sábado, 22 de dezembro de 2018

REAL MADRID CAMPEÃO DO MUNDO MAIS UMA VEZ: SURPRESA?




Há dias estava comentando sobre o River Plate. Os leitores devem lembrar bem. Então, antes de falar do campeão do mundo interclubes pela terceira vez seguida, vamos passar pela Argentina para saber se sua atuação pífia nas finais do mundial foi inesperada. Pra mim, um pouco.

Já tenho prevenção e preocupações com o desempenho de uma equipe em seu primeiro jogo logo após a conquista de um título. Os jogadores relaxam naturalmente. Festas, bebida, parabenizações, enfim, muda o foco e muda até a força física. Talvez isso tenha ocorrido em certo grau com o River Plate diante da derrota nos pênaltis para o apenas esforçado e rápido Al Ain. Este foi um dos jogos que se houvesse uma segunda partida daria River em qualquer lugar. Não que o River seja um timaço, mas é, sim, superior. Tanto que ontem parece ter recuperado a consciência e o sentido de grupo e meteu 4 gols no Kashima Antlers, do Japão.

De todo modo, a tarefa do River, caso chegasse à final, era peso pesado. Enfrentar uma equipe como o Real Madrid, que tem estrutura, profissionalismo, qualidade técnica, tradição e riqueza, é uma parada. Difícil tremerem em uma decisão. Principalmente pela natureza da formação da equipe, com estrelas diversas de vários países. Pode às vezes acontecer algum descontrole ou desinteresse devido a dificuldade de derrubar seu oponente. Mas, sendo bem dirigida, dificilmente uma equipe destas é derrotada em um jogo final. A não ser por algum adversário a sua altura.

E, se o River Plate talvez não fosse páreo para uma final com o Real Madrid, muito menos foi o dedicado Al Ain. Contando com dois jogadores de qualidade, incluindo o brasileiro Caio, a equipe dos Emirados Árabes fez o que pode. Mas, sem essa de “não há mais time bobo”. Há menos, sim. Mas existem muitos mais ruins. Ocorre que o futebol se expandiu e globalizou. Qualquer TV em algum canto do planeta mostra um Barcelona X Real Madrid ou até mesmo um Fla X Flu, que já teve lá sua história e hoje vive de cinzas. Portanto, de tanto ver, você aprende. Mas isso não significa que irá jogar aquela bola redondinha ou fazer aquela equipe top mundial. Chegar a este ponto requer muitos ingredientes esportivos, culturais, financeiros... uma escola com longos anos a percorrer.

E o Real Madrid já iniciou essa escola há muito tempo. Além do que citei, tem Modric, Marcelo, Bale, o paredão belga Courtouis, e as qualidades que ressaltei acima. Portanto, não há muito do que falar desse jogo isoladamente. Foi 4 a 1 e poderia ser mais. O Real Madrid é muito mais time, provou isso mais uma vez sendo campeão do mundo, levando para casa pela sétima vez o título de campeão mundial interclubes. Minha reverência ao Real Madrid, esse fabuloso time espanhol!

Um feliz fim de ano a todas as nações do mundo! E que tenham a felicidade de viver e conviver com outros países de forma livre, transparente e democrática!

Até 2019, se Deus quiser!

domingo, 16 de dezembro de 2018

ABUSO SEXUAL NO SONHO DA BOLA

Créditos: https://www.cartacapital.com.br/blogs/futebol-por-elas/abuso-sexual-no-sonho-da-bola/

Amigos, tomo emprestada esta matéria da revista Carta Capital (https://www.cartacapital.com.br/blogs/futebol-por-elas/abuso-sexual-no-sonho-da-bola/), a qual recomendo por sua seriedade e excelentes conteúdos de redação e informações, para abordar este assunto polêmico que transita no submundo do futebol.

De início cabe desfazer o mito que é coisa dos dias de hoje. Não. Essa prática vem desde a idade da pedra do mundo do futebol. Eu, por exemplo, quando entrei para fazer testes no Fluminense, indicado pelo grande treinador, supervisor e homem de futebol, Zezé Moreira, em setembro de 1974, apesar dos meus 16 anos, já percebia com facilidade movimentos atípicos e olhares estranhos.

Havia no vestiário pessoas que transitavam, não só no meu clube, o Fluminense, mas em vários outros, claramente com intenções alheias ao esporte. Existiam até jargões pesados, característicos e folclóricos que nominavam tais figuras sombrias. O termo “manja pênis”, no qual o órgão sexual era substituído por uma palavra mais forte para os que viveram no mundo do futebol era presença quase certa nos vestiários, até dos clubes de futebol de salão da cidade e de times de pelada em geral. Quando não se tratavam dos próprios jogadores.

Mas, como eu disse, isso é antigo. O jogador em formação, como diz o nome, está em formação. É suscetível a assédios. Seja apenas sob olhares ou aqueles que viram caso explícito. As historinhas são muitas. Garotos vindos de lugares pobres com pouca instrução cultural e sexual muitas vezes se deixam levar pelas “cantadas” destas figuras ou, o que considero o mais grave, o assédio direto visando uma ascensão mais rápida, seguida de uma proteção constante, como um compromisso amoroso.

O futebol está cheio, repleto de casos assim. E a educação sexual no Brasil é inexistente. Portanto, não seria diferente nas categorias de base dos clubes, onde não existe ou raramente existem exemplos de profissionais que possam falar abertamente do assunto, conscientiza-los sobre seu papel profissional e sobre seus caminhos. Além disso, falham em providenciar um ambiente reservado e exclusivo somente aos atletas e profissionais envolvidos no dia a dia do futebol do clube. Não se trata de fiscalização. Trata-se de manter o mundo do futebol, mesmo na categoria de base, com conceitos sérios e profissionais. O resto, não há nada a fazer. Em qualquer shopping da vida ou fora da sede do clube tudo pode acontecer. Vai da educação, intenção e pré-disposição de cada um.

Assédios sexuais a parte, volto a chamar atenção, como faço há muito tempo nas colunas que escrevo, para um outro problema bastante nocivo ao futebol em geral. Em todo futebol mundial, mas, especificamente falando, muito pior no caso do futebol brasileiro: o assédio moral e financeiro exercido por verdadeiros escroques travestidos de empresários. O famoso assédio empresarial.

A grande maioria não entende nada de futebol, nunca chutou uma laranja, usa seu nível social ou de instrução, além da boa condição financeira mais comum entre eles, para manter jogadores e clubes sobre seu domínio. Este é o câncer do futebol, particularmente o brasileiro, neste momento. Por razões falimentares ou não, o jogador não é mais empregado do clube que enverga a camisa. Ele é empregado de dirigentes do clube que, na maioria das vezes não se identificam também como empresários. E que, por sua vez, são ligados a outras correntes de empresários que arrebanham treinadores famosos do nosso futebol, firmas de fachada esportivas ligadas a eles, enfim, toda sorte de domínio e exploração usando a marca de clubes tradicionais do futebol brasileiro para enriquecer.

Volto a tocar na ferida, deixando claro que nada tenho contra o empresário. E, como costumo dizer: existem várias profissões de sucesso e o futebol é apenas mais uma delas. Ocorre que no futebol ditam rumos, montam times, escolhem jogadores, vendem jogadores, indicam treinadores e, praticamente, manobram os destinos de um clube de futebol no Brasil. Seja desde os primeiros degraus da base, até o futebol profissional. Isso está matando o futebol e a cada dia vai empobrecê-lo técnica e financeiramente, enquanto estas figuras do submundo dificilmente deixarão de enriquecer às custas da decadência dos clubes e de suas equipes.

Abraços!

domingo, 9 de dezembro de 2018

SUPERIOR E BRILHANTE, RIVER PLATE É O CAMPEÃO DA LIBERTADORES 2018



Acho que deu a lógica. Incontestavelmente, o River Plate venceu uma das mais atípicas decisões da Libertadores da América da história. Tudo o que envolveu o jogo final, desde a partida inicial até o jogo que não aconteceu, tornou essa decisão especial. Apesar da competição ter ficado marcada pelos erros absurdos e grotescos da Conmebol, hoje o protagonista, embora em terras estrangeiras, foi o futebol. 

Quando não atrapalham, o futebol é emocionante e inigualável. Havia de minha parte uma certa expectativa e curiosidade em relação ao estado físico, técnico e emocional das duas equipes. Devido a confusão ocorrida no segundo jogo, no Monumental de Núñez, este intervalo até hoje me trouxe essa curiosidade. Embora já conhecesse bem o jogo e a postura das duas equipes, fatos como os que ocorreram na Argentina, às vezes mudam o momento de uma equipe. 

Não creio que tenha havido nenhuma mudança substancial. Se o Boca foi tão guerreiro quanto seria na Argentina, o River talvez tenha sido até mais técnico do que seria lá. O jogo exibido pelo River é baseado mais na técnica, na qualidade e no maior número de recursos técnicos. A pressão da torcida, mesmo em seu campo, poderia causar alguma ansiedade e atrapalhar um pouco sua desenvoltura. Já o Boca, trabalha com menos técnica e mais garra e entrega, seguindo seu estilo mais comum.

E o Boca abriu o placar através do incrível Benedetto, num gol de extrema categoria desde um passe primoroso de Nández, num contra-ataque. E já que falei em Benedetto, que muitos chamam de “amuleto da sorte” do Boca pelos gols antológicos que fez nos últimos jogos, ele pra mim foi o diferencial dessa decisão. Não existe nada nesse mundo que me convença que Schelotto esteja correto ao substituí-lo, como tem feito e fez hoje. Não existe razão física, técnica e muito menos tática pra tamanho descalabro. Penso que todo o time tenha a digital do seu treinador no seu estilo de jogar. E Schelotto, na época em que era jogador, era ativo, raçudo, voluntarioso e razoavelmente técnico. Só. Se suas razões foram táticas, colocando Ábila para melhorar a força e a qualidade de marcação, pior ainda o desastre de sua ação.

Quando você tem um craque em campo, ou um jogador de muita qualidade, como Benedetto, em um grande momento, nada justifica sua troca. Nada! Muito menos a marcação. Mesmo que a característica desse jogador não seja marcar, sua presença em campo já marca os jogadores, em função de sua qualidade. Maradona, Pelé, Garrincha, precisavam marcar? 

O resultado não podia ser outro senão uma queda no potencial de ligação ofensiva do Boca e o River Plate passar a crescer paulatinamente. O River, comandado pelo treinador Gallardo, que tem, como disse antes, sua digital dos tempos de jogador parecida com o jogo do River, com jogadas de tabela curta, aproximação e técnica, melhorou tecnicamente e começou a sobrar no jogo. Foi justo de uma jogada de deslocamentos, conjuntos e toques precisos, como num jogo de futsal, que o River empatou. 

Com a necessidade da prorrogação, o River chegou ao desempate, usando sua maior categoria técnica e o valor de seu conjunto. O terceiro gol no final da prorrogação já era consequência de uma pressão de um time com menos um jogador: Barríos fora expulso justamente e por conta de uma decisão, onde duas escolas da velha raça argentina, sempre vendem muito caro uma derrota. 

A Espanha viu de perto o futebol que irá enfrentar na final do mundial de clubes, provavelmente. É sabido, pelo rival, e pelo próprio River, que o Real Madrid está acima. No entanto, futebol é jogado e ao favorito cabe provar sua superioridade.

Vamos à final do Mundial! Parabéns, River, pela conquista gloriosa!

Nota: Dedico esta coluna a um dos maiores amigos que já tive em minha vida, falecido esta semana, em seu ambiente de trabalho. Paulo Cesar Nântua era um assíduo leitor desta coluna, amigo, como um irmão, que amava sua família, sua esposa e o Fluminense, time de seu coração e do meu também, que acabou traído pelo seu próprio pulsar, aos 52 anos.

“Que aí de cima, Nântua, você tenha uma visão melhor do que se passa na triste política do Brasil, que tanto lhe entristecia, revoltava, e do Fluminense, que o fazia sofrer ao apequenar-se a cada dia. De cima, meu irmão, você vai ver melhor, vai saber melhor e vai estar bem, sim. Que Deus abrace sua alma e seu grandioso coração."

domingo, 2 de dezembro de 2018

NO FIM DO BRASILEIRO 2018 ATRAÇÃO FORAM REBAIXAMENTOS


Se você se acostumou a ver um campeonato sendo encerrado com a atmosfera de um ou mais jogos decisivos, transbordando torcedores e emoções, com o Brasil inteiro sem saber quem será o campeão, eu lamento. Foi o tempo. Hoje, há uma torcida no Brasil, a do Palmeiras, naturalmente, vibrando com o título conquistado na semana passada. E umas duas ou três,  no máximo, satisfeitas por disputarem a Libertadores 2019. É só.

Já cansei de criticar esse modelo de pontos corridos que leva a não haver um jogo final. Não há melhor fórmula do que a da Copa do Mundo. Não importa que seja uma competição de tiro curto. É possível mirar-se nela. Através de grupos com cabeças de chave, por exemplo, os melhores pontuados no ranking, um sorteio pode definir quatro grupos de cinco times. Existem profissionais tarimbados e criativos que poderiam elaborar coisa melhor.

O primeiro pré-requisito é que o campeonato teria de ser menos longo. Ao invés de oito meses, quatro ou no máximo cinco, dando espaço para os outros campeonatos regionais e sul-americanos. É muito difícil você ser campeão da Sul-americana ou da Libertadores e ser campeão Brasileiro. Tem de haver um super elenco para isso. Portanto, esta é a razão deste domingo morno, onde a atração não poderia estar nos envolvidos na condenação à série B.

Aproveito para, citando os rebaixados Sport, América-MG, Vitória e Paraná, falar dos bichos papões que rondaram esse grupo de queda. Logicamente, Vasco e Fluminense. O Vasco é mais fácil de definir seu momento, a política interna do clube. O Vasco se encostou por décadas em Eurico Miranda que sempre foi o “meu bem, meu mal” vascaíno. Atualmente, ao relutar em deixar o poder, ele parece espalhar minas em São Januário para que os administradores candidatos se explodam. E com isso, o prejudicado é o próprio Vasco, que faz tempo que não consegue formar um grande time.

No Fluminense é menos visível porque seu principal problema começa pelas categorias de base do clube. Há duas formas de você montar um bom time: conseguindo um super patrocínio ou uma espécie de patrono milionário que, bem auxiliado, por gente do ramo, contrate estrelas; ou através do aproveitamento da categoria de base. Ocorre que é justo nela que se esconde o grande problema do Fluminense (e também de alguns outros clubes). Dirigentes–empresários que usam o clube para negócio. Extraoficialmente na base mas concentrando suas atividades no profissional.

Por ano passam milhares de jogadores na base. Muitos não são aproveitados pela incapacidade técnica, competência e honestidade dos que os avaliam. É preciso ter “vista longa” e ser do meio do futebol para descobrir valores. Mas, descobri-los de fato. Não outros tipos de valores traduzidos em mercadoria que com um bom banho de marketing surgem do dia para noite, apoiados na conivência mal intencionadas de alguns jornalistas esportivos e outros empresários de ocasião, como “as novas sensações” do futebol brasileiro e até mundial. Sem me estender demais, é aí que começa a boutique que forma as alcateias de lobos que tomam conta de um clube de mais de 116 anos, feito de vitórias mil.

Os poucos aspirantes a craques ou até valorosos jogadores identificados por esses “lobos” são negociados ainda verdes. Sequer tomam algum contágio com a história do clube. Naturalmente, as figuras perniciosas que chamei de “lobos” alegam a necessidade financeira do clube e suas dívidas estratosféricas para ter de negocia-los. Mas, infelizmente, negociam mal, antes do tempo e não costumam reverter os dividendos para o clube que investiu na formação desse jogador. Já virou uma bola de neve. É um círculo vicioso que parece que só terá fim quando um clube como o Fluminense estiver agonizando.

Camuflados, passam facilmente ao torcedor, ingênuo e movido pela paixão, a esperança de que jamais um clube do tamanho do Fluminense Futebol Clube irá acabar. E o torcedor, por sua vez, descarrega suas frustrações e revolta em treinadores ou presidentes que são apenas marionetes desses grupinhos e empresários especializados em estatísticas e não em futebol. Os “lobos” seguem camuflados e blindados. Blindados dentro do clube e em várias instituições fora dele. Mantendo relações espúrias e nebulosas com os poderosos do submundo que dá às ordens no futebol brasileiro. São eles os verdadeiros “patrões” dos jogadores e não mais o clube.

Para esses “lobos” o ideal é que o clube vá bem, mas nem tanto. Não caia, mas também não seja campeão. Chamar a atenção demais pode ser muito perigoso. Quem sabe a torcida acaba descobrindo um dia o nome dos “bois”?

Até a final tumultuada da Libertadores entre River Plate X Boca Juniors, Deus sabe quando e como.

domingo, 25 de novembro de 2018

O CONFLITO NA LIBERTADORES E O TÍTULO DO PALMEIRAS




Vamos por ordem de assuntos: a polêmica e conflituosa decisão adiada - não se sabe para quando - da Copa Libertadores entre River Plate e Boca Jrs. Muito se pergunta: por que aconteceu isso? Quem são os culpados? Dava pena ver a expressão dos torcedores do River Plate ao deixarem o estádio, surpresos após tanto aperto, sofrimento e informações contraditórias. A todo instante chegavam notícias confirmando ou desmentindo a realização da partida. Acharam pouco o desrespeito com o torcedor.

Muitos podem afirmar: “Ah, mas a culpa foi dos torcedores do River Plate que iniciaram a confusão.”. Olhem, por favor: culpem o que quiserem, menos o torcedor. O que aconteceu fora do estádio, dando início à confusão, com pedradas e selvageria de parte dos torcedores do River, poderia acontecer do lado adversário e em outras partidas sob responsabilidade da Conmebol. Ela é inexistente. Uma instituição com pífias atuações no passado e um presente vergonhoso representando o futebol sulamericano. Vamos aos erros e omissões por ela cometidos:

Sob sua organização, permitiu que o ônibus do Boca tivesse aproximação com a torcida adversária. Mesmo não havendo agressão por parte dos selvagens do River, era no mínimo temerário a delegação passar na frente da torcida de seu rival em meio a momentos que antecediam uma decisão inédita e uma Argentina e um mundo tão violentos. 

Depois, o absurdo, já cometido na partida anterior, em dividir as torcidas de modo único. Boca no primeiro jogo e River no segundo. Não há questão de segurança que justifique essa medida. O policiamento foi feito para isso. E existem várias medidas preventivas que propiciam a divisão das torcidas adversárias. Só isso já basta para medir a mediocridade dos dirigentes da Conmebol. 

Mesmo assim ainda se deram ao luxo de cometer barbaridades com troca de informações e comunicados vagos e desprovidos de poder decisório, levando a uma insegurança e dúvida que atingia até setores da imprensa mais afastados. Não havia quem não ficasse confuso com aquele circo de horrores que era pra estar fervendo de esportividade, com alegria de uns e tristeza de outros, mas com a prevalência absoluta do futebol.

Vamos aguardar os próximos capítulos dessa novela que só faz denegrir e manchar o futebol sulamericano.

Quanto ao Palmeiras, há pelo menos umas 7 ou 8 rodadas, já parecia trazer a faixa no peito. Um clube rico, com estrutura, um elenco de fazer inveja a muitos clubes brasileiros, só encontrando páreo e alguma dificuldade, a meu ver, no Cruzeiro e no Flamengo, que chegaram onde podiam. Ou seja, um decacampeonato que se desenhou nos últimos 2 meses. Uma equipe bem postada, com 5 ou 6 excelentes valores individuais, bons jogadores de reposição, um estádio próprio e força política. 

Enquanto o Palmeiras ganhava força no torneio, Flamengo, Inter e São Paulo, àquela altura favoritos, iam largando os pedaços, perdendo o gás no quarto final da competição. Hora por interesses financeiros, hora por não conseguirem lidar com o calendário criminoso do futebol brasileiro, ou, no caso do São Paulo, ainda em formação e renovação de glórias passadas. Extremamente justo o título do Palmeiras pela vantagem que leva nos aspectos que abordei e pelo clube forte e bem estruturado que é.

As emoções que sobram para o que chamei várias vezes de um dos piores campeonatos brasileiros que já vi na minha vida, e reitero a afirmação, são as emoções negativas e melancólicas dos que estão por cair, que são: Ceará, Fluminense, Vasco, Chapecoense, América MG e Sport (Paraná e Vitória já estão rebaixados). Não tenho a menor ideia de quem serão os “premiados” com a Série B em 2019. Acho apenas que, pela campanha que fez até aqui, o Ceará é o que menos merece entre os candidatos. O time do Nordeste ainda conseguiu uma recuperação extraordinária, saindo há 2 meses da última posição e estando hoje na 13º, a 1 ponto da permanência. Os demais citados foram e são um vexame só. Com honras especiais a um time que fez questão de incluir-se neste hall da tristeza nas últimas rodadas: o Fluminense.

Amigos, até o capítulo final!

domingo, 18 de novembro de 2018

FORTALEZA MOSTRA A FORÇA DO FUTEBOL NORDESTINO



Vamos falar de Série B? Por que não? Tenho visto jogos da Série B bem superiores aos da Série A. Não vejo demérito no futebol que tem sido jogado pelo próprio Fortaleza, campeão, por Avaí e pelo próprio CSA. A direção do clube Cearense apostou pesado em 2018. Trouxe o carisma e experiência como jogador de Rogério Ceni, que embora calouro na função, teve um índice de acerto estupendo. A equipe, em 38 rodadas, permaneceu 36 na liderança, mostrando a incontestável superioridade sobre os demais adversários.

É uma equipe de outro planeta? Joga um futebol de gala? Não. Longe disso. Mas, dentro da realidade atual do futebol brasileiro, sua comissão técnica acertou nas contratações, montando um time certinho, coeso e com um planejamento altamente profissional. A equipe não chegou a ter  destaques de alto nível. Uma equipe equilibrada, bem distribuída em campo, que fez da regularidade a tônica de seu jogo. Sabendo que o centroavante Gustavo é um bom jogador, de time de ponta, seria injusto destacá-lo individualmente. É como disse: Fortaleza foi um todo. Foi um todo até nas arquibancadas, com um show da torcida, lotando por várias vezes o Castelão. E fazendo do jogo que coroou o título, um momento inesquecível para o torcedor que não se cansa de comemorar com toda justiça e razão. Fazendo uma festa de gala e bem brasileira no Nordeste.

Vamos aguardar os próximos classificados. Já temos o Goiás na Série A também, time que considero indefectível. Normalmente não tem força de chegada, dificilmente você o vê nas finais de algum campeonato, mas em compensação, vê-lo na Série B como esse ano não é comum. Sabe utilizar bem o Estádio Mané Garrincha. Os outros cotados para vaga são CSA, Avaí e Ponte Preta. Não vejo favoritismo e nenhuma fumacinha de surpresa entre eles. Torço que mais uma equipe do Nordeste se classifique, assim como o próprio Ceará, na Série A, não caia para B. Para que tenhamos um clássico que lembre por algum momento os estádios lotados e alguma emoção dos Fla x Flu que víamos no passado e não vemos mais.

Uma breve nota sobre a Série A: o Palmeiras só não ganha se não quiser. O troféu está a sua disposição há algumas rodadas. Lembro que os últimos campeões brasileiros, todos eles, tinham a melhor situação financeira que todos os outros. Mas não é por essa razão hoje que o Palmeiras tem a melhor equipe do campeonato ao lado do Cruzeiro, a meu ver. Tem o melhor elenco e a liderença de Felipão veio na hora certa para exercer o que ele melhor sabe fazer sobre uma equipe. Manter o comando e a união de seus jogadores.

Até semana que vem!

domingo, 11 de novembro de 2018

LIBERTADORES: BOCA E RIVER DÃO INÍCIO A UM DUELO INÉDITO


Esta coluna era pra ter sido escrita ontem, mas as nuvens sobre a Bambonera fizeram do gramado uma verdadeira piscina. Impraticável para uma partida de futebol. De certa forma, como brasileiro, eu gostei. Pois foi a atração principal do domingo, que reserva seu espaço aos grandes jogos. E o nosso Campeonato Brasileiro agoniza: traz o Palmeiras a um passo de um título do, provavelmente, pior campeonato brasileiro que já assisti em tantos anos de futebol.

Voltando ao duelo portenho, há de se destacar que nenhum dos dois times possuem mais aquela equipe de deixar o público de boca aberta. Mas, dentro das limitações do futebol atual e das crises pelas quais passam os clubes, é o que tem de melhor pra apresentar no momento. O River é um pouquinho mais técnico, mas o Boca não fica em desvantagem, pois tem a garra dos campeões. Em matéria de emoção, o jogo de hoje foi de fato emocionante. Talvez para o Boca o empate tenha sido mais amargo. Tanto é que Marcelo Gallardo, através de seu preposto, começou a fazer substituições a partir dos 25 minutos do segundo tempo, visando mais garantir o placar.

O Boca, em casa, com sua fanática torcida presente, empurrando seu time para a vitória, que por pouco não vem novamente pelos pés do talismã, Benedetto, num passe genial de Tévez. Desta vez, o talismã foi bem abafado pelo goleiro Armani. 
Há de se destacar negativamente os próprios goleiros, com exceção do segundo gol do Boca, num giro de cabeça indefensável de Benedetto. Se fossem os que vi ao longo dos anos, seria difícil transpô-los. Aliás, vale lembrar que o futebol argentino há mais de 3 décadas não produz um goleiro a altura de sua tradição na posição. Os outros 3 gols que não citei, tinham grandes chances de serem defendidos por Fijol, Pumpido e outros que foram verdadeiras barreiras na meta argentina.

A zaga, onde vimos Passarella, Brown e Perfumo jogar nos velhos tempos, também passa por apuros. Seus zagueiros marcam em linha e sempre a bola, não o jogador. Ao menor passe ou rebote, você encontra um vigoroso e lutador Ábila em condições de marcar em apenas um ou dois toques. As bolas paradas centrais longas, assim como as esquinadas, têm que ser neutralizadas em treinamento. A que motivou o gol de empate do River, hoje, era do Rossi. Uma bola que cai a 5 metros de sua meta e viaja pelo alto por mais de 50m, tem de ser do goleiro. É preciso que o goleiro assuma essa responsabilidade e não tenha medo de errar.

Uma contusão, hoje de Pavón, pôs novamente em campo Benedetto, que poucos minutos depois levava o Boca à vantagem. Não sei porque Schelotto se dá ao luxo de utilizá-lo como uma carta na manga. É um erro. Assim como é um erro usar Tévez por tão pouco tempo. Craque é craque. Faz com facilidade o que os outros fazem com muita dificuldade. E hoje, por exemplo, se o Benedetto é mais feliz na conclusão, o Boca teria saído com uma vantagem preciosa.

De qualquer forma, como citei no início, o River tem um pouco mais de técnica e uma variação maior de jogadas. Mas, o resultado acabou sendo justo. E daqui até a final, as equipes buscarão oxigênio e estratégias para representar a América do Sul e a Argentina nas finais do mundial interclubes. Não tenho favorito. As chances são rigorosamente iguais. A bola está em jogo!

domingo, 4 de novembro de 2018

LIBERTADORES 2018: O SONHO BRASILEIRO ACABOU


Pela primeira vez na história, teremos uma final 100% Argentina. Boca Juniors e River Plate decidirão qual é a melhor equipe da América. E com todos os méritos. Porque ambas as equipes cresceram ao final da competição e, em alguns momentos, reviveram a velha raça portenha.

Os leitores sabem que não aprovo esse modelo de Libertadores. Se antigamente ele era restrito demais, onde só passava no gargalo classificatório o Campeão Brasileiro – nem ao menos o vice tinha esse direito – hoje, “vai todo mundo”. O primeiro, o segundo, o terceiro... e muitas vezes até o sétimo colocado. Isso sem falar na Sulamericana que classifica para o ano seguinte da Libertadores, com vaga até o 13º colocado entre 20 clubes. Lembrando que dos 20, 4 são rebaixados, apenas 3 ficam em zona neutra. O acordo esdrúxulo premia quem tira em 13º entre 20 clubes, com uma classificação para a Sulamericana e o direito de disputar uma Libertadores caso ganhe. Esses 3 times que citei na Zona Neutra naturalmente estão de mal a pior. Resumindo, só não se classifica para os torneios da Conmebol quem não quer.
Isso vulgarizou a competição. Evidente que a ideia é distribuir as finanças, mas com mau futebol, as finanças saem pelo ralo. Vi times jogando a Libertadores e a Sulamericana que não estariam nem na Série C do Futebol Brasileiro há anos atrás. E para piorarem as coisas, você chega no final do Brasileiro, se encontra com a final da Libertadores e mais a Sulamericana. Isso a um mês das férias pelo calendário do futebol Brasileiro. Jogadores extenuados, dezenas e mais dezenas de viagens, lesões, troca de treinadores, falta de verba, enfim...uma ideia destruidora e absurda.

Não adianta apelar para quantidade, o que sustenta e enaltece o futebol é a qualidade. Ou você prefere ver um jogo de baixo nível e pagar para assistir um filme no cinema com artistas que não gosta?

Quanto ao Campeonato Brasileiro, sofre, como todos, as consequências desse caldeirão de mediocridade da Conmebol. O Palmeiras com um elenco forte, vem arrancando na hora exata e está muito perto de ser campeão. O Flamengo, seu adversário direto, se desencontrou em meio ao complexo de grandeza excessivo, a pouca visão de seus cartolas e a falta de planejamento. O Inter, embora ainda no páreo e com um time razoável, luta para alcançar o Palmeiras e parece ter mais chances que o Flamengo hoje. Pode até conseguir, mas a distância do Palmeiras é confortável no momento. Enfim, daqui a um mês teremos o encerramento da temporada.

Os 2 times Argentinos candidatos ao título, onde um deles provavelmente jogará com o Real Madrid, tem calendário diferente do nosso. Ou seja, ainda tem preparo físico para encarar o poderoso Real Madrid, muito embora fique claro que para vencer um Real Madrid, um Barcelona, e ser campeão do mundo interclubes, é preciso bem mais que um excelente preparo físico.

Abraços!

P.S:   Comunico aos senhores que a partir do ano que vem não teremos Ministério dos Esportes, segundo informações do atual presidente eleito no Brasil.


Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação

sábado, 13 de outubro de 2018

O FUTEBOL BRASILEIRO E SUA METAMORFOSE


Prezados leitores, antes de mais nada peço desculpas pela coluna que fiquei lhes devendo na semana passada, que por motivos particulares não tive oportunidade de escrevê-la. E confesso aos senhores que é muito difícil escrever sobre futebol neste momento, num país que vive uma verdadeira encruzilhada do ódio via eleições. Se em países mais bem organizados, muito mais experientes e sofridos em matéria de política e desenvolvimento, países que já passaram por guerras internas e externas, a situação seria caótica, façam uma ideia um país que tinha como lema até uns anos atrás “O país do futebol”.

A ameaça real e cada dia mais próxima de uma ditadura política no Brasil não poderia deixar de refletir no futebol. Por esta razão, estou dizendo, que fica muito difícil escrever sobre. Isoladamente, uma partida ou outra, ainda pode merecer algum destaque. Mas ele se perde em meio a mediocridade que reina nos gramados. Se já estava difícil, fica pior ainda com esse reflexo político. Num campeonato a menos de 2 meses de seu final e a dias de eleições conflituosas e à beira de um total apagão social, que notícias relevantes temos? As péssimas arbitragens que permitem entradas violentas e criminosas de um jogador contra o outro? Além de passarem a maior parte do jogo travando as partidas e conversando fiado com os jogadores que, por sua vez, entram em campo para cantar um desnecessário hino nacional homenageando o candidato de preferência da maioria no clube e de seu cartola mandachuva, de nome Mario Celso Petraglia. Estou falando do Atlético Paranaense. A multa que receberá pela atitude irresponsável e inconsequente de seus dirigentes ou não será paga ou pouco importa para os autores da ideia.

Fato é que, assim como no país misturaram religião com política, atiçando mais ainda o ódio existente, o futebol não é exceção. E os jogos que você têm visto não tem sido marcados por destaques positivos, por alguma qualidade e pela cordialidade e fair play que o esporte exige. O esporte não abre mão da democracia. Nunca! Sem ela, não há futebol. E sem futebol não há alegria e muito menos inspiração e criatividade.

Um bom fim de semana a todos!

domingo, 30 de setembro de 2018

ALGUMA NOVIDADE NO FUTEBOL AÍ?


Eu, particularmente, tenho visto muito poucas. E você, amigo leitor? Nada que tenho surpreendido positivamente ou que nos dê esperança de algo diferente. Por enquanto, em matéria de futebol brasileiro, o que tem sobressaído é o antijogo e a agressividade das equipes, envolvendo até profissionais extracampo. É um espelho da tônica da política do país no momento. Cultura de ódio, divisões, ameaças e ofensas de toda sorte. O futebol não passa impune, não.

Se por um lado os jogadores atuais se manifestam muito pouco politicamente, funcionando quase como robôs, e trabalham e se comportam dentro dos padrões criados pelo tal “politicamente correto” no futebol, que significa mais ou menos fazer de tudo dentro de campo, bater, entrar na maldade, usar de violência desnecessária e depois agradecer aos céus. Ou mesmo, ao fim da partida, um arranca-rabo aqui, uma troca de socos, um tumulto, qualquer coisa que justifique ausência total de futebol, bom senso e mentalidade profissional e esportiva. Como disse antes, é o quadro do país.

Os jogadores, infelizmente, não são mais empregados do clube. Na teoria e na documentação, são obrigados a serem. Mas todos que giram no mundo do futebol sabem que seus verdadeiros patrões são os empresários ou diretores-empresários dos clubes. As equipes têm poucos jogadores com alguma relação mais profunda e sentimental com o clube.

E segue o campeonato, aos trancos e barrancos, com os líderes embolados, numa 27ª rodada onde Internacional, Palmeiras, São Paulo, Grêmio e, por último, o atualmente desnorteado Flamengo, pra alegria dos cartolas da CBF, continuam irregulares, embolados e jogando um futebol muito aquém da posição que ostentam.

É, meus amigos, estamos vivendo de alguns poucos jogos interessantes e de raríssimos momentos de bom futebol. A realidade é essa. Quem como eu acompanha a série B às vezes ainda consegue ver partidas melhores e times mais bem organizados do que muito peixe grande da série A.

E, no futebol mundial, num período pós-Copa, pouco se vê de novo e interessante. As estrelas do momento, Messi, Neymar e Cristiano Ronaldo, estão em baixa, com exceção de Hazard, da Bélgica, que mostra muita técnica, habilidade e ofensividade. Talvez ele seja a atração solitária e isolada do futebol mundial atualmente num todo.

Vamos ver o que nos aguarda 2019, sempre com a esperança de que as categorias de base da América do Sul ou da Europa nos apresentem uma nova atração, uma grande novidade, para que eu possa, com prazer, retratar aqui e debater aspectos positivos e mais alegria, que é o quê norteia o show do futebol.

domingo, 23 de setembro de 2018

EM VÍDEO, O FUTEBOL QUE VOCÊ VIA HÁ MENOS DE 20 ANOS




Trago para você, leitor do Futebol de Fato, um retrato do futebol e das equipes que se destacavam um pouco nas competições, como é o caso do vídeo que estou exibindo, entre São Paulo e Vasco da Gama, no início de 1999, pelo Torneio Rio-São Paulo. Peço desculpas pela qualidade limitada das imagens, pois é uma cópia (naturalmente extraída de videocassete), mas o suficiente para você ter uma ideia de como o futebol vem decaindo através das imagens e dos nomes.

A princípio, repare nas escalações de São Paulo e Vasco:



Destaques primeiro pela ausência de Serginho (quem lembra, um excelente lateral esquerdo do São Paulo). Pelo São Paulo nós temos Rogério Ceni em plena forma, o lateral Jorginho (Campeão Mundial), o zagueiro Márcio Santos (também campeão mundial), o eficiente zagueiro Bordon, o habilidoso meia Carlos Miguel, os atacantes Dodô, Marcelinho Paraíba, Warley e ainda França (que entra no jogo, mas que era excelente jogador).

Pelo lado do Vasco, uma equipe coesa e experiente, encaixada na filosofia de jogo e no rigor de Antônio Lopes e sua intimidade com as entranhas do clube de São Januário. Grande goleiro Carlos Germano; lateral Zé Maria; o extraordinário Mauro Galvão, que carregava seu parceiro esforçado ao lado, Odvan, levando-o a se superar em alguns momentos. Este por sua vez tinha companhia de ninguém menos que Felipe, na lateral esquerda, um dos últimos talentos na posição; tínhamos o ótimo meia defensivo Luizinho; o genial Juninho Pernambucano; o habilidoso e técnico Ramon; Donizete, a Pantera; Wagner (que faz um lindo gol no jogo, onde o Vasco venceu por 3x1 no Morumbi) tendo ainda, na frente, Luizão - campeão do mundo em 2002 – e na reserva, Guilherme, que apesar de limitado tecnicamente, pontuava como artilheiro.

Esta partida foi disputada num meio de semana, sob chuva no Morumbi. Todos sabiam, na ocasião, a dificuldade que era vencer o São Paulo. Mas o que me chama atenção, e eu convido você para comprovar, é a qualidade do jogo, a variedade de jogadas e a presença da emoção sem tanta necessidade de marketing e de forçarem a barra na transmissão. Isso há menos de 20 anos, o que em futebol é pouco tempo. Até porque, estávamos na era Romário, Ronaldinho, Rivaldo, enfim. O que chamo a atenção de vocês é tanto do público presente, que prestigiava um torneio que dava largada no campeonato nacional e foi desativado. Onde há espetáculo e bom futebol, a torcida comparece, o futebol agradece e o clube sempre sai lucrando.

Comparando com jogo de São Paulo x Vasco nos dias de hoje, em 2018, se você postar um jogo entre as duas equipes e a escalação lado a lado, vai ter uma ideia exata do que se perdeu e da decadência das equipes, dos elencos que possuíam e da maior força do futebol brasileiro na ocasião. É bom lembrar que havia outras equipes de excelente nível, se você pesquisar no google, verá que as escalações estão anos à frente dos times atuais. Por que será?

Já frisei aqui, em várias colunas, as várias razões da decadência do futebol e do trabalho medíocre, disfarçado em comércio, que o futebol brasileiro atual está vivendo. Mas, tire você suas conclusões. Vale a pena comparar, porque a distância não é tão longa assim.

O Futebol de Fato está aberto para sua versão sobre a bola que levantei.

Um grande abraço!

P.S.: Enquanto isso, segue o campeonato Brasileiro de 2018 fraquíssimo, medíocre e com uma violência cada vez maior, como tenho frisado. É rotina um ou dois jogadores se ferirem gravemente em choques na cabeça ou sendo vítima de fratura exposta, como o caso do jogador Pereira, do Brasil de Pelotas, da Série B. 











domingo, 16 de setembro de 2018

BRASIL: O EX-PAÍS DO FUTEBOL AGORA SÓ PEGA NO TRANCO


É, meus amigos, parece piada, mas é verdade. Tá tudo diferente e complicado. E começo logo minha crônica lembrando à imensa torcida de Vasco, Fluminense e Botafogo que os 3 já são, sim, clubes pequenos. Os clubes se comportam como pequenos, quase sem existência social, trabalham e jogam como pequenos. E pequenos mal organizados. Porque, antigamente, vários clubes de menor expressão conseguiam resultados e formavam times até melhores do que esses que vocês veem. Só não tinham essa torcida que os mencionados têm. Outra coisa que não é igual é em orçamento. Mas, aí eu não sei o que é pior. Se é ser um clube pobre ou um clube “rico” com dívidas acima de 200, 300 milhões.

O Flamengo foge um pouco a essa regra porque nas duas últimas temporadas, valendo-se de sua boa renovação de base, conseguiu montar algumas equipes de bom valor e hoje poderia estar até melhor se tivesse planejado com um pouco mais de inteligência a saída de Vinicius Junior e a interrupção da Copa. Mesmo assim, o clube da Gávea ainda tem elenco e condições de levar parte de sua multidão de torcedores aos estádios de todo o Brasil. Já os que citei, os “pequenos” do Rio, não.

Até o Vasco caiu muito em matéria de torcida a nível nacional. Há quantos anos Vasco, Botafogo e Fluminense não formam um time bom e competitivo, com uma direção organizada e livre de escândalos? Por isso que hoje Palmeiras, Santos, São Paulo, Corinthians, Cruzeiro, Internacional, Grêmio, os times chamados de ponta do nosso futebol, são, sim, favoritos sempre que enfrentam os 3 cariocas que se apequenaram.

Ontem, então, como ilustrado na foto, o jogo Vasco X Flamengo foi emocionante, sim. Mas por duas razões. Por ser disputado fora de sua capital de origem, para torcedores que esperam de tempos em tempos ver o seu clube de coração atuar em seu estado. E ser recheado de emoções, só que oriunda de erros. Se você reparar bem, a emoção que você tem visto nesses jogos acontece por falhas ridículas, bisonhas, terríveis que redundam em lances de perigo ou gols, que nascem de erros gritantes e não da qualidade de criação de seus jogadores.

Isso quando não é pior, como ontem no clássico mal programado para um sábado, entre Vasco X Flamengo, e em Brasília, assistir a jogadas típicas de UFC, como a que protagonizou o zagueiro Luiz Gustavo sobre o meia vascaíno Bruno Silva, colocando a vida do colega de time em risco por uma pixotada sem precedentes e explicação. Antes ele já havia feito um golaço pelo Flamengo, contra suas próprias redes, por absoluta falta de técnica e domínio de fundamento.

Sobre as outras partidas dos outros clubes, de outros estados, como Santos X São Paulo, que marcaram a 25ª rodada desse estranho e embolado Campeonato Brasileiro, ameaças, invasões de campo, jogadas violentas como a de Bruno Alves, do São Paulo, sobre Rodrygo, do Santos, que o árbitro vergonhosamente deu cartão amarelo quando devia expulsá-lo imediatamente.

É isso. Eu lamento ter de passar a vocês uma imagem negativa do futebol brasileiro, como fiz na coluna anterior em relação aos amistosos da seleção contra Estados Unidos e El Salvador e faço agora sobre o futebol jogado no Brasil. Perdoem-me, mas isso não é futebol brasileiro. Nunca foi.

domingo, 9 de setembro de 2018

E O FUTEBOL BRASILEIRO TAMBÉM FOI À GUERRA



A exemplo do país e de um povo à beira de um colapso nervoso ao se aproximarem as eleições presidenciais, e ainda vivendo um golpe de estado de consequências nefastas, o futebol também é atingido pelo clima de ódio e desentendimento geral que esta situação traz ao país.

Foge à regra a Seleção de Tite, no aspecto do conflito, ao recomeçar seu trabalho para 2022. Por enquanto tudo são beijos e abraços e no âmbito esportivo é difícil dizer o ganho que Tite viu neste amistoso com os Estados Unidos, de cunho comercial e, provavelmente, verá contra El Salvador. Os Estados Unidos de uma equipe renovada e com potencial desanimador, de técnico novo, inclusive. 


Contra El Salvador também não existe nenhuma expectativa positiva. Nada diferente. A única percepção é a de que Tite talvez tenha lembrado agora que o futebol brasileiro é ofensivo por natureza. E saiu experimentando Douglas Costa com Firmino e Neymar. Quase usando um 4-3-3 bem à moda antiga. O gol de Firmino veio de uma jogada que é exemplo disso. O treinador sentiu que precisa fugir da dependência de Neymar e está, digamos, experimentando a fórmula de 3 atacantes. Vamos ver até quando. As tais vantajosas observações é que, por enquanto, ficam apenas na conversa mesmo.

Sobre o título da Coluna, fica claro ao assistir às últimas partidas do Campeonato Brasileiro. Violência dentro de campo, contra o adversário e contra a bola, e fora dele. Mesmo naqueles jogos de clubes como Internacional, Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro, que estão um pouco acima dos demais concorrentes. A pancadaria voltou a acontecer fora do estádio e dentro, algumas briguinhas domésticas sem muitas explicações. Os times mais abaixo na tabela protagonizam o pelotão de um verdadeiro atentado a um bom futebol. Assistindo há pouco Paraná x Santos, deu pena de ver tantas falhas bisonhas. Até pelo lado Santista.

No Maracanã o clássico carioca, triste clássico vovô de épocas passadas. Quem via Fluminense x Botafogo com um Botafogo com equipes do nível de Garrincha, Didi, Nilton Santos etc, e o Fluminense de Castilho, Píndaro, Valdo entre outros, já está se acostumando com Lindoso, Gustavo Buchecha, o goleiro Saulo, e Jadson, Everaldo, Richard entre outros pelo lado do Fluminense. E com estádio de público presente de jogo preliminar, como no passado. Público de pelada de várzea. Que não é pra menos. Chutões, furadas, gramado em péssimas condições, piorando mais ainda o nível técnico do jogo. Entradas ríspidas , de um violência sem sentido, e com a complacência dos juízes, como também tem acontecido em outros jogos. Nessa levou a melhor o tricolor por ter um time menos ruim, mais organizado e com a experiência de seu bom treinador e de sua dupla de zaga já acostumada a jogar junto. O próprio jogo do Flamengo, ontem, contra a Chapecoense, foi abaixo da crítica.

O nível técnico praticamente inexistiu nessa rodada. Como raramente tem aparecido desde que abriu o campeonato. Você conta nos dedos os jogos bons ou razoáveis entre os 24 já realizados pela maioria. Mas hoje eles se superaram. Em quase todos houve conflitos entre treinadores, massagistas, jogadores reservas, com direito a expulsões, ameaças de agressão e todo tipo de antijogo. É como disse acima: parece que os jogadores encarnaram o clima que interessa a alguns setores do país. Um clima de discórdia e bem fora da lei e longe da bola, como está o Brasil que já foi 5 vezes campeão do mundo. Durmam com esse barulho. 

domingo, 2 de setembro de 2018

A INFLUÊNCIA DOS EMPRESÁRIOS NO FUTEBOL




É muito difícil abordar esse tema, principalmente no Brasil. O pensamento que eu tenho sobre o assunto já me rendeu muitas inimizades. Mas, com certeza, por ignorância, insegurança e má fé dos que o fizeram. Só que aqui é o Futebol de Fato! Eu não tenho compromisso e nem rabo preso com ninguém. E fico à vontade porque procuro dizer a verdade, de dentro e fora das quatro linhas, sem ofender, denegrir ou prejudicar a carreira de A, B ou C. Por isso, sempre frisei com clareza que NADA TENHO CONTRA EMPRESÁRIOS NO FUTEBOL.

Os empresários hoje no mundo assessoram e muitas vezes criam estrelas e artistas em vários ramos de atividades. Até um cabelereiro famoso, em vários lugares do mundo, tem seu empresário. Habitual e natural. E no futebol não seria diferente. Mudam-se os nomes - no passado chamavam de Procurador, no mais distante, um advogado que respondia por ele, enfim, quase sempre existiu. O problema principal é quando este empresário não tem lastro no segmento esportivo. Neste caso específico, não tem experiência no futebol. Infelizmente, esses são maioria. Trocam uma promessa por outra que lhe interesse mais financeiramente, mas de menor potencial. Aproveitam a situação de pobreza de muitas famílias e o carregam para alguns clubes ou centros de futebol que se dizem formadores de atletas, fora de hora ou antes da hora. Nas mãos de pessoas que se dizem profissionais, mas não sabem dar um chute numa bola. E o mais grave: mantém a mentalidade que ataco insistentemente da prevalência do futebol teórico, pragmático. Do futebol de resultados. Do tipo de jogo que fere as raízes dos jogadores de futebol brasileiros. Ou de outra escola mundial. Ninguém faz um craque! Futebol não se aprende em livros e ponto final.

É uma vergonha existir no Brasil, com claros propósitos financeiros escusos, uma faculdade para formar técnico de futebol. É evidente e necessário que um técnico tenha conhecimentos básicos do que gira ao seu redor, porque tudo influencia no seu trabalho. Mas ele não tem de ser necessariamente formado em Educação Física, em Psicologia, em Marketing Esportivo, em Medicina Esportiva, em Fisiologia etc. Por essa razão talvez vocês vejam muitas figuras estranhas ao esporte. Figuras estas que são os famosos técnicos-empresários. Que obtêm as preferências dos clubes e seus cartolas vulneráveis profissionalmente, digamos assim, para não chamar de outra coisa, que os contratam pela troca de interesses, pela aquisição dos jogadores que lhe serão úteis e rentáveis, mais predominantemente na área financeira.

Nesse engodo, não importa para nenhum deles se o jogador não vai atingir o nível de cima. Basta que lhes deem lucro, seja lá em que praça for, em que país for. Mesmo sabendo que poderiam lucrar muito mais caso fizessem a coisa certa, não influenciando na vida, na história e na rotina de um clube de futebol. Portanto, o que eu torço é que essa influência seja benéfica, produtiva, seja feita por quem sabe fazer. Que o empresário receba seus dividendos à luz do dia, e o clube saiba de onde vem tais valores e seus cartolas vivam exclusivamente do trabalho a que se propõe na comissão técnica e diretoria que integram. Difícil, né? Parece um sonho. Acontece que não é um sonho, é um direito, é um dever e um respeito ao povo. Ao povo que os sustenta, ao torcedor que sofre, segura a barra e mantém a vida farta de muitos destes agentes secretos, em grande número que pulverizam e contaminam de vícios as novas gerações e constelações de estrelas que impedem de nascer. No futebol e até em outros esportes.

É isso aí!



domingo, 26 de agosto de 2018

CAMPOS DE GRAMA SINTÉTICA NÃO


Há décadas quando alguns jogos fizeram sucesso nos Estados Unidos, no torneio bicentenário, em 1976, na contratação de astros do futebol em vias de aposentadoria como Pelé, Carlos Alberto Torres, Beckenbauer e outros, a maioria dos campos utilizados era de grama natural, embora os craques tenham jogado também em grama sintética. É uma tradição dos EUA devido ao futebol americano de origem.

Ocorre que esse futebol é totalmente diferente do futebol praticado no mundo. É outro jogo. Até então esses eventos estavam limitados ao Estados Unidos e um ou outro campo no oriente médio. No Brasil eles vieram ganhando espaço devido às dimensões dos campos oficiais de grama natural serem atropeladas pela especulação imobiliária. Com a redução do espaço e sua comercialização, a grama sintética se tornou uma opção para campos de 45, 60, 70 metros. Como existe atualmente no Aterro do Flamengo-RJ, onde no passado era apenas terra batida.

A minha preocupação é que a FIFA começa lentamente a incluir no cardápio de suas atrações nos estádios a grama sintética, oficializando-a. Cedendo a pressão de alguns países onde ela é mais conveniente. O estádio chamado Arena da Baixada, do Atlético Paranaense, já é de grama sintética. Quem teve oportunidade de jogar nos dois e teve  experiência suficiente neles, profissionalmente ou não, percebe que por mais avançada que seja a tecnologia utilizada, mais barata seja a conservação e manutenção, a grama sintética não se adapta e não se iguala nunca a um campo de grama natural.

Na grama sintética você está sujeito a atritos em quedas que lhe rendem queimaduras, mesmo nos campos mais modernos. O quique é diferente. O amortecimento dela é muito maior. A velocidade do jogo, ao correr da bola na grama sintética, recebe um atrito maior. E o som do quique e do passe é diferente. A bola sai com menos velocidade a partir do momento que você bate nela. E o jogador se guia pelo som também. Sem falar em possíveis lesões de articulações devido ao atrito a que me referi, pois ela trava muito mais o corpo e os movimentos do jogador em campo. Em suma, a bola não ganha velocidade. Perde. É amortecida.

Se essa “novidade” virar mania e tornar-se padrão vamos perder muito. Não tenham dúvidas disto. Vida longa à grama natural sempre! Mesmo não estando em seu melhor estado de conservação.

É isso aí!

domingo, 19 de agosto de 2018

O RECOMEÇO DA SELEÇÃO DE TITE


Mantido com honras de Estado como comandante da seleção brasileira, embora seu objetivo maior, a Copa do Mundo da Rússia vencida pela França, tenha ido por água abaixo, o treinador fez sua primeira convocação, na qual, em minha opinião, o critério político permaneceu. No meu entender é mais um “tiro de meta” fora da realidade do que o futebol brasileiro necessita.

Não vejo só pelos nomes que considero inadequados e pelo lado político que citei, mas pelo modelo em que você percebe claramente que o ideal do trabalho, o foco e a mentalidade serão mantidos. Vou comentar sobre os nomes, embora, como frisei acima, não sejam o cerne principal da questão. Até porque, nos melhores trabalhos realizados, sempre houve injustiças ou nomes sem sentido sendo chamados para envergar a camisa da seleção.

Só pra dar um exemplo, na seleção de Deschamps, Benzema ficou de fora, dando lugar a Giroud. Ocorre que Giroud merecia mais a confiança de Deschamps e se enquadrava na sua mentalidade de jogo, que acabou sendo vencedora. Na gloriosa seleção de 70, por exemplo, haviam alguns nomes inferiores aos que ficaram no país. Mas os que foram preenchiam a necessidade de tamanha constelação. O pensamento e a tática de Zagallo na ocasião estavam corretos. Mesmo deixando, por exemplo, um jogador como Dirceu Lopes no Brasil.

Dos nomes escolhidos por Tite, fico sem saber a razão do Lucas Paquetá agora e da exclusão do Cássio. O que ele não viu em Lucas Paquetá até 3 meses que vai tentar ver agora? Era um jogador muito novo? E no próprio Vinicius Junior que, já jogava um futebol mais do que a altura da camisa amarela, mesmo para a Copa da Rússia, e não foi chamado. Qual modelo ele passará a usar no qual Paquetá se encaixa? Paquetá já vinha mostrando a praticamente um ano suas qualidades.

E Cássio deixou de jogar bem a ponto de justificar a convocação de um goleiro de 19 anos, sem passagem pelo profissional e que, por melhor que ele se saia nos anos a seguir, até a próxima Copa, para justifica-lo com a camisa 1 no gol brasileiro, terá de  fazer muito em muito pouco tempo. Terá de ser um fenômeno. E Tite ainda terá de ignorar o fato da posição de goleiro exigir, naturalmente, experiência.

Sua dificuldade em transformar as chances criadas na Copa em gol o fizeram acelerar a convocação de Pedro, do Fluminense. Tite deu um cartaz que Pedro ainda não tem, a meu ver. Um jovem de 21 anos, de boas qualidades técnicas, sim,  que, inclusive, me surpreendeu com a rapidez com que nos últimos 6, 7 meses ganhou tranquilidade nas finalizações, poder de fogo, precisão e ótimo posicionamento na área. Mas o jovem, humilde e esforçado jogador, ainda está lutando pelo seu espaço e é necessário ver seu desempenho enfrentando adversários, competições e situações mais difíceis do que as que tem enfrentado como centroavante no momento.

Pedro se destacou. E um clube em um estado pré-falimentar, como o Fluminense, quer vende-lo imediatamente, nem que seja abaixo do valor que ele possa vir a alcançar, jogando, digamos, mais um ano pelo clube. E em volta dessa vontade de vender Pedro, até fora do clube, existem interesses diversos e sombrios intercalados e entrelaçados. Nesse caso, se Pedro estrear e encher os olhos, no mínimo já ganha uma presença maior nas convocações. Do contrário, aí Tite irá sentenciar que ele não está maduro suficiente? Menos ainda ficará em clube diferente do que joga. A chance de Pedro, no atual estágio, ter muita dificuldade, mesmo contra 11 camisas de El Salvador e dos Estados Unidos, é bem real.

Pedro joga inserido em um sistema e em um esquema de jogo onde sabe o que faz e o que fazem para ele. Na seleção terá de apagar tudo que tem visto a sua volta em campo. Ou seja, até no caso de Lucas Paquetá, já mais adiantado, e como Pedro, que estou falando, existe um propósito que pode inibir o talento que de fato os dois jogadores têm.

Quanto aos demais, Fabinho, do Liverpool, já foi convocado e não aprovou. Andreas Pereira me parece também uma convocação política, com fundamento na nacionalidade belga do jogador. O Everton, do Grêmio, é um atacante muito veloz e esforçado. Acho pouco. E, por fim, pelo visto, Miranda e, principalmente, Gabriel Jesus, Tite concluiu que não serviram? Gabriel Jesus pode não ter servido à maneira como Tite quis usá-lo. Isso sim ficou evidente. Mas jogaria muito mais do que apresentou se o Tite o conhecesse melhor e o colocasse na sua posição de origem no Palmeiras. 

Para fechar, infelizmente, o mesmo problema da última Copa tende a se repetir em 2022, no Catar. O uso do modelo errado e da mentalidade que fere as raízes e autenticidade do verdadeiro futebol brasileiro.

Boa semana!

domingo, 12 de agosto de 2018

FUTEBOL INDECIFRÁVEL

Créditos: Investimento futebol

Por mais que eu me esforce, fica difícil passar para o leitor uma definição exata, precisa, sobre o futebol brasileiro, seus times e os campeonatos onde eles estão envolvidos. Vejo muitos erros primários na elaboração do calendário, o que não é novidade, da integração com torneios internacionais envolvendo a Conmebol, como a Libertadores, e própria Copa do Brasil, que já me manifestei ser contra por várias razões.

A principal é que a Copa do Brasil é um campeonato político, criado pelo Ricardo Teixeira com essa finalidade, mas que compete com o Brasileiro. Mantém o curral de votos da CBF em dia e passa para o torcedor e os clubes um viés de lucro ilusório, apimentado pelo engano de má fé de que a Copa do Brasil é o caminho mais curto para a Libertadores. Teoricamente, sim. Mas isso se você estiver disputando somente a Copa do Brasil.

Um dos exemplos da tamanha desorganização e falta de profissionalismo ocorreu semana passada e vai ocorrer novamente. Assim como Flamengo e Grêmio jogaram seguidamente há dias atrás. Acontece e o mesmo com Flamengo e Cruzeiro, por dois jogos seguidos. São torneios diferentes? Sim. Há uma coincidência nos encontros? Sim. Mas quantos jogos são adiados, transferidos? Quantos times têm jogos a menos? Justo porque às vezes não têm condições de dar conta de um, quanto mais de dois ou três campeonatos. Desgastam o jogador, o povo, que por sua vez fica sem dinheiro suficiente para dar conta dos caros ingressos das partidas (a maioria não valendo a metade do que é cobrado), fora outros prejuízos, como gastos com transporte e sua cervejinha.

O torcedor brasileiro tem sido heroico no calvário de acompanhar seu time de coração. E os clubes colaboram para o maior sofrimento aderindo às manobras do comando de futebol da CBF, como se não houvesse outra alternativa. Como se, sem ela, CBF, viessem a sucumbir. Não é o que tenho visto. Numa experiência rara, já há muitos anos, na polêmica nas finais que disputaram Flamengo e Sport, uma pela Copa União e outra pelo Campeonato Brasileiro, alguém tem dúvida de que a Copa União foi muito mais rentável, divulgada e emocionante?

Ficamos naquele círculo vicioso. Os clubes rezam para que suas bases revelem jogadores que sejam vendidos ainda na casca do ovo como solução para manterem suas existências. Nesta estratégia infeliz vão se acabando um Botafogo, um Vasco, um Fluminense, um Vitória-BA, um Atlético-PR e só não cito Santos e Corinthians porque o primeiro passa por uma situação complicada, mas tem tradição de um trabalho sério feito no clube que deve tirá-lo do sufoco em breve, e o Corinthians porque mantém um bom superávit financeiro e a credencial de sua imensa torcida para lhe garantir.

Podemos ter três campeonatos num ano desde que sejam estudados, seus calendários não coincidam e os espaços respeitem o estado físico dos jogadores? Sim. Mas isso acontecer é uma utopia. A ideia é sugar, sugar... até a fonte secar. Como os comandantes do nosso futebol creem que ela não vai secar nunca...