domingo, 31 de agosto de 2014

UMA HOMENAGEM AO REI DO FUTEBOL



















Pessoas,

Há muito que devia um espaço para aquele que considero ter sido o maior jogador de todos os tempos. Como disse um famoso jornalista, Pelé e o próprio futebol se confundem. Um não existe sem o outro. Uma pena aqueles que não tiveram o prazer e êxtase absoluto, como eu tive, de tê-lo visto jogar bem de perto, algumas vezes até da geral do Maracanã.

Eu me lembro que o meu primeiro jogo no estádio foi em 1963, assistindo a Santos e Milan, numa noite chuvosa. Havia pelo menos, levando em conta minha experiência do estádio, mais de 100 mil pessoas presentes. Era comum o Santos e outros times como o Palmeiras jogarem no Maracanã. Recordo muito bem, que com minha família, vi aquele jogador já consagrado correndo e driblando com perfeição. Apesar de ser tão novo, tenho até hoje a imagem de sua presença em campo.

Aos que insistem em dois temas furados como o “Edson e o Pelé” e “Pelé foi o maior mesmo?”, eu estou fora dos dois. Primeiro porque o Edson é um ser humano como qualquer um de nós. Não cabe julgar seus erros e acertos. Mesmo sendo ele o Pelé do futebol. Depois, como dizem os velhos e sábios boleiros que não admitem comparação de Pelé em nenhuma roda de resenha, eu também acho que Pelé não entra em comparação alguma. Está acima de qualquer uma.

Apesar da geração super presunçosa e até arrogante da atualidade, em maior parte, insistir em comparar jogador a partir somente do que viram atualmente e do que dizem os atuais sabichões da bola, em nenhum dos argumentos anti-Pelé, a comparação se encaixa. Na parte física, o “negão” era um fenômeno. 100 metros em 10 segundos em 1970 é mensuração de “atleta”, como gostam de chamar jogador de futebol nos dias atuais. Os fundamentos de Pelé de fato parecem ter sido dados por Deus. Domínio de bola, passe, visão, chute, antevisão, malandragem etc.

Pra muitos, o jogo era lento antigamente. Então os que não viram, se quiserem entender Pelé, deem a dinâmica de jogo de 40 anos atrás à atual força física. Mas não a qualidade, porque senão eu me retiro da conversa. Meu amigo, Pelé fazia um passe de Gerson, como contra a Tchecoslováquia na Copa de 70, colado a um zagueiro dentro da área, matando a bola em uma etapa de preparação para definição do toque final, com tamanha perfeição (quem lembra desse lance) que tudo parecia ser fácil.

Com seus 1,71 e meio de altura subia mais que um líbero de 1,89, pra fazer 1 X 0 contra a Itália. Subia no tempo certo antes de Manga, contra o Botafogo. Se via cercado por 3, 4, 5 jogadores e passava por todos eles. Trabalhava com as duas pernas. Driblava e arrancava como um raio e nunca fugia do pau. Isso quando não dava o troco, como fez com Dagoberto Fontes na cotovelada da Copa de 70. “Ah, hoje as câmeras pegavam e ele era suspenso”. E ele seria otário de fazer igual? “Ah, hoje ele estaria direto em um clube da Europa”. Pelé tinha um senso de patriotismo incomparável. “Ah, ele hoje certamente ia fugir do pau, batem demais”. Companheiro: Bombonera pra ele era Vila Belmiro. O Rei não tirava o pé jamais. Certa vez contra o Vasco o vi fazendo uma jogada em cima de Renê, a cerca de uns 20 metros de distância, que não acreditei como alguém podia driblar alguém, sendo puxado pela camisa, e conduzir a bola em um espaço tão pequeno, a uns dois palmos da risca da linha de fundo.

Uma vez, em um papo informal, comentei com o amigo e ex-jogador Afonsinho, que jogou com Pelé, Nenê e Brecha, no meio campo santista, em 72:
- Afonsinho, você que jogou com o Negão, assim... Explicitamente, o que você sentia de diferente jogando ao lado dele?
- Nada demais que os outros (risos). A diferença é que ele pensava antes aquilo que a gente tinha acabado de pensar e entendia o que a gente queria fazer e pra onde queria ir dentro de campo.

Não vou deixar nenhum lance em destaque, porque ele era a obra prima do futebol. Não conheço ninguém que com 17 anos tivesse coragem e bola, numa final de Copa do Mundo, dentro da área adversária, sem uma estrela de título na camisa, dar balãozinho na zaga e concluir com maestria. Ninguém.

Essa é a homenagem, Pelé, que posso fazer com você vivo. Porque depois de morto, até político no Brasil vira santo.


Uma boa semana a todos!

domingo, 24 de agosto de 2014

SENHORES TORCEDORES: QUEM VOCÊS PENSAM QUE SÃO?




















... Quem sabe nós, eu me incluo como torcedor, sejamos os responsáveis pela fama de vocês, por suas prováveis independências financeiras, por grande parte de suas consagrações e conquistas, quando existem, no Brasil e no mundo? Somos aqueles que há muitos e muitos anos entrávamos apertados nos ônibus, nos trens (muita gente pedindo dinheiro emprestado), pagávamos naquele bilhetinho de papel impresso o que hoje talvez corresponda a uns 5 ou 10 reais, no máximo, de entrada em uma arquibancada, ou menos ainda em uma geral, espremidos, experimentando os sabores de emoções máximas, debaixo de chuva, de sol, correndo riscos de toda sorte, brigando por vocês, torcendo por vocês, chorando e rindo por vocês. Dando ao futebol a expressão que ele ainda não tinha e a fama que faz com que hoje ele seja o produto carro chefe do mercado brasileiro. Aquele que atrai milhões nas mídias impressas e eletrônicas. O que propicia negócios e salários jamais condizentes com o futebol que vocês demonstram em campo.

Muitos de nós demos a vocês um destaque bem maior do que mereciam. Vimos vários jogadores superiores a vocês morrerem de fome ou de outras doenças por falta de recursos financeiros. Nenhum deles beijava escudo ou se recusava a jogar contra o ex-time quando negociado. Nenhum deles se dava ao luxo de simular contusões. Nenhum deles se dava ao luxo de desprezar uma convocação para a seleção brasileira. E uma vez nela, faziam o possível e o impossível, mesmo diante de empecilhos que os impedissem de mostrar seu bom futebol. Na saída dos estádios, ninguém precisava virar carro de ninguém, porque nem todos tinham carro. E quando isso acontecia, em desgraça com a massa, o ex-astro já estava com um pé fora do clube. Quem sabe o caso do Flamengo, por exemplo, há meses, e/ou outras ocasiões, pressionados pela agressividade de sua torcida e tamanho, não tenha evitado o pior no destino do clube?

O apoio que a torcida do Fluminense dá a você, Fred, e tem dado a vocês, jogadores, tem um crédito muito superior ao que vocês dão em troca. Respeitar a torcida, em qualquer situação, é mandamento número 1 de qualquer jogador de futebol. É evidente que ameaças físicas e agressões são deploráveis. E, em alguns casos, injustas por parte de torcedores que não vão com a cara deste ou daquele e só por isso, na covardia, os agridem. Grupo batendo em uma pessoa só não é um grupo de homens, é um grupo de moleques covardes. Só que eu estou falando de casos de exceção. Até porque hoje em dia nas arquibancadas, representando facções de elite modeladas pelo próprio clube Fluminense, é feio e deselegante vaiar o time. Nesse caso, tratam-se de torcedores ventríloquos dos dirigentes e estranhos ao esporte. Não fazem ideia de quantas vaias já deram títulos a seu clube, assim como os aplausos e incentivos.

Vencer o Sport por 4 X 0 hoje não significa absolutamente nada em matéria de caráter e responsabilidade profissional. No meu modo de ver e julgar, o Fluminense fez corpo mole nos últimos jogos. Com exceção de 2 ou 3, como Conca, este um caso à parte. E quem faz corpo mole jogando num clube da tradição do Fluminense, ou qualquer outro do mesmo porte, não pode ser considerado um profissional merecedor de respeito por parte da crítica e da torcida. Volto a dizer, a vitória sobre o Sport só prova que você, Fred, só busca bola quando quer, e que mais alguns, só se empenham quando acham que devem, quando seu mentor, que é o próprio Fred, dá o tom, ou quando os ventos da direção do clube apontam para o lado desejado.


Boa semana!

domingo, 17 de agosto de 2014

QUE FUTEBOL ESTRANHO É ESSE?














Vivendo uma semana triste e confusa ao mesmo tempo por conta da fatalidade que vitimou um candidato a presidência, desde a última quarta feira que tenho visto jogos e situações estranhas e hilariantes ao mesmo tempo.

A rodada de quarta feira, por exemplo, a meu ver, não deveria nem ter acontecido. De qualquer forma, é melhor esquecer o que foi visto. Alguém aqui tem provas de que Fluminense, São Paulo e Internacional, por exemplo, fizeram corpo mole em seus jogos pela Copa do Brasil? E alguém também tem certeza de que não fizeram? Não me baseio nos resultados em campo, apesar de surpreendentes, o que ficou mais esquisito foi a forma como foram jogados. Para mim, normal, ou seja, dentro do que se chama de normal hoje em dia é que não foram.

RODADA SURPRESA

Ontem, já tivemos, na série B, um Vasco 2 x 0 Ceará, em São Januário, que terminou com a vitória vascaína e sob protestos veementes do time cearense sobre a arbitragem. O Flamengo se saiu dentro da minha previsão. Todos sabem que o Coritiba é fraco e como disse antes, acho que Vanderlei chegou a tempo de evitar o pior. Em São Paulo, o Palmeiras continua carregando sua cruz. Uma falha do bom goleiro Fábio, afundou mais a situação do verdão na tabela. O Cruzeiro voltou a arrancar derrotando o Santos com sobras em casa. Corinthians segue estudando à risca a linguagem tática de Mano Menezes. Calma, Fiel! Uma hora os jogadores vão entender. E no Mané Garrincha, depois da esdrúxula derrota diante do América de Natal, o Fluminense foi derrotado pelo mesmo Botafogo de alguns dias atrás, porém, com as contas bancárias dos jogadores no verde. Bastou isso para o empenho um pouquinho maior e uma derrota sobre um rival que atravessa um momento, para mim, indecifrável. Não sei qual é a de um time e de um comando que, há 10 dias, realizava 3 ou 4 bons jogos e na última semana leva sua torcida ao desespero, com erros e atitudes beirando o ridículo. Sinceramente, não sei qual é. A única coisa que sei, é que o problema não está somente dentro de campo. Isso ao meu juízo. Dentro de campo, sem a necessidade de individualizar, não tenho medo de dizer que algo faz com que Fred não queira mais jogar futebol. Se não quis na Copa, menos ainda agora. Inclusive, tem mostrado mais qualidade para o meio artístico do que para o futebolístico e profissional.

Paciência, vamos aguardar que alguma coisa melhore ao menos em nível de compromisso e seriedade neste Campeonato Brasileiro ainda governando por mãos estranhas.

Até domingo!


domingo, 10 de agosto de 2014

VOCÊ TEM ACOMPANHADO O BRASILEIRÃO 2014?















Sejamos francos, tá difícil de aturar esse Brasileiro 2014, não? O que tenho de visto de gente descrente com o comando, a organização e a qualidade do campeonato não está no gibi. Fora esse ato pós Copa, que se o Brasil tivesse ganhado estaria essa hora vitaminando o campeonato e não deixando pessoas saudosistas dos meses de junho e julho, em que pese o fiasco irreparável que fizemos nesta Copa dentro de campo.

Em tempo: o pau voltou a comer hoje numa praça de guerra em Santos, entre corintianos e santistas. O pau comeu porque querem e gostam. Pode parecer difícil acabar com essa doença, mas não é tanto assim não. 

CRUZEIRO PEGOU E NÃO LARGOU MAIS

Como eu disse semana passada, o Cruzeiro segue firme, apesar de dois tropeços esta semana, nas cabeças. Falta competência aos demais para chegar. Dos 3 que o perseguem de perto, Inter, Corinthians e Fluminense, o que mais ameaça no momento é o time do Abelão. O Corinthians ainda parece meio enrolado com a linguagem de Mano Menezes e hoje venceu o clássico com o Santos, como poderia ter perdido. Não tem apresentado nada demais.

Já o Fluminense adora jogar água no chope de seu torcedor. Pela enésima vez nos últimos anos, sai fazendo fila nos adversários e quando a torcida se empolga e põe 40 mil ou mais num sábado à noite no Maracanã, o time resolve decepcionar. E sem centroavante, nem pensar. Lamentável os erros de Cristovão ontem nas substituições e a fratura de Gum na fíbula esquerda. Fratura, que, aliás, aconteceu comigo em 99, em uma pelada, e apesar de tão simples e quase banal, me deu complicações que me levaram a uma embolia, onde passei perto da morte. Mas felizmente estou podendo escrever aqui e desejar ao Gum pronto restabelecimento e juízo. Põe a perna pra cima, Gum! Não faça feito eu fiz. rs. No mais, apesar da vitória, segue o Mengão sofrendo e fazendo sofrer a massa. Embora eu acredite que o chamado de Vanderlei tenha sido a tempo de evitar o pior. Que o Botafogo se cuide. Não vê a hora de trocar de lugar com o Flamengo.

Finalizando o nosso papo semanal, chamo a atenção para a estréia de Robinho hoje, no Santos. Se você conferir nos melhores momentos, quase todos foram dele. Por aí se tira a superioridade dele e muito veterano que obrigatoriamente deveria estar na lista da Copa do Mundo. De cara, eu já o aponto, Ronaldinho Gaúcho, Juan e o próprio Lucas, que não é veterano, mas fez falta. Será que algum daqueles da “panela Felipão”, tem mais bola do que estes? Seriam mais importantes do que estes? Vida que segue. Na mesma direção, mas em outra divisão, na B, se deu bem quem viu Marcelinho Paraíba, com 39 anos, jogar ontem contra o Salgueiro. Que bola ele jogou! E olha que apesar da idade, nem caiu morto em campo, no "atual futebol moderno".


Boa semana!

domingo, 3 de agosto de 2014

INGRESSOS: QUANTO VALE O SHOW?


























Mal acabou a Copa do Mundo, já dissecada de todas as formas, e o problema que ela trouxe dos ingressos que estão sendo investigados (pessoalmente acho que não vai dar em nada), recomeça no Brasileiro, com preços também abusivos. E se levarmos em comparação a importância dos jogos e o nível, huuuuummm!

TORCEDOR É QUEM PAGA A CONTA
Não é de hoje que o pobre coitado e sofrido torcedor brasileiro banca essa farra. Agora você imagine, após uma Copa do Mundo onde dentro de campo fomos um desastre, e que a chama do torcedor brasileiro naturalmente deve custar a queimar, assim como sua paixão, os caras em vez de facilitarem, dificultam. Daqui a pouco, não se iludam, quem estiver nas cabeças cobra o que quer e bem entender, quem estiver no sufoco faz a preço de banana, valendo tudo para salvar seu time da degola.

E SEGUE O BRASILEIRÃO 2014
O panorama desde a interrupção não se alterou muito. O Cruzeiro, bem dirigido pelo Marcelo Oliveira, estruturado, com um bom conjunto e alguns bons jogadores, vai abrindo frente. Corinthians e Fluminense tentam não perdê-lo de vista. Inclusive o tricolor vai mais forte do que o esperado. Os reforços de Cícero e Henrique e o excelente trabalho de Cristovão vêm vitaminando o Fluminense. Não escorreguem na conversa fiada do patrocinador de certas dificuldades financeiras. Esse papo da Unimed não convence nem o mais distraído e apaixonado torcedor. Lá embaixo, apesar da troca de Vanderlei Luxemburgo, vai o Flamengo tentando se manter em pé, mesmo com a lanterna na mão. Refazer aquele momento do Jayme é que são elas, companheiro. Já o Botafogo vem dando pena. O time e o presidente vêm se esforçando bastante para errar cada vez mais. Vamos ver daqui a uns 2, 3 meses aonde conseguiram chegar. O Vasco, do arrogante Adilson Batista, apesar de reforçado pelo temperamental Kleber, tem na irregularidade sua marca registrada na série B.

RAPIDINHAS DO DUNGA
Confirmado Dunga no comando, chamando seus compatriotas do Sul. Seu discurso na teoria tem sido de boleiro entendido. Tem sido o de deixar o jogo e o futebol brasileiro fluírem. Tenho cá minhas dúvidas. Na teoria, tudo bem. Mas o ideal de futebol do Dunga e seu passado o condenam nesse aspecto. Em Agosto já tem convocação. É ouvi-la e engolir em seco, porque o trauma dos 7 X 1 ainda tira o sono de muita gente.


Boa semana!