domingo, 27 de setembro de 2015

FUTEBOL DE BASE: A CARTILHA DO ERRO

















Essa semana, tentando achar novidades em termos de futebol, me deparei com uma reportagem sobre as categorias de base do Palmeiras. Como tinha o vídeo, aproveitei e o assisti também. Tratava-se de uma cartilha para as divisões de base. A reportagem anunciava a contratação para a coordenação da base do Palmeiras, de João Paulo Sampaio, engenheiro de profissão, radicado ao Vitória da Bahia e criador da tal cartilha.

Paguei caro pela minha curiosidade. A matéria promovia o tal manual, com o entusiasmo jornalístico necessário, como uma grande inovação. Uma bola dentro no mundo do futebol. Em seu conteúdo, logo de cara, goleiros como Julio Cesar, Casillas e Taffarel não teriam vez. Pois goleiro só a partir de 1,86m de altura. Mais adiante, consta na cartilha, entre os mandamentos, a ideia da participação de um lateral, por exemplo, ou um zagueiro, em outras funções que não as de origem.

A matéria diz também que ele, João Paulo Sampaio, foi o responsável pelo lançamento de David Luiz e Hulk. Dados como casos perdidos, David Luiz, muito magrinho, jogando de volante no Vitória, foi deslocado por ele para a zaga. E Hulk, então um lateral esquerdo, ele o ressuscitou o trazendo para o meio e depois para o ataque. A reportagem cita ainda o atual treinador do sub-15 do Palmeiras, um rapaz de não mais que 25 anos de idade, dando seu testemunho favorável ao manual e seu emprego imediato.

Minha torcida é para que o Palmeiras descubra o quanto antes que entrou num papo furado. Embora eu saiba que não somente ele, mas outros clubes brasileiros também sigam esses princípios. Tudo que o futebol brasileiro precisa se livrar o quanto antes é disso. São de teóricos “construtores de jogador”, que insistem em ensinar futebol através de livros.

Explicando mais profundamente: não será nunca através de livros, salas de aulas ou tablets que recuperaremos nosso verdadeiro futebol. Precisamos de prática, experiência, respeito à história do futebol, à suas raízes e uma adaptação da nova dinâmica de jogo a elas. Só. Deixar o jogador jogar. Deixar o menino se desenvolver. Jogador atuando fora de sua posição não é novidade nenhuma há muito tempo. Goleiro à metro é fechar os olhos pra possibilidade de um goleiro como Taffarel, de 1,82m, ou até com menos altura, surgir com qualidades excepcionais que justifiquem sua escolha e permanência.

As cartilhas só fazem travar o jogador. Travar a inspiração, a liberdade e o desenvolvimento técnico natural de cada um. O futebol que um menino apresenta num momento, daqui a um ano, pode ser outro completamente diferente. De quem você mais espera, pode haver um retrocesso. E outros que você não apostava tanto te surpreendem. Suas reações modificam muito rápido. Existem várias condições na adolescência. Vários limites individuais que não podem ser rompidos e violados. E essas cartilhas e padrões engessam o processo de amadurecimento natural de cada jogador.

Querem soldadinhos de chumbo. Querem aparecer mais que os jogadores. Os erros têm tempo e seus momentos para serem corrigidos. E o processo de aperfeiçoamento do jogador caminha junto ao seu amadurecimento como ser humano. É preciso deixar reações como emoções excessivas ou escassas fluírem naturalmente. Do contrário, ao suprimi-las, seu jogador vai te surpreender lá na frente com comportamentos estranhos que você não esperava dele. Em momentos delicados e decisivos no futebol.

Parabenizo a ele por ter conseguido colocar David Luiz e Hulk no futebol. Mesmo achando que no caso de David Luiz e Hulk ele errou feio. David Luiz tem muito mais eficácia como volante, meia defensivo, do que como zagueiro. E ele fez o oposto. E Hulk, não tinha pensado nisso, quem sabe numa lateral esquerda não teria sido menos decepcionante do que é? É apenas um jogador de futebol força. Já David Luiz tem alguns recursos.

Portanto, meu amigo, se o seu time está inserido nas cartilhas, peça a Deus que interceda e que ele pare de tentar se enganar com novidades que não acrescentam em nada. Pelo contrário. Tiram a liberdade e atrapalham a visão para sentir, perceber detalhes, qualidades e defeitos que normalmente virão à tona no dia a dia da formação dos jogadores das categorias de base através da observação e do ensino prático do treinador, aperfeiçoando e corrigindo fundamentos em seus tempos e etapas. 

Libertem o futebol brasileiro e verão o futebol brasileiro. 

domingo, 20 de setembro de 2015

MITOS E VERDADES DO FUTEBOL























Amigos,
Antes de entrar no assunto propriamente dito, quero aproveitar para dar uma pincelada rápida em alguns detalhes do Campeonato Brasileiro 2015. A tabela já diz sobre o favorito no momento. Cada vez mais o Corinthians se distancia na primeira posição. Mesmo assim, ainda reforça seu elenco, como fez essa semana, com mais duas contratações. E lá embaixo, o Vasco começa a tentar emergir. Já consegue deixar a última posição e dá esperanças a sua torcida. Só espero que não seja uma recuperação que não se sustente até o fim. Porque mesmo melhorando muito, o Vasco só garante sua permanência nas últimas rodadas.

Quero deixar bem claro aqui o meu repúdio a essa onda, que provavelmente deve ter nascido de hábitos paulistas que adoram copiar os europeus, de colocar jogos às onze horas da manhã. Além de passar uma confusão dos diabos pra cabeça do torcedor em termos de horário, esquecem que o Brasil não tem o clima europeu. Seja inverno ou verão, onze horas da manhã, seria bom que os dirigentes vestissem a camisa dos clubes que se enfrentaram hoje, como Corinthians 2 X 0 Santos e Goiás 3 X 0 Joinville e fossem a campo por uns minutos. Eles iam sentir na pele o que é correr numa “lua” dessas. Colocaram a saúde de jogadores em risco, principalmente em Goiás, com 44 graus e 8% de umidade. Um absurdo. Mas, como não existe mais união entre os jogadores, sindicato é uma palavra que provoca boas gargalhadas.

Vamos aos mitos e as verdades:

Você torcedor e esportista, provavelmente já deve ter ouvido muitos ditos populares e outros ligados à superstição, por locutores, cartolas, treinadores etc. Alguns estão introjetados até hoje no dia a dia do futebol, havendo quem os leve a sério. Vale a pena citar alguns como:

“Treinador: Eu não posso atacar como vocês querem, cedendo o contra-ataque desta maneira.” - Todo jogo a melhor e mais bem armada equipe do mundo leva contra-ataques. Basta você se armar para conhecê-los e contê-los. Se você tiver medo de contra-ataque, é melhor não entrar em campo.

“2 X 0 é um placar perigoso - Preferia 2 X 0 pro adversário? Estranho isso. Parece medo de estar ganhando. Medo de estar na frente.

“Com boa vantagem no placar é hora de recuar – Tem certeza? O que você considera boa vantagem? Recuando, meu amigo, está trazendo o adversário para a sua área e imediações. O bate-rebate começa a acontecer. E muitos gols hoje em dia, além de muitos jogos, se decidem em rebotes infantis. Avançando o time você começa a marca-lo no nascimento da jogada e não na definição. E vale lembrar que após o surgimento dos 3 pontos, um empate tá mais pra derrota do que vitória.

O drible - Pra citar um exemplo bem recente, o jogador Dátolo, do Atlético Mineiro, confiram nos VT’s, tinha um visual fechado a sua frente até resolver enfiar a bola embaixo das pernas de Pará, do Flamengo. Tudo clareou. E a defesa do Flamengo perdeu reação e foi surpreendida. Dátolo, com categoria, definiu o jogo. Jadson hoje, a mesma coisa contra o Santos, tanto em uma jogada individual na partida, quanto no lance do segundo gol do Corinthians, desequilibrando o adversário. Nada mais fatal que o drible bem aplicado como recurso natural, como “abridor de latas” de uma zaga bem fechada, de uma marcação cerrada. Do gol de Jairzinho na Copa de 70, contra a Inglaterra, até hoje, milhares de exemplos comprovam e assinam embaixo do que estou dizendo.

Aquela desculpa: "Perdemos sim. Por 2x0 mas foram duas bolas paradas." -Sei...bolas paradas são ilegais?


Quando um treinador diz: “Gostei daquele atleta. Ele movimentou-se muito bem.” - O que precisamente ele quis dizer com isso? 

Por fim, que tal: “Vamos garantir o resultado. Não esqueçam que o jogo é no campo do adversário” – É? E daí? Alguém vai sofrer alguma agressão física? A bola é diferente? O torcedor vai entrar em campo e influir no jogo? Então me explica como você se profissionalizou e leva profissionais a campo adversário com este raciocínio muito pequeno. Jogo é jogo, companheiro. Em qualquer lugar.

É isso aí. Vamos nos aproximando do final da temporada no Brasil, lembrando que as equipes já mostram um desgaste enorme. A irregularidade dos resultados é um sinal disso, além de um calendário grosseiro e mal planejado, que não permite a preparação física adequada.

Boa semana a todos!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

SÓ DÁ TIMÃO, MENGÃO E MAIS UMA CONFUSÃO












Vamos chegando à reta final, o momento que os antigos chamavam de “a hora de a onça beber água”, no Campeonato Brasileiro 2015. Marcado por alguns jogos emocionantes, mais pela luta e entrega dos times, principalmente nos clássicos regionais, do que pela qualidade das partidas, vão se definindo os favoritos ao título.

Até aqui minha aposta no Corinthians parece acertada. O Atlético vem atrás, mas com menos força de chegada. E os demais se alternando, como Grêmio, o São Paulo e o novo Flamengo, digamos assim, que há dois meses brigava pra se afastar da zona de rebaixamento, e hoje começa a se consolidar entre os 4 da Libertadores. O Corinthians, já havia dito, vinha montado e com o elenco mais variado do campeonato. O Flamengo tinha a conta do chá e algumas posições com muitas deficiências.

No caso do Flamengo, algumas boas contratações aliadas à inteligência do técnico Oswaldo de Oliveira, que entendeu bem o que é Flamengo, procurou não inventar, percebendo a vontade da sua torcida e puxando o grande Jayme para o seu lado, conseguiram decolar o time da Gávea. O ex-treinador do time é valorosíssimo para o clube e tem contribuído ativamente e visivelmente com as decisões do treinador. Chegar ao título é outro papo. Acho bem mais difícil.

O Fluminense, que frequentou por algum tempo o G4, chegando à vice-liderança, despencou. Parte por culpa de seu treinador, que não sabe fazer um time atacar. Contra o Inter, em Porto Alegre, já havia tirado Ronaldinho, que era o único suporte ofensivo para ligar Wellington Paulista, então substituto de Fred. Continuou fazendo seus estranhos testes, jogo a jogo e em Curitiba chegou ao ápice da vergonha, pedindo ao time claramente para recuar, com um não menos vergonhoso auxílio de Fred, já à beira do campo, diante de um Coritiba sem nenhuma força ofensiva. Para ele um ponto era vitória.

E ontem, além de ressuscitar um Sport há 10 jogos sem vencer e absolutamente extenuado, conseguiu sair da primeira página da tabela já quando escalou o time. Não deixaria Fred de fora, mas um jogador como ele, voltando de lesão e sem condicionamento, exigia a presença de um Marcos Junior rodeando-o e criando jogadas para servi-lo. Mas ele preferia fazer isso com bolas alçadas, recuando Marcos Junior para o meio. E Fred, jogador difícil de dirigir pela sua influência, nome e prestígio que adquiriu dentro do clube, não teve uma só chance. Depois, naturalmente começam a entrar as peças ofensivas pra tentar reverter o marcador, em um time jogando sem coesão e proposta de jogo. Aliás, sem proposta de jogo há muito tempo.

Tanto no Fluminense, como em outros clubes, que estão ali pelo meio da tabela, será difícil revigorar e renovar as forças. Usaram demais os garotos da base. Alguns clubes por interesses comerciais, puramente. Outros, por necessidade. Só esqueceram que a garotada salva o lado deles por 2, 3 meses. Depois, naturalmente caem física e tecnicamente. A camisa pesa e falta experiência. É normal.

Enquanto isso vai o Vasco tentando agarrar uma boia e submergir. Tomara que tenha sucesso. Mas o Vasco não tem time para sustentar essa reação. E eu temo que os torcedores se iludam. Em todo caso, futebol é futebol.

Fechando agora, com um elogio e uma crítica, a coluna de hoje:

O elogio vai para Ricardo Gomes. O Excelente treinador Ricardo Gomes e o grande caráter Ricardo Gomes mantendo o Botafogo a poucos pontos de voltar à série A. Boa sorte ao Ricardo e ao Botafogo!

E a crítica, é a tal a confusão que citei na manchete. Refere-se ao clássico Cruzeiro X Atlético. Infelizmente, não há o que dizer de tão expressivo dentro de campo, mas fora dele. Mais uma vez, com a conivência das autoridades policiais, houve pancadaria e tumulto com vítimas, algumas em estado grave, na chegada ao estádio. Todos sabem como eles funcionam e o que gostam de fazer. Mais ainda o que deve ser feito. Mas parece dar “muito trabalho” enquadrar os marginais que insistem em se digladiar na chegada ou saída dos estádios, criando uma violência doentia e persistente e afastando o torcedor que ainda confia no seu time e o inclui no programa dos finais de semana.

Boa semana!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

NOS ESTADOS UNIDOS FUTEBOL NÃO É MAIS SOCCER











Estou escrevendo antes do amistoso de daqui a cerca de 1 hora entre Estados Unidos e Brasil, em Boston. O resultado, qualquer que seja, não irá pautar meu comentário. Até porque, a seleção americana está em renovação. E essa etapa pra eles é mais difícil que para nós. 

Sobre a nossa seleção brasileira, tenho dito repetidas vezes os nossos problemas, como expus claramente na última coluna. Sem os dois passos iniciais mais importantes, transparência e organização, que nos conduziriam uma volta às raízes de nosso bom futebol, não chegaremos a lugar nenhum.

Quero falar sobre o futebol nos Estados Unidos, sua evolução e dizer por que a manchete acima, pra mim, já é uma realidade. Nos anos 70 os Estados Unidos já havia dado uma investida forte no futebol. Pelé, Carlos Alberto, Beckenbauer, Chinaglia, entre outros arrastaram grandes públicos aos estádios, criando interesse e atrativo ao esporte. Até aí, o fato marcante se dera em 50, em plena Copa do Mundo no Brasil, quando a seleção americana derrotou, surpreendentemente, o English Team, em São Paulo.

Este pontapé inicial idealizado nos anos 70 deu uma grande contribuição, mas o sucesso demorou a vir. O basquete, o baseball, o próprio futebol americano, ainda tomavam maior parte do coração dos americanos. Fiel as suas raízes, o povo apoiava mais o que sabia fazer melhor. Mas a partir dos anos 90, a globalização intimou uma participação maior americana.

Organizados e eficientes. Pra se ter uma ideia, enquanto nossa taça original, a Jules Rimet, do tricampeonato mundial, fora roubada da CBF, os americanos têm até hoje guardada a bola da vitória da Copa de 50 sobre a Inglaterra. Nas recentes Copas do Mundo e das Confederações que atuaram, já mostravam trabalho de qualidade e um time aguerrido e organizado. Sem esquecer que no estádio de Stanford, na Copa de 94, se não fosse o genial Romário, seu time, mesmo ainda muito mesclado de estrangeiros, nos derrubaria por certo.

Contrataram um treinador comprometido, inteligente e integrado com a filosofia do futebol e a noção exata do estilo de trabalho americano. Klinsmann foi uma grande escolha. Pena que dois ou três jogadores de grande qualidade já estivessem em fim de carreira, como Donovan e Bocanegra. O que não impediu de fazer uma grande Copa do Mundo de 2014. As exibições americanas em solo brasileiro chamavam a atenção do mundo, alegravam o país do futebol e emocionavam o povo americano, unindo sua torcida em multidões em torno dos telões como jamais havíamos visto.

Por muito pouco Chris Wondolowski, com um pouco mais de técnica e frieza, não colocaria os Estados Unidos nas quartas de final. Pois o empate heroico aquela altura, diante da Bélgica, com uma atuação fantástica e arrojada do goleiro Howard, uma das maiores que vi em minha vida e com recorde de defesas em uma Copa do Mundo, fariam os americanos tirarem forças de onde não havia mais. O espírito americano estava em campo. E o resultado, apesar da Bélgica ter mais tradição e técnica, talvez não tenha sido justo com a atuação dos Estados Unidos.

Podem se preparar, pois novas contratações têm sido feitas. O alvo é correto. Assimilar mais técnica, posicionamento e experiência, que naturalmente só ganharão jogando, mas que as estrelas estrangeiras estão fornecendo como suporte à boa marcação, harmonia, objetividade e determinação em entrar para a galeria dos campeões mundiais. Esse dia não deve estar muito longe. Quem viver verá. 

domingo, 6 de setembro de 2015

BRASIL: A ANGÚSTIA DE UMA ELIMINATÓRIA



















Quem assistiu atento ao primeiro jogo preparatório para as eliminatórias, na vitória de 1 X 0 sobre a Costa Rica, friamente, não tem como fugir da preocupação do que virá por aí. Como tenho repetido várias vezes, ainda não varreram a sujeira que existe na CBF. E seu comando, além de comprometido por ela (não há como fugir disso), trabalha insistindo nos nomes errados e da forma errada. Com menos ou mais qualidade o foco tem que ser o estilo brasileiro de jogar.

Aos defensores do futebol força, intenso etc, eu lembro que os dois últimos campeões mundiais não jogaram dessa forma. Foram intensos na forma de compactar seus times em campo. E justo isso a seleção não faz. Além do drible, que a diferencia das demais. Qualquer adversário é complicado para a atual seleção brasileira. Joga com um time esparso, um distanciamento muito grande entre os jogadores e os setores. Isso propicia erros de passes e as variações de jogada ficam restritas, facilitando a marcação do adversário. Esse jogo de Dunga está pra lá de manjado.

Qualquer um sabe que ao enfrentar uma Argentina, uma Colômbia e uma destas renovadas seleções sul-americanas, a peça a ser marcada e explorada será Neymar. O time não tem conjunto e alguns jogadores não podem vestir a camisa da seleção brasileira. Dunga voltou a insistir em Hulk, Fernandinho, Danilo, Marcelo, Douglas Costa. E Lucas Lima também não traz esperanças de uma criação de qualidade. Se foi amistoso ou não, não interessa. Não é por causa do nome Costa Rica e do placar que exigiria 5 ou 6 X 0. É pelo pouco rendimento e opções. O próprio Willian e até Philipe Coutinho rendem muito pouco dentro desse sistema e esquema escolhidos.

Os jogadores se esforçam, lutam para honrar a camisa, o que é comum em times dirigidos por Dunga. Mas não apresentam novos caminhos. E um dos novos caminhos com certeza não é Kaka. Não vai levar a nada. Nem pro presente, nem pro futuro. Mesmo se estivéssemos na época do futebol sul-americano de mais baixa qualidade que hoje, teríamos motivo de sobra para preocupação.

Uma solução, e sempre defendi isso nestes momentos, é não chamar tantos jogadores avulsos. Você tem que ter uma base de um time. Se existem dois bons jogadores no setor de um clube e o terceiro não for lá essas coisas, mas corresponder, já ganha conjunto e fecha um setor os chamando. A base, mesmo você não achando o melhor nome para determinada posição, é meio caminho andado pra montar um time e conseguir articulação e harmonia.

O Brasil vai jogar as eliminatórias no nome. E nossa camisa não assusta mais. Não pela cor e pelo escudo. Mas pelos jogadores e pela filosofia de jogo que nossos adversários sabem não ser a nossa. E a adoram quando a gente insiste nela. Vamos ter muita dificuldade. Podem ter certeza. E o mais preocupante será a constatação disso dentro das próprias eliminatórias. Não agora, que inclusive já era hora de estarmos recuperando ou tentando recuperar o melhor futebol. Outro problema grave é o jogador de finalização. Temos de descobrir um. Do contrário, a tal Neymardependência, vai ser inevitável.

ARBIRTRAGEM DO BRASILEIRO 2015

Numa competição ruim, vocês esperavam que tipo de arbitragem? Apitar pelada é a coisa mais difícil que existe. Quem já apitou uma, sabe. É uma confusão dos infernos, vão três na mesma bola e os três com a mesma ideia e intenção e muitas vezes violência. O jogo fica imprevisível até para juízes, o que naturalmente não justifica erros como os que têm sido cometidos contra vários times. Um pouco mais, no momento, contra o Fluminense, como reclamam seus dirigentes. Que, aliás, também não devem esquecer quando em outras ocasiões, no mesmo campeonato, foram favorecidos.

Até aqui não estou vendo má fé. Estou vendo uma clara desqualificação do quadro de arbitragens e dos juízes e bandeiras selecionados. Retrato de um campeonato desorganizado e em decadência.

Bom feriadão!