domingo, 18 de dezembro de 2016

REAL MADRID CAMPEÃO DO MUNDO


Permita-me uma voltinha ao Blog, caro leitor, embora já tivesse dado boas férias a todos. Ocorre que com toda essa confusão dos jogos de final de ano em função da tragédia da Chapecoense, deixei escapar a decisão do Mundial Interclubes e creio que ela seja digna de registro, embora não seja adepto desse mini-torneio que a FIFA inventou depois que passou a controlar essa disputa. Por uma razão simples: ela não abre espaço no calendário para que o torneio seja abrangente como precisa ser. A maioria das equipes chega ao final da temporada largando os pedaços e precisa de mais tempo para disputar um torneio dessa magnitude.

De qualquer forma, tivemos alguma emoção hoje, na decisão entre Real Madrid e Kashima Antlers, sendo definida apenas na prorrogação. Achei que o Real Madrid menosprezou um pouco o Kashima, que jogava em casa e tinha sua torcida a favor. Daí, tenha encontrado mais dificuldades em derrotar o time japonês. Vale lembrar que o atual Kashima Antlers avançou muito em relação a times anteriores. Nota-se perfeitamente menos inocência, mais coordenação de jogo, uma maior regularidade e, quem sabe, se o Japão tivesse alguma tradição nos goleiros, fosse mais longe.

Marcando da intermediária para trás o Kashima dificultou muito as ações para o Real e ao abrir o placar, através de Benzema, o Real subiu de vez, antes da hora, no pódio. Não demorou a chegar a surpresa no empate, através dos pés de Shibasaki. E a surpresa na virada, em falha de Navas, outra vez com Shibasaki. O pênalti salvou o Real, já no 2º tempo, cobrado por Cristiano Ronaldo. Daí para a frente, tivemos um Real tomando a iniciativa do jogo, mas com muito espaço entre os setores e a carência de alguém na armação para forçar o jogo pelo meio, na vertical. Afinal de contas, Benzema dá o sinal de que algo está errado quando começa a sair muito da área para buscar a bola e armar as jogadas.

Com o tempo passando, Cristiano Ronaldo, por afobação, desperdiçou duas chances de definir. Da mesma forma que o Kashima, no último minuto de jogo. Na prorrogação prevaleceu a maior categoria do Real Madrid. E mesmo o Kashima tendo tido ainda oportunidade de estragar a festa do time espanhol, a estrela de Cristiano Ronaldo brilhou novamente e o Real Madrid chegou aos 4 X 2, ficando com o título do Mundial de Clubes 2016. Parabéns ao Real e a grande evolução do futebol japonês via Kashima Antlers!

Agora sim, né, gente, vamos às férias, na esperança de um ano bem melhor do que o que passou, em todos os aspectos, para todos.

Abraços!

domingo, 11 de dezembro de 2016

BRASILEIRÃO TERMINOU DE LUTO. MAS VOCÊ PODE TER SIDO FILMADO


Teve de tudo, para todos os gostos. Vimos o Palmeiras ser campeão jogando um bom futebol que a realidade nos obriga a concluir que só pode ter sido um bom futebol, sim, devido ao número de pontos alcançados e aos dados estatísticos de rendimento da equipe Palmeirense, além de outros detalhes, como uma equipe bem armada por Cuca, os bons momentos individuais de Gabriel Jesus e Dudu e alguma regularidade apresentada durante o Campeonato. Se esses índices foram alcançados graças à fraqueza individual de seus adversários, é outra história. 

A outra história é que o Santos, vice-campeão, jogou em algumas partidas um futebol até superior ao do Palmeiras. Mas lhe faltou força em alguns momentos, uma influência maior fora de campo, além de pagar pela exagerada dependência de Ricardo Oliveira. Mas, é de longe o time que se recompõe melhor em matéria de novos jogadores e revelações de sua base no futebol brasileiro. No Santos não há “só uma estrela” no banco trabalhando pela descoberta de novos valores. Há um grupo sério, experiente e do ramo. Por isso, volta e meia vemos boas surpresas surgindo no time de Vila Belmiro.

Daí pra trás foi só luta, irregularidades e correria entre os participantes e candidatos ao título. Não posso esquecer de citar a conquista do Grêmio na Copa paralela, também do Brasil. Renato conseguiu dar algum brilho a uma equipe apagada e desencontrada nesta inusitada Copa do Brasil.

Voltando ao Brasileiro, uma tragédia antecedeu a última rodada, um dia após o Palmeiras ser campeão, deixando um final bem mais melancólico do que a queda do Internacional, clube tradicional do futebol gaúcho, que jamais havia caído para a Série B no Brasileirão. De forma apagada pelo luto e os incessantes e oportunistas holofotes focados nele, com homenagens à Chapecoense alongadas e superestimadas, tendo muita gente querendo se aproveitar e usar o próprio momento negativo, pouco se importando com um show de tristeza e luto imposto aos parentes de uma tragédia como foi a da Chape. 

Em todo caso, como hoje vale tudo, valeu usar você também, além de uma hiper exposição exaustiva dos comentaristas e técnicos das cabines de TV. Você, torcedor, usaram-no dezenas, centenas de vezes, antes, durante e depois dos jogos. Filmando você, amigos, família etc, que na maioria dos casos só encontrou maiores argumentos para ir ao estádio ver seu time jogar pela paixão e o amor que ainda tem pela camisa dele, pela modinha que tomou conta de grande parte da sociedade, que consiste num grupo copiar exatamente as atitudes do outro na dança, na comemoração do gol, nas coreografias e até no luto. 

O que importa é que você apareceu. Apareceu na tela da Globo, dona do futebol brasileiro, que pode contar pra seus amigos ou eles mesmos ligarem pra você para lhe parabenizar por ter ficado famoso em meio a tanta gente bonita que aparecia. Talvez você nem lembre o jogo em que isso tenha acontecido, mas, deixa pra lá. O jogo é só um detalhe, o futebol é só um detalhe, a bola é só um detalhe e o futebol precisa é se adequar às novas lentes das câmeras o mais rápido possível.

Porque com tudo isso que foi abordado, os clubes de futebol estão falindo, os talentos desaparecendo, cada vez ficando mais difícil você curtir um bom jogo daqueles de encher os olhos. Bem, quem sabe as coisas mudem e o futebol brasileiro não volte a ser o futebol brasileiro, como o que tem sido jogado na Alemanha, por exemplo.

Boas férias a todos! 

sábado, 26 de novembro de 2016

FLUMINENSE - COMO COMANDAR UM CLUBE DE 114 ANOS?


Com amor, competência e principalmente experiência no meio esportivo. O vencedor das eleições de hoje, Pedro Abad, só me permite dizer que não parece ter estes predicados. Sei que é auditor fiscal e formado em Engenharia da Computação, o que não é bom presságio e mostra caminhos anteriores se repetindo. Entretanto, ainda não começou seu trabalho e não tem antecedentes no futebol para que possa julgá-lo.

Eleições de clube são complicadíssimas mesmo, mas o hábito de se servir do clube, usar o clube e ser usado por empresários para chegar ao poder como representante deles dentro do clube, que é o fato comum de hoje, tem que acabar. Sua vitória já parecia prevista. Ele era o candidato da situação, do atual mandatário, Peter Siemsen.

O derrotado da oposição, sinceramente, não sei lhe dizer quem é, e tenho minhas dúvidas que alguém saiba. Sei os nomes, mas houve acordos e conchavos pra todo lado. A eleição no Fluminense é assim. Além de política, tem requisitos de estratégia que mais parece que vai se eleger o comandante da CIA. Já estive envolvido neste processo do clube por duas ocasiões e tive alguma experiência.

Preocupa-me a vitória da situação, pois é um prenúncio da continuidade do que não deu certo. Os números do atual provam o que estou falando. Muito aquém do que se espera de um clube tantas vezes campeão. Não vi progressos em seu trabalho. Vi erros gravíssimos, de mentalidade, comando e ética esportiva, tanto nos aspectos da direção do time profissional, como de Xerém, decantado na mídia como sucesso absoluto. Foi mesmo? Que jogador o Fluminense deu ao clube nestes últimos seis anos, de razoável sucesso, seja a nível nacional ou internacional?

É evidente que o trabalho não poderia ter dado certo. Dirigir clube de futebol é bem mais do que modernizar instalações com ideias novas. Gostando ou não, é o futebol e é a massa oriunda dele que posicionam e elevam um clube de futebol. E esta administração foi pautada por tudo que é contrário ao básico neste esporte. O Fluminense foi alugado, não comandado. E tudo leva a crer que assim continuará.

Grupos de sócios aliados a outros grupos daqui ou dali se intrometiam nos destinos do clube, ditavam contratações e métodos de trabalho. Algumas vezes até atingindo a própria torcida, como se passassem um manual ao torcedor de como ser e se comportar como um verdadeiro torcedor do Fluminense Futebol Clube. Tão criticada pela atual gestão, a anterior, de Roberto Horcades, acabou dando muitos mais frutos e vitórias, trazendo momentos inesquecíveis de alegria ao torcedor tricolor.

Mas, a atual gestão e talvez a que virá insiste no termo mágico: MODERNIDADE. Esta modernidade, amigos, em futebol, se reflete dentro das quatro linhas, no trabalho de outros setores do clube. E não no futebol. Jamais! Para eles futebol é uma ciência exata e o ex-jogador de futebol, boleiro específico ou similar, analfabeto nato e ultrapassado. Desinformado e obsoleto. E este não foi o comportamento adotado pelas duas últimas seleções campeãs do mundo, pra encerrar essa questão.

Já que gostam tanto de ciência em futebol, poderiam se dar ao trabalho de comparar gestões de presidentes mais populares, como, só pra citar: Manoel Schwartz, Roberto Horcades, Francisco Horta e até, em alguns aspectos, David Fischel.

Essa gente vai continuar se recusando a acreditar que futebol não se aprende em livros. Misturam o trabalho prático com o teórico. E não lhes convém mudar. Por que? Porque na realidade não entendem nada de futebol, de torcida e do próprio Fluminense. Preferem ficar na moita, escondidos em suas castas, dentro do mundo que se interliga, se constrói e se protege para não deixar o poder, evitando desta forma qualquer tipo de ameaça ou acesso de quem realmente conhece e entende de futebol. Afinal, estamos falando de Fluminense Futebol Clube, que eu prefiro escrito em português.

Boa sorte a toda torcida do Fluminense!

domingo, 20 de novembro de 2016

CAMPEÃO BRASILEIRO OU DA COPA DO BRASIL?


Ficaram confusos? Pois saibam que ano que vem a tendência é ficarem mais ainda, já que prometeram uma Libertadores de duração longa. Depois se reúnem para traçarem planos para melhorarem o futebol brasileiro.

Vamos ser realistas, quem manda no futebol brasileiro é quem exibe seus jogos na televisão, ou seja, a Rede Globo. E pra ela quanto mais futebol, mesmo que confuso, desorganizado e em excesso, melhor. Dane-se a qualidade. Ela quer é a audiência. Se possível, jogos diários.

Isso explica ao torcedor porque a emissora apoiou Ricardo Teixeira na sua ideia de desfazer o Maracanã, que mais tarde veio a tornar-se realidade nas mãos do ex-governador Sergio Cabral, que hoje encontra-se recluso, digamos assim, e uma das acusações é o superfaturamento na obra do estádio.

Todos nós sabemos que em um patrimônio tombado nem na cor se pode mexer. Mas valeu tudo que foi ilícito para atender as conveniências da emissora de TV citada. Menos gente no Maracanã com a capacidade restrita, ingressos mais caros, pseudo conforto e a TV se beneficiando com transmissões ao vivo ou em pacotes, tentando faturar alto, mesmos às custas dos danos à festa e a cultura popular.

Que sentido tem duas finais do Brasil de campeonatos semelhantes terminarem juntas e, ano que vem, com a companhia da Libertadores? E de vez em quando uma interrupção para as Eliminatórias que, inacreditavelmente, a Rede Globo detém os direitos exclusivos de transmissão de jogos da seleção que representa o país.

Então não nos esqueçamos antes de crucificar apenas cartolas corruptos e incompetentes. O futebol nunca esteve tão mal organizado fora das quatro linhas e a alegria do torcedor e seus eventos marcantes desabando por causa de dinheiro.

Por isso não adianta ficar tão otimista em relação à melhora da seleção. Ela está se dando na melhoria da equipe que citei na crônica anterior e ao comando mais incisivo de Tite. Mas carece de comprovações a médio e longo prazo.

Sobre o principal campeonato, o Brasileiro, a duas rodadas do final o título parece ficar onde já se desenhava desde o início, como expus aqui essa tendência, no Parque Antártica. Ou melhor dizendo, na Allianz Arena, do Palmeiras. Muito improvável qualquer surpresa. Talvez a maior fique por conta de um possível descenso do Internacional, que desde o início do campeonato jogou um futebol horroroso e parece ter feito o possível para cair para a Série B, fato jamais ocorrido com o clube. Os gremistas devem estar rindo de orelha a orelha.

Boa semana!

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

BRASIL COM UM PÉ NA RÚSSIA


Eliminatórias 2016

Sim, caro leitor, a seleção brasileira, mais rápido do que você imaginou, está a um passo da Copa da Rússia de 2018. Eu diria já classificada, devido ao rendimento de seus adversários e da distância na pontuação que a seleção conseguiu abrir.

Hoje, uma vitória de 2 X 0 sobre o Peru, em Lima. Com a licença dos ilustres comentaristas esportivos, o Brasil não fez uma excelente exibição, não. Fez uma partida razoável e aproveitou os erros e o amadorismo do time peruano. Haja vista que já no primeiro tempo o Peru esteve bem perto de abrir o marcador nos pés de Carrillo, com a bola batendo caprichosamente na trave. E em alguns momentos, como no pênalti cometido em Cueva, puxado pela camisa, que o juiz não marcou. Mas a diferença técnica e de armação dos times era muito grande. O Peru não aproveitou suas chances e a seleção, apesar de não criar muitas, foi fatal quando as teve. Uma nos pés de Gabriel Jesus e outra nos de Renato Augusto.

A pergunta que muito se faz é: devemos essa melhora a Tite? Em parte, sim. É um Brasil mais organizado, marcando melhor e veloz no ataque. São as três melhorias mais evidentes. E sem que eu me esqueça, a seriedade e competitividade. E isto que me deixa intrigado. Sendo ou não um bom treinador, por que time semelhante a esse não correu e lutou 20% com Dunga do que está correndo com Tite? E esse avanço todo em menos de 5 meses. O trabalho de Dunga se caracteriza por muita luta e marcação. E o Brasil de Dunga foi um Brasil displicente, com Neymar brincando e esnobando além da conta e a marcação e a luta bem aquém da possibilidade que o elenco de Dunga tinha.

Era um boicote a ele? Não acredito. Era um erro de esquema e posicionamento? Poderia facilitar, mas não justifica. Dunga chegou a dirigir a seleção em jogos na Copa de 2010 aonde o Brasil chegou a fazer boas atuações. E deixou a Copa por muito pouco, naquele jogo complicado contra a Holanda, nas quartas de final.
É bom lembrar que apesar da melhora tática, técnica e de comando da equipe brasileira, não se deixe levar pelo oba oba excessivo. A única seleção que poderia nos fazer frente, a Argentina, simplesmente caminhou em campo contra nós, nos 90 minutos. Uma Argentina desfigurada, estranha. As outras cinco, sem desmerecer o nosso time, foram equipes mal armadas e de muito baixa qualidade. 

Portanto, lembre-se que nem sempre o venenoso e veloz trio de chegada no ataque, Neymar, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus, vai enfrentar zagas como as que você viu nas seis vitórias consecutivas. Vem aí pelo caminho a Itália, a França, a Espanha etc. E com certeza o espaço que o Brasil encontrou com mais facilidade nessas vitórias, será muito raro. O próprio Uruguai e o Chile já podem nos complicar nos próximos jogos.

Vamos ficar assim: a seleção melhorou, mas ainda há muita cisa a ser corrigida. É cedo pra festejar e muito mais para pensar que achamos o time ideal e que o nosso futuro é o velho e conhecido caminho da bola.

domingo, 6 de novembro de 2016

COMO SE FAZ UM CRAQUE


Não se faz. Ninguém inventa, produz ou faz um jogador se tornar excepcional, virar um craque. Já ouvi muitos dizerem o contrário, que “determinado craque não jogaria tanto futebol se não fosse este ou aquele professor ou profissional”.

O futebol é um dom! Um dom como os que nascem com os grandes músicos, os grandes artistas, poetas etc. Como diz o ditado: “quem é bom já nasce feito”. Talento vem de berço. O que muitos não entendem é que a evolução de vários que viram jogar apenas um futebol razoável se transformarem até em bons jogadores se deve ao aprimoramento e evolução natural de muitos.

Isso sim é o máximo que um bom treinador, um grande olheiro, um verdadeiro profissional do futebol, pode conseguir de um jogador. Corrigir seus defeitos, aprimorar suas virtudes, incentivá-lo a assistir muitos e muitos jogos, ajudar a fixar os pilares de sua conduta profissional, do domínio de seus nervos, seu psiquismo, sua saúde, relação com os demais... Isso sim, tudo isso é possível, além de abrir um ganho em experiência que torne o jogador consciente de sua responsabilidade, das raízes e da cultura do futebol onde atua. Em suma, do seu caráter, que vem de sua educação e dos exemplos com que convive.

Enganam-se profundamente aqueles que pensam que podem fabricar craques em laboratórios. Criam essa versão como verdade absoluta, imutável, pelo fato da evolução de muitos jogadores que chamam de “atletas” avançar bastante. Mas, avançam mesmo. Por trás da formação de um jogador e de seu desenvolvimento existem médicos, fisiologistas, preparadores físicos, psicólogos. Uma gama de profissionais, que quando não excessivamente teóricos, com competência, aplicam seu trabalho e acompanham o desenvolvimento e a carreira do jogador que gostam de chamar de atleta.

No passado não existia essa quantidade de etapas. Tudo ficava por conta de um médico, de um preparador físico e de um treinador. E logicamente do próprio jogador. Hoje, além de tudo isso, ainda existem montanhas de dinheiro em jogo. Naturalmente, quando são bem sucedidos. No passado já existia o procurador, a figura do empresário atual. Eles faziam seu trabalho trazendo jogadores de fora da cidade, estado ou país, para reforçar determinado elenco de um clube. Mas havia critérios. O jogador pertencia ao clube. Seu contrato era com ele.

“Ah! Existiam comissões, porcentagens”. Sim, elas ainda existem. E como! Em vários setores da vida existem e normalmente ninguém as assume por razões óbvias. Só que hoje os jogadores de maior ou menor destaque de um clube não pertencem ao clube que você, torcedor, tira seu dinheiro do bolso para acompanhar, sem sua pressão arterial subir e seu coração parecer pular do peito quando ele entra em campo, quando ele joga.

Impossível que a maioria destes jogadores sinta amor pelo que faz. Sinta amor de verdade pelos clubes pelos quais passam constantemente. Eles são empregados dos empresários e não dos clubes. A realidade é essa e é assim que a banda toca há muito tempo no futebol. Não tenho nada contra empresários. Já disse várias vezes. Já dei aquele exemplo de que até um cabelereiro nos EUA tem empresário. O problema está no método de trabalho e relacionamento deste com os dirigentes do clube que recebem e usam a instituição para desenvolver, criar e ser a casa destas estrelas do futebol.
Quem sabe com o tempo não haverá uma relação mais transparente com o torcedor tendo direito de saber quanto custou o seu jogador, se o clube pode ou não mantê-lo, se vale à pena derramar lágrimas de tristeza ou gritos de felicidade por ele.

BRASILEIRO 2016

Uma nota rápida sobre o nosso Campeonato Brasileiro, com o Palmeiras a um passo de levantar a taça que já não via em seu domínio desde os anos de ouro da década de 90 e dos tempos da famosa academia de Ademir da Guia. Lentamente o Flamengo vai perdendo o Palmeiras de vista, como previa quando comentei aqui que a arrancada rubro negra se deu muito cedo e que era difícil manter o pavio aceso. Isso vale para outros clubes, como o Botafogo, que foi mais uma surpresa, talvez a maior entre os possíveis classificados para a Libertadores, o Santos e o Atlético MG jogando um futebol de boa qualidade, tendo este último praticamente abdicado já do Brasileiro para a disputa final da inexplicável e inconveniente Copa do Brasil.

Vale ressaltar a queda de rendimento e de força do Corinthians, parte pela perda de seu treinador, Tite, já ambientado ao sistema do timão, parte por uma exaustão natural de sua força de jogo. E também o Fluminense, que jogando praticamente sem ataque desde que Fred deixou as Laranjeiras, vem se utilizando de um contra-ataque, num sistema de jogo e um esquema tático, em que não condeno Levir Culpi, pois era a opção de que podia se valer, com um elenco de apenas 2 ou 3 jogadores de boa qualidade, optando por um contra-ataque otimizado pelos garotos do clube. Só que essa estratégia tem limites. E além do cansaço, mesmo de jogadores novos, desacertos de convivência e tal, ainda existe um degrau difícil de transpor que é o da esfera política, trazendo as eleições do clube e a mudança de presidente para dentro das 4 linhas, gerando incerteza na cabeça do jogador, que não sabe se vai ficar, se vai sair, e criando um ambiente de instabilidade para o sucesso de uma campanha.

É isso aí pessoal. Uma boa semana a todos!

domingo, 30 de outubro de 2016

AS LIÇÕES DO MITO


E são muitas. À medida que se passa o tempo de seu falecimento, os momentos e lembranças mais adormecidos vêm à cabeça daqueles que o conheceram pessoalmente, que foram seus fãs, que viram o jogador Carlos Alberto, o homem Carlos Alberto.

Pessoalmente tive a oportunidade de conhecê-lo em um centro de futebol com o seu nome, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Lá também conheci parte de sua família, que tocava esse projeto do Capitão. Naquela tarde que passei ali deu pra perceber que não havia lugar pra invenção e teorias exóticas na formação e peneira dos craques e aspirantes a craques de futebol. Um ambiente muito simples, um campo de dimensões oficiais muito bem tratado e todos trabalhando com profissionalismo, simplicidade e respeitando as raízes do nosso futebol, como Carlos Alberto sempre respeitou.

Carlos Alberto tinha um biotipo até atípico para a posição que começou. Alto, forte, mas sem perder a agilidade, o jogo de cintura e a velocidade, que sabia usar quando necessário. Mas estes atributos físicos só ajudavam seu dom de nascença. Perfeito em todos os fundamentos. Os desarmes do Capitão não o obrigavam a sujar o calção. Eram cirúrgicos. Seguidos de uma condução de bola sempre na vertical. Uma colocação estupenda, uma antevisão das jogadas que só os grandes craques têm. Passes precisos, milimétricos e oportunos e finalizações que muitos atacantes do presente sequer conseguem enxergar. Não foi só pelo gol antológico que fechou a Copa de 70. O gol não se deu só pela violência do chute e porque Carlos Alberto pegou bem na bola. Aquilo aconteceu porque ele sabia como posicionar o corpo, sabia a distância correta da bola e a inclinação do tronco. Sabia tudo, como sempre soube.

Sinto pena e desprezo, ao mesmo tempo, pelas gerações do futebol atual que sequer se interessaram em saber mais sobre ele ou nem se manifestaram em homenagens a sua partida. A maioria dos clubes é que tomou a iniciativa. Eu conheço bem, porque treinei muitos jogadores, e ainda treino, a mentalidade de várias gerações pra cá. Muitos foram condicionados pelo mundo dos empresários e dos negócios. E deram entrada no mundo da bola através de estagiários de preparação física, apadrinhados ou mesmo preparadores físicos, entre outros. O boleiro, natural, é visto como dotado de pouca inteligência e desatualizado, por não falar bonito e não andar de terno, na maioria das vezes.

Há um padrão a ser seguido pra que o treinador ou quem ensina futebol no Brasil seja respeitado e entre na vitrine. Linguagem rebuscada e profundos estudos, além de um relacionamento extracampo que o façam respeitá-lo mesmo que não tenha alcançado glórias e feitos em seu currículo. Estas são algumas das razões, meu caro, do futebol brasileiro está revelando cada vez menos bons jogadores. Ou dizem que os descobrem quem nunca tocou numa bola de verdade. Quem não entende muito dela ou sequer jogou. Você contrataria um professor de piano para ensinar seu filho que não soubesse tocar piano? Pois é. No futebol não é diferente. Trata-se de um dom. Você descobre e aperfeiçoa um bom jogador. Mas você não cria e não inventa um bom jogador ou um craque. Jamais.

O maior dilema do futebol brasileiro atualmente ainda é este: a vergonha de assumir suas próprias características técnicas. Já disse aqui e repito (e Carlos Alberto várias vezes disse isso em programas na TV ou em conversas informais com os amigos): a técnica, a categoria, o drible, a ginga e a catimba, magias que nascem nos pés do jogador brasileiro, nascem nos pés de um Carlos Alberto, que veio da humilde Vila da Penha, não impedem que você monte um time competitivo e dinâmico. Jamais.

Carlos Alberto nos deixou também uma lição de comando. Comando sem arrogância, mas com muita autoridade, sem perder a humildade. Um comando que hoje ninguém quer assumir por vergonha de ser taxado de dono do time ou de corneteiro e logo em seguida passar a ser mal visto pelo grupo. Falta de personalidade que custa caro a esse jogador e ao elenco que ele participa. O trabalho da comissão técnica vai até certo ponto. E a partir daí, quem resolve, quem tem que ter a iniciativa de mudar ou não, é quem está dentro de campo. E essa iniciativa aflora normalmente no jogador, que hoje preferem chamar de atleta. Nomenclatura que eu abomino, porque um jogador é bem mais do que um atleta. E a palavra jogador não é pejorativa. Um pivô de basquete americano não é chamado de atleta. E entre jogador de futebol e jogador de pôquer não existe semelhança alguma.

Portanto, como Carlos Alberto nos deixou de exemplo: precisamos jogar o verdadeiro futebol brasileiro. Precisamos usar as nossas raízes. O futebol requer mudanças ao longo dos anos. Mas o talento jamais pode ficar em segundo plano. Senão você só vai ficar com atletas. 

terça-feira, 25 de outubro de 2016

O CAPITÃO ACIMA DA GLÓRIA


É muito difícil escrever nesse momento. É muito triste... O Capitão do Tri, Carlos Alberto Torres, assim como outros gênios e mitos do futebol, parecem que não morrem. Ou que nunca irão morrer.

Penso no último Domingo, no primeiro comentário no programa “Troca de Passes”, após a rodada do Brasileirão. O apresentador quase não abriu a resenha, repassando imediatamente a Carlos Alberto, que já começou sorrindo, um pouco diferente das expressões dos programas anteriores, que me chamavam atenção pela seriedade e aparente tristeza. Como conheci um pouco dele de perto e da arquibancada, talvez fosse por aborrecimento com mais uma rodada medíocre e a contragosto comentar o óbvio, como ele sempre dizia.  O fato me levou a dizer aos meus filhos naquele momento: “Está feliz hoje, Capitão? Que que houve?”, num tom meu de surpresa e brincadeira. Foi taxativo, preciso e não fugiu da bola dividida quando comentou sobre a pancadaria absurda de Flamengo x Corinthians, reclamou do pouco número de policiais, quando seu companheiro cronista interviu dizendo uma tolice: “Mas aí ficará mais caro, são mais gastos”. “Tira da renda, ué. Tira da renda do jogo. Vai deixar acontecer porque não sabem de onde vão tirar o dinheiro? Tirem da renda.”, disse o Capitão.

Carlos Alberto não era muito tolerante com tudo que fugisse ao bom futebol. Como ele dizia em off: “Não tenho saco”. E já dizia isso habitualmente, quando o destino me colocou algumas vezes, quando juvenil, treinando entre os goleiros do Fluminense, de todas as categorias, com os profissionais, como acontecia uma vez ou outra, em finalizações corriqueiras de final de treino, para ter contato com os jogadores principais. Nessa ocasião, já como zagueiro e não lateral do Fluminense, time de seu coração, o Capitão não participava muito das finalizações a gol porque já fazia dupla de zaga com Miguel e o lateral improvisado Rubens Galaxe. O treino coletivo acabava e ele normalmente ia embora. Consagrado, já era um professor e trocava correr atrás de pontas ariscos por uma zaga central, destilando jogadas e aulas primorosas de futebol, que depois repetiu no Flamengo antes de ir para os Estados Unidos e depois virar treinador. Para o capitão tudo tinha que ser simples no futebol. Ele era pura “anti-teoria”. Eu o vi dar o bicampeonato carioca desse modo, em 1984, ao Fluminense, já como treinador, diante do Flamengo de Zagallo.

O grande Capitão do Tri, que fez um dos gols mais antológicos da história, fechando a Copa de 70, começou a carreira no próprio Fluminense, indo depois atuar no Santos de Pelé, de onde seguiu para o Botafogo, retornou ao Santos, para, ao final de 75, voltar ao clube que o revelou. Assim como Nilton Santos, foi outra enciclopédia do Futebol Brasileiro. Há muito, mais muito o quê falar de Carlos Alberto e o que fez no futebol e fora dele. Acho que como comentarista, um dos seus últimos momentos de alegria foi na Copa de 2014, mas uma alegria por apresentar ao lado de Lothar Matthaüs, Passarella e Cannavaro, o especial da Copa do Mundo no Brasil. Alegria como esportista por estar ao lado de outras feras da bola, de outros países. Mas por dentro, com certeza, ele estava destroçado. Não parecia por causa de seu jeito “Xerifão”, porém Carlos Alberto se continha muito. Mas, tá uma barra. Tá difícil. Eu não estou conseguindo mais...


Vai, Capitão...Vai lá! Obrigado por alguns dos dias mais felizes da minha vida, como o 21 de Junho de 1970. 

domingo, 23 de outubro de 2016

... E DOMINGO AINDA TEM MARACANÃ


Ainda. O “New Maracanã” está de volta. Mutilado, inadequado às necessidades do torcedor brasileiro e principalmente carioca, contrariando tradições positivas, folclóricas e de raros momentos de felicidade dos que o frequentaram no passado, mas está aí, de volta.

O espetáculo em cartaz, pelo nome, tinha tudo pra ser dos melhores. Flamengo X Corinthians. Um lutando pelo título e outro renovado, de técnico novo, almejando a Libertadores. Um público que só não foi maior por causa das novas características do estádio que infringiram a lei. Se um patrimônio é tombado, não pode ser modificado. Mas, o Maracanã fica no Brasil, não podemos esquecer. País onde a justiça finge que existe, em sua maior parte.

Tudo começou mal antes da partida, com confusão fora do estádio e dentro, entre duas torcidas, que anos atrás se relacionavam em parceria, se atracando como animais irracionais. Ajudando aqueles que não querem ver mais um Maracanã cheio e a festa que se via. Afastando famílias e gente que quer se divertir e curtir futebol e não briga de gangues. O problema é antigo e embora complicado, eu sei, mais ainda envolvendo duas torcidas de massa, nunca teve atenção e competência necessárias das autoridades em todos esses anos para terem um planejamento e uma solução que dê segurança, proteção e respeite os direitos do torcedor.

O jogo em si foi carregado de emoções, sim. Mais pelos erros que as proporcionavam do que pelo talento e criatividade das equipes. Logo que rolou a bola se viu um Corinthians mais disposto e solto do que temos visto e um Flamengo com um sistema defensivo mal posicionado e com a primeira linha de marcação absolutamente tonta e dando botes no tempo errado. O Corinthians não demorou a se aproveitar disso num chute colocado de fora da área, que embora muito difícil de ser defendido, foi ajudado pelo erro de Muralha, não tão bem colocado no lance.

Pouco depois veio o gol de empate do Flamengo. Na jogada que desenhei aqui semana passada e expliquei o máximo possível. Só que o bandeirinha não viu ou não quis ver o claro impedimento de vários atacantes do Flamengo. Incluindo o do autor do gol, Guerrero. Com 1 X 1 e a torcida se animando, esperava-se uma virada.

Mas, o panorama do início do jogo não mudou. Marcio Araujo, William Arão e Rafael Vaz continuavam correndo atrás do toque rápido e envolvente de três, às vezes quatro jogadores do Corinthians, em velocidade no contra-ataque. O espaço era tanto, a desorganização defensiva e a afobação do Flamengo também, que o desempate não tardou, em uma jogada nesse estilo, bem trabalhada e veloz de Rodriguinho, com o passe de Romero e a conclusão tranquila do próprio Rodriguinho, colocando o Corinthians em vantagem novamente.

O Flamengo voltou ao segundo tempo com a boa substituição de Mancuello, perdido no jogo, por Fernandinho e começou com mais posse de bola e presença, embora esbarrasse em um cerco eficiente do sistema defensivo do Corinthians. Enquanto isso, Zé Ricardo custava a pensar na possibilidade de lançar Chiquinho no lado esquerdo, porque o garoto Jorge já não ia bem, sentindo cansaço e uma pancada. Mas, parecia que o Flamengo começava a dominar seus nervos.

A necessidade de, diante de sua torcida inflamada e fanática, corresponde-la já foi e é também responsável por muitas derrotas do Flamengo. O time se atira sem controle e sem planejamento ao ataque. Mas, Osvaldo de Oliveira contribuiu com a melhoria de posicionamento e lucidez do Flamengo no segundo tempo ao recuar um time que a toda hora levava pânico à perdida defesa rubro-negra. É incompreensível. Se Osvaldo montou o Corinthians daquele modo, qual a razão de puxá-lo demasiadamente pra trás no segundo tempo? Parafraseando o poeta Vinicius de Moraes: “Se foi pra desfazer, por que é que fez?”.

Não tardou, em um escanteio, a defesa do Corinthians ficar olhando e Rever se antecipar, para a finalização também de cabeça de Guerrero. Daí em diante o Flamengo acendeu e o Corinthians não chegava mais. Preso num sistema defensivo sem lógica, só dava Flamengo e por pouco o gol não saiu. Mesmo depois da bobagem da expulsão infantil de Guilherme, o Corinthians também teve duas ou três chances com seus atacantes sozinhos, que por absoluta mediocridade, não deram a vitória ao Corinthians.

Talvez o resultado tenha sido justo por duas razões: a um time pareceu faltar ousadia de vencer e ao outro tentar vencer de qualquer modo.

É isso aí!

domingo, 16 de outubro de 2016

NEUTRALIZANDO A “JOGADA FATAL”


As aspas, pessoal, na frase do título é uma ironia que faço. Não pensei que tivesse de resumir o futebol a uma jogada apenas. Paciência. É a realidade. Grandes times como Barcelona, Bayern, Real Madrid, raramente fazem uso dela. É a jogada pra chamada “hora do sufoco”, comum no passado, mas jamais de tão longe e feita com o pé relativo à posição da cobrança.

Fiz duas ilustrações mostrando uma forma usual e quase sempre errada por parte do sistema defensivo e uma forma que chamo de “mais complicada” para o cobrador da infração no caso. Lembro mais uma vez que é triste que um time de futebol que treina todos os dias não tenha variantes de penetração e setor criativo ofensivo, pois não há de faltar na história do futebol, nem hoje, nem amanhã, imaginação, talento e novas jogadas de penetração que levem um time às redes adversárias. Porém, estão escolhendo esse caminho de mão única, restrito e medíocre, que acaba ficando perigoso pelo erro ao neutralizá-lo.

Na Figura 1 mostro o posicionamento atual mais usado e repetido várias vezes durante os jogos, redundando ou não em gols. O erro consiste em colocar um marcador, que de tão mal posicionado não precisava estar ali, fora da curva da bola, o que serve de referência e ajuda o batedor, em ambos os lados do campo. Na figura 2, se houvesse um bom treinador e conjunto e sincronia, vez por outra a defesa poderia sair em bloco e com o impedimento neutralizar a jogada. Mas a qualidade que temos dentro e fora de campo não está permitindo isso na maioria das vezes.


Portanto, você tem que entender como bater numa bola. Tem que conhece-la na intimidade. E ter na mente a posição, o desenho e o modo treinado de bater na bola dos escolhidos para esse cruzamento. Usando como exemplo Scarpa, do Fluminense e Jean, do Palmeiras, dá pra você entender. Scarpa pega de lado, por dentro do pé, colocando efeito na bola com certa força. Justo pra ela morrer no ponto que ele quer e que os atacantes e zagueiros do seu time já conhecem.

Marcar essa bola depois de saída dos pés é ruim porque no “arranca rabo” de amontoado de jogadores acontece de tudo e você não pode deixar um zagueiro de sobra, senão trás a jogada mais pra dentro do seu arco. Aí, cobrar precisão de posicionamento da sua zaga é difícil, devido ao empurra e empurra, que lembra vagamente jogada de futebol americano.

Portanto, quanto por um lado, quanto pelo outro, ou você tira um ou dois jogadores que às vezes coloca para servir como barreira, mas na realidade ajudam na noção de força e curva do cobrador, ou você, de forma correta nas duas exposições que fiz, trás a sua barreira, pode ser um jogador, como fiz na figura do lado esquerdo, fora da diagonal da bola, como se o cobrador fosse dar um passe reto. Isso vai obriga-lo a mexer na força e no efeito que dará ao bater na bola, obrigando ela a morrer antes ou depois do ponto que deseja. Ou seja, vai complicar a curva e a trajetória da cobrança. Tira a referência do batedor.


No caso do lado direito, coloquei ainda outra hipótese, em caso até do time adversário colocar dois jogadores, um cobrando com a perna direita e outro com a esquerda, na bola. Se isso acontecer, mesmo um jogador com o mínimo de percepção sabe quem vai bater, pois o batedor precisa de alguns passos de distância para executar a curva que deseja. E usando dois na barreira, você fecha a cobrança com a trajetória por fora, como vê na linha pontilhada, também obrigando o cobrador a mudar seu modo de bater na bola e deixa, tranquilamente, essa brecha entre mais um, a pelo menos dois corpos de distância, que evita com que ele feche mais o cruzamento, pra não perder o perigo do caimento da bola. Ele vai ter que colocar mais efeito pra fazer a bola subir. E mais efeito, menos força. Menos força nessa jogada, menos perigo de gol no arremate. E se ele alterar a força, a bola vai ter que sair mais baixa, com menos efeito, dificultando a conclusão e facilitando a zaga adversária.

Sei que para muitos pode parecer complicado. Mas não é, é simples. E se não foi feito até hoje, creio ser por falta de observação dos treinadores, dos próprios jogadores e da perda de tempo com excesso de treinos teóricos, cheios de cones e mais cones, como num pátio do DETRAN.

Observação: sobre essa última rodada do Brasileiro e as confusões de arbitragem, prejudica daqui, rouba de lá, fica a pergunta: qual time não foi prejudicado ainda em algum jogo? Que tipo de arbitragem vocês queriam num campeonato tecnicamente fraco, ilusoriamente emocionante pela colocação e pelos esforços de alguns times, e dirigido por dirigentes que só podem acompanhar o Brasil dentro do país. Se ousarem por os pés fora do território nacional, vão em cana. Então, pergunto novamente: que tipo de arbitragem vocês queriam partindo dessa gente?

Abraços!

terça-feira, 11 de outubro de 2016

QUEM É LUIZITO SUÁREZ?


Um baita jogador. Técnico, veloz, excelente finalizador e muito inteligente. Não cabe julgá-lo por aquele lance inusitado e hilário contra a Itália, na Copa de 2014. E que não foi inédito em sua carreira. Ninguém sabe por que ele fez aquilo. Eu apenas suponho que seja um modo de extravasar a raiva, estranho e pessoal, quando algo lhe sai do controle. 

Mas, vale a pena prestar atenção e apreciar seu futebol. Passes precisos, participações ofensivas eficientes, movimentação constantes, um atacante contra o qual não desejaria que minha equipe enfrentasse. É complicado marca-lo. No mano a mano, não é aconselhável. Diante de tão poucas revelações e jogadores de primeira qualidade no mundo, é uma alegria ver o Uruguai dar ao mundo um jogador a altura de um Cubilla, de um Pedro Rocha, de um Forlán e tantos outros que esse pequeno país da América do Sul revelou.

Muita gente me perguntou por que a seleção brasileira melhorou tanto de uma hora pra outra e se isso se deve, de fato, a entrada de Tite. Prezados leitores, hoje o líder Brasil joga com vontade e com seriedade. E me parece que ouve e obedece ao seu técnico, criando um ambiente profissional e tentando valorizar a camisa da seleção.

Não creio que a questão fosse só uma arrumação tática, um novo esquema, um novo sistema de jogo, não. Tite não faz milagres e ninguém faz. Os adversários diretos caíram e, como disse, a seleção parece estar obedecendo a seu técnico e respeitando sua camisa. Por que não faziam isso antes? Porque jogavam mal, com displicência, desinteresse e às vezes pouco caso, o tempo dirá. A verdade chegará à tona um dia.

De qualquer forma, pra encerrar, nós não temos mais aqueles “Brasis” absolutos em campo e os adversários que nós temos enfrentado ainda não são de grande qualidade e não estão em seus melhores momentos. Eu citei antes de Tite entrar, em uma crônica, que ele parecia ser o próximo a ser chamado. E que se isso acontecesse, de início haveria uma boa melhoria. Mas, por enquanto, contenha-se. Parece apenas uma melhoria. Há muito a ser feito e corrigido. A começar pelo alto comando do futebol brasileiro num todo.

Aquele abraço!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

ELIMINATÓRIAS EM CARTAZ NO MUNDO


De início, um recado a IFAB (International Football Association Board), órgão ligado a FIFA, pela infeliz iniciativa de legalizar a saída de bola do jogo com toque inicial livre, permitindo que seja para trás. Para quem se preocupa em tornar o futebol cada vez mais ofensivo, é um retrocesso de mais de 100 anos, mesmo que você, torcedor, pense que isso não tornará o jogo travado e defensivo, já é algo que convém ao anti-jogo.

Após muitos anos, está mais do que provado que a melhor defesa é o ataque. Portanto, lamento a decisão da IFAB em mais uma bola fora da FIFA, que, aliás, para quem não sabe, tem como presidente Gianni Infatino, sem nenhuma ligação com o esporte e com o futebol. É um advogado. Boa coisa não vem por aí.

Começando por Itália 1 x 1 Espanha, assistimos um jogo entre duas seleções tradicionais bem diferente das atuais características das duas escolas. A Itália, dona da casa, pecando pela falta de qualidade individual. Em alguns momentos ainda lembrava o seu jogo aguerrido e de força. Mas com muito pouca inspiração. Pouca coisa de positivo para acrescentar. Vale o registro da falha de Buffon, que com certeza não foi pelo peso da idade. Há erros que só o goleiro mesmo pode explicar. Simplesmente aconteceu.

A maior surpresa do empate ficou por conta de um pênalti muito mal marcado, inexistente, que deu o empate a Itália. Chamou atenção na partida o que eu chamo de uma nova Espanha. A Espanha do novo treinador Julen Lopetegui, retornou ao seu estilo de jogo de 15 anos atrás. De correria e força. Lembrando o da própria Itália. O estilo Del Bosque, de toque de bola, foi abandonado. Isso preocupa.

Apesar de precisar de uma renovação, não era o sistema tático espanhol que mais necessitava e sim a troca de alguns jogadores. Prova é que o estilo de toque de bola da Espanha, desde meados de 2010, vem encantando o mundo. E ela pode pagar um preço muito caro nessa readaptação que dificulta mais a qualidade do jogo que ainda exibia.

Na América do Sul, a liderança inquestionável do Uruguai, que continua um adversário difícil de ser batido. Mesmo não tendo feito boa partida contra a Venezuela. De qualquer forma, com a vitória, assumiu a liderança isolada das Eliminatórias. Com destaque especial para Suárez. Não reparem só na boa técnica e na raça que sempre exibiu. A inteligência e percepção de jogo não permitem um erro sequer da zaga adversária.

Indo a Brasil x Bolívia, em que pese a fragilidade do adversário, a eficiência  de jogo e seriedade da maioria dos jogadores já surte visível efeito. Na gíria, digamos, Tite está levando o elenco no papo. Com moral e se impondo como treinador, está tirando seriedade e passando tranquilidade como vocês viram hoje diante da fraca Bolívia.

Apesar de falhas bisonhas de marcação da Bolívia, o Brasil fez algumas jogadas de alto nível técnico que em alguns momentos lembraram seleções vitoriosas. Mas apenas lembravam. Eu frisei que esperava isso nos primeiros jogos. E que a mentalidade do comando maior do futebol brasileiro, aliada a alguns erros de concepção de Tite, principalmente em relação à armação do meio campo (não cabem jogadores do nível de Renato Augusto jogarem tão recuados e de Lucas Lima ficar de fora), trarão problemas diante de adversários mais experientes e bem posicionados.

Em jogos onde houver times de maior expressão com padrão de marcação eficiente e forte, não teremos esses espaços e essa facilidade de saída de bola para construir jogadas com Neymar e Jesus. Por certo eles serão bem marcados.

Portanto, é bom e bonito ver o Brasil jogar melhor e um Neymar se comportar com maior profissionalismo, tendo inclusive levado uma agressão que merecia a expulsão do adversário. Mas, no futuro, não esperem sempre campos floridos. É bom contar com os espinhos que virão e só com eles poderemos confirmar nosso retorno ao hall dos favoritos. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

ELES ESTÃO JOGANDO FUTEBOL


Numa rodada atípica, com início no sábado e apenas um jogo hoje, Santa Cruz X Palmeiras, devido às eleições municipais que, embora marcadas, num sistema eleitoral esdrúxulo há muitos anos, se deram diante de um país sem leis e credibilidade. Tanto dentro, quanto fora do Brasil. E o futebol não é exceção.  

Até porque, a maioria dos que sobraram da CBF são golpistas natos e outros, até procurados pela Justiça no exterior. Mas, falemos do assunto que comecei a abordar, porque certas pessoas no Brasil, diante do sistema atual, que é uma velada ditadura, não são acusadas e não vão para a prisão.

Devido as tais eleições que mencionei, tivemos vários jogos no sábado. Ainda tentando copiar um modelo europeu que não se encaixa ao nosso, com jogos de manhã, de tarde e de noite. Quero aproveitar para destacar nesta rodada, dois jogadores que já vem se destacando há várias. Gustavo Scarpa, do Fluminense, e Robinho, do Santos. Começando por Robinho, que como disse semana passada, não entendo porque Tite não o convoca. Jamais aceitarei que o peso da idade restringiu seu futebol. Porque inclusive isso não está sendo demonstrado com suas atuações no Atlético MG.

É até uma pena que o Atlético não tenha um sistema defensivo muito bom. Embora tenha um técnico bem razoável, que é o Marcelo Oliveira. Porque, do meio para frente, o Galo tem feito jogadas trabalhadas, de grande ofensividade e contando com a qualidade de finalização de Fred e Robinho, por exemplo. Robinho dá gosto ver jogar. Joga com alegria, objetividade e talento. Levando ao desespero várias zagas adversárias. É uma alegria poder vê-lo em campo.

O mesmo posso dizer de Gustavo Scarpa no Fluminense. Que embora jogando em outra posição e sendo bem novo ainda, com 22 anos, já ajudou a dar ao Fluminense, pelo menos, uns 12 pontos na tabela de classificação. E a esta altura, a um passo de uma vaga na Libertadores. Tanto em bolas paradas, no caso dos cruzamentos, ainda não neutralizadas pela falta de percepção dos treinadores adversários e que geram gols como aquele contra o Corinthians nos acréscimos, como nas cobranças de falta diretas, no desarme, na armação ofensiva e na finalização, como fez nesse sábado, marcando um belíssimo gol na vitória sobre o Sport por 3 x 1. Gol de categoria, de confiança, de quem sabe jogar.

Vale registrar que o embora o Fluminense não desenvolva um futebol do nível do Atlético MG, quem escolheu Levir Culpi para o Fluminense, acertou em cheio. E mais ainda quem o manteve quando decidiu deixar o clube após um mau resultado. Não sei o que trataram, o que foi dito e informado nessa reunião, mas sei que a sua manutenção é hoje responsável por muitas vitórias do Fluminense.

Aproveitando a juventude e os reforços que chegaram, Levir arma o Fluminense da única forma que pode ser armado, tornando-o um time difícil de ser marcado nos contra-ataques e usando uma marcação que mesmo com falhas bisonhas vez por outra, acaba se superando pela luta e disposição com que encara cada partida. Não será surpresa alguma se o time do Fluminense figurar entre os classificados para Libertadores.

Fechando à crônica, já que citei a Libertadores, meu lamento a mais uma notícia triste a respeito dela. A exemplo da Liga dos Campeões na Europa querem estendê-la paralela aos campeonatos regionais e nacionais até o final do ano. Com certeza é uma medida comercial, seguida de mais um golpe fatal no famoso esporte chamado futebol. Deus permita que os gênios que comandam a Libertadores não tenham sucesso em mais um atentado a bola e ao torcedor.

Uma boa semana!

domingo, 25 de setembro de 2016

O PORQUÊ DO HINO NACIONAL NO BRASILEIRO


É estarrecedor uma pátria enxovalhada como está emprestar seu hino e seus acordes a um campeonato sem credibilidade, comandado por pessoas sujas e sem condições morais.

Algum exagero? Dirigentes que não podem sair do país senão serão presos, tentam emocionar você como torcedor, através da Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão exclusivos, e, que curiosamente, depois que passou a ter essa exclusividade e monopólio, o futebol no Brasil começou a cair vertiginosamente.

Você não se importa em saber se seu time é a bola da vez ou um dos preferidos? Até criança percebe isso. Um país sob um Golpe de Estado declarado em viva voz esta semana nos EUA pelo próprio vice-presidente empossado ilegalmente no poder e motivo de chacota e desprezo por vários países do mundo, não merecia tanta desonra, embora o meio do futebol e seu comando nunca tenham sido compostos por anjinhos e monges.

Vale ressaltar que em outros jogos de divisões inferiores que acompanho, é fácil contar nos dedos os torcedores presente no estádio, além de ter de ouvir marchinhas dos clubes que irão jogar, com jogadores perfilados, banda de música e todo tipo de pompa, bairrismo e provincianismo explícito, prejudicando, inclusive, o aquecimento dos jogadores para a partida.

Nem que houvesse aqui um mínimo de moralidade, o hino nacional só faria sentido, como sempre fez, em jogos internacionais e não em alguns de origem duvidosa e os envolvidos neles mais ainda. Ainda estou exagerando? Deem uma olhadinha para a ciranda dos técnicos, como são os mesmos, na mudança dos locais das partidas, como vem a calhar, além de serem combinadas na calada da noite, sem um clube sequer contestando mudanças de horário, de cidade etc. Falta de campo e cofre vazio não são justificativas. O que mais tem no Brasil é corrupção, bolsos de empresário cheios, de dirigentes idem por compartilhamento, e estádios de futebol vazios.

Com mais de 27 rodadas não houve uma encrenca que tenha levado um jogador a julgamento, ou suspenso por vários jogos... Estranho, né? Como são disciplinados nossos jogadores. De onde podemos concluir que só podem ser “ilusionismo” as entradas criminosas que temos assistido entre colegas de profissão e as vergonhosas arbitragens que prejudicam uns e beneficiam outros descaradamente, na maioria das vezes para inflar um campeonato fraco, desacreditado, em que aqueles com um pouquinho só de experiência, sabem que há dois ou três concorrentes para o título? E mais dois ou três com prestígio suficiente para alcançar a Libertadores ou interesse para evitar o rebaixamento.

Encerro dizendo que sei perfeitamente que em muitos dos casos existe o tal do nivelamento por baixo, desorganização e falta de futebol e qualidade que promovem certos jogos atípicos e suspeitos. Mas, basta abrir um pouquinho o olho que você flagra direitinho aquele jogador que corre para não chegar e aquele time que faz um jogo super competitivo, num domingo, e outro irreconhecível e medíocre, numa quarta, dentro da mesma competição.

Hoje, sinceramente, já não sei se basta apenas a solução proposta pelo meu prezado amigo Afonsinho, que é a de “refundar o futebol”. Acho, prezado amigo, que temos que refundar muitas coisas, revolucionar muitos valores, porque se enganam muitos por algum tempo, mas não pelo tempo todo.

Nota: Tite, o que faz o Robinho fora da seleção brasileira? Está velho demais? 

domingo, 18 de setembro de 2016

... E O FLAMENGO LIGA AS TURBINAS

fonte: DANIEL VORLEY /AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
fonte: DANIEL VORLEY /AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
Daniel Vorley / AGIF / Estadão Conteúdo

Se será campeão eu não sei. Mas virou candidato de fato. Já há uns 2 meses que o Flamengo arrancou, com alguns reforços, tendo como principal o Diego, e mantendo uma regularidade sobre o comando do técnico Zé Ricardo, que parece falar a língua do time.

A massa rubro-negra, que no início do campeonato não fazia a menor ideia destas atuações, agora já tira suas camisas do armário, e, talvez assim como outros cariocas, se beneficie até mais do efeito campo de jogo. O que quero dizer com isso? Que no Campeonato Brasileiro, por certo, o Flamengo teve, ao longo de sua história, a força de sua torcida no país inteiro como um dos ingredientes responsáveis por pelo menos um ou outro título. Seja em Brasília ou como hoje, em São Paulo, vejam só, São Paulo, qualquer pessoa que não conhecesse o estádio e não acompanhasse o campeonato ia achar que o Flamengo estava jogando em casa.

Quase 30 mil pessoas, de manhã, no Pacaembu? Mas, fora a torcida, o time vem jogando bem. Nada de extraordinário, mas o suficiente para justificar, ao menos no momento, algum favoritismo. Eu, sinceramente, aposto um pouquinho mais no Palmeiras, devido a uma maior regularidade, conjunto e, a meu ver, um elenco de maiores recursos. Mas, como disse, o vento vermelho e preto pode atropelar.

Dali pra baixo começa o troca-troca de posições, mantendo uma sequência de pontuação irônica e estranha. Que o campeonato é fraco já falei aqui. Que há um equilíbrio por baixo, também. Porém, existe uma clara inversão de posições que parece obedecer a uma certa sincronia. Algo muito difícil de acontecer. Tipo 43, 41, 40, 39, 38, 37... Estamos quase em outubro e diferente da maioria das vezes, ninguém arrisca muito. Só parece definido, se é que está um rebaixado, o América Mineiro.

O Galo é capaz de fazer uma excelente partida num jogo e no jogo seguinte se superar em mediocridade. O Grêmio desabou. Já tinha um time fraco, que só andava na garganta do Roger. Talvez por desgaste o Grêmio não conseguiu manter a força e se perdeu completamente. Hoje é um bando em campo, desorientado, sem treinador, com alguns jogadores que não poderiam jamais vestir uma camisa de um time de futebol como a do Grêmio. Se o Fluminense está melhor, menor irregular, e ao menos com um atacante de boa finalização, teria saído do Sul com uma vitória bem mais fácil do que hoje.

Aliás, o Flu é outro time que se mantém ali no bolo graças à ideia de Nova Iguaçu como campo alternativo e, principalmente, ao técnico Levir Culpi, que montou um esquema de contra-ataque ideal para um time com as deficiências que possui. Deu espaço lá na frente, os garotos chegam. Principalmente Scarpa, um jogador de baita qualidade.

Prometi na semana passada que falaria do Botafogo também, que acabou de derrotar o Vitória, em Salvador, com uma atuação um pouco abaixo das que tem apresentado, mas obtendo uma vitória merecida. O esforço de seu goleiro e de Pimpão fizeram lembrar, por alguns momentos, o Botafogo do passado. O técnico, Jairzinho, como disse, carrega o DNA do pai.

Em alguns momentos você vê o toque de tentativa de repetirem as jogadas objetivas e individuais, sem medo de errar, dos anos de ouro do clube. Isso tem feito o Botafogo fazer gols de rara beleza e se livrar da mediocridade de apenas competir para não cair. Mas não consegue fugir de momentos brilhantes e outros bisonhos. É uma presa do futebol que está aí.

No mais, digna de registro a permanência do Inter na zona de rebaixamento. Sua esperança é justo amanhã, contra o América Mineiro. Mas, de qualquer forma, o Inter me faz o pensar o contrário do que disse do Botafogo. Não me faz lembrar, em momento algum, as grandes equipes dos anos 70, de Figueroa, Falcão, Carpegiani e cia.

Faço uma observação final a mais uma entrada em rodadas pela Copa do Brasil junto ao Campeonato Brasileiro. O que já é ruim fica pior com a adição de um campeonato similar, político e sem vergonha, que desgasta jogadores, desorienta torcedores e joga mais pra baixo qualquer tentativa de melhoria do futebol brasileiro.

Boa semana!