sábado, 16 de dezembro de 2017

GRÊMIO E FLAMENGO DECEPCIONAM: FUTEBOL VIRA-LATAS ESTÁ DE VOLTA




Embora já passados alguns dias, vou começar com Flamengo e Independiente numa análise mais rápida. O Flamengo não jogou como Flamengo. Alguns jogadores como Lucas Paquetá, o próprio Everton e Cuellár, estiveram ausentes da raça rubro-negra. Mais uma vez o Flamengo fez sua torcida sofrer, sedenta que estava das frustrações das derrotas dos anos anteriores. O Independiente jogou com autoridade, se impôs em campo, criou muitas jogadas com Benítez e, literalmente, em alguns momentos fez o Flamengo correr atrás deles. Chances o Flamengo só soube criar uma ou outra na manjada bola na área. No mais, rodou, rodou, rodou e não achou a facilidade que sua soberba esperava deste jogo. O Independiente deu mais uma lição ao Flamengo de como se joga uma decisão. E o Flamengo, mais uma decepção com direito a cenas bizarras de má educação, violência e total desespero. Não apostaram tanto em Rueda? Não disseram que César era capaz de salvar o Fla? Quanta bobagem...

Indo para o Mundial de Clubes, não posso falar da decisão sem lembrar de Grêmio x Pachuca. O Grêmio sofreu pra vencer o time mexicano, esteve perto de tomar um gol que não conseguiria tirar a diferença depois, e foi salvo pela jogada individual de Everton, que tanto clamo e que devia jogar de cara. Na decisão com Real Madrid veio à tona o complexo de inferioridade do atual futebol brasileiro, prova de sua atitude após a partida numa resignação absurda. Numa indecorosa e inesperada escalação de Renato com 3 volantes, o Grêmio também não jogou como o Grêmio. Esse não é o time copeiro. É um time que joga na espera do erro adversário. E fica de boca aberta, assim como o neurótico locutor da partida na Rede Globo, repetindo inúmeras vezes com admiração: “Real Madrid: timaço. Modríc! Bale! Kroos! Ronaldo! Sergio Ramos entre outros...” como se fossem jogadores de outro planeta. Como se não rendessem dessa forma por estarem inseridos num clube organizado, que treina muito menos que os nossos em matéria de intensidade, mas que o faz corrigindo seus erros, exigindo pontaria, precisão nos passes e domínio dos fundamentos. Coisa que os cones e chapeuzinhos não fazem nos gramados brasileiros.

Jogador tem radar próprio. Não precisa de marcações artificiais em treinos daqui ou dali. Ele se acha, não precisa de cones. Senão vai se tornando o que temos visto: um futebol de robôs. Criando jogadores de totó, de pebolim. Com um jogo previsível e manjado. Estou desmerecendo o Real Madrid? Evidente que não. Mas ele é invencível a ponto do Grêmio passar o jogo quase todo se defendendo, fechado em seu campo de defesa, jogando de maneira covarde e sem objetividade, sem arriscar, sem driblar, sem ao menos limpar uma jogada pra defini-la?

“Ah, mas eles tem o Modríc!” É? Mesmo no atual desacreditado futebol brasileiro, temos uma séries de “Modrícs”, “Ramos” e outros mais por aí. Mas eles não tem a confiança de um Robinho, com mais de 34 anos, por exemplo, que sozinho num jogo desse, talvez preocupasse mais que CR7 e as estrelas do Real e também Luan. Este dotado de excelente técnica e controle de bola, parecia pedir no jogo final: “por favor, não entrem forte em mim. Por favor, abram caminho para eu passar. Não quero tentar o drible”.


Com isso os outros também não tentavam. Placar magro, resultado justo. Pros que acham que o Grêmio jogou com garra suficiente, lembrem que se não fosse seu goleiro Grohe, a pancada seria maior. Mas não só por diferença de qualidade e organização. Pelo velho complexo de inferioridade que vende uma ideia falsa de que o Real Madrid não pode ser batido. De que o Real Madrid é invencível e ninguém deve se atrever a driblar seus jogadores, impor seu jogo e até mostrar mais qualidade do que muitos deles. Para um país vivendo a vergonha que está, no aspecto político, no esportivo, creio que fechamos à altura. De forma melancólica, covarde e medíocre.

Boas festas a todos! 

domingo, 10 de dezembro de 2017

AO FINAL DE 2017 GRÊMIO E FLAMENGO REPRESENTAM O BRASIL


Fechando o ano, teremos duas atrações de clubes de massa, um deles com a maior torcida do Brasil e do mundo, o Flamengo, e o Grêmio, a maior do Rio Grande do Sul e certamente uma das 10 maiores do país. O Grêmio parece ter a tarefa mais difícil, um mundial de clubes nos Emirados Árabes. Começa enfrentando um daqueles times chatinhos, que você tem de ter paciência e nunca sabe exatamente como ele joga e o que esperar dele, e depois o todo poderoso Real Madrid. As chances do clube gaúcho são grandes. Uma equipe que joga um futebol diferente da escola gaúcha, à base de toque, movimentação, bolas no chão e alguma categoria por parte de Luan, Léo Moura, mesmo sendo reserva, e do meia Artur, que infelizmente é a grande perda do Grêmio para esse Mundial. Uma surpresa agradável numa posição onde os brucutus se destacam. Jogador de fácil visão de jogo, excelentes recursos técnicos, passe preciso e desenvoltura e rendimento que prometem muito. Não há um substituto dito ideal para este jogador. Eu usaria, talvez, Cícero, se fosse possível. Mas parece que uma burocracia idiota permite que ele dispute a mesma competição que leva ao Mundial mas não que ele jogue o Mundial. Vai entender!

Uma das minhas maiores preocupações também é o efeito dessa mini paradinha. Deus queira que tenha servido como descanso. Reposição física e energética para essa batalha. Porque às vezes influi negativamente no Grêmio. Como Brasileiro e fã do futebol do Grêmio e do trabalho de Renato Gaúcho na equipe, torço para que isso não aconteça. Torço para o bicampeonato do Grêmio de futebol porto-alegrense.

Sobre o Flamengo, joga em casa, bem à moda rubro negra. Com a massa e aquele “vento negro” como chamavam os antigos, que arrasta um ciclone pra cima do adversário e toma conta das quatro linhas. É como se baixasse um espírito que afetasse todos os jogadores e os presentes no estádio. Normalmente ninguém segura. O time às vezes mesmo mal numa partida, ressuscita devido a uma jogada ou um apito, uma nuvem que vem sei lá de onde. O perigo é que às vezes isso custa a acontecer ou não acontece. E a torcida impaciente, sedenta de ver o Flamengo como ela sempre intitulou: “o maior clube do mundo”, não conseguir o que ela espera dele. Aí todos os orixás, digamos assim, jogam contra. Isso aconteceu recentemente, vamos dizer assim, como Santo André, América do México e com o próprio San Lorenzo este ano. O gol segue uma incógnita. O menino César (26 anos é um menino no gol) foi irresponsavelmente alçado a herói por um jogo. Ninguém queria ouvir falar em Muralha. Apesar de Muralha ter dado motivos pra isso, tenho dúvidas se a decisão foi acertada. Tomara que o menino se saia bem, porque tenho certeza que a própria mídia que o chamou de herói e a torcida que assinou embaixo, pode transformá-lo em vilão. Posição de goleiro, meu amigo, é pra lá de misteriosa e tem que ter um conhecimento profundo sobre ela. Inclusive porque o responsável pelos gols que o Flamengo vem tomando, passando por Diego, Muralha e Cesar, é culpa de uma defesa que é uma verdadeira peneira. Capaz de finalizações precisas de cabeça como Réver e Juan no ataque, e brechas vez por outra na marcação. Isso vem de um defeito desde a época de Zé Ricardo e que piorou com Rueda. O Berrío voltava pra fechar e ajudar na marcação. E o Márcio Araújo, mesmo limitadíssimo, tentava cobrir as subidas do impetuoso Willian Arão.

Portanto, Willian Arão, Everton, Diego, Vizeu e um pouco o Paquetá saem muito mas não ajudam na volta como deveriam, expondo demais a zaga. E esse foi o motivo da derrota do primeiro jogo. Porque não vi nada de mais no Independiente, a não ser velocidade e disposição. É um time que tem uma defesa fraca, principalmente em jogadas pelo alto. Não tem um jogador sequer de bom nível na armação. São mais ou menos todos iguaizinhos na qualidade e limitação. Em todo caso, é futebol argentino. O máximo de cautela é sempre pouco. O “já ganhou” inevitável de conter a essa altura, pode prejudicar o Fla. Em todo caso, para mim, o Flamengo é o favorito sim, sem nenhuma demagogia.

Por fim, creio que a mídia e a direção desmoralizada do futebol brasileiro, dependentes do que ocorre no país, têm uma chance de ouro de fechar o ano com matérias de alto índice de audiência e credibilidade, sem nenhum poder contrário de contestação no futebol brasileiro. Pois já com o Corinthians campeão brasileiro, o Flamengo se tornando campeão da Sul-americana e o Grêmio do Mundial, quase metade da população brasileira teria um Papai Noel generoso amansando os mais descontentes e raivosos, lembrando aquele refrão e revivendo mais ou menos aquela época do “Pra Frente Brasil”.

  



domingo, 3 de dezembro de 2017

SORTEIO DOS GRUPOS DA COPA: A SORTE ESTÁ LANÇADA



Exaltando em primeiro plano a foto da crônica, provavelmente histórica, entre o Presidente Russo Vladimir Putin, o incontestável rei do futebol, Pelé, e, para mim, um dos cinco maiores da história do futebol, Maradona. Cercados também de grandes jogadores como foram Lottar Matthaus, Eto’o, Puyol e outros. A primeira novidade foi a melhoria no suspense com que tratavam esse sorteio em épocas passadas. Atenções voltadas para os novos comandantes da FIFA e de todas as federações dos países participantes, exceto do Brasil e, como todos sabem, só há um lugar onde o nosso Presidente não corre o risco de ser preso: no seu próprio país. Ficamos, pois, órfãos, pela primeira vez, do Cartola mor durante o sorteio das chaves.

Li algumas entrevistas e assisti outras interessantes, como as que fizeram com Tite, por exemplo. Tanto as perguntas quanto as respostas eram, de certa forma, inusitadas. A certa altura, Tite foi perguntando: “Que grau de dificuldade você espera nesta Copa? ” Creio que se tivesse no lugar dele, devolveria a pergunta ao repórter. Independente da qualidade de Tite, não há como ter noção alguma de grau de dificuldade. Salvo em relação à altitude, que não é o caso, mas a temperatura, que apesar do evento se dar no verão europeu, Rússia é Rússia. Calor não fará, provavelmente.

Sobre o que esperar do rendimento das seleções, vamos ficar brincando aqui de dança das cadeiras. Simulando adivinhações que não levam a lugar nenhum. Tipo: “seleção A se classificar em 1º ou 2º, “deve” pegar tal país, e a final tem uma boa chance de ser entre país A e país B”, são conjecturas, perda de tempo. Achei no geral os grupos equilibrados. Dois grupos interessantes, que chamam minha atenção, são os Grupos F (Alemanha, México, Suécia e Coréia do Sul) e B (Portugal, Espanha, Marrocos e Irã). Parecem interessantes as misturas dos países e escolas de futebol distintas.
O próprio grupo do Brasil não é a moleza que muitos disseram. Suíça tem um padrão de jogo à inglesa e uma tradição de forte marcação. O esquema ferrolho suíço foi batizado com a sua marca registrada. Costa Rica fez uma excelente Copa de 2014 e tem boas chances de manter aquele grupo que jogou um futebol ousado, aplicado e veloz. A Sérvia, que nos remete ao passado da Iugoslávia, ao estilo de futebol tcheco, nunca foi cachorro morto. Há tempos atrás era osso duro para nossa Seleção, pois eram escolas que jogavam ofensivamente e que apresentaram ao mundo jogadores como Dragan Dzajíc, que foi chamado por Pelé de “O Mago do Futebol”, Vladimir Petrovíc, Oblak, Prosinecki, Savicevíc e o próprio Petkovíc entre outros, mas, com a dissolução da Iugoslávia e outros países vizinhos, estas escolas sofreram alguma perda de característica, porém nem por isso devemos desconsiderar sua história de bom futebol. Eram países de jogadores habilidosos que sabiam, ao menos antigamente, tratar muito bem a bola. Apesar de tudo, hoje, Sérvia é uma interrogação.

No mais, espero uma Copa muito organizada, confio muito na seriedade e competência da Rússia. Mas sobre favoritos ou favorito, não tenho. Não tenho como apontar e ter nem sequer um palpite do país campeão da Copa 2018.

BRASILEIRÃO 2017

Sobre o Brasileirão 2017 que se encerrou oficialmente hoje, não tenho muito o que falar, infelizmente. Seu campeão já saiu há 3 rodadas e qualidade técnica das equipes e suas atuações estiveram muito abaixo do que merece ver o torcedor brasileiro. Iria até além: graças a Deus terminou o Brasileirão 2017.

Boa semana!