domingo, 25 de junho de 2017

A COPA DAS CONFEDERAÇÕES FAZ FALTA?


E como. Foi a única coisa que a FIFA conseguiu bolar, de uns anos pra cá, que trouxe benefícios ao futebol. Tanto no aspecto geográfico para que os campeões dos continentes tenham uma noção mais precisa do que irão encontrar em termos de clima, ambientação... Como para ter uma ideia de como estão jogando seus adversários.

Aí o leitor argumenta que o Brasil está fora da competição e nas últimas três edições a venceu e não levou o título mundial no ano seguinte. Isso não significa nada. No caso das vitórias que não se repetiram na Copa seguinte, não se esqueça que o futebol muda muito de um ano pro outro. E isso tem de constar no planejamento da comissão técnica de uma seleção.

No caso, por exemplo, da última Copa das Confederações, no Brasil, a seleção praticamente massacrou a Espanha, até então campeã do mundo, jogando um futebol altamente vistoso e competitivo. Ocorre que a Espanha teve seu auge em 2010. Aquela geração já começava a cair. E nossa seleção não foi devidamente testada nas eliminatórias e vinha de uma irregularidade muito grande. Tanto que na goleada, no Maracanã, contra a Espanha, o mundo viu com grande surpresa o resultado. E começou a considerar o Brasil favorito, além de tudo, por jogar em casa. Ocorre que outros problemas extracampo influíram decisivamente na queda e no trabalho do comando da seleção do trágico 7 X 1.

Vai fazer muita falta não termos jogado essa Copa das Confederações. Considerando que dos últimos 30 jogos que a seleção fez de 2014 pra cá, mais de 20 foram contra seleções sul-americanas. Isso pode fazer uma diferença brutal na Rússia, ano que vem. A seleção de Tite que você vê hoje pode estar bem diferente ano que vem. É conferir.
Em termos de surpresas e novidades na atual edição da Copa das Confederações, apenas a boa competitividade do México e creio que a ascensão definitiva de Portugal. As demais seleções como Alemanha e a própria dona da casa, a Rússia, no meu entender ainda estão procurando a melhor formação.

Uma nota sobre Grêmio 0 X 1 Corinthians

No jogo da rodada dos líderes, considerados os melhores times do Brasileirão até aqui, quero destacar dois detalhes na vitória do Corinthians, em Porto Alegre. O primeiro é que em má fase há mais de 1 ano o goleiro Cassio do Corinthians voltou a encontrar seu bom momento. Já Grohe, do Grêmio, há um bom tempo não repete suas boas atuações do ano passado. E no meu entender os goleiros fizeram a diferença nesse clássico.

E faço questão de lembrar que Renato Gaúcho e Espinosa, que trabalham juntos no comando do Grêmio, tinham dificuldade, ambos quando dirigiram o Fluminense, em resolver seus problemas de goleiros. Espinosa, em 2000, com Murilo, e Renato com Fernando Henrique, na ocasião do Brasileiro e da Libertadores em 2007/2008. Precisam de melhor assessoria de treinadores de goleiros com urgência.

E em relação ao Corinthians, pode não estar jogando um futebol de alto nível e tão bonito como o Grêmio, mas sai para o ataque com muita velocidade e se fecha com a mesma rapidez. É sim um time bem treinado. E Jô, para mim um centroavante de razoável a fraco, também passa por um momento feliz.

Vamos aguardar, porque é muito cedo para apontar um favorito. A não ser para um descenso, que pelo desenho da impressão de tentar arrastar Avaí e Atlético Goianiense.

É isso aí! Uma boa semana a todos! 

quarta-feira, 21 de junho de 2017

FUTEBOL DE FATO ESPECIAL: O PERIGO ESTÁ NA CABEÇA



Já alertei há um tempo atrás sobre jogadas e mais jogadas aéreas que vem acontecendo no futebol brasileiro, superando e muito as do futebol no resto do mundo. Graças aos inventores de talentos, unidos aos geniais treinadores e suas filosofias, digamos, Greco Romanas, os escolhidos para preencher as lacunas das zagas dos clubes do brasil são, em princípio, super bem-dotados em altura e físico. Mas apenas isso, porque em futebol...

Acreditam que desta forma, compensam o jogo aéreo que nem os últimos e penúltimos campeões do mundo utilizaram. Viram ou lembram de alguém nas duas últimas copas necessitando de atendimento médico devido a choques nas bolas disputadas na cabeça com o próprio companheiro de time ou adversário? Com alguma touca como se fosse nadador? Pois é. No Brasil, nos últimos três anos, é comum. Raro jogo que não há este choque. Normal? Faz parte? Evidente que não. Futebol é sim um jogo violento por natureza. Não há como fugir disso e até de fatalidades. Mas há como evita-las. Nas bases dos clubes, além dessa escolha infeliz, não ensinam os iniciantes a se protegerem e saber evitar esse contato, na maioria das vezes desnecessário. Que craques, zagueiros ou não, viam abrindo a cabeça com essa constância de hoje? Viram Gamarra, por exemplo, em apuros com esse tipo de choque? Mesmo sem ter uma altura privilegiada?

No clássico entre Botafogo 3x1 Vasco, fiquei como se fosse o número 10 do Botafogo, João Paulo, atordoado, ao ver uma entrada imbecil e inconcebível do camisa 8 do Vasco, Douglas, em um escanteio. Nada justifica aquela entrada criminosa. Uma bola sendo disputada acima do tronco de ambos, o que tentava Douglas com o lado do pé? Um complemento numa disputa na cabeça? Depois, lá foi o jogador do Vasco, molhar suas meias preocupado com o sangue do meia alvinegro. Medo de algum contágio? Quanta estupidez!

Pois bem, fico por aqui alertando: assim que houver um trauma mais grave ou uma morte devido a esta jogada animalesca, que nada tem a ver com raça, coragem e futebol, talvez se lembrem de orientar seus atletas sobre esse risco. E as arbitragens serem enérgicas com este atentado a integridade física dos jogadores de futebol.

(Foto: André Durão / Globoesporte)

domingo, 18 de junho de 2017

SE VOCÊ NÃO PENSA COMO NÓS, VOCÊ É CONTRA NÓS


Pois é, você deve estar pensando ao que me refiro e onde isso se encaixa no futebol. Vamos lá! Esse é o pensamento reinante da maioria dos clubes hoje no Brasil. Quando você critica e aponta defeitos, se torna um inimigo. Não sabem trabalhar ouvindo críticas. Justas ou não. Curioso que é uma anomalia nossa na condução do futebol, embora alguns aspectos sejam comuns em outros países. Mas este traço é exclusivo.

Há uma equipe que se diferencia há alguns meses e que vive um grande momento, o Grêmio, comandada por Renato Gaúcho e Espinosa. O Grêmio no momento joga um futebol incomum para a escola gaúcha, mas correto. Era competitivo nos tempos de ouro de Falcão e Carpegiani, mas não abriam mão de sua técnica. Vou usar como exemplo os dois rivais de hoje, Flamengo e Fluminense, que empataram por 2 x 2 no Maracanã. Os dois clubes se encontram lá pelo meio da tabela, com o mesmo número de pontos, e ambos desagradando sua torcida. Com um pé na crise e outro na esperança a grande maioria da torcida do Flamengo presente hoje se deu pela última vitória. E a pouca presença do torcedor do Fluminense, pela desconfiança em seu elenco.

Os problemas do Flamengo têm origem na incompetência de sua administração. Não de seu treinador, que faz um bom trabalho há algum tempo. A diretoria do Fla não consegue enxergar, ou não quer enxergar, que o Flamengo não pode ser tratado como elenco de temporadas apenas usando nome e prestígio de certas contratações. Tem que saber deixar jogar. Respeitar o tempo de maturação do jogador e a necessidade de formação de um conjunto. Do contrário, não adianta ficar jogando banana para a torcida, como fez o Presidente do Fla no jogo com o Avaí, porque a torcida está certa. O time será sempre vítima da irregularidade. Vítima de resultados pouco comuns, como a saída prematura da Libertadores, mas repetitivos. Justo pela falta de um projeto de equipe.

Já o Fluminense, que felizmente ainda não deposita em Abel a responsabilidade pela campanha irregular até aqui, comete erro talvez até mais grave. Exagerando no lançamento de garotos no time sem a mescla necessária com os mais experientes. E entrega a condução de seu futebol nas mãos de pessoas intituladas “profissionais”, mas que não fazem jus a este título, porque não tem vivência prática e afinidade com o meio. Jamais você produzirá craques apenas com aulas de audiovisual, palestras, boa alimentação, boas instalações, projetos e mais projetos de guerreirinhos teóricos. Nunca vi. Você já viu algum? Diga-me algum craque que tenha surgido desta filosofia, descoberto pelos próprios empresários que exercem outras profissões e que nada mais, nada menos, são responsáveis por indicar jogadores e oferecer estas “ferramentas” de trabalho ao treinador escolhido. Não faria diferença positiva a saída de Abel. Pelo contrário. Seu tipo de comando é o mais indicado ainda para um time imaturo. Se não fosse ele, tenham certeza que o time estaria bem mais atrás. O que outro treinador inventaria? Que mexida e que estratégia seria capaz de usar para colocar o Fluminense entre os primeiros?

Enquanto o Fluminense mantiver esse pensamento dissimulado, essa filosofia nociva ao Clube, que no fundo visa interesses comerciais, o clube não passará de uma promessa de Xerém, de guerreirinhos, gladiadores, heróis e outros ufanismos. Ou vai encerrar as partidas sempre culpando a arbitragem por pênaltis ou erros possivelmente não assinalados. Acentuando uma paranoia que faz com que sua própria direção e torcida se esqueçam de que, em 8 jogos, vários pênaltis já foram marcados e que o clube seguiu em 2013, na Série A, de forma duvidosa. O problema não está na arbitragem, nem na torcida, e sim na mentalidade e filosofia escolhida para justificar um trabalho num clube de futebol, aliada a um falso modernismo. Modernidade não é mais segredo. A parte científica faz parte do futebol. Os outros clubes também possuem. Mas a ciência jamais será responsável por revelar grandes craques ou levar um time a grandes conquistas.

domingo, 11 de junho de 2017

POR QUE OS TÉCNICOS "DANÇAM" NO BRASIL?


Na verdade a grande maioria se torna técnico para dançar e se acostumar a isso. Sem o mínimo medo de errar, eu aposto que a maioria dos que querem se tornar técnicos não alcançam seu objetivo. Conheço e conheci muitos profissionais e gente anônima, ex-boleiros, até torcedores com visão acima, reunindo várias qualidades para virem a ser técnicos de futebol. Se seriam de sucesso ou não, é outra história.

Não se mede a qualidade de um técnico apenas por seu mundo de vitórias e títulos. Isso é uma total ignorância. Vários treinadores comprovadamente geniais não ganharam os chamados “títulos máximos do futebol”, seja nacional ou internacionalmente. Apenas para citar alguns exemplos, apesar de campeão mundial interclubes, Telê teve tudo pra ganhar pelo menos uma Copa. Embora não tenha sido o meu predileto, quem pode duvidar de sua capacidade? Tim, Elba de Pádua Lima, foi outro estrategista, profundo conhecedor de futebol. E jamais treinou a seleção brasileira, sequer. Didi, pra mim o maior que vi e até convivi como jogador amador, jamais se tornou campeão mundial ou interclubes.

Temos outros mais como Danilo Alvim, Zizinho e Carlinhos, do Flamengo, que eram excepcionais. Dos mais recentes, Muricy, com muitos títulos importantes no currículo não conseguiu chegar à seleção. Assim como Espinosa, uma exceção por ter sido campeão do mundo interclubes, hoje aposentado como técnico, fazendo um grande trabalho como diretor junto com Renato, no Grêmio. Também considero que Renato e Leão mereciam melhor sorte até hoje. Embora Renato, atualmente mais amadurecido, ainda tenha boas chances de ir mais longe. A meu ver Tite e Cuca e Marcelo Oliveira também merecem a função que exercem.

Agora, respondendo objetivamente ao título da matéria, independente de ter esquecido um ou outro nome, a maioria dos treinadores de hoje ou são empresários de futebol ou são ligados a empresários que os trazem para os clubes onde trabalham. Muitas vezes o próprio treinador, cheio de nome, pompa e destaque na TV e no meio esportivo, chega a um clube, digamos de ponta, porque traz consigo uma penca de jogadores ou laranjas e olheiros de empresários que os disponibilizam muitas vezes tendo de obedecer a certos acordos entre eles.

Em outros casos, são indicados pelo próprio empresário ou por compromissos de algum deles com gente do clube onde houve a vacância do cargo. Muitas vezes proposital, com a má fé de dirigentes e até jogadores, visando seus interesses. Em outros casos mudanças ocorrem pela absoluta falta de suporte, de planejamento, de uma mínima estrutura de um clube de futebol no sentido profissional para que seu trabalho dê resultado.

Outro dia mesmo ouvi o ex-jogador Roger, meia esquerda de Fluminense e outros clubes, levantar a ideia de que os treinadores atuais não poderiam trabalhar com tantos “superpoderes”. Que deveriam submeter, dar satisfações de seus trabalhos aos dirigentes do clube. Aos superpoderes eu concordo, mas pergunto: quem iria assumir as derrotas? E outra, quais dirigentes têm condições de argumentar, cobrar o erro e o acerto desta ou daquela escalação, de um esquema de jogo, por exemplo, de um treinador hoje? Raríssimos.

Você identifica até com alguma facilidade os treinadores que entraram nos clubes via empresário por suas excessivas exposições na mídia, normalmente muito cedo, suas ascensões meteóricas, suas concepções de futebol, que normalmente se baseiam na intensidade total, na força, na marcação e no resultado final de um jogo ou momentâneo. Portanto, não faço coro com a crônica esportiva em geral quando, via de regra, ela critica essa situação que virou rotina há muitos anos no futebol brasileiro.

Trabalhem sério, com gente do meio, tendo ou não grandes elencos na mão, além de dirigentes comprometidos com o futebol ao menos, vindos do futebol, não necessariamente tendo sido jogadores, mas de preferência que tenham tido experiência prática no esporte e não somente teórica ou via notebook e influências gerais locais, internacionais etc, que vocês verão mais coerência nas admissões, demissões, além de regularidade e qualidade técnica, física, psicológica etc na equipe em que este técnico em questão estiver provando que conhece futebol. Estiver provando e convencendo que tem tudo a ver com o ramo escolhido.

Nota: Tem me agradado em cheio o futebol do Grêmio e Renato Gaúcho, felizmente um ex-boleiro, tem mostrado mais amadurecimento como treinador. Tenho achado suas atitudes mais acertadas do que há alguns anos. A ponto de influir na mudança de estilo de jogo de uma escola tradicionalmente de força como a do futebol gaúcho. Mas, prefiro aguardar mais um pouco antes de rasgar elogios para Renato e sua comissão técnica.

Bom domingo para todos!

domingo, 4 de junho de 2017

BENDITOS INIESTA E ZIDANE


Bem, começando pelo extraordinário Iniesta. Acho até desnecessário exaltar suas qualidades técnicas e lembrar sua trajetória até os dias de hoje. Penso que o mais importante é destacar o exemplo que ele está dando ao futebol. Principalmente a aqueles que creem que para executar uma função de meio campo basta preparo físico e correria. O meio campo de todo time é e sempre será o coração de uma equipe. E pra jogar ali você tem que ter muita qualidade, muito cérebro pensante. Além de boa presença de espírito e conhecimento para alertar e orientar seus companheiros. Temos vários exemplos que comprovam o que estou dizendo.

E hoje, perto do final de sua carreira, a impressão é que Iniesta consegue ficar a cada dia melhor. Chega à área fazendo gols lindos, finalizando com alta classe. Torço muito para que o exemplo dele continue vivo e revolucione a cabeça de muitos treinadores e muita gente ligada ao esporte que consideram o meio de campo apenas um corredor entre a defesa e o ataque, sem maiores exigências técnicas, de liderança e criatividade.

Passando a outro meia, este mais ofensivo, que não foi menos brilhante do que Iniesta nas quatro linhas, para mim um dos maiores jogadores, senão o maior, que já vi atuar no futebol francês, e que hoje dá sequência como treinador do Real Madrid ao que fez no passado com a bola nos pés. Entre tantos exemplos que já deu de comando e de acerto com o Real, ontem, na goleada de 4 X 1 sobre a Juventus, na final da Liga dos Campeões, eles ficaram mais do que evidentes.

Depois de um primeiro tempo equilibrado, que terminou empatado, onde o gol mais bonito dos cinco da partida foi o de Mandzukic, tanto pela finalização, quanto pela tabela de primeira, criando a jogada que o determinou, Zidane teve a percepção correta do que era necessário fazer no intervalo. Invertendo a marcação, apertando ainda mais a chegada de Casemiro sobre Dybala, adiantando um pouco mais suas linhas e mantendo uma sobra para não perder o equilíbrio defensivo, dava gosto de ver o Real ir de minuto a minuto dominando a Juventus. Os gols foram apenas consequência desse domínio.

Triangulações, bolas de pé em pé, todas rasteiras, sem um passe alçado, cruzamentos conscientes, jogadas rápidas, mas feitas com coordenação e técnica, mostrando um excelente conjunto, aliado a quatro ou cinco jogadores de alto nível, individualmente falando. Não havia como deter o Real Madrid. Jogando certinho e subindo de produção chegou com justiça aos 4 X 1 por sua maior capacidade técnica e de jogo, provando sua superioridade sobre a Juventus.

Festa na Espanha e feliz do torcedor espanhol que torce para o Real Madrid que tem um elenco com Cristiano Ronaldo, Toni Kross, Modric, Marcelo e outros, comandados por um treinador chamado Zinedine Zidane. Discreto, profundo conhecedor do futebol e iluminado.

Boa semana!

quinta-feira, 1 de junho de 2017

FUTEBOL DE FATO ESPECIAL: ALEGRE QUEM ALEGROU VOCÊ


O ano era 1972. De repente as ruas do Rio ficaram com muros e postes cheios de cartazes com a manchete que escrevi acima convidando o povo a fazer uma homenagem a Garrincha, com a renda integralmente revertida para ele, que já se encontrava em situação de penúria. Física, psicológica e financeira.

O povo correspondeu e encheu o Maracanã. Eu estava lá. Mal consegui ver os lances de tanta gente a minha frente nas arquibancadas do Maracanã. Pouco tempo depois Garrincha começou a declinar cada dia com mais rapidez devido a suas enfermidades clínicas. Uma internação após a outra e o esperado aconteceu. Garrincha veio a falecer aos 49 anos, em 1983.

E está morrendo até hoje, em 2017. Embora para mim, que creio em Deus, mas não tenho religião, um túmulo não tenha valor algum, a lembrança que está nele deve ser respeitada e notícias atuais dão conta de que seus restos mortais sumiram de sua sepultura, em estado deplorável de conservação. Mas, pedir respeito ao Brasil hoje? À maioria do povo brasileiro? É inútil. Quem viu e quem não viu não está nem aí para a lembrança de Mané Garrincha. Seu clube, Botafogo, e a instituição CBF, na ocasião CBD, muito menos.

Que diferença faz se Mané Garrincha deu, junto a seus companheiros, principalmente em 1962, um bicampeonato ao futebol brasileiro, sendo um dos maiores responsáveis pelas duas estrelas das cinco que a camisa traz no peito? Que importância tem Mané Garrincha hoje? Que importância tem a memória do homem que levou ao delírio e alegrou milhões de brasileiros, além de inspirar outros tantos seguidores dentro das quatro linhas? Qual a importância?

Hoje, segundo muitos, seria facilmente marcado e anulado pelos “extraordinários” zagueiros modernos e seus esquemas “geniais”. Eu vou mais além. Sequer selecionado em algum clube seria devido a anatomia de suas pernas e seu corpo. Portanto, o demônio das pernas tortas para muitos é apenas uma lenda. E seus restos mortais devem ter parado na boca de algum vira lata na região onde viveu.

Felizmente, onde Mané estiver, ele não está nem aí para isso. Deve sim é estar dando graças a Deus de existir longe de sociedade tão hipócrita, nojenta e egoísta. Deve estar sim aliviado de não ter tido o azar de jogar contra ou a favor desta geração de “craques monumentais” do futebol brasileiro.

Perdão, Mané! Eles não sabem quem você foi. E sequer sabem o que fazem.