sábado, 21 de dezembro de 2019

LIVERPOOL É CAMPEÃO MUNDIAL NUMA FINAL DE 133 MINUTOS



Futebol de Fato em vídeo analisa a final do Mundial Interclubes da FIFA vencida na prorrogação pelo Liverpool sobre o Flamengo.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

SUSTO, SUSPENSE E ALÍVIO


Foto : Alexandre Vidal / Flamengo
Segue mais um teste cardíaco para a torcida rubro-negra. O 3 X 1 sobre o Al-Hilal soa como uma vitória natural, com até alguma facilidade. Engano de quem não assistiu a esse jogo.

Jogar contra times montados de outras culturas e que já não são tão inocentes como há 30 anos, é dificílimo. É como um time bom, bem armado, enfrentar um time de desconhecidos (não chego a dizer peladeiros, o que seria uma injustiça e um equívoco, certamente imprevisíveis).

O placar pode ter sido justo pela melhor qualidade técnica dos jogadores do Flamengo num todo. Mas não traduziu ao pé da letra o que houve em campo. As melhores jogadas, algumas de efeito, com precisão e categoria, pasmem, partiram do time saudita, o time onde Rivellino jogou, em 1978.

O Al-Hilal cometeu o erro de voltar desatento do intervalo. Isso é muito comum nos primeiros minutos e, mais ainda, nesses times que às vezes oscilam brutalmente. Não parecem se importar tanto com uma rigorosa marcação, tipo homem a homem. Preferem chegar nas jogadas e ganharem as divididas. E hoje nem preciso lembrar o percentual, mas os rebotes, divididas, bolas roubadas, às vezes de posse do jogador rubro-negro, pelo time saudita foram muito maiores.

Eu não sei se estaria escrevendo isto se não houvesse aquela falha coletiva com desatenção total no início do 2º tempo. Porque a melhora do Flamengo em relação ao 1º tempo não foi tão acentuada assim. O Al-Hilal que caiu de produção e foco. Fica o alerta.

Não sei se o Monterrey irá aprontar para cima do Liverpool amanhã. Mas, uma coisa para mim é certa: desde aquele empate em 4 X 4 com o Vasco da Gama, há quase 2 meses, que o Flamengo não está tão afiado como estava. A queda de rendimento, entrosamento e volume de jogo do time da Gávea é clara.

Se com o Liverpool será outro jogo, não resta a menor dúvida. Mas o time inglês não comete tantas falhas certamente como cometeu hoje o time saudita. E que, mesmo assim, teve as melhores chances de gol da partida.

Agora é esperar amanhã e aguardar a postura e o desenrolar da decisão de Flamengo e, provavelmente, Liverpool. Grifem por favor o provavelmente.

Até lá!

domingo, 15 de dezembro de 2019

domingo, 1 de dezembro de 2019

sábado, 23 de novembro de 2019

sábado, 16 de novembro de 2019

domingo, 3 de novembro de 2019

ESCALE SUA SELEÇÃO BRASILEIRA AGORA


A minha ainda não está escalada, mas já tenho na cabeça os convocados, tranquilamente. E, com certeza, muitos não são os que Tite tem convocado. Sempre fui adepto da formação de uma seleção ou de um time através de uma base. Se for um clube, a base que já possui, com reforços ou não, e jogadores que tenham qualidade. Se for seleção, os times do país que se destacam. Mas, a história mudou há muitos anos. 

Hoje, valoriza-se muito mais os que estão fora do país. Esse é um dos erros que os treinadores têm cometido. Muitos por compromissos com os empresários desses, afinal de contas, você acha que quem manda na CBF são dirigentes esportistas? São empresários de jogadores. 

Quando chega a Copa do Mundo, ninguém percebe que uma das maiores dificuldades do técnico, caso não esteja envolvido neste sistema pouco esportivo que falei, é reintegrar os jogadores que jogam fora do Brasil ao nosso real estilo de jogo. Isso acontece também com outros países que não têm moeda forte ou que são dirigidos de fora pra dentro.

No passado, Botafogo e Santos, com alguns enxertos, faziam a base das seleções campeãs do mundo. Dos anos 90 em diante, já foi o contrário. E você, torcedor, não faz ideia de como é difícil casar futebol, interesses, níveis sociais e ascensões financeiras repentinas entre esses jogadores. Há exceções, principalmente nos países mais acostumados a planejamento e organização mais profissionais.


Hoje não seria difícil manter nos convocados de Tite: Alisson, Marquinhos, Casemiro, Coutinho, Neymar, Vinícius Jr. e Cebolinha. O restante seria Diego Alves, do Flamengo como um dos postulantes a camisa 1, Rodrigo Caio (uma pena que Pablo Marí seja espanhol), Felipe Luís, Arão, Everton Ribeiro, Gerson, Bruno Henrique e Gabigol. No mais, entre os que se destacam nos outros clubes do Brasil, preenchendo essa base 50% rubro negra, Michael, do Goiás, Pedrinho, do Corinthians, Reinaldo, do São Paulo, Matheus Henrique e Geromel, do Grêmio, Rony e Thiago Heleno, do Athlético PR, Edílson, do Cruzeiro e Thales Magno, do Vasco. 

Estes jogadores que citei, bem treinados, dão ao Brasil a força suficiente para mesclar competitividade com técnica. Sem fugir das raízes do futebol brasileiro, sem fugir do drible, da malandragem, do tesão de vencer, da alegria de jogar, da emoção de defender as cores de seu país. Naturalmente um ou outro reforço do exterior ou do país teria de ser chamado (o menino Thalles, que vem surgindo no Goiás, já não me parece mais uma promessa, e poderia ser um deles), mas isso acontece a partir do momento em que você já tem boa parte do time armado.

Sinceramente, só não manteria o atual treinador. Outros como Luxemburgo e Ney Franco, no meu julgo, são bem superiores.

Boa semana!

domingo, 27 de outubro de 2019

A AGONIA TRICOLOR


Futebol de Fato em vídeo analisa a agonia tricolor no Campeonato Brasileiro após o empate em 1 X 1 contra a Chapecoense, no Maracanã.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

domingo, 20 de outubro de 2019

VÍDEO: FLA 2 x 0 FLU - FLAMENGO x GRÊMIO


Futebol de Fato em vídeo analisa o Fla x Flu e o segundo jogo da semifinal da Libertadores da América 2019, entre Flamengo x Grêmio. 

domingo, 13 de outubro de 2019

DIA HISTÓRICO NO FUTEBOL


O jogo de ontem, dia 12/10/2019, no Maracanã, proporcionou a muitos um dos momentos mais valiosos da história do futebol brasileiro. Não necessariamente pela partida vencida pelo Fluminense por 2 x 0 frente ao Bahia. Mas, pela iniciativa inédita, corajosa e iluminada do técnico Roger, do Bahia, e do técnico Marcão, do Fluminense. Ambos, neste abraço aí da foto, deram “cartão vermelho” ao hediondo racismo no futebol, dando destaque especial à campanha do Observatório da Discriminação Racial. 
E o fizeram, vale lembrar, contando com uma verdadeira aula de cultura social e valores humanos dada pelo técnico Roger, do Bahia, em entrevista coletiva após a partida. 

Roger não poderia ter sido mais feliz em suas palavras, expondo a ferida que afeta, não só ao Brasil, mas ao mundo, e não se esquecendo de ter a iniciativa e a personalidade de citar até a destruição de valores e direitos sociais que vêm ocorrendo no Brasil, sacramentada pelo atual governo. O extermínio dos avanços alcançados no Brasil através dos governos e suas conquistas nos últimos 15 anos. Você não deve perder o vídeo e a memorável reportagem a que me refiro.

Vale lembrar que já toquei neste assunto aqui várias vezes. Pedindo, inclusive, a manutenção do técnico Marcão a um clube, o Fluminense, que já teve machada sua história com episódios antigos de racismo velado. O próprio apelido “Pó de Arroz” surgiu no clube devido ao racismo, onde tanto trabalhadores, como negros jogadores de futebol, considerados empregados do clube, entravam no seu ambiente de trabalho, no estádio das Laranjeiras, pelo portão de serviço. Graças a Deus o atual Presidente, Mário Bittencourt, tem os olhos abertos e uma visão mais larga sobre essa calamidade. E ele sabe que o clube hoje ainda é dominado por algum preconceito racial.

Já tivemos Andrade, Jayme, Lula Pereira, Cristóvão e um ou outro que possa estar esquecendo de citar. Todos com passagens meteóricas, mesmo fazendo um bom trabalho, como foi o caso de Andrade e Jayme, no Flamengo. E fecho esta coluna citando o maior exemplo desta praga num país que se submeteu a este julgo. No ano de 2000, assisti a um jogo festivo beneficente ao então ex-jogador Bianchini, na cidade de Cordeiro, no Estado do Rio de Janeiro, na presença de Vavá, ex-centroavante bicampeão do mundo, já falecido, e de Waldir Pereira, o Didi. Na ocasião, já aposentado, e o considerando, como sempre considerei desde que o conheci no Fluminense quando eu era jogador, em 1975, o maior treinador que já vi, arranquei do Mestre Didi num papo informal naquele dia, toda sua mágoa por nunca ter sido convocado para treinar a seleção brasileira. E a razão era taxativa: puro racismo: “Nunca esperei dos cartolas o convite para ter a honra de dirigir a seleção do meu país por causa da minha cor”, disse ele.

Na ocasião fiquei com os olhos cheios d’água e tentei entender como o país onde a raça negra predomina e que gerou o maior jogador de todos os tempos, Pelé, negro, pode aceitar isso, pode conviver com isso e pode admitir esse crime na sua história.

domingo, 6 de outubro de 2019

NOSSAS REVELAÇÕES SÃO CONFIÁVEIS?


Com toda certeza, a maioria não. Esta, da foto que utilizei, com 18 anos de idade, chamada João Pedro, do Fluminense Futebol Clube, já nem é mais do Fluminense Futebol Clube. Pertence ao Watford, da Inglaterra. Quem vendeu, se deu bem. Que comprou, provavelmente não terá prejuízo. Mas, lhe garanto que não terá o futebol que imagina.

Jogador muito badalado, chegando às manchetes das mídias esportivas, tratado quase como um fenômeno e uma revelação que fazia chorar os torcedores do Fluminense por perde-la precocemente. Vi um jogo diante do Atlético Nacional, da Colômbia, no Maracanã, onde por volta dos 15 minutos ele já havia assinalado 2 gols e participado de outro, levando a torcida tricolor ao delírio. Movido pela paixão, o torcedor sequer percebeu que o time que ele enfrentava, que o deixava deslizar em campo, correndo com passadas largas, lembrando uma gazela, pelo seu estilo físico, estava em uma bruta crise. Seu treinador, o brasileiro Paulo Autuori, com a cabeça a prêmio, e, a começar pelos zagueiros, sequer sabiam se posicionar em campo.

Minha intenção não é desmerecer João Pedro. Mas sim mostrar minha visão da realidade do seu futebol. Já vi cerca de 15 ou mais jogos dessa promessa. Não vi nada do outro mundo, a não ser um jogador esguio, coordenado, rápido, mas com um potencial técnico não totalmente desenvolvido. Fundamentos como cabeceio e finalização de média e curta distância deixando muito a desejar. E os deslocamentos quase sempre errados. Vejo falhas na proteção de bola. E cheguei mesmo a duvidar do seu real interesse em defender o Fluminense até sua mudança definitiva para a Inglaterra. Já se envolveu em confusões com a torcida fora do jogo, pela cobrança da mesma, justo porque ela já desconfia em quem tanto apostava. E com razão. O jogador não tem o futebol que muitos pensavam ou esperavam. Inclusive eu.

E isso vai se tornando comum nos clubes brasileiros. Uma forma, como se diz, de salvar a lavoura, arrumar o caixa, disfarçando sua visão unicamente comercial, se aproveitando da incompetência, da irresponsabilidade e da podridão que existe nas categorias de base dos clubes, em sua maioria. Raros trabalham com seriedade e com os profissionais qualificados para tanto. Usam a base como máquina de fazer dinheiro. Usam, na base, profissionais de origem estranha ao futebol. Quando não são chancelados, apadrinhados ou tido como “modernos e estudiosos”, como se futebol na categoria de base também fosse aprendido em livros. Enxergar o dom e a arte é um mistério. E, provavelmente, o dom e a arte não são bem aproveitados e são pouco confiáveis. E quando são previamente escolhidos, jogadores com potencial (uma palavra que não gosto de usar) razoável, promissor, esse jogador só é visto do ponto de vista científico. Não técnico. Não se trabalham as finalizações e os fundamentos necessários e imprescindíveis a um jogador revelado na categoria de base dos clubes.

E para piorar tudo, em países como Brasil, Argentina, Colômbia, Peru etc, a vulnerabilidade é muito maior, porque são países exportadores de jogadores. Países pobres diante do poder do dólar e do euro. Essa mistura que coloquei acima, num todo, torna, com absoluta convicção, um campo cheio de soluções em um buraco sem fundo. O futebol das divisões de base deve ser devolvido a quem de direito. A quem conhece futebol de verdade, a quem vive futebol, tem tradição no futebol e, de preferência, tenha jogador futebol. E nunca transitar frouxo e livre sem os olhos da Receita Federal dos países que revelam jogadores que usam como simples mercadorias.

Boa semana!

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

VÍDEO: GRÊMIO 1 x 1 FLAMENGO - LIBERTADORES


Futebol de Fato em vídeo dá uma palinha do que foi Grêmio 1 x 1 Flamengo em Porto Alegre, pela primeira partida da semifinal da Libertadores da América 2019.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A DANÇA DAS CADEIRAS DOS TÉCNICOS


Os últimos dias no futebol brasileiro, em especial, foram marcados pelo entra e sai de treinadores. Não se trata de nenhuma novidade no nosso futebol. Muitas vezes certos ou errados, os clubes usam essa prática que já se tornou comum como solução ou política com os torcedores, ou, ao julgamento deles, para resolver o problema de rendimento de uma equipe. A grande questão é a escolha. Os parâmetros e o conhecimento de quem escolhe quase sempre são sofríveis. Dirigentes sem nenhum conhecimento das quatro linhas e conceitos desprovidos de planejamento, sem obedecer às normas do futebol.

Tivemos a saída de Felipão do Palmeiras e a entrada de Mano Menezes. De início, houve uma melhora. Felipão parecia desgastado com seu elenco e a perda da liderança afetou ainda mais. Mano deixou o Cruzeiro, e, como disse, assumiu o Palmeiras, depois de perder um caminhão de jogos e ver seu time afundar. Foi substituído por Rogério Ceni, que já foi “demitido” pelos próprios jogadores do Cruzeiro, que optou por Abel, que havia afirmado ao Fluminense que não aceitaria o convite porque pensava em descansar. Isso até ter conhecimento do valor da proposta do time Mineiro. Rapidamente o técnico mudou de ideia.

Rogério Ceni, como disse, boicotado ou não pelos jogadores do Cruzeiro, foi readmitido com honras de Estado pelo Fortaleza. Numa atitude, a meu ver, de pouca autovalorização da equipe nordestina. Os parâmetros para tê-lo de volta foram regionais e não técnicos, diminuindo a importância do clube, que, por sua vez, desprezou e desvalorizou o trabalho do então contratado Zé Ricardo. Talvez a diretoria do Fortaleza aprenda com o que deve vir por aí, que em futebol as coisas não se repetem com precisão.

O Fluminense dispensou Oswaldo, quando nunca deveria tê-lo admitido, substituindo Fernando Diniz, que foi chamado para acertar o São Paulo. Oswaldo parecia que trabalhava de graça, não mostrando nenhuma solução a um clube em apuros na tabela, se envolvendo em problemas com o meia Ganso, além de mandar gestos pouco educados para os torcedores. Marcão, que deveria ter ficado anteriormente, reassumiu. Se o Fluminense não fizer nenhuma bobagem, achando que o pedigree e o nome dos treinadores são mais importantes que seu passado no futebol e seu conhecimento técnico, Marcão tem boas chances de colocar o Flu nos eixos, o que parece já estar acontecendo. Será, inclusive, uma vitória contra o preconceito, pois, inexplicavelmente, o futebol brasileiro raramente reúne treinadores negros dirigindo suas equipes.

Nas próximas rodadas teremos uma ideia do que deu certo ou não. Mas, uma coisa é certa: o critério de escolha dos treinadores brasileiros é furado. Raramente tem algum requisito técnico e profissional presente na opção por este ou aquele nome.

Abraços!

domingo, 22 de setembro de 2019

FANTASMA DO REBAIXAMENTO JÁ RONDA TIMES GRANDES


O recado é pra você, Cruzeiro, Vasco da Gama, mas, principalmente, para o Fluminense. Neste sentido, existe uma conta de débito esportivo já histórica com o tricolor das Laranjeiras. Em uma das últimas parcelas dessa dívida, um dos protagonistas principais foi você mesmo, Mário Bittencourt, hoje Presidente do Fluminense Futebol Clube.

Em 2013, como advogado, você conseguiu junto ao STJD um caminho anti-esportivo para livrar o time da série B. Não vou entrar em maiores detalhes, mas o que aconteceu entre Fluminense, Portuguesa e Flamengo, envolvendo a própria Unimed e o atual vice-Presidente, Celso Barros, me deixou, como esportista, envergonhado.

E é muito triste que haja uma grande parte de torcedores que apoie esse tipo de manobra, sem perceber que seu clube vai ficando “mal na fita”. Vai perdendo popularidade, moral, simpatia, mais ainda quando se trata de um clube de 117 anos de existência e que já sofrera problemas dessa ordem nos anos 90, passando por situações humilhantes e vexaminosas. Não sou eu que digo, a história registrou.

Dos três clubes que mencionei, o Cruzeiro tem um elenco bem melhor que o do Fluminense, mas passa por turbulência política interna que vem afetando o desempenho da equipe há mais de 3 meses. E o Vasco, apesar do excelente treinador que tem, tenta tirar água de pedra, com um elenco igual ou pior que o do Fluminense.

Voltando ao tricolor, já disse aqui que vi torcedores lamentando a saída de Fernando Diniz, no mês passado. Eu acompanhei o trabalho dele desde o início até sua demissão e não faltam críticas a seu modelo de jogo e muitas vezes à escalação escolhida. Nenhum time, Barcelona, Real Madrid ou Liverpool, joga para trás hoje no mundo. Muito menos se não tiverem defensores de qualidade técnica, saída de bola de harmonia e timming e homens objetivos, rápidos e eficientes na frente. Diniz insistiu nisso e 90% da agonia atual vem das ideias dele.

Entretanto, sua substituição, que era um momento chave (não poderia haver escolha errada, mesmo sem verba para voos mais altos), foi ruim também. Oswaldo de Oliveira não tem o perfil e a visão de futebol que o clube precisa. Já disse aqui que com Harvard, sem Harvard, com PHD ou não, o treinador estava lá. Foi aquele que foi a São Paulo e fez, ao meu ver, o melhor dos últimos 10 jogos do clube, jogando contra o Corinthians, em seus domínios, consciente, competitivo e travando o adversário. É o suficiente? Evidente que não. Ninguém vive de pouco assim. Mas Marcão é boleiro, jogou lá, estava lá e é muito querido e experiente. Não havia razões para não seguir com ele. A não ser as que lamentavelmente suspeito.

Hoje, no Serra Dourada, o Fluminense enfrentou um Goiás de jogadores de média de idade baixa, bem dirigidos pelo excelente treinador Ney Franco, e que foi para o jogo com uma estratégia pronta, ao contrário do Fluminense, que toca 30, 40 passes e no limiar da grande área tenta romper uma parede defensiva como num passe de mágica, usando raio-x, sem variedade de jogadas, sem qualidade técnica do lateral escolhido para o lugar de Igor Julião, sem jogadas agudas de linha de fundo, sem o toque individual, com as joias de Xerém omissas e desligadas, com um Ganso que chega a dar depressão ao ver andar em campo, com uma zaga sem sintonia, sem projeto, sem linha de marcação.

O 3 a 0 pode ter parecido muito, mas foi, sim, de bom tamanho. Não foi maior o resultado porque o projeto de jogo do Goiás era aquele, de contra-ataque. E qualquer time hoje do futebol brasileiro, mesmo fraco, que tenha pelo menos um bom preparo físico, se jogar na defesa, marcar bem e sair nos contra-ataques, pode não vencer, mas não perde do Fluminense de modo algum.

Ou a direção do clube age imediatamente ou o caminho da série B - nem nos tribunais dessa vez - será evitado.

Uma boa semana!

sábado, 14 de setembro de 2019

JESUS E O CONCEITO ERRADO DO FUTEBOL BRASILEIRO


No decorrer desta semana, um jornal carioca, que não me recordo agora o nome, divulgou uma entrevista com o atual treinador do Flamengo, Jorge Jesus, realizada, se não me engano, ano passado, em outro país. Não sei se o pensamento revelado na entrevista modificou ao chegar ao Flamengo. Pelo que li, muita gente gostou e aprovou o que disse. Como um jornalista, por exemplo, de um canal fechado, que tem dado declarações polêmicas, não sei com que intenção, mas penso que é um direito dele. O jornalista disse que o comentário de Jorge Jesus “incomodou muito os treinadores brasileiros, pois tocara na ferida da classe”.

O comentário, minha gente, se refere a um suposto adormecimento do futebol brasileiro após conquistar as 5 estrelas. Jesus disse que o futebol brasileiro “deitou nas glórias do passado; não estudou e não evoluiu taticamente e fisicamente”. Eu me assustei e me surpreendi, pois começava a fazer de Jorge Jesus um bom conceito como treinador. Dentro dos limites que conheço do futebol português, caso me fizessem a mesma pergunta, diria que, calcado em Cristiano Ronaldo e mais três ou quatro bons jogadores, a última geração portuguesa forneceu ao mundo uma boa equipe conquistando a taça da Europa e tendo boa participação nos torneios e nas Copas que disputou sob o comando de Fernando Santos, ao meu ver um excelente treinador, que comandou e armou muito bem a seleção portuguesa. Expôs um trabalho simples e eficiente, dentro dos padrões em que atua o futebol português.

Sobre o que disse Jorge Jesus, eu diria, na gíria brasileira, que ele pisou na bola. Nem todos os treinadores ou profissionais que estão em seu melhor momento são felizes no que dizem. E, me permita, Jesus, você disse uma bobagem sem tamanho. Em 2006 (aí sim uma seleção desarrumada em sua escalação e definição tática e técnica), 2010, 2014 e 2018, o que faltou foi o talento de 2002, 94 e nos anteriores das conquistas brasileiras.

Vamos por partes, na parte física há muito tempo as seleções brasileiras não “abrem o bico”, não são superadas pelo melhor condicionamento físico dos adversários. Tampouco pelo lado tático. Sempre disse que é um erro grosseiro a linha de que “o treinador chega no clube com sua proposta tática pronta e trabalha para que os jogadores se encaixem nela”. É justo o contrário, companheiro. É diante do material que você dispõe que você monta seu esquema tático e até físico. Todo futebol , assim como outros esportes, cito o basquete por exemplo, a raiz americana não aceita modificações pois ela deu certo. E ai de quem propuser alguma modificação nela. É o estilo americano de jogo. Pode contar com melhores ou piores jogadores. Mas não se mexe na raiz, na base e na essência de uma seleção.

Em nossas 5 estrelas, Jesus, não faltam vídeos que te provem que a qualidade técnica foi muito superior a dos adversários. Meu comentário de forma alguma despreza o estudo, a fisiologia, a fisioterapia, a medicina esportiva, a preparação física, a parte teórica. De forma alguma. Mas não é em razão dela que decaímos. É justo por tentarmos priorizar o que as outras seleções fazem há muito tempo, usando a parte física, tática e organizacional da melhor forma possível, que estamos entrando pelo cano.

Você dirige um time hoje que tem dois jogadores altamente técnicos e velocíssimos no ataque, abastecidos por dois outros extremamente técnicos e dotados de muitos recursos. A diferença do elenco que lhe deram pra trabalhar hoje para os demais clubes é quilométrica. Isso não anula sua capacidade e sua competência. Mas fica provado que anular seu time que tem como propósito técnico o seu abre alas é bastante difícil, concorda?

O técnico Vanderlei Luxemburgo, que comanda um time fraquíssimo e envolto em políticas sinistras, como o Vasco da Gama, também partilha desta opinião que expus. Muito experiente, Luxemburgo já dirigiu times no exterior de primeiro nível, conhece perfeitamente os cursos e o estudo que é feito com os técnicos que saem do Brasil e tentam se aperfeiçoar no exterior.  O técnico Muricy Ramalho ratifica o mesmo pensamento. Resumindo, ninguém saiu daqui pior e voltou melhor.

Vale a pena citar um comentário muito feliz de Luxemburgo: “Houve uma mudança dentro do futebol brasileiro, uma preocupação muito grande com a tática, e a essência do empirismo brasileiro foi esquecida. Não estamos jogando o futebol brasileiro”. Eu assino embaixo, Vanderlei. E uso um exemplo simples: pergunte aos nossos adversários do passado e do presente o que eles mais temiam e temem jogando contra o futebol brasileiro, se é uma tática inovadora ou um drible desconcertante.

Mas a maioria está querendo aparecer mais que o drible, mais que o jogador, mais que o jeito brasileiro de jogar, distorcendo nossas raízes, nosso estilo e já escolhendo na base dos clubes jogadores pelo lado atlético e não pelo lado técnico. E quem os escolhe em via de regra são preparadores físicos e muitas vezes estagiários ou apadrinhados.

Para fechar meu raciocínio: enquanto acharem que o futebol começou há 10 minutos e que o estudo é carro chefe do futebol jogado no Brasil desde sua origem, nos igualaremos a quem só pode estudar pra melhorar. A quem tem a cintura dura e não foi abençoado com a magia responsável por 5 títulos mundiais e o maior número de vitórias de uma seleção de futebol no mundo.

domingo, 8 de setembro de 2019

O BRASIL PODE CONFIAR EM NEYMAR?

Créditos: Michael Reaves/Getty Images
É difícil dizer isso hoje. Muitos acham que sim, outros acham que não. Neymar está com 27 anos, já faz muito tempo que nós vimos ele estreando pelo Santos ao lado de Ganso, André e outros. Era uma promessa, ficou no Santos como uma promessa e virou o craque de Vila Belmiro, fenomenal.

Mas já fazem 10 anos de seu início de carreira e Neymar se aproxima dos 30 anos de idade. É pouco em termos de idade, mas o problema é que ele está mostrando muito pouco, para tanto tempo de futebol. Esperava-se muito mais de Neymar do que o quê vem fazendo. Nas duas últimas Copa do Mundo então, nem se fala. E nos clubes, nos amistosos e nos jogos que participa da seleção, em que pese ter tido contusões graves, Neymar caiu de produção, sim. Não tem jogado mais aquele futebol objetivo, voltado para o gol. Quando consegue algum destaque, parece jogar para ele e não para o Brasil.

Vamos fazer uma comparação para quem viu jogar (quem não viu pode consultar alguns momentos no Youtube) com Garrincha, que era um jogador virtuose, fora do comum, mas que jogava para a seleção brasileira. Quando Pelé se contundiu na Copa de 62 foi Garrincha que assumiu o protagonismo de Pelé e fez gol de perna esquerda, de cabeça, de tudo quanto foi jeito. Não entendo, portanto, a dificuldade de Neymar diante da moral que tem com o futebol brasileiro.

Muita gente já está começando a colocar em dúvida o sucesso da carreira de Neymar. E parece que está custando a amadurecer como jogador. Cai em todas as provocações dos adversários, se irrita com entradas mais duras, cria uma quizomba, tenta dar o troco... E isso não é uma boa prática de profissional, de experiência, algo que traga benefício pro time que defende e pro próprio jogador.

Talento, qualidade técnica, sabemos que tem de sobra. Possui um leque de opções de futebol, de habilidade, fora do comuns. É um jogador diferenciado, totalmente acima da média. Como Messi e Cristiano Ronaldo, que no momento já entram em declínio. Se analisarmos bem, o próprio futebol do Messi já começa a cair um pouco da média do que apresentou em toda sua carreira. A mesma coisa com Cristiano Ronaldo, muito por conta de sua idade. Mas Neymar ainda tem uma boa idade para fazer uma próxima Copa do Mundo de muito sucesso, mas tenho dúvidas do que Neymar pode vir a render, assim como as dúvidas, que você, leitor, também deve ter com relação a seu rendimento.

É uma jogada boa, uma complicada, um drible a mais sem necessidade, uma reclamação, um tumulto. Neymar está sempre se envolvendo em uma confusão. Além de, em minha opinião, Neymar estar sendo escalado há muito tempo preso na ala esquerda sem necessidade. Neymar é um jogador que tem que ter liberdade para flutuar no ataque, entrar pelo meio, cair pelos flancos, jogar à vontade, porque é um jogador ofensivo, criativo, não tem que ter posição fixa no ataque. Neymar não precisa voltar para marcar. Ele no campo adversário já prende pelo menos dois ou três adversários. É uma bobagem, um erro absurdo você querer que o Neymar volte para marcar. Deixa o gás dele ser utilizado para situações ofensivas da seleção ou do clube que defende.

Voltando ao título que coloquei, se devemos ou não confiar em Neymar, é ele quem tem que provar isso pra gente, se merece confiança. Ninguém esquece de jogar bola. Neymar não desaprendeu. Mas não está jogando mais o que jogava. E continua com sérias dificuldades de amadurecimento. Pela idade e experiência que tem, já era para ser mais imune a certas situações de jogo, a certas catimbas. Deveria tirar um proveito mais inteligente da marcação dos adversários e das provocações deles.

Neymar cai na provocação, entra no jogo dos outros, joga muito pra si e provoca, chamando até a violência do adversário. É evidente que o fato dele ser muito magro, franzino, facilita isso. Mas não é só por isso. Messi também é e não apanha como Neymar. “Ah, Neymar deve dar o troco!”. A questão não é dar troco, mas você tem que saber utilizar isso dentro de campo, a seu favor e a favor do time que defende.

Portanto, só Neymar poderá nos responder se a seleção brasileira e o clube que defende podem confiar no seu jogo. Isso veremos com o tempo. Porque futebol ele tem de sobra, mas está devendo há 2, 3 anos uma fase de encher o nossos olhos. Bola não lhe falta pra isso.

Pergunta ao leitor: você acredita que esses 2 amistosos da seleção nos Estados Unidos são de caráter esportivo, técnico, tático, ou de caráter financeiro?

domingo, 1 de setembro de 2019

O QUE FAZ A CBF? QUEM É SEU PRESIDENTE?

Lucas Figueiredo/CBF

Você sabe quem é? Sabe quem é o vice-presidente? E diretores de futebol, conhece algum? Bom, creio ser meu dever informar os nomes, pelo menos:

Presidente: Rogério Caboclo
Vice Presidente: são vários, caro leitor, como Antônio Carlos Nunes e Fernando Sarney
Diretor de Competições: Manoel Flores
Diretoria de Projetos Estratégicos: Gustavo Perrella

Ainda há outros nomes. Talvez o mais conhecido pelo sobrenome seja Gustavo Perrella, filho de Zezé Perrella, hoje político e ex-Presidente do Cruzeiro.

Talvez o internauta esteja se perguntando: “Por que não falar do belíssimo jogo que o Flamengo tem apresentado, da Copa Libertadores, da desclassificação do Fluminense na Copa Sul-americana na última quinta-feira...?”. Por opção minha. Porque há um desequilíbrio evidente, uma desorganização que você não vê, além de fatos misteriosos que vem desde a época do intocável e abominável homem “invisível” ex-Presidente da CBF chamado Ricardo Teixeira. Aquele que disse a famosa frase em 1989: “No parking, no business”, referindo-se ao Maracanã, quando na ocasião interpretei como uma clara intenção de derrubar o estádio. Ele não só “destombou”, como praticamente acabou com ele.

Nunca faltou verba, inclusive espaço de melhor acesso, para se construir um estádio com capacidade para 60, 80 mil pessoas que cumprisse às normas da FIFA para jogos internacionais, deixando o Maracanã com a finalidade que nasceu: o estádio do povo, o templo do futebol, patrimônio do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo.

Os que sucederam Teixeira, um permanece preso nos Estados Unidos e o outro, Del Nero, proibido de deixar o país já que é procurado pela Interpol. Todas as dúvidas que você, torcedor, tem levantado sobre a lisura das competições no que diz respeito a arbitragens, tabela e alguns fatos estranhos são de responsabilidade dos senhores que citei no início do texto.

Os intermináveis intervalos de VAR, como o que castigou a equipe do Fluminense, não são só ação da CONMEBOL, como foi na quinta-feira: 6 minutos de paralisação com o árbitro fazendo uma visível cera e despertando desconfiança sobre a imparcialidade de seu trabalho. A CBF tem interferência nisso, mesmo com a competição sendo organizada pela CONMEBOL.

No Brasil tem acontecido (já falei aqui algumas vezes sobre isso), volta e meia, o uso indiscriminado e errôneo do VAR. E pior que os comentaristas de arbitragem das TVs praticamente nada fazem. É um outro mistério a relação e os comprometimentos da Rede Globo de Televisão, que detém praticamente todos os direitos de transmissão esportivas do Brasil e do futebol, em particular, com a CBF. Você não tem a quem recorrer. O estado dos gramados, como já disse, em geral é péssimo.

Apenas jogos que envolvem os times de massa como Flamengo, Corinthians e Palmeiras, tem movimentado grandes públicos. A exceção é por conta do Nordeste, que sempre teve casa cheia, mas por não ter times de ponta, não é a praça  de preferência da Globo, por exemplo.

Focar em apenas um clube ou outro, além de desmerecer os demais concorrentes é prova inconteste de incompetência e mediocridade. O campeonato tem que ser o mais equilibrado possível para ser um sucesso. Mas suas decisões são feitas nas sombras, não há representatividade da CBF, tampouco confiança do torcedor e dos apaixonados por futebol nos órgãos como a própria CBF, as Federações e a Justiça Desportiva no Brasil.

O campeonato segue sendo empurrado com a barriga. Se não fosse o bom futebol jogado por quatro ou cinco equipes no país, no máximo, tanto financeiramente, como tecnicamente, estaria entre os piores. Eu vou mais longe: basta Flamengo e Palmeiras terem uma queda vertiginosa repentina para você entender o que quero dizer.

Vou seguir cobrando que haja representatividade, respeito ao torcedor e moral por parte das autoridades que dirigem o futebol brasileiro. Com relação a Ricardo Teixeira, Del Nero e suas várias acusações de corrupção e malfeitos, ah, meu amigo, só um “Snownden”, um “Glenn Greenwald” para exporem ao mundo o que fizeram e fazem. Ainda.

Boa semana!

domingo, 25 de agosto de 2019

TORCEDOR BRASILEIRO, CUIDADO COM A JUSTIÇA ESPORTIVA

Reprodução: TV Globo

Censura! Estão censurando no futebol também. Já o faziam, e agora é lei. Absolutamente nada tem a ver com um novo mundo ou uma nova realidade social. Digo e assumo. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva Brasileiro), seguindo uma recomendação da FIFA, emitiu nota para o quadro de arbitragem, federações e clubes determinando que cânticos homofóbicos de torcedores sejam relatados na súmula para punição com multa ou até perda de pontos por parte do clube com a torcida envolvida nas ações.

Pois bem, agora a bola está comigo. No jogo de hoje entre Vasco X São Paulo, em São Januário, no Rio de Janeiro, por volta dos 20 minutos do 2º tempo, quando o Vasco ainda vencia por 1 X 0, o árbitro Anderson Daronco, que já tem por hábito aparecer mais que o jogo que arbitra em si, chamou a atenção do técnico do Vasco Vanderlei Luxemburgo sobre o comportamento da torcida do Vasco que ofendia o time do São Paulo com um termo ouvido há pelo menos 50 anos nos estádios de futebol, hoje enquadrado como homofóbico. Prontamente, ciente da norma, o técnico pediu calma aos torcedores. E eu aqui, fiquei nervoso. Indignado com a compreensão do que acontecia naquele momento.

Não existem medidas ou normas para acabar com a corrupção no futebol ou torna-lo um espetáculo melhor de se ver. Mas agora querem calar a boa do torcedor. O leitor talvez pergunte, “seria eu, o autor do blog, a favor da homofobia?”. Evidente que não. Como não sou a favor de arranjos no futebol, corrupção, jogos de péssimo nível e, principalmente, hipocrisia e conversa fiada. O torcedor não é o protagonista do jogo. É o espectador que paga ingresso e tem direito a vaiar, aplaudir, elogiar, xingar e ponto final. Ele é responsável pelos seus atos. Como num cinema, num teatro, num evento público ou privado. Que falta fazerem? Distribuir cartilhas educativas dizendo o que o torcedor deve ou não gritar durante um jogo de futebol? Excessos como preconceito racial, de classe e gênero não podem ser debitados na conta do jogo, do treinador ou do clube. Há de se criar outra fórmula mais justa e de bom senso para julgar tais atitudes

Até mesmo uma briga entre torcidas não pode estar na conta dos clubes participantes. Isso é assunto de polícia. E se ela, a polícia, julgar que as medidas de segurança do estádio, com mando de campo do clube, não foram as necessárias, aí entramos em outro aspecto do assunto. Que lei poderia ser criada? Francamente, não sei. Não sou especialista em leis, não sou advogado. Mas minha experiência sobre as quatros linhas e o que sei sobre torcedor, aponta o dedo para os tribunais de justiça e para a FIFA, que fecham os olhos às falcatruas que, infelizmente, não podemos provar, assim como vários crimes que acontecem no cotidiano, dentro ou fora do esporte. Quais medidas são  tomadas para isso? Quais medidas foram tomadas, por exemplo, contra a CBF, sobre acusações de corrupção envolvendo emissoras de TV e a própria FIFA, que redundaram na prisão do ex-Presidente da CBF, José Maria Marin, ainda pesando acusações e mandados de prisão contra integrantes que se envolveram em determinados escândalos recentes?

Posso apenas, como treinador e colunista esportivo, sugerir que haja outro tipo de julgamento sobre a homofobia por parte do torcedor. Gente especializada que descubra premiações ou boicotes, chegando até a um mando de campo, por exemplo, dependendo da gravidade do caso, a serem aplicados. Mas, jamais, órgãos do futebol. Não é a tarefa que lhes cabe.

O jogo em questão terminou com o placar de 2 X 0 para o Vasco, chamando a atenção para dois aspectos: a péssima arbitragem do juiz Anderson Daronco, que nem com o VAR acertou na expulsão do jogador Raniel, do São Paulo (o lance não foi falta para expulsão), e a capacidade técnica do treinador vascaíno, Luxemburgo, que, apesar do adversário ter um jogador a menos facilitando seu trabalho, está conseguindo levar um time medíocre a se afastar da zona de rebaixamento com esses 2 X 0 obtidos hoje sobre o São Paulo.

Boa semana!

Nota: Em breve o Futebol de Fato em vídeo também.

domingo, 18 de agosto de 2019

VASCO 1 X 4 FLAMENGO - A QUALIDADE É A DIFERENÇA


Chegamos à 15ª rodada do Campeonato Brasileiro já com a, até então, sensação Palmeiras perdendo a ponta e caindo de produção. Entre os seis primeiros colocados, quatro times paulistas, um carioca e um mineiro. Vou focar meu comentário no jogo de sábado entre Vasco X Flamengo, que bateu recorde de público, mas em lugar errado, infelizmente. Dois clubes tradicionais do Rio de Janeiro (muito provavelmente as duas torcidas juntas somem cerca de 50 milhões de torcedores, no mínimo) se enfrentando em Brasília, com os interesses comerciais falando mais alto.

Mando de campo do Vasco da Gama, time inferior, pior colocado na tabela, mas vindo de uma melhora nos últimos jogos em função de uma melhor arrumação que o bom treinador Vanderlei Luxemburgo conseguiu. Por mais que o torcedor de Vasco X Flamengo sinta prazer em assistir seus times de coração na TV, eu garanto que no fundo eles ficam é tristes. Não posso afirmar, contudo, que se o Vasco jogasse em seu território teria melhor sorte que ontem. A diferença de qualidade entre os dois elencos é evidente. Quem assistiu ao jogo viu isso com toda clareza.

Com a vantagem de 1 X 0 no primeiro tempo, o Flamengo manteve sua superioridade na segunda etapa, chegando ao 2º gol de forma arrasadora. Os jogadores contratados pelo Flamengo, principalmente do setor ofensivo, são rápidos, leves e muito técnicos. Deter a força ofensiva do Flamengo requer uma estratégia muito bem montada e uma melhor qualidade individual, tanto defensiva, quanto de meio e ataque. Embora tenha conseguido dois pênaltis, tendo a chance de deixar o placar mais apertado, até nesse momento notava-se a diferença entre os jogadores.

O goleiro do Flamengo experiente e muito técnico defendia os dois pênaltis a favor do Vasco. O Flamengo respondia em alta velocidade, com trocas de passes e passes de primeira que envolviam e desnorteavam completamente os esforçados, mas limitados, zagueiros vascaínos. Às vezes com quatro, cinco e até seis jogadores. O placar deu a medida da diferença entre os dois times.

E lembro que esta sequência que parece infindável de derrotas do Vasco para o Flamengo já criou há muito tempo uma barreira psicológica contra o time vascaíno, que há de precisar de um trabalho muito bem feito, além de um elenco de boa qualidade e personalidade para superar este efeito colateral.

Vamos aguardar agora se o Flamengo conseguirá manter esse ritmo, uma vez que disputa a Libertadores e o próprio Brasileiro e vem de, pelo menos, umas trinta partidas de forte desgaste. Vamos conferir se o técnico Jorge Jesus vai saber usar o elenco inteiro e poupá-lo na medida certa. Quanto ao Vasco, resta a Luxemburgo trabalhar com o que tem. E ele deve saber disso. Seu passo terá de ser curto e sua meta apenas a permanência na séria A, em 2019.

Aproveito a oportunidade para chamar a atenção da situação de outro clube carioca, o tradicional tricolor das Laranjeiras, que creio não lhe restará outra alternativa a não ser demitir seu atual treinador, Fernando Diniz. Num jogo em casa, diante de sua torcida, enfrentando o fraco CSA, não conseguiu em 97 minutos de jogo aproveitar nenhuma das oportunidades criadas.

O time apresenta os mesmos erros de seis, sete meses atrás. Afoito, ansioso, previsível e sem jogadas de fundo. Isso lhe custou uma derrota que o colocou na zona de rebaixamento e os problemas do Fluminense são muitos. Resolvê-los durante a competição não é tarefa pra qualquer um.

Fique de olho agora, amigo leitor, porque em breve vem aí o novo Futebol de Fato impresso e em vídeo para trazer tudo mais explicadinho pra você.

Boa semana!

domingo, 11 de agosto de 2019

EXCESSO DE JOGOS, MUITOS ESTÁDIOS, PÉSSIMOS GRAMADOS


O torcedor não pode reclamar em nenhum instante, nenhum momento, da falta de campeonatos, da quantidade de jogos para assistir. Embora se questione nitidamente a qualidade destes. Naturalmente um ou outro clube faz uma boa partida, participa de um jogo de alguma qualidade, de alguma emoção. E o público normalmente tem até correspondido, comparecendo em bom número. Em que pese a TV jogar contra.

Já disse que não é questão comercial, de direitos adquiridos, concorrência normal entre emissoras de TV e coisas do gênero. Mas uma emissora deter os direitos de transmissão da maioria quase absoluta dos jogos no Brasil é vergonhoso e traduz um monopólio que não faz bem ao futebol e muito menos ao torcedor. Sem falar que este fica na dependência do exibicionismo e do marketing forçado de narradores e comentaristas que, buscando inflar a competição para gerar negócios, abusam do ufanismo, da transmissão aos berros e do positivismo inexistente.

A TV não vê, por exemplo, que num país de quinta grandeza, onde há lugares e recantos onde se construíram estádios com capacidade maior que a população local, a estrutura deles é péssima. E olha que jogamos uma Copa do Mundo há 5 anos. Não me refiro a conforto, embora quem paga pelo jogo mereça. Mas ao palco do espetáculo e o preço dos ingressos. O preço é fora dos padrões do salário miserável que o trabalhador recebe no país. Por isso ele merece, além de ingressos com preços similares as suas finanças, campos de futebol com o mínimo de condições.

O estado atual, mesmo com arrecadações e receitas polpudas das federações, é vergonhoso. Muitas vezes você vê tudo verdinho na transmissão e crê num palco de alto nível, mas não é o que acontece. Apesar da tecnologia de manutenção e plantio da grama dos estádios ter evoluído bastante, sua conservação é péssima. Desníveis, buracos, inúmeras falhas que prejudicam ainda mais a qualidade do jogo. O problema não é novo e segue se arrastando. E, tenha certeza que também é responsável por diversas lesões que muitos consideram normais, típicas de jogo.

Alguns, como solução, ainda falam em grama sintética. Meu Deus! Que Deus nos livre dela. Pode ser boa para o futebol americano e seus padrões, tanto de evolução, como de influência de outros esportes jogados lá, mas para o futebol profissional, nada mais drástico. A grama sintética produz queimaduras, gera lesões ligamentares e altera o ritmo de jogo e a velocidade da bola. Seria pouco? Não há outra saída a não ser usarem a verba destinada com honestidade e competência. O primeiro passo para um bom jogo é um piso bom e seguro. Que a CBF faça seu trabalho, uma vez que o uso do VAR já tem complicado o suficiente o nível do que você assiste.

Uma boa semana a todos!

domingo, 4 de agosto de 2019

NO PALCO VOSSA EXCELÊNCIA: O TREINADOR DE FUTEBOL


Prezados leitores, nem Flamengo, nem Corinthians, nem Barcelona, nem Liverpool, a atração é o treinador. Embora tenha citado Barcelona e Liverpool, estes clubes são mais coadjuvantes desse espetáculo circense que é a participação do técnico de futebol durante uma partida. No passado, a estrutura dos estádios e a expressão em segundo plano os confinavam a um fosso ou discretamente sentados em um banco junto com sua comissão técnica e os reservas de sua equipe.

Hoje, em alguns casos, o técnico é até cobrado por torcedores menos esclarecidos e até por parte da opinião pública e de jornalistas se adotar tal comportamento. Dirão que treinador “A” ou “B” “vê sua equipe jogar errado, naufragar, e mantém-se frio, parecendo desinteressado diante dos erros que sua equipe apresenta”. É mais ou menos como se o treinador estivesse inscrito e em atividade e pudesse entrar a qualquer momento e salvar seu time em campo. Mas o predomínio fica mesmo por conta do carnaval de plumas e paetês e comportamentos atípicos e histéricos por parte desses senhores.

Num estádio de razoável tamanho e em jogo de razoável público talvez com um megafone um jogador a 50, 60 metros de distância ouça as instruções e os avisos. De outra forma, eu vos garanto, por experiência própria que seu jogador não ouve absolutamente nada. Na maioria das vezes, o que o técnico consegue é atrapalhar, confundir seus jogadores. Quando não os deixa aflitos e nervosos, no caso dos menos experientes. O marketing cobra.

Ele, o técnico, sabe que está sendo visto por milhares de olhos eletrônicos e humanos, aí não contém sua vaidade e não resiste. Quer mostrar a todo custo sua capacidade, valorizar o seu diploma, se é que o tem. Incorporar tradutor de libra, fazer sua mimica e, através de gestos que ele acha que o meio esportivo conhece, demonstrar na ponta dos dedos o que quer de seus comandados. E, pasmem, com a bola rolando como se o “aluno” fosse parar, no calor de uma partida, para prestar atenção em seus gestos.

Chega a parecer que não convive uma semana inteira com eles. Que não treina, não concentra, não dá palestra, não tem tempo suficiente para corrigir e passar suas pertinentes instruções. Isso sem falar que por muitas vezes encontra a malandragem e teimosia de jogadores mais experientes que fingem estarem ouvindo o espetáculo do comandante.

Enquanto isso, seguem valorizando muito acima da real importância que tem sua função. E, outrora pago em tostões, hoje, reconhecido, sendo da série A, por exemplo, já entrou pra casa dos milhões. Embora poucos, é claro.

Treinador ajuda muito ou prejudica demais. Na maioria das vezes prevalece a segunda opção. Pense nisso.

Boa semana!

Atenção: em breve o “Futebol de Fato” em texto e vídeo!

domingo, 28 de julho de 2019

AS VÍTIMAS DA INTENSIDADE



Já toquei nesse assunto em algumas colunas, mas pelo visto vamos ter que conviver com essa rotina. A rotina-chupa sangue que vigora no futebol brasileiro. A rotina que passa do limite físico dos jogadores de futebol. Na rodada do fim de semana e nos últimos jogos que abrangem os outros campeonatos como Copa do Brasil e Libertadores, vários titulares já ficaram de fora de suas equipes lesionados, na maioria dos casos, pela fadiga.

O caso de Diego, do Flamengo, que sofreu uma fratura no jogo contra o Emelec, pode ser repartido com a ignorância da violenta entrada do zagueiro equatoriano. Mas o próprio ritmo do jogo conduz a isso. E na maioria dos casos são qualificadas como acidente de jogo. Ou que “faz parte” do jogo atual que tem que ser pegado e disputado palmo a palmo. No meu dicionário isso tem outro nome: falta qualidade técnica e ganância.

O Fluminense teve dois jogadores seriamente lesionados há poucos meses por conta clara de fadiga. O Internacional de Porto Alegre teve dois casos recentes de lesão por fadiga muscular. E pode buscar em outros clubes também, principalmente os que jogam o famigerado calendário que os cartolas pensam que dá lucro aos clubes, mas querem é enriquecer o mais rápido possível às custas deles.

Antigamente, era comum o coro da torcida quando determinados jogadores, na maioria dos casos as estrelas, saíam no início de um jogo por sentirem contusões já familiares ao público. Ocorre que a medicina esportiva não havia avançado ainda o suficiente para prevenir e evitar lesões repetitivas, assim como a preparação física que hoje tem como aliada a fisiologia esportiva. Mesmo assim, eles têm de corresponder à exigência do calendário, dos dirigentes, dos compromissos com patrocinador e nesse caso, naturalmente, têm que se virar. Todos trabalhando no limite ou fora dele. Pela quantidade de jogos e pelo ritmo do jogo. Decididamente não há quem aguente.

Hoje no clássico Flamengo 3 x 2 Botafogo, o Flamengo, que vem fazendo uma viagem só, com escalas em vários lugares do Brasil e da América do Sul, perdeu dois importantes jogadores e pasmem, jovens ainda, como Lincoln e Rodrigo Caio. No caso do Rodrigo Caio me pareceu lesão no púbis, o que tem a ver também com quantidade e intensidade de jogos. E o garoto Lincoln, músculo da coxa. O que vai bem de encontro ao método já claro a esta altura do técnico português Jorge Jesus, que não dosa ritmo e não vê limites para a intensidade de seus jogadores. 


E é bom lembrar que estamos ainda em julho, vindo de um mês de pausa devido a Copa América. Os times brasileiros ainda tem quatro longos meses pela frente com duas, três competições simultâneas e com metas de título ou rebaixamento à vista. Façam uma ideia do que poderá vir até o final da temporada. 

Notícia boa

Ufa! Não por minha culpa, porque aqui é o 'Futebol de Fato', e eu procuro retratar para o leitor a realidade do futebol que ele vê. Diante da escassez de qualidade e de novas atrações e promessas, me atrevo a apostar numa: Pedrinho, meia atacante do Corinthians. O 38 da equipe corintiana no Brasileirão não só desequilibrou o jogo contra o Fortaleza hoje, na virada do Timão, como mostrou qualidades de craque. E, melhor, não são de um jogo só. Vamos acompanhar com carinho a evolução do garoto e torcer para que o técnico Fábio Carille o lapide bem e a diretoria do Corinthians saiba valorizá-lo.

Boa semana a todos!