segunda-feira, 30 de junho de 2014

A SELEÇÃO BRASILEIRA NO DIVÃ



















Hoje quem acompanhou o noticiário deve ter lido muito esse “papo cabeça”. Palavras como choro, emocional, fragilidade etc foram dissecadas. Tive dúvidas ao escolher o título acima. Apesar de achá-lo propício, vejo por trás dele outras palavras, a meu ver, mais esclarecedoras. O título seria: Estamos pagando o preço da falta de liberdade? O porquê deste questionamento eu esclareço a seguir.

Desde que Felipão assumiu várias perguntas me rondavam a cabeça: qual seria o comportamento dos novos escolhidos, tanto da comissão técnica, quanto do elenco; quais as diferenças entre o estilo Mano e Felipão; e a principal delas, se haveria tempo de montar uma estrutura capaz de nos levar ao título mundial. Não tenho dúvida que na era Mano jogamos tempo fora. E o comando, os cabeças da CBF, sabia disso, mas como estavam envolvidos em outras “paradas”, parece que não sobrou sequer tempo para analisar o trabalho anterior.

Vieram os dois notáveis se juntando. Dois campeões mundiais: Felipão e Parreira. Percebi quase unanimidade no país. O importante era mudar. Mas e o tempo? Como escrevia e escrevo: tempo, tempo, tempo... O futebol precisa muito de tempo. Testes, diversidade de situações, reação a determinados momentos, novidades, surpresas e por aí vai.

Passaram por cima de tudo isso, inclusive do que eu sempre dizia: esta Copa do Mundo de 2014 é um segundo capítulo de 1950. Mesmo 64 anos depois, estamos ligados ao passado. Mesmo quem não era nascido, como eu, sentiu na carne, fez e faz ideia do que aconteceu. De lá pra cá, meus comentários sempre alertavam sobre essa ligação histórica, que em algum momento isto haveria de pesar, principalmente jogando contra equipes sul americanas, pois parece que elas nos conhecem mais do que nós a elas.

A Copa começou e o que mais se tem visto são os jogadores com o comportamento politicamente correto, tranquilo e amável na Granja Comary. E outro, quando descem para jogar representando o país do futebol, com uma ansiedade e uma expectativa, além de um medo de errar, que parecem ultrapassar a tela das TV’s. Algumas lágrimas dão impressão que precedem um entupimento, que irão desaguar em um choro convulsivo, mesmo a caminho do campo, antes de hino, gol de presente, gol perdido, falha etc. Onde estaria essa falta de liberdade afinal? Ou o erro em chorar?

Bem, por mais novos que sejam os jogadores, a maioria já disputou aí competições internacionais e decisões de alto nível. Lembro que Pelé, com 17 anos, e Gylmar, choraram em 58. Em 62, não me lembro. Em 70, só me recordo após a conquista em campo. A cobrança é imensa. Pesa toneladas. Mas será que os jogadores não sabiam disso? Não foram alertados? Preparados? Não houve tempo? Nem um tempinho pra isso? Não faltam profissionais como psicólogos dando esse suporte a Felipão, tampouco experiência.

Mas, nem tudo na vida acontece como se planeja ou se imagina. Uma série de fatores, até os tais problemas durante a apresentação envolvendo manifestações, protesto etc, criaram um clima diferente. Então, é com vocês. Thiago Silva na TV depois do jogo contra o México parecia dizer para ele mesmo: “quem não souber conviver com pressão que escolha outra profissão”. Pois é, Thiago Silva, mas vocês escolheram esta. E tem de ter consciência de que estão defendendo a camisa do Brasil e não do PSG ou Real Madrid. A coisa é bem diferente.

Quem não conseguir controlar os nervos diante da segunda Copa do Mundo no Brasil não tem condições de entrar em campo. A ansiedade tira teu gás. Seca tua boca. Bloqueia teus pensamentos e tua criatividade. O nervosismo é uma merda. Principalmente quando se cria uma família Scolari para que dentro de um grupo nada saia dali e nada entre. Mas é aí, Felipão! Aí tu tiras a liberdade do elenco, tchê!

É impensável em 4 partidas dezenas de erros e falhas, tuas e dos teus comandados, uma seleção que um seja tão afável com o erro do companheiro. Ninguém dá esporro em ninguém, ninguém orienta ninguém, alerta ninguém, gesticula e chama aos brios ninguém. Que mais controle você quer? Cadê a liberdade do cara para manifestar sua alegria ou seu descontentamento? Cadê o direito do jogador de soltar um palavrão? De reclamar com o colega ou com você da função que você escolheu? Cadê a independência pra fingir que ouviram o que você disse e fazerem o que têm confiança dentro de campo?

Os caras estão amarrados e amordaçados, gente! Bons garotos. Garotos quase angelicais de tão inocentes. E seleção brasileira não é lugar disso. Não é mosteiro, nem convento. E comportamento não é padrão. Estabelece-se de acordo com as pessoas e as situações. O futebol brasileiro sem liberdade, dentro ou fora de campo, ou chora, companheiro, convulsivamente, como um passarinho preso na gaiola, ou dá de ombros escondendo o logotipo da patrocinadora e pensando mais adiante em que cidade da Europa irá morar.

Fechando esse imenso texto, não teve jeito, a coisa é complexa, a esta altura só vejo uma saída. Na verdade gostaria que o treinador da Argentina ou da Colômbia dissesse que vai enfrentar a seleção dos “maricas” do Brasil. Talvez isso resolvesse. Talvez algo assim ou coisa parecida possa transformar essa ansiedade desmedida em garra e firmeza, dando lugar à confiança e a independência de poder jogar o verdadeiro futebol brasileiro. O futebol do esporro de Didi em Garrincha, da bronca de Gerson em Pelé, da vitória de Dunga como capitão e campeão, do troféu erguido pelas mãos do simples Cafu e por aí a fora.

domingo, 29 de junho de 2014

COPA 2014 - OITAVAS DE FINAL: FOI SÓ O COMEÇO













Pois é, meus amigos. Ontem foi apenas o começo. Provavelmente haverá mais emoções fortes por aí. O próprio equilíbrio da Copa traz esse prenúncio. Começando pelo nosso jogo, em relação à dificuldade, eu não me enganei. Escrevi, inclusive, que temia pela derrota. Principalmente se cometêssemos os mesmos erros. E cometemos. Um pouquinho diferentes, mas cometemos. Foi o 3º gol grátis que demos nesta Copa.

Tenho consciência de que estou diante de uma equipe briosa, unida, esforçada e com algum talento, mas sei que é uma equipe ingênua, até demais em certos momentos, pouco experimentada em situações como as de ontem e que além de não estar pronta, não consegue conter a ansiedade. O seu treinador também não consegue corrigir os defeitos. É turrão e teimoso demais. Quando o jogo foge as suas expectativas, fica nitidamente desorientado.

Continuamos com problemas nas laterais do campo. De um lado Marcelo produz pouco e não marca bem, do outro a mesma coisa, com o agravante de Daniel Alves ser mais lento ainda. A experiência de Thiago Silva não permite que seu futebol esteja inibido. Ele joga muito mais que isso. A apatia de Oscar, contando só com o bom primeiro jogo, não é suficiente. Os subsequentes erros de passe, de saída de bola são os mais graves que vi numa seleção brasileira dentro de uma Copa. Fred perdido e abobado entre os zagueiros é inexplicável.

A conta disso tudo é óbvia, cai toda nas costas de Neymar. E na dos torcedores que sofreram muito mais do que mereciam ontem. Não adianta ter mais chances de gol, fazer uma pressão maior sobre o adversário e fechar o último passe ou a finalização daquele modo estabanado. Não cabe substituirmos de forma errada como Felipão fez ontem. Ta na cara que precisamos da força do Maicon. E Jô nunca foi solução.

Convocar não dá mais, é isso que temos, é com isso que vamos. Com os equívocos até na escalação dos batedores de pênalti. Jogador que mal acabou de entrar, Zico que o diga em 86, não pode ser escalado para bater pênalti. É muita sacanagem jogar a responsabilidade em cima do garoto. Graças a Deus e a Julio Cesar, um dos melhores goleiros que vi jogar e que nele sempre depositei e deposito confiança, seguimos em frente. Até quando não sabemos.

Vamos enfrentar a excelente seleção da Colômbia, dirigida pelo não menos excelente treinador argentino José Pekerman, especialista em revelar jogadores e em divisões de base. É nítido o conjunto que exibe a seleção colombiana, fora seus valores individuais. Não sei como a Argentina abre mão deste treinador há tantos anos. E como ele já disse muito bem, sabe que enfrentará um Brasil diferente. E será mesmo. Contrariando meu texto, deve jogar melhor sim e de outra forma. Não há outra maneira.

De resto, a Holanda provando que é uma forte candidata junto com a Argentina, a que acho mais forte, despachando o guerreiro México de Rafa Márquez. Esse sim, individualmente, um dos raros jogadores magníficos desta Copa. Sabe tudo. A sorte de seu goleiro é que acabou. Sim, um bom goleiro, porque o resto era sorte mesmo e ineficiência dos adversários. Agora há pouco Costa Rica venceu a Grécia nos pênaltis e vida que segue. Apesar do abatimento dos gregos, a Costa Rica é bem melhor.

É isso aí, gente. Não faço ideia do que a Alemanha irá aprontar, mas seleções como Holanda, Argentina e Brasil estão calcadas em cima de seus astros: Robben, Messi e Neymar. É a individualidade como sempre e o talento mostrando a estúpida diferença sobre o futebol burocrata e comum.


Vamos às emoções! Aquele abraço!

domingo, 22 de junho de 2014

COPA 2014 - AFINAL, É OU NÃO É A COPA DAS COPAS?



Por enquanto, temos 10 dias de Copa, está sendo sim. Não me lembro de outra Copa das 13 que presenciei com tanta alegria nos estádios e nas cidades-sede e jogos emocionantes, mesmo na fase de classificação. Estou vendo um espetáculo raro e acho que muita gente também. Baixa qualidade técnica à parte, a raça tem compensado este problema.

Como temos muitos jogos e muito assunto, até aqui são 32 jogos e 94 gols, uma média de, praticamente, 3 por partida, vou escrever sobre os destaques positivos e negativos até aqui. Sobre os negativos, já começo com a provável eliminação de Portugal. Independente do grupo forte em que caiu, o desempenho da Seleção Portuguesa e do craque Cristiano Ronaldo estão abaixo da crítica. Agora mesmo, frente aos Estados Unidos, dava impressão em alguns momentos que a Seleção não estava a fim. Esquisito, pra quem se matou fazendo 3 gols na Suécia, se classificando na marra. Outro destaque negativo, naturalmente, a Seleção da Espanha. Apesar de não ter esperado o desempenho de 2010, não fazia a menor ideia que o rendimento seria tão ruim. Jogadores apáticos, pouca inspiração, uma equipe que parecia jogar com total desarmonia, justo o oposto de seu futebol, se despede de forma melancólica ainda na fase classificatória. A mesma decepção tive com relação à Inglaterra, embora não esperasse muito dela. Em que pese a decadência das últimas Copas, o sistema defensivo inglês sempre permaneceu forte, e foi justamente um dos seus pontos mais fracos e vulneráveis. Outros dois aspectos negativos foram: a passividade com que a Seleção Brasileira aceitou um empate com o México na última partida, embora tenhamos visto um México aguerrido, marcando muito e com sorte. Isto não é normal e foi preocupante. E um aspecto extra campo, a baderna da torcida Chilena no Maracanã. Assim como a da Argentina outro dia. Assim, só dão motivos para aqueles que não deixam por menos em seus países, e hipocritamente atacam a educação sul-americana, como se eles fossem um exemplo, de publicamente seguirem com suas políticas de diminuição do valor do continente sul-americano. Fechando os destaques negativos, o péssimo nível de arbitragem, pra variar, que estão nos oferecendo. O critério tem passado longe. E o que tem de juiz míope... e pra essa preocupação idiota com o calor, umidade etc. Se é assim, vamos entrar com um recurso também para que na Rússia, em 2018, possamos ir à beira do campo nos agasalhar um pouquinho. Tomar algo que esquente os músculos. Ah! Pára com isso, né? Deixe de papo furado. Em Dallas, em 94, enfrentamos mais de 48 graus contra a Holanda e fazia mais de 50° fora do estádio. Sem hipocrisia, ok?

Os destaques positivos ficam, como citei acima, a emoção, o empenho de certas equipes, os magníficos jogos que presenciamos como Alemanha x Gana, Holanda x Espanha, Uruguai x Inglaterra e o próprio jogo de Costa Rica x Itália, que me agradou bastante. Ops! Ia me esquecendo de Chile x Espanha, carregado de muita raça e emoção. Os estádios cheios têm oferecido condições para jogos sempre animados e disputados. Isto está sendo visto no mundo inteiro. Pra quem tinha dúvida da necessidade de uma Copa aqui, tenho certeza que na próxima vai sentir saudade desta.
Sobre a definição dos classificados, temos o que todos já sabem e faltam alguns como Brasil, que embora já dêem como certo, prefiro aguardar o apito final amanhã. Se você pensou que tenho medo de perder pra Camarões, te respondo que não, mas não acho isto impossível. No futebol se vê muita coisa estranha, sabe. Agora, é claro que isso acontecer, só vem ratificar que não tínhamos a menor condição de permanecer nesta Copa. Time por time, Camarões é melhor que o Irã, que até 94 minutos de jogo, sem tradição nenhuma em futebol, segurava a Argentina. Até que Messi, numa jogada individual, usando a finta, tirou a Argentina do sufoco. E por tabela desmentiu gente famosa que comenta futebol, que diz que a correria, a compactação, a movimentação e intensidade máxima é a tônica do futebol hoje em dia. Foi assim que a Argentina começou, meus amigos, e a bola não queria entrar. E foi assim que voltamos em 90, contra ela quando Maradona esperou a nossa correria terminar. Quem não usar o recurso do drible, sempre friso isto, o recurso do talento individual, que é o que faz a diferença no futebol, não vai a lugar nenhum. Mesmo que tenha uma equipe organizada, com harmonia e equilíbrio. Só pra lembrar, o futebol vive de competitividade, sim, mas não sobrevive sem a qualidade.

Vamos em frente.


Abraços e avante Brasil!

terça-feira, 17 de junho de 2014

BRASIL 0 x 0 MÉXICO - AOS OTIMISTAS E AOS PESSIMISTAS



Declaro que estou temeroso e ainda mais pessimista do que estava nos meus comentários sobre a Seleção desde 2013. Quem quiser ler é só verificar os aspectos que levantei. Tanto positivos quanto negativos. Só não sei dizer se foi bom ou ruim eles terem aparecido agora. Vou inclusive dedicar toda a coluna ao nosso futebol jogado na Copa. Sobre a Copa em geral e os outros jogos, que vêm sendo um sucesso absoluto, amanhã divulgo. Até porque a FIFA inventou esta confusão de começar a segunda rodada sem ter terminado a primeira.

De cara desfaço a ideia de que o goleiro mexicano foi o “homem do jogo”. O time do México num todo sim. Que soube jogar com inteligência, catimba e até excesso de virilidade aproveitando a complacência do juiz que parecia querer isto, travar o jogo. Salvo a defesa na cabeçada de Neymar, que por muito pouco não pega dentro do gol, todas as outras defesas foram em cima dele. Teve seus méritos, mas a incompetência foi nossa. A bola não gosta de entrar de qualquer jeito, já cansei de dizer isto.

O que fazer, então? Eu faria o que obviamente Felipão não fará, por seu conceito e sua filosofia de futebol. Assumiu o risco de adotar uma tática importada e convocar excesso de jogadores de marcação. Ele não tem a Seleção de 2002 em mãos. Ele não tem Kleberson, Ronaldinho Gaucho e Rivaldo, com Ronaldo na frente. Ele não tem uma defesa com a firmeza de Lucio, a regularidade de Cafu e muito menos um peso superior ao de jogar uma Copa no Brasil. Em 2002 ele pôde se dar ao luxo de teimar. De fechar com a família Scolari. Tínhamos pelo menos três grandes craques em campo. Hoje não. Ele não tem este direito e se continuar teimando perde a Copa mais cedo do que se imagina.

Já passamos pela Croácia, apesar do placar, com dificuldade. E hoje conforme frisei várias vezes em colunas anteriores, quando este sistema e este esquema somados aos jogadores convocados, ao perfil deles e aos poucos testes que nós tivemos, encontrasse uma retranca, uma marcação forte e uma equipe encardida, teríamos imensa dificuldade. E hoje encontramos. Só que não é novidade só com Felipão. É só ver o histórico de jogos contra seleções bem inferiores de 1986 para cá. Sempre vencendo por um fio. Parece que não temos obrigação de ter um antídoto pra isso. Esse antídoto começa no meio de campo com os armadores, especialistas na posição, que os treinadores travestidos de analistas de sistemas vêm dizimando há um longo tempo. E termina com o drible, que sempre foi o nosso diferencial, mas que foi proibido também, ou no mínimo, vigiado de perto pelos “sábios”. Pois bem, mudar a mentalidade do treinador nós não vamos. Mas, que fique claro que a meu ver, se não houver substituições o pior pode acontecer. E bem mais cedo, como disse acima. Se as duas laterais não forem revistas - Daniel Alves e Marcelo não estão jogando bem e não se encaixam nessa função de lateral - nesse esquema. Não tenho dúvida que todos dois renderiam mais como meias, mas acho que deve haver uma troca, por Maicon e o próprio Maxwell. Ambos mais fracos tecnicamente, porém mais laterais e defensores. Desta forma você pode privilegiar o meio campo e tentar o próprio Daniel Alves no lugar de Paulinho, que não voltou ao seu bom futebol, sacando Marcelo do time. Teríamos um time mais encorpado ao perder a bola e mais rápido ao recuperar, porque ficar mudando Fred por Jô é uma tragédia. Abrir Bernard como mais um atacante, outra bobagem. Com a volta de Hulk, Fred e Neymar funcionam mais. Aliás, Neymar tem que soltar mais a bola. Mas, se não houver bola no chão, armação de meio, passagens de laterais, linha de fundo e o drible pra abrir caminho, já era.

Finalizando, não acredito que Felipão faça nada disso, mas prometo continuar torcendo, mesmo para o que estiver errado. Sem esquecer que o futebol sempre cobra caro de quem tem medo de arriscar e vencer.




quinta-feira, 12 de junho de 2014

VENCEMOS A PRIMEIRA BATALHA: 3 x 1




















Não é à toa que não tinha previsão e nem palpite para este jogo. Estréia já é fogo. Ainda mais cercada de ingredientes como ser uma Copa aqui, alguns fatores extra campo, que às vezes influenciam sim, o fato do pouco tempo pra ajeitar nossos problemas, como disse várias vezes, e um time encardido. Citando de passagem a bela festa que foi a abertura, embora seja mais adepto de nossas raízes como a predominância do samba, ela foi culturalmente rica e ao mesmo tempo simples. Simples como é o Brasil.

A novidade inicial foi a presença de Neymar armando pelo meio e Hulk pela esquerda, com Oscar atuando mais pela meia direita. De início o jogo não fluía, devido ao entrosamento, a ansiedade e a excelente marcação do time croata. Veio o primeiro gol dos caras. Um erro que Daniel Alves já tinha cometido marcando errado no setor. E a dupla de zaga afobada e demorando a se acertar na cobertura, assim como nossos volantes que não achavam os croatas no tempo certo. Era necessário primeiro corrigir a marcação para depois correr atrás.

O 1 x 0, com o azar final do Marcelo, que aliás não fez boa partida, incomodava. Até que Oscar começou a entrar no jogo e Neymar, individualmente, começava a criar jogadas de perigo. Quando empatamos, com o próprio Neymar, já merecíamos estar na frente. Fomos pro 2º tempo na esperança de consertar os erros do primeiro e de assentar a poeira. Mas o time veio meio desfocado, sem objetividade e o pior, com os mesmos erros de marcação. Felizmente a figura apagada do jogo, Fred, usou seu cartucho de experiência e cavou uma preciosa penalidade. 2 X 1.

Dava impressão que viria o alívio. Mas como Hulk não conseguia acertar uma bola e havia sido substituído por Bernard, o time apresentava sinais de desgaste físico. Erros curtos de passe e rebote demonstravam isso claramente e a Croácia voltava a ameaçar mesmo que sem capacidade de finalização. Aí que entrou a categoria e tranqüilidade do melhor jogador em campo e um dos que mais me preocupava, Oscar. O menino fez uma partida soberba, com inteligência, raça e técnica.

Vamos à bola da vez que é o México. De olho na sombra dos cartões idiotas. Não é, Neymar?

Ponto positivo: a dedicação deste elenco e a emoção que foi o momento do hino nacional da nossa terra. Coisa indescritível.

Ponto negativo: uma parcela odiosa, alienada e estranha da sociedade que resolveu ofender a presidente durante o jogo. Com bola rolando, isso mesmo. Não são brasileiros de alma. Não tiveram coragem de vaiar governadores e ex-presidentes em nenhum momento da história passada. Por pior que fosse o governo de Dilma Rousseff, nem se tivesse concebido uma medida econômica bloqueando as finanças do povo, o que vocês ouviram não justificaria. Esse movimento não é nosso. Com absoluta certeza, não tem nada de brasileiro e precisa ser combatido antes que coisas piores venham por aí. Basta haver a perda da Copa.


Até o dia 17!

domingo, 8 de junho de 2014

VAI COMEÇAR A COPA DO MUNDO DE 2014 NO BRASIL

























Chegamos à hora da verdade, pessoal. Contrariando pessimistas, oposicionistas e outros tipos de “istas” por aí, quinta feira, dia 12 de junho, tradicional dia dos namorados (será que assim pelo menos o Brasil faz as pazes com sua seleção?), começa, quem sabe, a Copa das Copas. É a segunda desde a história do futebol no país que é chamado o país do futebol. 

Por ora, ainda na preparação, estamos vendo essa bruxa solta por aí com tantos jogadores se lesionando antes da copa. Não acho só azar, não, viu. Em muitos casos é sinal da baixa qualidade técnica de muitos. Muitas lesões, as de trauma indireto, tudo bem, mesmo com os cuidados acontecem, agora, quebrar a perna aqui e ali, pelo amor de Deus...


Estamos também na conversa do favorito, o tal favorito. Como sempre, envolve a Copa esse clima de suspense que só se desfaz com a bola rolando. Que bom que o futebol é cheio de surpresas e apesar dos favoritos serem quase sempre os mesmos, incluindo nosso país, existe o fator surpresa e tudo que se disser agora não passa de especulação.

De minha parte, acho seleções fortes o próprio Brasil, a Argentina, a Alemanha e até a Itália, que embora tenha ganhado do Fluminense, num jogo preparatório, explorando falhas infantis, não seria nenhum espanto sair derrotada. O Fluminense jogou mais futebol.

Para nós, ainda acho mais importante ganhar tempo. Ahhh! Tudo que eu queria era mais 1 semana. Pelo menos mais um amistoso. Deixar pra acertar muita coisa dentro de uma competição destas, é uma temeridade. E isto fatalmente vai acontecer. Já da impressão que possa acontecer em 3 posições. Na lateral direita com Daniel Alves, no meio com Paulinho e mais a frente, com Oscar.


O primeiro, apesar de experiente e de muita categoria, mede forças com seu reserva Maicon, que vem atropelando. Sem nada demais, mas um lateral mais completo defensiva e ofensivamente falando. Paulinho, a meu ver titular absoluto, parece viver uma má fase técnica. Mas, só se tira um jogador destes em último caso. Já o Oscar, embora técnico e leve, dá impressão às vezes não viver o espírito de uma Copa do Mundo. Num português claro, um jogador meio “amarelado”.

Agora, é torcer para que tudo dê certo, para que haja paz entre o povo, alegria e emoção nos estádios e que vença o melhor futebol, de preferência, aquele que espera levantar esse famoso troféu em seu território há 64 anos.

Até quinta!

domingo, 1 de junho de 2014

COPA DO MUNDO É COISA SÉRIA


Por favor, nem pensem que sou adepto da sisudez, da cara amarrada e da continência no futebol. Longe disso. O futebol brasileiro é criativo e como tal, tem de ter alegria. Sem alegria não há criatividade. É de fato liberdade com responsabilidade. Até porque os jogadores se apresentaram há poucos dias e a maioria vem de fim de temporada na Europa, o que justifica, em parte, os treinos leves iniciais e um descanso necessário. Mas não dá pra entender tanta gracinha nas entrevistas coletivas. Parece que nunca acertam a mão. Ou colocam um Pitbull e amordaçam o jogador, ou os liberam e aí, feito crianças, tome caras e bocas, risos irônicos, excesso de gaiatice. Isso, no mínimo, atiça e movimenta nossos adversários. Não parece que a humildade e a seriedade estejam na dose certa. Tudo bem que estamos também diante de uma geração diferente em vários aspectos e no próprio perfil. Muita coisa mudou, da sinuca ao laptop, do radinho bossa nova ao Ipod, celulares e por aí vai. Tudo isso é normal e compreensível.

Agora, esta Copa do Mundo, principalmente esta, tem aspectos únicos. É disputada na nossa casa. Há uma pressão política que tenta criar uma atmosfera que atenda interesses obscuros e escusos. Há um grupo não tão íntimo dos torcedores brasileiros em busca de uma afirmação definitiva e de uma consagração que ainda não obtiveram. Nenhum dos jogadores deste grupo é consagrado. As figuras de maior conhecimento e experiência estão fora de campo. Particularmente, sinto uma certa displicência. Torço muito para estar errado, mas não vejo bola suficiente na nossa seleção pra tanta euforia e desprendimento. A Copa do Mundo ainda é a competição mais difícil que existe. Embora muita coisa tenha mudado e entre os jogadores, por exemplo, não haja mais tanta distância, quando a bola rola e se chega a uma semifinal, uma final, o que está em jogo é o título mundial. Tudo que envolve a Copa pede a maior seriedade possível. Todo segundo é valioso, por melhor que seja seu astral e seu otimismo.

Espero, sinceramente, que a comissão técnica saiba disto e nestes 11 dias que faltam para nossa estréia, consigam introjetar o espírito de Copa do Mundo no elenco. Porque, sinceramente, ainda não estou sentindo essa conscientização nos moleques. Só pagando pra ver.

Até a próxima.