domingo, 17 de janeiro de 2016

BRASILEIROS TORCEM PARA O BARCELONA














Companheiros, na minha primeira coluna de 2016 trago à tona uma realidade que pode prejudicar mais ainda nosso combalido futebol. Reparem como tem sido cada vez mais comum encontrar camisas do Barcelona pelas ruas do país, principalmente em crianças. Ver transmissões de jogos ao vivo ou não de Barcelona X Atlético de Madrid, Barcelona X Bayern de Munique, etc, independente de estarmos em recesso em nosso futebol, virou rotina.

O ano que passou para nós, como já comentei anteriormente, foi de total fracasso. Ficamos com um Prêmio Puskas como consolação graças ao esforço isolado do jogador Wendell pelo modesto Goianésia, onde ele teve presença de espírito e cintura para girar o corpo e acompanhar a linha da bola num belo e criativo arremate. Mas, que há anos atrás talvez não figurasse nem entre os 10 mais bonitos.

O que fazer diante da invasão espanhola? A força do Barcelona são suas contratações, não suas revelações. Exceto raros que fogem à regra. Eu o considero um time de exibição. Se você montar a seleção espanhola com jogadores do próprio país fica bem abaixo do atual Barcelona. Seus dirigentes estão na deles. Investem nos melhores do mundo e com certeza lucram duas, três vezes o que gastam com ingressos caros, marketing e acomodados nas confortáveis poltronas do Camp Nou, por exemplo. É o espetáculo deles. Pagam para ver o que há de melhor. E o mundo também.

Só que no nosso caso não vejo com bons olhos. Não por questões de complexo de ficarmos para trás. Mas pela desvalorização flagrante dos times nacionais e do futebol que se joga aqui. Boa parte dessa culpa, volto a insistir, é sim dos treinadores, cronistas esportivos de gravatinha e dos “profissionais” que militam nos clubes e nas bases dos clubes, além das escolinhas. A pretexto de garantirem o pão do seu dia a dia e não perderem suas vaguinhas no coral pensante de técnicos vencedores da atualidade agradam as crianças e os adolescentes com esse dado real de que essa camisa do clube espanhol é cada vez mais bonita e vitoriosa.

Pouco fazem e pouco importa a eles o estrago que estão fazendo no gosto pelos clubes do nosso país e na cabeça dos garotos que são brasileiros. Na vontade de reergue-los, voltar às origens e raízes autênticas que fizeram surgir vários “Neymares” por ano. Que fizeram tremer as pernas dos adversários bem antes de entrarem em campo contra nós. Que nos encheram de orgulho e alegria ao verem nossos craques envergarem uma camisa cinco vezes campeã do mundo e a que mais venceu no futebol mundial desde 21 de julho de 1914 no Estádio das Laranjeiras, quando ela começou a mostrar ao mundo que futebol era aqui e que teorias são muito bem-vindas em outras áreas, até anexas ao futebol ou não. Mas longe, muito longe dos cérebros, pés e cinturas que carregam a magia da original camisa verde e amarela e do verdadeiro futebol, que na própria estatística, como gostam os pragmáticos na sua frieza dos números, foi e ainda é mais vitorioso que suas ideias mercantilistas e devastadoras ao que sempre tivemos de melhor.

Boa semana!

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