domingo, 29 de março de 2015

COMEÇAR DE NOVO


É pessoal, acho que não existe outra opção. Como em 50 e há pouco em 2014, a palavra é reconstruir. Claro que existe uma enorme diferença nestas duas etapas. Em 50 jogávamos outro futebol, com gerações incessantes, saindo das divisões de base dos clubes e revelando novos craques e novas esperanças. 50 valeu como lição, como já disse uma vez, para construir as 5 estrelas que temos hoje. Já 2014 a filosofia é outra e o comando também. E a recuperação soa mais como um castigo e um dever histórico a reparar. Mas, não se iludam. Qualquer que seja o termo para camuflar futebol moderno as dificuldades serão bem maiores. A começar pela qualidade técnica dos jogadores. Essa questão de amor à camisa, harmonia, embora Dunga não seja meu nome predileto, ele é, sim, capaz de recuperar essa vontade. Como comandante mais exigente e brasileiro neste aspecto. Não que não tenha havido esforço de alguns na Copa passada, mas de muitos, para mim, houve sim, descaso. Muitos não estavam ali para vencer aquela Copa. Dentro e fora de campo. Além do comandante e seu auxiliar não estarem nem aí para problemas escancarados pelos quais passaríamos e acabamos passando durante a tragédia de 2014. Não excluindo as opções como as convocações. Será que há um ano, Robinho faria menos que Hulk? E outros jogadores que não tiveram oportunidades como o Willian, pouco testados, teriam menos chance? Não se trata de comparar Dunga com Felipão. Tô fora. Agora, se não houver outra saída, lógico que Dunga não precisa enganar tanto quanto Felipão e muito menos ganhar uma Copa do Mundo tendo um elenco com as estrelas de 2002 nas mãos. Por enquanto não vou destacar um Firmino ou outro. Posicionamento deste ou daquele e a seleção no padrão tático ou técnico em campo. O importante é ir se reerguendo aos poucos. E, principalmente, rezar para que a CBF e toda sua cúpula deem o fora do futebol brasileiro o mais rápido possível. Do contrário, não vai haver recomeço feliz.

Agora, uma palinha pra falar da nossa seleção olímpica também, sob o comando de Gallo:  bem... não precisa perder muito tempo nesse comentário porque os erros são os mesmos e o problema crônico. É onde corre mais dinheiro e a maior ação de intervenção dos empresários. Tanto no comando como nos jogadores escolhidos. Vários não têm a menor condição de vestir a camisa de clube profissional. Quanto mais de seleção brasileira. Vários passaram de categoria a categoria sem aprender fundamentos básicos de futebol. E hoje com 23 anos, além de fracos, a maioria tem formação deficiente. Pelas razões que sempre aponto aqui, dos vícios, comprometimentos escusos e deficiências e aberrações de estrutura e comando nas peneiras dos clubes brasileiros. 

Até a Páscoa! 




domingo, 22 de março de 2015

DOMINGO EU VOU AO MOACYRZÃO


















Não precisam me lembrar que às 18:30 tem Flamengo X Vasco, no Maracanã. Eu sei. É que acho melhor preservar a imagem do velho clássico dos milhões, porque o horário nobre do futebol na TV para o estado é este da atração do título acima, parodiando com a música do chamado geral, do Neguinho da Beija Flor. Do tempo que você já acordava cedo pensando no explosivo jogo das 17:00, no Maracanã.

Hoje as diferenças não são só nos horários, começam na escalação. Diego Giarreta, Thiago Carleto, Willian Arão, Diego Jardel e por aí vai. Não é só pela qualidade. E eu não vou citar o nome dos artistas da bola do passado e seus apelidos. Isso foi mais uma idiotice dos “homens de marketing” do nosso futebol que copiaram o basquete americano e a apresentação das estrelas por lá, dando nome e sobrenome. Pra eles, apelidos e nomes simples desmerecem o artista. Resultado: por mais que você veja o cara jogar e ele consiga até de destacar, cadê que você consegue guardar o nome de uma peça dessas? Jogam a cultura no ralo e mostram que não entendem nada de Brasil, muito menos de futebol.

Tenho minhas dúvidas que as torcidas de Vasco X Flamengo estariam se confrontando em algum lugar, em que pese à internet, se houvesse Edmundo, Roberto, Andrada, Geovani, Miguel, de um lado, Rondinelli, Zico, Junior, Andrade, do outro. Se perdessem tempo se esfregando nas ruas, perderiam lugar no estádio. Aliás, as torcidas organizadas eram as primeiras a chegar. Mesmo os mais brigões.

Aí vem a parte dos outros colaboradores de um domingo deprimente para o torcedor e o carioca em geral. E por favor, não me venham colocar a culpa no estadual e no seu modelo, não. Daqui a um mês ou dois, não muda muito. A diferença de qualidade do Brasileirão é apenas um pouco melhor. E os nomes serão tão estranhos quanto hoje, além do futebol jogado. E se aqui a FERJ ajuda a esculhambar com sua quadrilha de empresários já manjada que domina o cenário do futebol do estado, a CBF também tem a dela. Resultado: confiabilidade, organização e moral inexistentes.

O problema do empresário a FIFA não solucionou e nem quer, basta trocar de licença e função. E como se não bastasse, pra aqueles que acham que tudo é culpa da Dilma, esta semana foi assinada a MP do futebol, refinanciando dívidas dos clubes, exigindo salários em dia, do contrário, times sujeitos a rebaixamento (ihhh...) e o fim do mandato eterno nas Federações (ah... e os faraós e figuras pré-históricas do futebol? Vão se encostar aonde?). O governo, como em outros setores, tenta limpar essa podridão toda. Mas a FIFA já se pronunciou. Já disse que não admite que mexam nesse modelo sujo que ela teve tanto trabalho pra criar. Ganhar dinheiro hoje não tá fácil, não. Nem tendo conta no HSBC.

Ah, e sobre os problemas de novos valores no futebol e etc, que citei acima e não entrei em maiores detalhes, são os mesmos de sempre. Tirando Atlético Mineiro, Corinthians, Cruzeiro e um pouquinho do São Paulo, você não tem jogos e jogadores. É a velha história que eu canso de falar aqui. Quem descobre, quem desenvolve, quem prepara e quem comanda? Não é gente do futebol. E tão cedo não será. Por isso, vá se contentando com dois nomes, por enquanto. Se não passar a surgir três, acompanhados de CPF e identidade, tudo pra impressionar você e tentar mantê-lo ligado numa tela de TV que pouco a pouco vai sumindo da atração do brasileiro e no caso, dos esportistas.