domingo, 13 de dezembro de 2015

COMO SURGEM OS NOVOS CRAQUES?




















Não surgem. Desta maneira que o leitor está vendo na foto com certeza não surgirão. E os fatos têm comprovado isso. Que craque, na expressão da palavra, saiu de um clube como o Fluminense, por exemplo, nos últimos 15 anos em meio a mais de, numa suposição minha, 20 mil avaliados?

Sim, é verdade que não é fácil e nunca foi descobrir e revelar um extraclasse. Nem hoje, nem ontem. Mas o modo como o trabalho está sendo conduzido e o modelo adotado são furados. Absolutamente furados. Creem nele aqueles que querem se destacar mais do que o aparecimento do jogador, se for o caso. Obviamente negam, mas querem sim. Além de destacar entre os próprios iguais.

A foto da matéria ilustra muito bem meu comentário e minhas versões. A sala em que vocês veem vários garotos reunidos me parece ficar ao lado da piscina do Fluminense. É uma sala reformada e era utilizada para outras finalidades há algum tempo. Posso até estar enganado que seja esta sala. Pode ser alguma em Xerém, nas divisões de base do clube e não nas Laranjeiras. Mas não interfere no que vou dizer.

O que estariam aprendendo esses garotos numa sala de aula? O que quer que seja estão em ambiente errado. Futebol ou suas regras e conselhos sociais, se forem o caso, se aprendem num campo de trabalho. Ali é lugar pra estudar. Ou, no caso do esporte, assistir um vídeo pra ser usado como exemplo. No máximo.

Não existe razão, moderna ou antiga, para tirar o jogador de seu campo de trabalho e doutriná-lo entre quatro paredes. É ali no contato com o ar livre, a grama, que ele vai se habituar. É ali que tudo pode ser dito. É ali que tudo deve ser feito. Sempre no sentido de aprimorar aqueles que os “professores” escolheram em suas peneiras. Porque não há outra coisa a fazer senão aprimorar. Criar e fazer um craque ninguém faz. Craque nasce feito. Mas infelizmente estão sendo abortados antes de nascer ou têm nascido defeituosos e não têm sido descobertos. E então estão migrando para outras profissões e situações de vida.

Num grupo de jogadores recém-descobertos e bem avaliados com o potencial, como gostam de dizer, para virar realidade, tudo que tem de haver é liberdade para eles se desenvolverem e criarem. Orientar, sim. Decepar seus estilos e suas vocações, nunca. Enquadrar, jamais.

É no dia a dia, na repetição, no exemplo, na liberdade, que você vai separando o joio do trigo. Que aquele que parecia ser a grande vedete vai perdendo seu brilho. E outros que você já começava a desistir em vê-los como promessas, a despontar com surpresa agradável. E ali entre os demais, entre o grupo, nas mudanças de categoria, é que irão aparecer os vícios e as qualidades. Tanto do perfil social, como esportivo.

E não adianta meu amigo. Para comandar esse trabalho não adianta você fazer curso no Alasca. É aqui mesmo, no observatório da bola mais simples e no profissional mais talhado para esse tipo de trabalho que repousa a esperança de começarem a surgir novamente às estrelas do futebol brasileiro.

Torço muito para que isso aconteça porque tenho a absoluta convicção de que é o único caminho. Vamos levar fé!

Um bom Natal a todos e um 2016 melhor que o 2015. Até a próxima coluna após o recesso.

domingo, 6 de dezembro de 2015

VERGONHA TEM OUTRO NOME: CBF


GIULIANO GOMES/GAZETA PRESS














Confesso que sinto um alívio com o final de mais um Brasileiro medíocre, de futebol pobre, mal jogado. Entre 20 equipes, apenas 2 ou 3 em condições de fazer um jogo mais interessante. No mais, é o que vocês têm visto nos noticiários. Não há presidente na CBF. Seu substituto, se é que será, não tem expressão no futebol. Ou seja, a CBF não tem comando. Há muito tempo não tem. E agora se “prepara” para promover a Copa do Brasil 2016 e o Brasileiro 2016? Quem vai mandar? Quem organiza isso? Qual a credibilidade do torneio que levar seu nome? E o pior é que não há tempo sequer para uma renovação positiva. Embora fosse um milagre ela acontecer.

Assistimos a uma rodada final a altura do que foi o campeonato: melancólica, deprimente. Com times de pouca expressão no futebol como Avaí, Figueirense, Goias e por que não dizer o próprio Coritiba, apesar de ter um título nacional, lutando para não cair e se esforçando para passar uma emoção que por melhor que fossem os narradores não haveria razão. Quanta gente no Brasil essa hora está comemorando a permanência de Coritiba e Figueirense na 1ª divisão? E quantos lamentando a queda do Vasco, por exemplo? Perdeu mais o futebol brasileiro num todo.

É evidente que o Vasco fez um péssimo campeonato. Sem planejamento, organização, preparo físico em várias ocasiões, e ao menos um elenco definido. Até a metade do campeonato, vamos dizer assim, o time era uma bagunça geral. E pareciam até levar na brincadeira, pois não se viam providências de seu comando.

Eu vinha dizendo aqui desde o início que o Vasco cairia. Como disse ao longo do campeonato que o Corinthians era o favorito. E o Fluminense, na ocasião em 2º lugar, que se contentasse entre o 8º e o 12º lugar. Errei por uma posição. O Fluminense também fez um campanha medíocre e seus torcedores nem se deram conta disso. Festejar a rivalidade da queda do Vasco não apaga os vexames seguidos da atuação do time nos últimos anos e do trabalho inexistente de sua diretoria.

O Flamengo, um arremedo. Acho que o único momento em que o Flamengo acertou foi quando contratou o Oswaldo. Não pelo seu brilhantismo, mas pela energia que trouxe e que fez o time pegar no tranco e arrancar 7 vitórias seguidas que lhe valeram ao menos a permanência na 1ª divisão. Justo a frente do Fluminense.

Dos classificados para a Libertadores, só vejo algum futebol e competitividade no Corinthians. Falta muita coisa ao Atlético, muita qualidade ao Grêmio e mais seriedade e espírito de competição ao São Paulo. O Palmeiras está apenas se reerguendo, embora tenha ganhado o título da Copa do Brasil.

Abro um espaço para dizer de antemão que sou favorável aos Estaduais. O estado brasileiro que não tem um bom campeonato local, paciência. Que arrume alguma solução. Os Estados Unidos sem muita tradição no futebol tem campeonatos locais com relativo sucesso, por que nós não podemos ter? A rivalidade de um Fla X Flu, de um São Paulo X Corinthians, de um Atlético-MG X Cruzeiro não pode acabar. No caso do Rio, só não pode é manter os mesmos caciques e o mesmo modelo dando as cartas. Senão o nível continuará sendo bisonho.

E vamos numa corrente pra frente torcer para que algo de positivo aconteça no futebol brasileiro fora das quatro linhas em seu comando e sua organização. O futebol brasileiro não pode mais esperar.

Até semana que vem!