais dia, menos dia, sabia que iria chegar. Ao menos que tudo seja para uma maior transparência, limpeza, organização e melhoria num jogo onde figuras nefastas e mafiosas tomaram as rédeas.

Nota: apenas como detalhe, torço muito para que a empresa de material esportivo Nike passe a ouvir quem jogou futebol antes de produzir suas bolas. Quem jogou sabe que diversas tonalidades e desenhos, como na avermelhada que está usando agora, dificultam a noção de distância, velocidade e quique, confundindo e distorcendo a noção e visão dos jogadores. É só perguntar a eles.

Boa noite!

domingo, 4 de outubro de 2015

BONS TREINADORES OU SORTE?
















Abro a coluna falando sobre essa figura polêmica que é o treinador de futebol, em qualquer lugar do mundo. No Brasil, mais ainda. Destaco com segurança, de cara, os dois aí acima: Ricardo Gomes e Marcelo Oliveira.

O primeiro superou um grave drama de saúde, como todos já sabem, tendo um AVC durante uma partida comandando o Vasco. Foram anos de tratamento, uma fisioterapia intensa que ainda não abandonou e uma força de vontade muito grande. Um treinador sóbrio, grande boleiro, de boa cultura e educação. Que já ao assumir o Botafogo, ainda como alguma sequela do AVC, disse, com o sorriso franco de sempre: “podem me cobrar à vontade. Podem criticar, elogiar...”

Ali já quebrava a primeira barreira com as quais os treinadores brasileiros não sabem conviver. Odeiam ser criticados. Não sabem lidar com a crítica. Pensam que estão acima do time, do clube e da torcida. E a vê como claque ou um bando de alunos assistindo suas palestras. Ricardo agora tem a missão de tirar o Botafogo de um lugar incômodo que outros artistas o jogaram: a série B. E no momento, creio que com mais umas duas vitórias, a volta estará assegurada.

Já Marcelo Oliveira, outro grande boleiro de estilo mais aguerrido e extrovertido, mais experiente que Ricardo, é outro excelente treinador. Vendo o Palmeiras jogar nota-se claramente seu trabalho. Numa entrevista coletiva, ao contrário dos demais, não se preocupa em aparecer ou dar aulas de física quântica em futebol. Explica suas ideias naquela partida, não se furta a elogiar ou criticar determinado setor ou jogador, mostra com clareza sua proposta de trabalho e os pecados e acertos do grupo que comanda.

Há outros também que não chegam a ser tão brilhantes, mas vejo boas qualidades neles, como Levir Culpi, Ney Franco e Muricy, que também faria parte dos notáveis, mas está afastado no momento. Os demais não fazem minha cabeça. Você pode me cobrar o Tite e o Dunga. Não. Nenhum dos dois me convence. O primeiro depende muito do elenco que trabalha e das condições que recebe o time. O outro baseia seu trabalho na vibração e na luta, mas sem mostrar o conhecimento e as estratégias necessárias.
Fica o elogio e uma ponta de saudade, pois pra quem viu Valdir Pereira, o Didi, trabalhar...

Flashes do Brasileirão

Quero dar dois destaques já nessa reta de chegada do Brasileirão 2015. O primeiro, positivo, com a FIFA começando a ser pressionada como deve. E isso é bom para o futebol. Principalmente na CBF que se pendura nela.

Outro aspecto sobre o São Paulo e seu treinador colombiano Osório. Tá esquisito aquilo lá, não? Uma hora o cara se agacha na beira do campo, se deprime, se reanima. Outra hora é ameaçado de demissão logo após confirmado no cargo. Às vezes diz que vai sair, minutos depois diz estar bem no São Paulo. Sei lá... Não entendi esse mistério todo ou quem sabe um quadro complexo que Freud gostaria de resolver.

Por falar em Freud, acho que ele gostaria de, junto com educadores do porte de Mario Sergio Cortella, dar uma aula de moral, respeito e comportamento de grupo aos jogadores do Fluminense. Bastou Ronaldinho sair do clube, e embora tecnicamente ou taticamente nada de novo tenha surgido de expressivo, ficou muito claro o maior empenho de todos, fato que não ocorria nos jogos anteriores. Um claro boicote a Ronaldinho Gaúcho. Uma covardia que, provavelmente, tem como pano de fundo o peso de seu salário.

Ele foi suficiente pra uma das atitudes mais covardes e mesquinhas que eu sempre vi no futebol: a chamada “panelinha” de grupo. Ela por si só já mostra a mentalidade do clube e de quem verdadeiramente dá as cartas dentro dele. Uma vergonha.

Boa semana!

domingo, 27 de setembro de 2015

FUTEBOL DE BASE: A CARTILHA DO ERRO

















Essa semana, tentando achar novidades em termos de futebol, me deparei com uma reportagem sobre as categorias de base do Palmeiras. Como tinha o vídeo, aproveitei e o assisti também. Tratava-se de uma cartilha para as divisões de base. A reportagem anunciava a contratação para a coordenação da base do Palmeiras, de João Paulo Sampaio, engenheiro de profissão, radicado ao Vitória da Bahia e criador da tal cartilha.

Paguei caro pela minha curiosidade. A matéria promovia o tal manual, com o entusiasmo jornalístico necessário, como uma grande inovação. Uma bola dentro no mundo do futebol. Em seu conteúdo, logo de cara, goleiros como Julio Cesar, Casillas e Taffarel não teriam vez. Pois goleiro só a partir de 1,86m de altura. Mais adiante, consta na cartilha, entre os mandamentos, a ideia da participação de um lateral, por exemplo, ou um zagueiro, em outras funções que não as de origem.

A matéria diz também que ele, João Paulo Sampaio, foi o responsável pelo lançamento de David Luiz e Hulk. Dados como casos perdidos, David Luiz, muito magrinho, jogando de volante no Vitória, foi deslocado por ele para a zaga. E Hulk, então um lateral esquerdo, ele o ressuscitou o trazendo para o meio e depois para o ataque. A reportagem cita ainda o atual treinador do sub-15 do Palmeiras, um rapaz de não mais que 25 anos de idade, dando seu testemunho favorável ao manual e seu emprego imediato.

Minha torcida é para que o Palmeiras descubra o quanto antes que entrou num papo furado. Embora eu saiba que não somente ele, mas outros clubes brasileiros também sigam esses princípios. Tudo que o futebol brasileiro precisa se livrar o quanto antes é disso. São de teóricos “construtores de jogador”, que insistem em ensinar futebol através de livros.

Explicando mais profundamente: não será nunca através de livros, salas de aulas ou tablets que recuperaremos nosso verdadeiro futebol. Precisamos de prática, experiência, respeito à história do futebol, à suas raízes e uma adaptação da nova dinâmica de jogo a elas. Só. Deixar o jogador jogar. Deixar o menino se desenvolver. Jogador atuando fora de sua posição não é novidade nenhuma há muito tempo. Goleiro à metro é fechar os olhos pra possibilidade de um goleiro como Taffarel, de 1,82m, ou até com menos altura, surgir com qualidades excepcionais que justifiquem sua escolha e permanência.

As cartilhas só fazem travar o jogador. Travar a inspiração, a liberdade e o desenvolvimento técnico natural de cada um. O futebol que um menino apresenta num momento, daqui a um ano, pode ser outro completamente diferente. De quem você mais espera, pode haver um retrocesso. E outros que você não apostava tanto te surpreendem. Suas reações modificam muito rápido. Existem várias condições na adolescência. Vários limites individuais que não podem ser rompidos e violados. E essas cartilhas e padrões engessam o processo de amadurecimento natural de cada jogador.

Querem soldadinhos de chumbo. Querem aparecer mais que os jogadores. Os erros têm tempo e seus momentos para serem corrigidos. E o processo de aperfeiçoamento do jogador caminha junto ao seu amadurecimento como ser humano. É preciso deixar reações como emoções excessivas ou escassas fluírem naturalmente. Do contrário, ao suprimi-las, seu jogador vai te surpreender lá na frente com comportamentos estranhos que você não esperava dele. Em momentos delicados e decisivos no futebol.

Parabenizo a ele por ter conseguido colocar David Luiz e Hulk no futebol. Mesmo achando que no caso de David Luiz e Hulk ele errou feio. David Luiz tem muito mais eficácia como volante, meia defensivo, do que como zagueiro. E ele fez o oposto. E Hulk, não tinha pensado nisso, quem sabe numa lateral esquerda não teria sido menos decepcionante do que é? É apenas um jogador de futebol força. Já David Luiz tem alguns recursos.

Portanto, meu amigo, se o seu time está inserido nas cartilhas, peça a Deus que interceda e que ele pare de tentar se enganar com novidades que não acrescentam em nada. Pelo contrário. Tiram a liberdade e atrapalham a visão para sentir, perceber detalhes, qualidades e defeitos que normalmente virão à tona no dia a dia da formação dos jogadores das categorias de base através da observação e do ensino prático do treinador, aperfeiçoando e corrigindo fundamentos em seus tempos e etapas. 

Libertem o futebol brasileiro e verão o futebol brasileiro. 

domingo, 20 de setembro de 2015

MITOS E VERDADES DO FUTEBOL























Amigos,
Antes de entrar no assunto propriamente dito, quero aproveitar para dar uma pincelada rápida em alguns detalhes do Campeonato Brasileiro 2015. A tabela já diz sobre o favorito no momento. Cada vez mais o Corinthians se distancia na primeira posição. Mesmo assim, ainda reforça seu elenco, como fez essa semana, com mais duas contratações. E lá embaixo, o Vasco começa a tentar emergir. Já consegue deixar a última posição e dá esperanças a sua torcida. Só espero que não seja uma recuperação que não se sustente até o fim. Porque mesmo melhorando muito, o Vasco só garante sua permanência nas últimas rodadas.

Quero deixar bem claro aqui o meu repúdio a essa onda, que provavelmente deve ter nascido de hábitos paulistas que adoram copiar os europeus, de colocar jogos às onze horas da manhã. Além de passar uma confusão dos diabos pra cabeça do torcedor em termos de horário, esquecem que o Brasil não tem o clima europeu. Seja inverno ou verão, onze horas da manhã, seria bom que os dirigentes vestissem a camisa dos clubes que se enfrentaram hoje, como Corinthians 2 X 0 Santos e Goiás 3 X 0 Joinville e fossem a campo por uns minutos. Eles iam sentir na pele o que é correr numa “lua” dessas. Colocaram a saúde de jogadores em risco, principalmente em Goiás, com 44 graus e 8% de umidade. Um absurdo. Mas, como não existe mais união entre os jogadores, sindicato é uma palavra que provoca boas gargalhadas.

Vamos aos mitos e as verdades:

Você torcedor e esportista, provavelmente já deve ter ouvido muitos ditos populares e outros ligados à superstição, por locutores, cartolas, treinadores etc. Alguns estão introjetados até hoje no dia a dia do futebol, havendo quem os leve a sério. Vale a pena citar alguns como:

“Treinador: Eu não posso atacar como vocês querem, cedendo o contra-ataque desta maneira.” - Todo jogo a melhor e mais bem armada equipe do mundo leva contra-ataques. Basta você se armar para conhecê-los e contê-los. Se você tiver medo de contra-ataque, é melhor não entrar em campo.

“2 X 0 é um placar perigoso - Preferia 2 X 0 pro adversário? Estranho isso. Parece medo de estar ganhando. Medo de estar na frente.

“Com boa vantagem no placar é hora de recuar – Tem certeza? O que você considera boa vantagem? Recuando, meu amigo, está trazendo o adversário para a sua área e imediações. O bate-rebate começa a acontecer. E muitos gols hoje em dia, além de muitos jogos, se decidem em rebotes infantis. Avançando o time você começa a marca-lo no nascimento da jogada e não na definição. E vale lembrar que após o surgimento dos 3 pontos, um empate tá mais pra derrota do que vitória.

O drible - Pra citar um exemplo bem recente, o jogador Dátolo, do Atlético Mineiro, confiram nos VT’s, tinha um visual fechado a sua frente até resolver enfiar a bola embaixo das pernas de Pará, do Flamengo. Tudo clareou. E a defesa do Flamengo perdeu reação e foi surpreendida. Dátolo, com categoria, definiu o jogo. Jadson hoje, a mesma coisa contra o Santos, tanto em uma jogada individual na partida, quanto no lance do segundo gol do Corinthians, desequilibrando o adversário. Nada mais fatal que o drible bem aplicado como recurso natural, como “abridor de latas” de uma zaga bem fechada, de uma marcação cerrada. Do gol de Jairzinho na Copa de 70, contra a Inglaterra, até hoje, milhares de exemplos comprovam e assinam embaixo do que estou dizendo.

Aquela desculpa: "Perdemos sim. Por 2x0 mas foram duas bolas paradas." -Sei...bolas paradas são ilegais?


Quando um treinador diz: “Gostei daquele atleta. Ele movimentou-se muito bem.” - O que precisamente ele quis dizer com isso? 

Por fim, que tal: “Vamos garantir o resultado. Não esqueçam que o jogo é no campo do adversário” – É? E daí? Alguém vai sofrer alguma agressão física? A bola é diferente? O torcedor vai entrar em campo e influir no jogo? Então me explica como você se profissionalizou e leva profissionais a campo adversário com este raciocínio muito pequeno. Jogo é jogo, companheiro. Em qualquer lugar.

É isso aí. Vamos nos aproximando do final da temporada no Brasil, lembrando que as equipes já mostram um desgaste enorme. A irregularidade dos resultados é um sinal disso, além de um calendário grosseiro e mal planejado, que não permite a preparação física adequada.

Boa semana a todos!