domingo, 14 de dezembro de 2014

FLU FECHA MAIS UM ANO EM CARTAZ









Vocês repararam? Pois é. Nos últimos três anos, apesar de em dois o Cruzeiro ter sido o grande vitorioso, achei que o centro das atenções foi o Fluminense. Hora de forma negativa, hora de forma positiva. Em 2012 o tetracampeonato coroando uma política de contratações mais ousada e apoiada num patrocinador forte. Em 2013, a total inversão. Uma medíocre campanha e um destaque como vilão. Com ou sem culpa no cartório. E agora, em 2014, o anúncio da perda do patrocínio, digamos, mais longo e rentável que o clube já teve e dos maiores do futebol brasileiro.

A pergunta que se faz, baseada nas entrevistas do atual presidente Peter Siemsen, é óbvia: como será o Flu sem a Unimed? Vitton44, leia-se Guaraviton mesmo, dará conta do recado? Eu não acho. Que times serão montados? Que jogadores serão mantidos? Quais dirigentes serão escolhidos? Quem será o homem forte do futebol? Se antes essas perguntas já eram feitas, com a presença de Celso Barros, imagine agora. Naturalmente o clube aposta na base. A chance dessa solução dar certo pra mim é mínima. Jogando a responsabilidade nas costas de garotos que não tem quilometragem para segurar a onda e muito menos se firmaram tecnicamente. E o principal: a ausência de profissionais qualificados para esta estruturação.

O que falta no Fluminense, meus amigos, não é um técnico ou alguém no lugar do Diguinho, por exemplo. Ou na diretoria. Ou no comando técnico do profissional ou dos juniores. O que falta no Fluminense é o que falta na maioria dos clubes brasileiros: comprometimento absoluto com o futebol. Enquanto houver essa mistura de atribuições e questionamentos do que é moderno e o que é passado, sucesso zero. Sem entrar no mérito da honestidade dos que tratam o futebol. Isso não é função minha. E muito menos, depois de ver tanta coisa e viver tanta coisa, alguém vai me convencer que há uma coleção de santinhos ilibados trabalhando pelo Fluminense. Eu conheço muitas figuras que estão lá.

Mas eu prefiro ir na ferida principal: a qualificação. Hoje, os “profissionais”, não só no Fluminense, mas na maioria dos clubes do Brasil, são apadrinhados, escolhidos pela política vigente e pelo currículo. Insistem em tirar a diferença de conhecimento da bola via diploma. Não será nenhum curso, nenhuma faculdade de educação física, no Brasil ou no exterior, nenhum MBA ou PHD e muito menos algum banco de dados, que vai ajudar um jogador a entender como ele deve bater numa bola, em que momento ele deve prendê-la, como deve matá-la, quando deve alternar seu ritmo de jogo, pra que lado afastar, quando deve lançar, quando pode driblar, como se deve cabecear, como se deve posicionar e cantar jogo debaixo dos paus etc etc etc. Quem faz isso? Quem sabe fazer isso? Em banco de faculdade é que não aprendeu a fazê-lo. E jamais vai aprender.

Não tenho nada contra o ensino universitário e o aperfeiçoamento. Também tenho formação lá. Mas futebol é regido pelo dom. E o dom não vem de lá. Nunca veio e nunca virá. Você entrega o seu filho pra aprender piano com um professor que não sabe tocar como um mestre? Que ensina apenas por partituras? Portanto, muita gente do meio e de fora do campo tem que entender que criaram uma confusão pra se darem bem. Modernidade em futebol envolvendo departamento físico, médico, de marketing, de comunicação, de planejamento, são outros quinhentos. É claro que o aprendizado é diário e embora também haja prática no esporte específico, você tem de aperfeiçoá-la com os livros e com os estudos. Vai depender das máquinas. E essa é uma estrutura pra alavancar sua equipe e torná-la mais competitiva e preparada. Mas nunca pra enfiar uma bola entre o goleiro e a trave, sem ângulo. Deu pra sacar? Traduzindo o que eu digo há muito tempo aqui: cada macaco no seu galho.

Oxalá o Flu se recupere. Caso Cristóvão seja mantido, embora tenha minhas dúvidas sobre as preferências reais dos atuais dirigentes, consiga um ponto de ebulição, uma mescla entre os que puderam ficar no clube e os que podem ser aproveitados. Que se não for possível criar um time a altura do Fluminense e suas tradições, ao menos não termine o ano com o fracasso e a vergonha de 2013 e a irregularidade e desorganização de 2014.


É isso aí. Um bom Natal e um 2015 cheio de paz, de amor e menos egoísmo entre todos nós. 

domingo, 7 de dezembro de 2014

FIM DE MAIS UM BRASILEIRÃO SEM FUTEBOL, EMOÇÃO E ALEGRIA
















Fazer o quê? Não tenho vocação pra masoquismo. Falar de coisas boas e alegres faz muito bem a todos nós. Mas o meu trabalho é esse. Não posso fechar os olhos ou ser conivente com o que tenho visto. Creio que nem em Minas Gerais, o estado mais vitorioso desse Brasileiro, existe agora alguma festa de maior expressão.

Aqui na minha cidade, o Rio de Janeiro então, se fizerem uma pesquisa muita gente nem sabe que o campeonato terminou hoje. Deprimente. Como tenho um espírito renovador e sempre esperançoso, a ideia mais significativa que me ocorre é uma solução bem radical que passa por uma extinção do modelo ou uma reformulação geral da atual CBF.

Não se iluda. Clube que está amarrado nela, com vínculos a ela e se valendo de suas benesses não vai a lugar algum. Pode ter benefícios hoje, mas seu futuro é vulnerável. Principalmente na credibilidade e na moral deste clube. Desnecessário comentar sobre o tipo de cartola e o sistema de comando lá existente. Vocês viram em julho desmoronarem e ridicularizarem o nosso futebol, na Copa do Mundo no Brasil após 64 anos de espera, com um trabalho absolutamente inexistente. Torço para que o atual governo federal encontre fórmulas rápidas de atrair os clubes para si e quem sabe, digamos, subsidiar um campeonato que não seja como o atual, voltado para interesses escusos, onde o torcedor é apenas um produto.

No mais, com o sorriso meio amarelo, parabenizo o Cruzeiro pelo excelente trabalho e pelo título. São Paulo, Inter e Corinthians pela chegada a Libertadores, que, diga-se de passagem, também virou um ninho de cobra há bastante tempo, além de super inchada. E a Botafogo, Vitória, Bahia e Criciúma, minha solidariedade a seus torcedores. Aos clubes e seus comandos e comandados, aquela máxima do futebol que eles mesmos gostam de usar em cima dos torcedores: faz parte.

Boas festas!

domingo, 23 de novembro de 2014

E A RAPOSA, MAIS UMA VEZ, TOMOU CONTA DO BRASILEIRO














Confirmado hoje o longo favoritismo do Cruzeiro. Favoritismo que começou no ano passado com a conquista do título e se prolongou até agora. Um momento mais pra cima, outro mais pra baixo, mas à luz da frieza, não houve adversário para um time que vem sendo montado há alguns anos.

Lembro-me que em dezembro de 2012, já com o Fluminense campeão, no estádio João Havelange, tive a oportunidade de assistir a vitória do Cruzeiro por 2 X 0 em cima do tricolor. Alguns jogadores mudaram, mas eu já percebia naquele time (comentei com amigos no estádio), uma equipe muito equilibrada. Faltava-lhe, a meu ver, um pouco mais de técnica. Não demorou e ano passado começaram a surgir contratações de melhor nível para a zaga e o goleiro Fábio começou a viver um grande momento. Aliás, momento jamais reconhecido na própria seleção brasileira. Dos que jogam no país, pra mim ele é o melhor goleiro. Superior inclusive a Jeferson. Com o acerto de jogo de Nilton e Henrique voltados ao sistema defensivo, Everton Ribeiro jogando um bom futebol, rápido, objetivo e com uma técnica bem razoável, Marcelo Moreno aproveitando-se de todos esses encaixes, ia conferindo, juntamente com Ricardo Goulart.

Respaldos financeiros, profissionais e até certas influências não faltaram quando se fez necessário. Sem falar que os adversários colaboraram. Esse ano mais ainda que no ano passado. Ninguém mostrou a menor vontade de incomodar o tetracampeonato justamente conquistado pela boa equipe dirigida pelo bom técnico Marcelo Oliveira. Parabéns Cruzeiro, tetracampeão!

DESTAQUES

Vale o destaque da subida do Vasco novamente à série A. Da mesma forma que chamo a atenção que mais uma vez o time da colina lotou o Maracanã e embora tenha encontrado o mais importante, que foi seu retorno à série A, não deixou os torcedores cruzmaltinos 100% satisfeitos. É importante prestar atenção nesse detalhe, de o porquê de alguns clubes nos últimos anos, como Fluminense, Flamengo, o próprio Vasco e outros que não me vem em mente, trilharem um momento de sucesso atraindo uma multidão de torcedores que a maioria das vezes voltou pra casa cabisbaixa.

Se no passado não era tão simples para Zico, Rivelino, Nilton Santos e outros lidarem com resultados adversos diante do prestígio total de suas torcidas naqueles jogos que se diziam como favas contadas, imaginem hoje em dia que o jogador não vem preparado pra isso desde as categorias de base? Mesmo que alguém sustente: “Pera aí! São garotos, têm que ganhar cancha! Só se tem controle emocional diante de sua massa jogadores que adquirem experiência. E aí, só o tempo”. É, mas eu mantenho que é defeito de ensinamento, sim. Tem muito jogador aí com mais de 100 jogos nas costas que não sabe dosar os 90 minutos. Ou ainda precisa dos berros do “professor” lhe dizendo o que fazer diante da pressão do futebol.


É isso aí! Boa semana a todos!

domingo, 16 de novembro de 2014

A BOLA PARECE TER ESCOLHIDO O CRUZEIRO

















Chegando às ultimas rodadas do Brasileiro 2014 e o Cruzeiro com a mão no bi-consecutivo. E de quebra, com chances de levar a Copa do Brasil. Com justiça, a meu ver, tanto no ano passado, quanto neste. O time não é um espetáculo. Dois ou três jogadores de bom nível técnico, outros de razoável nível. Mas bem estruturado, com conjunto bem armado pelo Marcelo Oliveira e demais profissionais que atuam nos bastidores da Toca da Raposa.

Acima de tudo é preciso ter dinheiro. E esse requisito básico não parece estar faltando no clube mineiro há um bom tempo. Vi em ocasiões passadas o Cruzeiro bem mais forte que este, ser bem mais favorito e não levantar títulos. Como é o caso do Atlético-MG, que só tem 1 Brasileiro e lá pelos anos 70 e parte dos 80 montou grandes times e esteve a um passo da conquista. O Galo parece também fechar 2014 com o título da Copa do Brasil. Portanto, está na crista da onda o futebol mineiro. Sempre um grande futebol, diga-se de passagem. Clássico, elegante, de grande domínio de bola, muita técnica, enfim, em Minas Gerais nunca faltou bom futebol. Isso sem falar que em várias ocasiões o futebol mineiro foi boicotado por Rio, São Paulo e Sul. Em outras, era neurose deles mesmo.

Mais uma vez estamos chegando ao final de uma competição extenuante como o Brasileirão paralelo a outra, como a Copa do Brasil. Uma grande palhaçada. Já já em Janeiro teremos a Libertadores que virou um grande camelódromo há muito tempo. Uma competição difícil, mas rentável. E por isso resolveram inchá-la. O torcedor paga o pato vendo um Carioca esvaziado e uma Libertadores de péssima qualidade. Minha esperança é que os novos ventos que sopram no Brasil arrastem pra bem longe essa sigla chamada CBF e seus parasitas. Não tenho a menor dúvida que o único caminho para o futebol voltar aos trilhos e ao padrão pentacampeão mundial é este.

Antes do boa noite, vale citar a ressurreição do imbróglio que iniciamos o ano passado. O caso Lusa volta às manchetes. Desta feita, com seu ex-dirigente confirmando que venderam a vaga na série A. O que por certo implicaria mais gente e inapelavelmente o STJD. Pra mim nenhuma surpresa. Se lerem o que escrevi no ano passado, nesta ocasião, poderão conferir direitinho que eu suspeitava de algo mais que aquele circo idiota de julgamentos e acusações entre torcedores na Rua da Alfândega. Se forem até o fim, lá nas profundezas do inferno, vão saber o nome dos capetas e dos seus respectivos secretários. O problema é que a coisa lá parece ser muito quente...

domingo, 9 de novembro de 2014

FUTEBOL NA TV É BOM NEGÓCIO?
















Atualmente, meus amigos, segundo informação do próprio ramo jornalístico, nem tanto. Vem caindo assustadoramente a audiência. E com ela, a reboque os lucros dos anunciantes. E ainda acrescento no reflexo da estrutura dos clubes brasileiros.

Um dos erros mais graves é o excesso de jogos. Na busca da audiência, vale transformar Chapecoense X Goiás num clássico cheio de emoções, na sua telinha, só pra você. Até certo ponto, você vai empurrando, não é? Hoje uma transmissão tá pra lá de cansativa. Os locutores se desdobrando para vender uma emoção que não existe. Repetindo minuto a minuto que o time A ou o time B está indo pra tantos pontos, está caindo ou está subindo. Isso às vezes com 10 minutos de jogo. Vale tudo.

Os marqueteiros há anos vêm fazendo o trabalho de misturar a sala com crianças, mulheres, de variadas formas na transmissão. Até o cachorro já estão empurrando pra frente da tela. Mas sem qualidade, meu amigo, é feito aquele filme no cinema, você vai perdendo o interesse. Essa história de que futebol é uma paixão que nunca vai acabar, está me lembrando o samba, que graças a Deus não acabou, mas de tanto bagunçarem e torná-lo uma festa dirigida excessivamente a turistas, o encanto está indo pro vinagre. E da mesma forma, os argumentos, sejam financeiros ou de qualquer outra origem atrativa, só se sustentam se você tem um bom espetáculo.

Chega ao limite, a meu ver, a supervalorização do treinador, do jogador, do gerente de futebol e do próprio nome do jogo. Não dá mais. Os caras dão o que têm, não adianta inventar um Neymar a todo minuto. Só uma profunda transformação, começando pela mentalidade vigente no futebol, pode refazer o que era bem feito e explicar o motivo da técnica de um Luan, do Atlético-MG, por exemplo, em uma simples jogada individual, poder modificar o panorama de uma partida aparentemente perdida.

Por outro lado, melhor pra eles se um Fla x Flu no Maracanã tinha 80 mil e hoje tem 40 ou 30. Eles não querem é filmar a arquibancada vazia. Por isso não intercedem e nem divulgam como divulgavam o jogão do fim de semana com casa cheia. É um erro. Futebol sem casa cheia, mesmo visto de casa, no conforto de seu lar, é outro papo. Com ou sem violência no estádio.

Ponham na cabeça que aqui é o Brasil. Enterrem o complexo de vira latas em alguma lixeira. Aqui não é NBA. Aqui não tem calefação, capacidade pra 15, 20 mil, sanduíches de qualidade e de bom preço. Nossa natureza é outra. País tropical, a galera gosta de ir pra rua. Em ônibus apertado ou não. Viver aquela magia de um jogo de futebol. Ao vivo. Jogo de corpo presente.

Para sustentar o que estou dizendo, estamos chegando às últimas rodadas de mais um Campeonato Brasileiro. E a cada ano ele perde em qualidade e emoção. Principalmente porque o povo não está participando de todo processo do futebol. Apenas assistindo. Ou eu estou errado?

domingo, 12 de outubro de 2014

O BRASIL DE DUNGA NÃO FEDE E NEM CHEIRA


















Há muito tempo que eu digo, desde a Copa de 2010, que não sou um dos maiores opositores de Dunga. Muito embora sua visão de futebol não combine muito com a minha, principalmente no aspecto técnico e no cerceamento da criatividade.

No entanto, se repararem bem, assim como em 2010, Dunga dava mais liberdade às jogadas individuais e aos jogadores de criação. Um lance fatídico o tirou da Copa em um jogo que o Brasil era bem superior. Com certeza de 7 X 1 time dele não tomava. Agora mesmo, no último sábado, fez um jogo truncado com a Argentina, apesar de que todo jogo com a Argentina é encardido, e se deu bem com a boa atuação da seleção brasileira no 2 X 0.

Em determinado momento, Dunga, bem ao seu estilo, bateu boca com o treinador Tata Martino, da Argentina, e insinuou seu auxiliar técnico “cheirava também”. Pois é, Dunga, também acho. Auxiliar técnico, treinador, até presidente, não podem ser viciados em cocaína.

Vou aguardando uma sequência de jogos maior para construir uma impressão mais definida sobre essa segunda passagem de Dunga e a seleção brasileira sobre seu comando.

BRASILEIRÃO ENTRANDO NA RETA FINAL

Enquanto o Cruzeiro se desvaloriza no meio do caminho, ainda consegue manter 6 pontos para seus rivais diretos. O Inter, em um jogo cheio de erros de parte a parte, derrotou o acomodado Fluminense e assumiu o 2º lugar na competição. Os outros times da série A alternam muita irregularidade. É um campeonato dos mais cheios de altos e baixos que já vi. Gols lindos e jogos inexpressivos. Tomara que acertando os ponteiros politicamente falando o campeonato consiga alguma emoção na reta final.

Já na série B, o Vasco sob o comando de Joel continua subindo de produção e já é um candidato forte para a volta a 1ª.

Vamos conferir.

Abraços!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

EMPRESÁRIO DE FUTEBOL: O FIM DE UMA ERA?



















Perdoem-me o atraso desta semana, mas vamos lá! Notícia recente dá como extinto o domínio dos empresários sobre o passe dos jogadores. Bem, eles têm 4 anos para se adaptar, segundo a FIFA. Se não precisando de 4 anos, eles já dariam o seu jeito, imagina com um prazo desses. Haja árvores frutíferas. Refiro-me a Laranjeira mesmo, aquela árvore que dá laranjas. Naturalmente o leitor deve pensar que eu odeio empresários. Não, não. Apesar de nunca ter trabalhado com nenhum, não cometeria esse erro de avaliação, esse preconceito desnecessário. Empresários nos Estados Unidos, por exemplo, são comuns. E em várias atividades também em outros países e aqui no Brasil. Muitos são responsáveis pelo sucesso de jogadores e outras personalidades. Também, do mesmo modo, ofuscaram muitos deles.

O problema do empresário de futebol no Brasil é um só. É que no passado eles existiam com outro nome, era tipo um “padrinho”, como se fosse um pai dividindo a mesada com o seu filho. Depois passou a ser o procurador, às vezes parentes, como no caso do Gerson “canhotinha de ouro”, por exemplo, onde seu genro cuidava dos assuntos de interesse do craque. E hoje, eles mandam em clubes, tanto no Brasil, quanto na Europa. Aí é que pega. Primeiro porque a maioria não entende xongas de futebol. Normalmente se apóiam em olheiros às vezes piores que eles. Resultado: influem mais negativamente que positivamente na nossa indústria de produção de jogadores. Além de terem parcerias com dirigentes de clubes, na base ou no profissional, onde, uma vez entrando nos caminhos do clube, ficam ricos da noite para o dia. E o clube e seu patrimônio, mais pobres. E por tabela, são responsáveis por aqueles ilustres cidadãos que ficam na área técnica fazendo aqueles gestos bonitos e mais tarde entrando na sua casa em entrevistas pomposas com termos, conceitos e ares que dariam inveja a Estein, caso fosse vivo. Conta-se nos dedos os técnicos que trabalham no futebol sem a influência dos empresários.

A outra restrição é a forma como trabalham financeiramente. Não existe fiscalização sobre o trabalho deles e sobre o ganho deles. Muitos repartem com alguma noção e sensatez os lucros do sucesso. Outros, viram o clube de cabeça pra baixo, formam quadrilhas que beneficiam até o sorveteiro que fica na porta do clube, escravizam, exploram e fica por isso mesmo. Não há fiscalização. Você vai à casa de um menino aspirante a jogador, pobre e oferece um contrato e perspectivas e que saída ele tem? Mais tarde, se seu futebol for maior do que o esperado, o “dono” do jogador fica 3, 4 vezes mais rico do que ele. Isso é justo?

Fechando, é importante lembrar que existem empresários no ramo esportivo que atuam também na mídia beneficiando este ou aquele clube, um ou outro atleta em detrimento de muitos, que na maioria das vezes, jogam muito mais e merecem maior destaque.

Vamos acompanhar a evolução da coisa. Pra mim, só vai dar em sujeito oculto e em transações mais ocultas ainda.


Abraços!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

QUE VERGONHA É ESSA, CBF?















A julgar pela ultima rodada do fim de semana você diria que há um equívoco. E eu concordo. Com exceção do Fla 1 x 1 Flu, que nem de longe lembrou os jogos épicos de tempos atrás, e mais alguns joguinhos Sport 1 X 0 Coritiba, Goiás 6 X 0 Palmeiras, a rodada até que apresentou um bom futebol. Atlético X Cruzeiro com Mineirão lotado, apesar da mesma idiotice de repartição de torcidas, dando a torcida do Galo um status de visitante, com uns 5 mil lugares, por aí, o jogo foi muito bom. O mesmo ocorreu em São Paulo, entre Corinthians X São Paulo, também com o Itaquerão lotado, bons lances e um bom jogo.

Tirando por esse fim de semana, de fato é uma manchete no mínimo escandalosa. Mas não que o Sheik, aí na foto, seja flor que se cheire ou tenha tanta moral assim pra avaliar uma instituição. Logo ele que é bem cigano no futebol. Mas, realmente, a julgar pelo meio da semana passada e no geral, desde que o Brasileiro começou, quem não se deixou levar pela emoção ainda, por uma paixão dessas meio louca, conhecendo um pouquinho de futebol, percebe jogos estranhos.

Há uma diferença entre um jogo fraco e um jogo estranho. Tem um que você se esforça, mas abre a cabeça do adversário e a sua. Não consegue criar e passa o jogo “chuveirando” na área adversária. Tem aquele outro que você sabe que está diante de um time relativamente forte, com elenco entrosado, dentro e fora do gramado, e o time não se mexe. Você vê gente correndo pra não chegar. Abre o placar, o adversário não incomoda em momento algum e de repente, o time começa a cometer uma falha atrás da outra e você não vê os jogadores esboçarem reação, não vê gestos e tentativas de melhoras, de salvar a pátria. Esses são os famosos jogos sob suspeita. O jogo entre Vitória X Fluminense é um exemplo do que eu estou dizendo.

Nada a ver com um Alemanha 7 X 1, viu gente? Ali foi uma junção de vários erros que o comando e os jogadores vinham cometendo ao longo do tempo, mas poucos percebiam. Alguns jogos do campeonato têm sido de fato pra “inglês ver”. Uns fracos demais, outros surpreendendo e sendo bons jogos. Eu arrisco dizer que mediante o desabafo do Sheik o sinal ficou mais do que claro de que há boicote. Já existiu, inclusive, time sentado em campo como protesto etc.

O desafio agora é ver se nas próximas rodadas haverá uma regularidade maior. Será mais difícil o time cair dentro de uma partida. Eu não sou desses de ficar procurando chifre em cabeça de cavalo, mas que há algo errado com a legitimidade deste campeonato, ah! Não há dúvida que tem.

domingo, 14 de setembro de 2014

VASCO DA GAMA, TUA GLÓRIA NÃO PODE ESPERAR















Falando de série B, hoje bem mais perto dos nossos olhos do que há tempos (você já vê na TV, dispõe de uma cobertura esportiva mais ampla), quero falar um pouco sobre o Vasco. Não é por nada não, mas já se vão quase 15 anos dos últimos grandes times que o Vasco formou e dos melhores momentos que viveu.

Recentemente, trocou o indefectível Adilson, que estava mais preocupado com política nacional (ao menos parecia), do que com o andar da carruagem do seu time, substituindo-o pelo folclórico, mas competente, Joel Santana. Neste último sábado, após uma boa melhora, por pouco não chega à liderança.

Certeza eu não tenho, apesar do time razoável que tem, que o Vasco vai chegar a série A em 2015, mas é quase certo que isto aconteça. Como disse anteriormente, a série B de outros tempos era um castigo bem maior. Campos incrivelmente mal cuidados, estádios que pareciam pardieiros e fórmula de disputa por grupos, o que era um convite ao precipício.

Um time grande como o Vasco, e outros que já desceram, sentem muito quando caem. Outros menores já estão habituados, assim como seus torcedores. A primeira coisa que o time perde é a auto-estima. Fica sem noção do seu verdadeiro valor. Acho que coisa parecida está acontecendo com o Palmeiras agora, na séria A. Existe um abalo na identidade do clube. O Fluminense mesmo passou por isso, mesmo chegando via Taça João Havelange.

A pergunta que fica se refere às razões do declínio de um time tão forte nos últimos 30 anos. Próximo das eleições, ouço muitos vascaínos pedirem a volta de Eurico como solução. A maioria do meio esportivo sabe quem foi Eurico e o que fez. As restrições a ele fora do clube da colina são muito grandes. Ocorre que com ele o Vasco andava. Aí entra o círculo vicioso daquele papo do tal: faz mal feito, mas faz; não importam as origens, o importante são os resultados. E toda polêmica que cerca essas situações.

O outro candidato em potencial, Julio Brant, vem com ideias novas e a imagem de quem quer passar um Vasco a limpo. Resgatar as suas glórias e maiores momentos em campo. Sem influência nos tribunais ou federações. Sem escândalos de sumiço de ingressos ou renda das partidas.

Como eu não sou da Polícia Federal e nem sei se é algum orgulho ser no momento, porque não ponho minha mão no fogo por ela, tudo que torço é para que o Vasco recupere sua verdadeira força. Que a torcida recupere a sua verdadeira alegria e presença maciça nos estádios. O futebol carioca e brasileiro agradeceriam muito.

domingo, 7 de setembro de 2014

BRASILEIRO 2014: A HORA DOS TREINADORES








Comandar time recheado de estrelas e com farto elenco à disposição já consagrou e consagra muito treinador que não fala nada com não sei o quê. A lista é extensa, porém alguns bons times e elencos não eram tão fáceis de dirigir. Alguns detalhes o torcedor comum não percebe.

O bom técnico mesmo é aquele que sabe tirar o máximo de seu jogador. Que tem a capacidade de identificar um defeito e corrigi-lo de forma rápida e eficaz. O bom treinador, ao chegar ao clube, com 15 dias de convivência já percebe o que tem nas mãos em matéria de perfil dos jogadores. Muitas vezes são jogadores de alto nível, mas que não se encaixam, ou no estilo de jogo, ou na personalidade e relacionamento.  E hoje é mais comum isso acontecer por causa, por exemplo, das diferenças salariais. O bicho, aquela gratificação por jogo, ainda faz muita falta ao futebol. Dificilmente um jogador com vencimentos estratosféricos mete o pé em uma dividida ou joga com a mesma disposição que um que ganha na conta do chá. O mesmo vale para os treinadores. Muitos pegam, inclusive, o time já armado por aquele que saiu. Atualmente, já não existem tantas diferenças de clube para clube, menor ou maior, no condicionamento físico. A ciência do corpo já é acessível para clubes de menor expressão. Muito preparador físico sem nome domina e até supera seus mais renomados colegas de trabalho.

Com essa vazante do futebol brasileiro aliada a um pós-Copa deprimente, é difícil um clube manter a regularidade. O Cruzeiro que hoje empatou em 3 X 3 com o Fluminense, é uma exceção. A propósito, seu técnico Marcelo Oliveira dá segmento a um trabalho que ele mesmo começou. O Cruzeiro é um clube estruturado, com um bom centro de treinamento comandado por profissionais da bola, e bem de grana. O São Paulo volta a erguer-se com o trabalho polêmico, mas eficiente, de Muricy. Aliado a isso, um investimento que dificilmente falta no Morumbi. Vanderlei Luxemburgo é mais um destaque e a meu ver, apesar dos pesares e trejeitos, é o que mais domina a arte de treinar um time de futebol no Brasil de hoje. Recebeu um Flamengo fragmentado, em baixa, com indícios de boicotes e tristeza pela saída do excelente Jayme e ao seu modo, recompôs e renovou a autoestima do clube da Gávea. Hoje o Flamengo joga com muita raça e disposição. E o papel de Luxemburgo é fundamental nesse processo.


Agora, companheiro, não adianta querer inventar. Existem três ou quatro elencos de alguma qualidade no Brasil e o restante é japonês. Os demais treinadores não citados tem que rebolar. Tem que mostrar que com pouco, podem fazer muito. Tem que ter percepção, tarimba, comando, muita inteligência e olhos de ver.

domingo, 31 de agosto de 2014

UMA HOMENAGEM AO REI DO FUTEBOL



















Pessoas,

Há muito que devia um espaço para aquele que considero ter sido o maior jogador de todos os tempos. Como disse um famoso jornalista, Pelé e o próprio futebol se confundem. Um não existe sem o outro. Uma pena aqueles que não tiveram o prazer e êxtase absoluto, como eu tive, de tê-lo visto jogar bem de perto, algumas vezes até da geral do Maracanã.

Eu me lembro que o meu primeiro jogo no estádio foi em 1963, assistindo a Santos e Milan, numa noite chuvosa. Havia pelo menos, levando em conta minha experiência do estádio, mais de 100 mil pessoas presentes. Era comum o Santos e outros times como o Palmeiras jogarem no Maracanã. Recordo muito bem, que com minha família, vi aquele jogador já consagrado correndo e driblando com perfeição. Apesar de ser tão novo, tenho até hoje a imagem de sua presença em campo.

Aos que insistem em dois temas furados como o “Edson e o Pelé” e “Pelé foi o maior mesmo?”, eu estou fora dos dois. Primeiro porque o Edson é um ser humano como qualquer um de nós. Não cabe julgar seus erros e acertos. Mesmo sendo ele o Pelé do futebol. Depois, como dizem os velhos e sábios boleiros que não admitem comparação de Pelé em nenhuma roda de resenha, eu também acho que Pelé não entra em comparação alguma. Está acima de qualquer uma.

Apesar da geração super presunçosa e até arrogante da atualidade, em maior parte, insistir em comparar jogador a partir somente do que viram atualmente e do que dizem os atuais sabichões da bola, em nenhum dos argumentos anti-Pelé, a comparação se encaixa. Na parte física, o “negão” era um fenômeno. 100 metros em 10 segundos em 1970 é mensuração de “atleta”, como gostam de chamar jogador de futebol nos dias atuais. Os fundamentos de Pelé de fato parecem ter sido dados por Deus. Domínio de bola, passe, visão, chute, antevisão, malandragem etc.

Pra muitos, o jogo era lento antigamente. Então os que não viram, se quiserem entender Pelé, deem a dinâmica de jogo de 40 anos atrás à atual força física. Mas não a qualidade, porque senão eu me retiro da conversa. Meu amigo, Pelé fazia um passe de Gerson, como contra a Tchecoslováquia na Copa de 70, colado a um zagueiro dentro da área, matando a bola em uma etapa de preparação para definição do toque final, com tamanha perfeição (quem lembra desse lance) que tudo parecia ser fácil.

Com seus 1,71 e meio de altura subia mais que um líbero de 1,89, pra fazer 1 X 0 contra a Itália. Subia no tempo certo antes de Manga, contra o Botafogo. Se via cercado por 3, 4, 5 jogadores e passava por todos eles. Trabalhava com as duas pernas. Driblava e arrancava como um raio e nunca fugia do pau. Isso quando não dava o troco, como fez com Dagoberto Fontes na cotovelada da Copa de 70. “Ah, hoje as câmeras pegavam e ele era suspenso”. E ele seria otário de fazer igual? “Ah, hoje ele estaria direto em um clube da Europa”. Pelé tinha um senso de patriotismo incomparável. “Ah, ele hoje certamente ia fugir do pau, batem demais”. Companheiro: Bombonera pra ele era Vila Belmiro. O Rei não tirava o pé jamais. Certa vez contra o Vasco o vi fazendo uma jogada em cima de Renê, a cerca de uns 20 metros de distância, que não acreditei como alguém podia driblar alguém, sendo puxado pela camisa, e conduzir a bola em um espaço tão pequeno, a uns dois palmos da risca da linha de fundo.

Uma vez, em um papo informal, comentei com o amigo e ex-jogador Afonsinho, que jogou com Pelé, Nenê e Brecha, no meio campo santista, em 72:
- Afonsinho, você que jogou com o Negão, assim... Explicitamente, o que você sentia de diferente jogando ao lado dele?
- Nada demais que os outros (risos). A diferença é que ele pensava antes aquilo que a gente tinha acabado de pensar e entendia o que a gente queria fazer e pra onde queria ir dentro de campo.

Não vou deixar nenhum lance em destaque, porque ele era a obra prima do futebol. Não conheço ninguém que com 17 anos tivesse coragem e bola, numa final de Copa do Mundo, dentro da área adversária, sem uma estrela de título na camisa, dar balãozinho na zaga e concluir com maestria. Ninguém.

Essa é a homenagem, Pelé, que posso fazer com você vivo. Porque depois de morto, até político no Brasil vira santo.


Uma boa semana a todos!

domingo, 24 de agosto de 2014

SENHORES TORCEDORES: QUEM VOCÊS PENSAM QUE SÃO?




















... Quem sabe nós, eu me incluo como torcedor, sejamos os responsáveis pela fama de vocês, por suas prováveis independências financeiras, por grande parte de suas consagrações e conquistas, quando existem, no Brasil e no mundo? Somos aqueles que há muitos e muitos anos entrávamos apertados nos ônibus, nos trens (muita gente pedindo dinheiro emprestado), pagávamos naquele bilhetinho de papel impresso o que hoje talvez corresponda a uns 5 ou 10 reais, no máximo, de entrada em uma arquibancada, ou menos ainda em uma geral, espremidos, experimentando os sabores de emoções máximas, debaixo de chuva, de sol, correndo riscos de toda sorte, brigando por vocês, torcendo por vocês, chorando e rindo por vocês. Dando ao futebol a expressão que ele ainda não tinha e a fama que faz com que hoje ele seja o produto carro chefe do mercado brasileiro. Aquele que atrai milhões nas mídias impressas e eletrônicas. O que propicia negócios e salários jamais condizentes com o futebol que vocês demonstram em campo.

Muitos de nós demos a vocês um destaque bem maior do que mereciam. Vimos vários jogadores superiores a vocês morrerem de fome ou de outras doenças por falta de recursos financeiros. Nenhum deles beijava escudo ou se recusava a jogar contra o ex-time quando negociado. Nenhum deles se dava ao luxo de simular contusões. Nenhum deles se dava ao luxo de desprezar uma convocação para a seleção brasileira. E uma vez nela, faziam o possível e o impossível, mesmo diante de empecilhos que os impedissem de mostrar seu bom futebol. Na saída dos estádios, ninguém precisava virar carro de ninguém, porque nem todos tinham carro. E quando isso acontecia, em desgraça com a massa, o ex-astro já estava com um pé fora do clube. Quem sabe o caso do Flamengo, por exemplo, há meses, e/ou outras ocasiões, pressionados pela agressividade de sua torcida e tamanho, não tenha evitado o pior no destino do clube?

O apoio que a torcida do Fluminense dá a você, Fred, e tem dado a vocês, jogadores, tem um crédito muito superior ao que vocês dão em troca. Respeitar a torcida, em qualquer situação, é mandamento número 1 de qualquer jogador de futebol. É evidente que ameaças físicas e agressões são deploráveis. E, em alguns casos, injustas por parte de torcedores que não vão com a cara deste ou daquele e só por isso, na covardia, os agridem. Grupo batendo em uma pessoa só não é um grupo de homens, é um grupo de moleques covardes. Só que eu estou falando de casos de exceção. Até porque hoje em dia nas arquibancadas, representando facções de elite modeladas pelo próprio clube Fluminense, é feio e deselegante vaiar o time. Nesse caso, tratam-se de torcedores ventríloquos dos dirigentes e estranhos ao esporte. Não fazem ideia de quantas vaias já deram títulos a seu clube, assim como os aplausos e incentivos.

Vencer o Sport por 4 X 0 hoje não significa absolutamente nada em matéria de caráter e responsabilidade profissional. No meu modo de ver e julgar, o Fluminense fez corpo mole nos últimos jogos. Com exceção de 2 ou 3, como Conca, este um caso à parte. E quem faz corpo mole jogando num clube da tradição do Fluminense, ou qualquer outro do mesmo porte, não pode ser considerado um profissional merecedor de respeito por parte da crítica e da torcida. Volto a dizer, a vitória sobre o Sport só prova que você, Fred, só busca bola quando quer, e que mais alguns, só se empenham quando acham que devem, quando seu mentor, que é o próprio Fred, dá o tom, ou quando os ventos da direção do clube apontam para o lado desejado.


Boa semana!

domingo, 17 de agosto de 2014

QUE FUTEBOL ESTRANHO É ESSE?














Vivendo uma semana triste e confusa ao mesmo tempo por conta da fatalidade que vitimou um candidato a presidência, desde a última quarta feira que tenho visto jogos e situações estranhas e hilariantes ao mesmo tempo.

A rodada de quarta feira, por exemplo, a meu ver, não deveria nem ter acontecido. De qualquer forma, é melhor esquecer o que foi visto. Alguém aqui tem provas de que Fluminense, São Paulo e Internacional, por exemplo, fizeram corpo mole em seus jogos pela Copa do Brasil? E alguém também tem certeza de que não fizeram? Não me baseio nos resultados em campo, apesar de surpreendentes, o que ficou mais esquisito foi a forma como foram jogados. Para mim, normal, ou seja, dentro do que se chama de normal hoje em dia é que não foram.

RODADA SURPRESA

Ontem, já tivemos, na série B, um Vasco 2 x 0 Ceará, em São Januário, que terminou com a vitória vascaína e sob protestos veementes do time cearense sobre a arbitragem. O Flamengo se saiu dentro da minha previsão. Todos sabem que o Coritiba é fraco e como disse antes, acho que Vanderlei chegou a tempo de evitar o pior. Em São Paulo, o Palmeiras continua carregando sua cruz. Uma falha do bom goleiro Fábio, afundou mais a situação do verdão na tabela. O Cruzeiro voltou a arrancar derrotando o Santos com sobras em casa. Corinthians segue estudando à risca a linguagem tática de Mano Menezes. Calma, Fiel! Uma hora os jogadores vão entender. E no Mané Garrincha, depois da esdrúxula derrota diante do América de Natal, o Fluminense foi derrotado pelo mesmo Botafogo de alguns dias atrás, porém, com as contas bancárias dos jogadores no verde. Bastou isso para o empenho um pouquinho maior e uma derrota sobre um rival que atravessa um momento, para mim, indecifrável. Não sei qual é a de um time e de um comando que, há 10 dias, realizava 3 ou 4 bons jogos e na última semana leva sua torcida ao desespero, com erros e atitudes beirando o ridículo. Sinceramente, não sei qual é. A única coisa que sei, é que o problema não está somente dentro de campo. Isso ao meu juízo. Dentro de campo, sem a necessidade de individualizar, não tenho medo de dizer que algo faz com que Fred não queira mais jogar futebol. Se não quis na Copa, menos ainda agora. Inclusive, tem mostrado mais qualidade para o meio artístico do que para o futebolístico e profissional.

Paciência, vamos aguardar que alguma coisa melhore ao menos em nível de compromisso e seriedade neste Campeonato Brasileiro ainda governando por mãos estranhas.

Até domingo!


domingo, 10 de agosto de 2014

VOCÊ TEM ACOMPANHADO O BRASILEIRÃO 2014?















Sejamos francos, tá difícil de aturar esse Brasileiro 2014, não? O que tenho de visto de gente descrente com o comando, a organização e a qualidade do campeonato não está no gibi. Fora esse ato pós Copa, que se o Brasil tivesse ganhado estaria essa hora vitaminando o campeonato e não deixando pessoas saudosistas dos meses de junho e julho, em que pese o fiasco irreparável que fizemos nesta Copa dentro de campo.

Em tempo: o pau voltou a comer hoje numa praça de guerra em Santos, entre corintianos e santistas. O pau comeu porque querem e gostam. Pode parecer difícil acabar com essa doença, mas não é tanto assim não. 

CRUZEIRO PEGOU E NÃO LARGOU MAIS

Como eu disse semana passada, o Cruzeiro segue firme, apesar de dois tropeços esta semana, nas cabeças. Falta competência aos demais para chegar. Dos 3 que o perseguem de perto, Inter, Corinthians e Fluminense, o que mais ameaça no momento é o time do Abelão. O Corinthians ainda parece meio enrolado com a linguagem de Mano Menezes e hoje venceu o clássico com o Santos, como poderia ter perdido. Não tem apresentado nada demais.

Já o Fluminense adora jogar água no chope de seu torcedor. Pela enésima vez nos últimos anos, sai fazendo fila nos adversários e quando a torcida se empolga e põe 40 mil ou mais num sábado à noite no Maracanã, o time resolve decepcionar. E sem centroavante, nem pensar. Lamentável os erros de Cristovão ontem nas substituições e a fratura de Gum na fíbula esquerda. Fratura, que, aliás, aconteceu comigo em 99, em uma pelada, e apesar de tão simples e quase banal, me deu complicações que me levaram a uma embolia, onde passei perto da morte. Mas felizmente estou podendo escrever aqui e desejar ao Gum pronto restabelecimento e juízo. Põe a perna pra cima, Gum! Não faça feito eu fiz. rs. No mais, apesar da vitória, segue o Mengão sofrendo e fazendo sofrer a massa. Embora eu acredite que o chamado de Vanderlei tenha sido a tempo de evitar o pior. Que o Botafogo se cuide. Não vê a hora de trocar de lugar com o Flamengo.

Finalizando o nosso papo semanal, chamo a atenção para a estréia de Robinho hoje, no Santos. Se você conferir nos melhores momentos, quase todos foram dele. Por aí se tira a superioridade dele e muito veterano que obrigatoriamente deveria estar na lista da Copa do Mundo. De cara, eu já o aponto, Ronaldinho Gaúcho, Juan e o próprio Lucas, que não é veterano, mas fez falta. Será que algum daqueles da “panela Felipão”, tem mais bola do que estes? Seriam mais importantes do que estes? Vida que segue. Na mesma direção, mas em outra divisão, na B, se deu bem quem viu Marcelinho Paraíba, com 39 anos, jogar ontem contra o Salgueiro. Que bola ele jogou! E olha que apesar da idade, nem caiu morto em campo, no "atual futebol moderno".


Boa semana!

domingo, 3 de agosto de 2014

INGRESSOS: QUANTO VALE O SHOW?


























Mal acabou a Copa do Mundo, já dissecada de todas as formas, e o problema que ela trouxe dos ingressos que estão sendo investigados (pessoalmente acho que não vai dar em nada), recomeça no Brasileiro, com preços também abusivos. E se levarmos em comparação a importância dos jogos e o nível, huuuuummm!

TORCEDOR É QUEM PAGA A CONTA
Não é de hoje que o pobre coitado e sofrido torcedor brasileiro banca essa farra. Agora você imagine, após uma Copa do Mundo onde dentro de campo fomos um desastre, e que a chama do torcedor brasileiro naturalmente deve custar a queimar, assim como sua paixão, os caras em vez de facilitarem, dificultam. Daqui a pouco, não se iludam, quem estiver nas cabeças cobra o que quer e bem entender, quem estiver no sufoco faz a preço de banana, valendo tudo para salvar seu time da degola.

E SEGUE O BRASILEIRÃO 2014
O panorama desde a interrupção não se alterou muito. O Cruzeiro, bem dirigido pelo Marcelo Oliveira, estruturado, com um bom conjunto e alguns bons jogadores, vai abrindo frente. Corinthians e Fluminense tentam não perdê-lo de vista. Inclusive o tricolor vai mais forte do que o esperado. Os reforços de Cícero e Henrique e o excelente trabalho de Cristovão vêm vitaminando o Fluminense. Não escorreguem na conversa fiada do patrocinador de certas dificuldades financeiras. Esse papo da Unimed não convence nem o mais distraído e apaixonado torcedor. Lá embaixo, apesar da troca de Vanderlei Luxemburgo, vai o Flamengo tentando se manter em pé, mesmo com a lanterna na mão. Refazer aquele momento do Jayme é que são elas, companheiro. Já o Botafogo vem dando pena. O time e o presidente vêm se esforçando bastante para errar cada vez mais. Vamos ver daqui a uns 2, 3 meses aonde conseguiram chegar. O Vasco, do arrogante Adilson Batista, apesar de reforçado pelo temperamental Kleber, tem na irregularidade sua marca registrada na série B.

RAPIDINHAS DO DUNGA
Confirmado Dunga no comando, chamando seus compatriotas do Sul. Seu discurso na teoria tem sido de boleiro entendido. Tem sido o de deixar o jogo e o futebol brasileiro fluírem. Tenho cá minhas dúvidas. Na teoria, tudo bem. Mas o ideal de futebol do Dunga e seu passado o condenam nesse aspecto. Em Agosto já tem convocação. É ouvi-la e engolir em seco, porque o trauma dos 7 X 1 ainda tira o sono de muita gente.


Boa semana!

domingo, 20 de julho de 2014

SELEÇÃO BRASILEIRA: DE VOLTA PARA O FUTURO



Companheiros, o título é este mesmo. Baseado no que tenho lido e ouvido, é o que vem por aí. Vamos assistir de novo, amanhã, a mentalidade de hoje querendo achar uma que não existe e que eles acham que é a do futuro. Já ouvi esse papo quando voltamos da Alemanha, em 74. No desembarque, Zagallo deu uma entrevista dizendo que nós estávamos superados, muito atrasados em relação ao futebol que estava se jogando no mundo. Isso foi depois da derrota pra Holanda e pra Polônia, nos colocando igualmente em quarto lugar numa Copa do Mundo.

GILMAR RINALDI ASSUME

A julgar pelas palavras do todo poderoso coordenador de futebol da seleção, estamos diante desse mesmo raciocínio. Gilmar, sim, aquele mesmo que foi goleiro do São Paulo, do Flamengo, tetra com a seleção e empresário de vários jogadores, já disse que quer técnico que viaje muito, que estude muito. Bem... Quanto às viagens, pode ser que ele fique um expert em turismo e acabe conferindo pessoalmente que o futebol das melhores seleções hoje, que é o da Alemanha campeã, o da Holanda e o da Espanha há poucos anos, joga à brasileira. Simples, não? Nos copiam. É isso aí. E dito por eles mesmos. Quanto ao estudo, se não der em nada, uma vaga na academia de letras ele garante. Afinal, os que entendem menos de futebol na prática, ainda continuam tentando tirar essa diferença no papel, ou seja, no diploma.

ENTRE DUNGA E TITE

Pelas últimas notícias, os jornais têm afirmado que será Dunga o escolhido. Por mim, pode ser o Satanás, e mesmo assim, trabalhando pra quem ele irá trabalhar, talvez só assine contrato se receber pagamento adiantado ou medalhas pelo título por antecipação. Nem Tite, nem Dunga, nem João, nem Manoel, vão fazer nada diante de uma mentalidade e uma estrutura carcomida, corrompida e de modelo esgotado. As convocações serão sempre suspeitas, o trabalho terá constantes intromissões e os negócios ditarão os titulares e os adversários. Portanto, mesmo que hoje tivéssemos um Flávio Costa, Zagallo, Didi, Tim, Danilo Alvim, Zizinho e até mesmo os menos piores em ação que considero, Falcão, Zico, Vanderlei Luxemburgo e Muricy, não daria pra escapar do fracasso. 

A SAÍDA NÃO SERIA MODERNIZAR?

Modernizar o quê? Alguém é cego pra não ver que o jogo alemão, recém-campeão mundial, atua ao estilo brasileiro? Ou ao menos tenta atuar? A Alemanha que vocês viram vencer a Copa é uma reedição da Espanha que ganhou a de 2010. A diferença fica por conta da maior qualidade técnica dos espanhóis, porém, com a tradição, a força e maior objetividade do futebol alemão. Só isso. Quem tiver alguma dúvida, escolha dois jogos de cada seleção e assista com calma. Ou, em caso mais recente, pegue o VT de Alemanha 2 x 2 Gana, e vocês verão como um simples cerco bem feito ao adversário neutraliza um show de bola exageradamente propagado. Na própria foto do texto, vocês têm aí um espaço de 44 anos. A diferença, meus caros, é por conta da dinâmica de jogo. Em 70 se corria 6,5 a 7 km. Hoje se corre de 10 a 11 km. E sempre jogando um futebol muito inferior, tanto taticamente, como tecnicamente, que há 44 anos. Ah, eu ia esquecendo. Nessa época é que começaram os cartões. Pelé já tinha 29 anos e já havia feito 1000 gols sem cartões e tudo. Portanto, jogadores como Garrincha e Pelé, e a maioria na foto acima, eram parados na base da porrada, quantas fossem necessárias. Não bastava um pé alto ou um puxão de camisa pra deixa-los em paz como hoje é rotina. Esqueçam essa comparação. Não é por que é passado que é desatualizado. Agora, por favor, não confundam com a estrutura de trabalho em relação a planejamento, preparação física, área médica e marketing. Isso é evidente que hoje é muito diferente. Mas só nisso.

Boa semana. 

domingo, 13 de julho de 2014

EFICIÊNCIA ALEMÃ VENCE A COPA DAS COPAS


















Prezados,

Chegamos ao fim de uma das Copas que pode não ter sido das mais belas, tecnicamente falando em futebol, mas com certeza, das que vi, foi a mais emocionante. Meus parabéns à organização do Mundial, à lição de hospitalidade e calor humano que o Brasil e os brasileiros deram ao mundo. Ganhou o Brasil, ganhou o mundo inteiro. Perderam os invejosos e fracassados brasileiros das camadas sociais que torceram contra, do complexo de vira-latas, dos que não acreditaram no seu país e de forma mesquinha tentaram boicotar. Perdeu também a minoria “classe A” que covardemente e inexplicavelmente, amparada por setores da mídia, vaiou a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que proporcionou a todos e a eles mesmos, momentos que eles nunca viveram na sua terra. Não me lembro de terem vaiado autoridades aqui no Brasil, em eventos anteriores, quando nosso país era infinitamente pior que hoje.

Antes de falar da brilhante conquista alemã, não posso deixar de passar pelo vexame que o nosso futebol deu nessa Copa. Eu não esperava tanto, mas também não previa tão pouco. Na minha imaginação, inclusive, eu via uma final entre Brasil e Argentina, com a Argentina saindo vencedora. Menos mal. A pancada que levamos talvez tenha sido melhor. E ontem, em uma nova goleada contra a Holanda, a prova do desequilíbrio do elenco, do total despreparo, como cansei de citar aqui, da convocação equivocada, do comando mal exercido etc. Ficou claro que o craque era mais uma vez a nossa salvação. O destino desviou a rota. Só espero que a retomada do caminho seja uma reformulação geral. Mas jamais pautada pela tal “modernidade”. Como eu tenho dito, modernidade é qualidade, equilíbrio, seriedade e profissionalismo. Modernidade é mudar a mentalidade e a estrutura do futebol brasileiro vigente em todas as suas categorias. Do contrário, vamos perder mais um pouquinho.

Sobre a final, que é o mais importante, venceu a equipe mais eficiente. Eu não vou dizer a mais organizada e que se preparou melhor. Sabe por quê? Durante a Copa a Alemanha só deu passeio no jogo com o Brasil e toda sua organização e projeto de preparação poderiam ir pro brejo, se nesta final equilibradíssima, até com um pouco mais de chances de gol para a Argentina, uma bola dessas tivesse entrado. Os lances de Palacio, Higuain e Messi foram decisivos. A diferença é que apesar de falhar nos seus, a Alemanha acertou a bola que definiu o jogo. Acertou porque seu herói Mario Götze, matou com categoria e visão de gol, o que o peito duro de Palácio e sua canelada não permitiram. Seria injusto se a Argentina vencesse? Não. Assim como não foi injusto a Alemanha vencer. Digo até que foi mais justo o título alemão pelo percurso anterior e por, na prorrogação, desejar menos os pênaltis que o adversário. Quanto a Messi, só quem convive com ele pode saber as razões de suas oscilações nos jogos. Parece-me o fim de duas gerações de ambas as seleções, embora esteja havendo uma renovação de elenco maior por parte da Alemanha. Uma de suas maiores qualidades foi manter a base de um clube. Sacada utilizada nos anos de ouro do futebol brasileiro e hoje descartada em prol da relativa importância dos nomes que estão fora do país.


Parabéns, mais uma vez, à Alemanha por ter nos dado a alegria de vê-los sentirem-se bem, jogar bem e ganhar uma Copa em nossa terra. Bem-vindos ao clube dos tetracampeões mundiais, Alemanha!

terça-feira, 8 de julho de 2014

Alemanha 7 X 1 BraZil: SOMOS TODOS CULPADOS
















Talvez poucos tenham paciência pra ler minhas últimas postagens nos últimos jogos, bem antes da Copa do Mundo, ainda mais nessa hora. E eu só consigo escrever, embora meu coração esteja esmigalhado, porque minha mente está bastante consciente.

Considero-me um dos culpados, sim. Penso se não tinha que ser mais direto e objetivo nas críticas que fiz até hoje. Embora tenha jogado futebol, seja treinador profissional e redator esportivo, não tenho a consagração de muitos, tenho meus limites.

A mim só restou avisar os riscos e os erros que cometíamos desde o início desta preparação. Antes de explicar porque acho todos culpados, faço os questionamentos: seria justo sermos hexacampeões com a MENTALIDADE que reina no nosso futebol, dentro e fora de campo? O MODELO? E por fim, os CONVOCADOS PARA TENTAREM O HEXA?

Somos todos culpados, nós do meio esportivo, treinadores, imprensa, jogadores e ex-jogadores e torcedores em geral. Só absolvo as crianças. Morro de pena delas. Elas não viram o que nós vimos esses anos todos. Sabemos diferenciar, até o mais inocente torcedor, o bom e autêntico futebol brasileiro do falsificado.

Aqueles que pensam que estou desmerecendo o futebol alemão, paciência. Para mim, tem um excelente grupo e uma excelente seleção, com um grande conjunto. Não vejo nada além disso. O placar pouco me interessou e não pode servir de parâmetro nem pra sua capacidade, nem pra medir a nossa. Poderíamos perder até nos pênaltis. Enfrentamos seleções jogando um futebol mais difícil. Só que o que aconteceu em campo, tanto no primeiro gol, quanto nos minutos seguintes, é quase centenário no futebol.

Colhemos o que plantamos nos últimos 30 anos. Com a exceção de 2 Copas ganhas em cima da qualidade de 2 ou 3 jogadores, desde 70 estaríamos no fastio. Nosso futebol, após a entrada de Ricardo Teixeira no comando da CBF, passou a ser comandado por uma quadrilha de mafiosos com ramificações até na própria FIFA. Até o nosso “homem de honra” Havelange foi desnudado.  

Muitos erros vistos em nossos jogadores hoje, além do âmbito profissional e suas maracutaias, vieram das categorias de base. Hoje as categorias de base, em quase todos os clubes do Brasil, são balcões de negócios, além de, em muitos casos, ainda serem antros de homossexualismo, sugando os clubes, exterminando com eles, deteriorando o futebol pentacampeão do mundo. São dominadas por empresas ou empresários particulares que determinam os treinadores e “profissionais” que lá trabalham. E lá enriquecem por vários caminhos. Caminhos do submundo do futebol, interligados e aperfeiçoados, blindados pela corrupção dos cartolas e dos clubes. Jamais são centros de formação de jogadores. Jamais formam jogadores de futebol. Desonram o Brasil, vendem suas almas e só permitem que se trabalhe no meio quem for interligado, quem compactuar da sujeira, quem levar comissão sobre os jogadores e vendê-los como manequins em vitrines. O poder é deles há muito tempo. E de muitos que estão lá na seleção ainda mandando.

Que final vocês esperavam para uma seleção cercada de escândalos na entidade que a rege, numa preparação jogada no lixo com mais de 2 anos com Mano e de 1 ano e meio com Felipão, apenas porque trazia a esperança de 2002 e a experiência na bagagem? Mas a estrutura era e é podre. É corrupta. Não tem nada a ver com o futebol brasileiro e com suas raízes. A imprensa esportiva colabora com isso. Claro que grande parte dela, não toda. Também são comissionados e fazem parte dessa família, que tem que ter o comportamento padrão, desenhado pelos que mandam. Pelos corruptos e pelos que calam o futebol que sempre se jogou nessa terra. E quando menos agravante, são pessoas que nunca trabalharam no meio, e não tem a menor intimidade com o mundo do futebol. Mas que são postas ali para não ameaçar o poder mafioso, podre e indecente que comanda o futebol brasileiro, mas que a meu ver, acaba de falecer hoje.

Que esse vexame, trauma e desastre sejam para o Brasil como foi a honrosa derrota de 50, agora, 64 anos depois, de alma lavada perante o que se viu nesse 08 de Julho de 2014. Que ele venha nos trazer profissionais de futebol especialistas em futebol, com o mínimo de dignidade, amor e respeito às verdadeiras raízes do futebol brasileiro.

domingo, 6 de julho de 2014

BRASIL: CHEGOU A HORA DE UM VALER POR DOIS













Chegamos às semifinais. E agora não adianta ficarmos alimentando o drama da perda de Neymar. Em várias colunas anteriores eu comentei essa possibilidade. Muita gente pensou que isso poderia acontecer. Claro que nessa hora a preocupação é muito mais aguda. Mas, qualquer dependência dá nisso. Seria parecido se tivéssemos perdido Romário antes do jogo da Suécia, em 94.

O jogador colombiano entrou de forma estranhamente violenta em Neymar. Nem pra parar a jogada, nem pra roubar a bola, aquela entrada se justifica. Muito menos a péssima atuação, a meu ver, de má fé do árbitro espanhol. Temos sido, sim, prejudicados pelas arbitragens. Desde o lance com o Fred que o juiz japonês não marcou de má intenção (ele viu a jogada de frente e se foi malandragem ou não do Fred, pro juiz asiático é difícil perceber isso) temos sido prejudicados pela arbitragem. O próprio cartão do Thiago Silva não faz sentido. Um juiz de 43 anos não perceber que não era cera é ser muito ingênuo.

A FIFA não errou mais nesta Copa por falta de espaço. A maioria dos erros que vocês viram partiu dela. E segundo autoridades, além de ladrões, a FIFA está crivada de cambistas. Não me surpreende. O que me surpreende é parte do povo pensar que o nosso país está sendo ajudado. As chaves e grupos das seleções são escolhidos. Pegamos dois sul-americanos e um latino-americano com a mesma proposta de jogo e a mesma importância. Qualquer um dos três, México, Chile ou Colômbia, se estivessem hoje na sem final não seria zebra.

A sorte é que em futebol mesmo forçando a barra e delineando as coisas, nem sempre elas acontecem como esperado. Vamos enfrentar uma Alemanha a qual eu não vi nada demais por enquanto. O vigor físico e a marcação, bem característicos, não estão em primeiro plano. Quanto a nós, é definirmos o substituto de Neymar, acredito ser o William, até porque se o escalado for um dos outros dois, Ramires tem características mais defensivas em minha opinião (é muito mais ladrão de bola que armador ) e Bernard depende da criação das jogadas. A função mais parecida com a de Neymar tem que ser exercida com alguém de mais potencial de chegada, que jogue na vertical. Agora, se Oscar e Fred, o primeiro continuar jogando só desarmando e dando bico, e o segundo refém de uma inércia inexplicável, não há substituto que torne a seleção com mais força ofensiva. E vamos tentar nos superar. Sim, nós podemos nos superar. Os próprios alemães sabem disso.

Na outra partida uma guerra de estilos e um teste de verdade para Argentina, que como vocês sabem e têm lido aqui, é minha candidata ao título. Ah! Como eu ficaria feliz em vê-la derrotada e errar nesta impressão a que cheguei desde o ano passado. Seria um porre ao quadrado vê-los ganhar em nosso território uma Copa do Mundo.


Bem, estamos só aguardando a bola rolar. Todos têm chances. E nós, não temos menos do que eles. Que joguemos o nosso futebol aliado à raça e à fibra necessárias. Estamos juntos, Brasil!

segunda-feira, 30 de junho de 2014

A SELEÇÃO BRASILEIRA NO DIVÃ



















Hoje quem acompanhou o noticiário deve ter lido muito esse “papo cabeça”. Palavras como choro, emocional, fragilidade etc foram dissecadas. Tive dúvidas ao escolher o título acima. Apesar de achá-lo propício, vejo por trás dele outras palavras, a meu ver, mais esclarecedoras. O título seria: Estamos pagando o preço da falta de liberdade? O porquê deste questionamento eu esclareço a seguir.

Desde que Felipão assumiu várias perguntas me rondavam a cabeça: qual seria o comportamento dos novos escolhidos, tanto da comissão técnica, quanto do elenco; quais as diferenças entre o estilo Mano e Felipão; e a principal delas, se haveria tempo de montar uma estrutura capaz de nos levar ao título mundial. Não tenho dúvida que na era Mano jogamos tempo fora. E o comando, os cabeças da CBF, sabia disso, mas como estavam envolvidos em outras “paradas”, parece que não sobrou sequer tempo para analisar o trabalho anterior.

Vieram os dois notáveis se juntando. Dois campeões mundiais: Felipão e Parreira. Percebi quase unanimidade no país. O importante era mudar. Mas e o tempo? Como escrevia e escrevo: tempo, tempo, tempo... O futebol precisa muito de tempo. Testes, diversidade de situações, reação a determinados momentos, novidades, surpresas e por aí vai.

Passaram por cima de tudo isso, inclusive do que eu sempre dizia: esta Copa do Mundo de 2014 é um segundo capítulo de 1950. Mesmo 64 anos depois, estamos ligados ao passado. Mesmo quem não era nascido, como eu, sentiu na carne, fez e faz ideia do que aconteceu. De lá pra cá, meus comentários sempre alertavam sobre essa ligação histórica, que em algum momento isto haveria de pesar, principalmente jogando contra equipes sul americanas, pois parece que elas nos conhecem mais do que nós a elas.

A Copa começou e o que mais se tem visto são os jogadores com o comportamento politicamente correto, tranquilo e amável na Granja Comary. E outro, quando descem para jogar representando o país do futebol, com uma ansiedade e uma expectativa, além de um medo de errar, que parecem ultrapassar a tela das TV’s. Algumas lágrimas dão impressão que precedem um entupimento, que irão desaguar em um choro convulsivo, mesmo a caminho do campo, antes de hino, gol de presente, gol perdido, falha etc. Onde estaria essa falta de liberdade afinal? Ou o erro em chorar?

Bem, por mais novos que sejam os jogadores, a maioria já disputou aí competições internacionais e decisões de alto nível. Lembro que Pelé, com 17 anos, e Gylmar, choraram em 58. Em 62, não me lembro. Em 70, só me recordo após a conquista em campo. A cobrança é imensa. Pesa toneladas. Mas será que os jogadores não sabiam disso? Não foram alertados? Preparados? Não houve tempo? Nem um tempinho pra isso? Não faltam profissionais como psicólogos dando esse suporte a Felipão, tampouco experiência.

Mas, nem tudo na vida acontece como se planeja ou se imagina. Uma série de fatores, até os tais problemas durante a apresentação envolvendo manifestações, protesto etc, criaram um clima diferente. Então, é com vocês. Thiago Silva na TV depois do jogo contra o México parecia dizer para ele mesmo: “quem não souber conviver com pressão que escolha outra profissão”. Pois é, Thiago Silva, mas vocês escolheram esta. E tem de ter consciência de que estão defendendo a camisa do Brasil e não do PSG ou Real Madrid. A coisa é bem diferente.

Quem não conseguir controlar os nervos diante da segunda Copa do Mundo no Brasil não tem condições de entrar em campo. A ansiedade tira teu gás. Seca tua boca. Bloqueia teus pensamentos e tua criatividade. O nervosismo é uma merda. Principalmente quando se cria uma família Scolari para que dentro de um grupo nada saia dali e nada entre. Mas é aí, Felipão! Aí tu tiras a liberdade do elenco, tchê!

É impensável em 4 partidas dezenas de erros e falhas, tuas e dos teus comandados, uma seleção que um seja tão afável com o erro do companheiro. Ninguém dá esporro em ninguém, ninguém orienta ninguém, alerta ninguém, gesticula e chama aos brios ninguém. Que mais controle você quer? Cadê a liberdade do cara para manifestar sua alegria ou seu descontentamento? Cadê o direito do jogador de soltar um palavrão? De reclamar com o colega ou com você da função que você escolheu? Cadê a independência pra fingir que ouviram o que você disse e fazerem o que têm confiança dentro de campo?

Os caras estão amarrados e amordaçados, gente! Bons garotos. Garotos quase angelicais de tão inocentes. E seleção brasileira não é lugar disso. Não é mosteiro, nem convento. E comportamento não é padrão. Estabelece-se de acordo com as pessoas e as situações. O futebol brasileiro sem liberdade, dentro ou fora de campo, ou chora, companheiro, convulsivamente, como um passarinho preso na gaiola, ou dá de ombros escondendo o logotipo da patrocinadora e pensando mais adiante em que cidade da Europa irá morar.

Fechando esse imenso texto, não teve jeito, a coisa é complexa, a esta altura só vejo uma saída. Na verdade gostaria que o treinador da Argentina ou da Colômbia dissesse que vai enfrentar a seleção dos “maricas” do Brasil. Talvez isso resolvesse. Talvez algo assim ou coisa parecida possa transformar essa ansiedade desmedida em garra e firmeza, dando lugar à confiança e a independência de poder jogar o verdadeiro futebol brasileiro. O futebol do esporro de Didi em Garrincha, da bronca de Gerson em Pelé, da vitória de Dunga como capitão e campeão, do troféu erguido pelas mãos do simples Cafu e por aí a fora.