Diante de uma pergunta sobre o título acima, minha resposta é desanimadora. O mercado dos nossos jogadores, do nosso futebol, infelizmente está longe de se parecer com aquele de 15, 30 anos atrás. As razões são diversas. A do momento, todos sabem, é a crise política que deteriora ainda mais este esporte no país. Não há como negar seus reflexos nos campos, nos clubes, nas federações. Qualquer outra visão mais animadora sobre este quadro é irreal.
Domingo passado, o Brasil e o mundo viram, estarrecidos, políticos trocarem de lugar com os habituais donos dos espetáculos das tardes de domingo nas telas da TV. O Brasil viveu um pesadelo. “Ah! Mais houveram jogos. Houve futebol sim”. Houve? Onde? Como? De que jogo ou campeonato você se recorda a ponto de destaca-lo nacional e mundialmente falando?
Não há muito o que falar e muito menos prever o que
ocorrerá mais adiante, caso um governo ilegítimo assuma o poder no país. Pela
experiência que tenho e o movimento das massas, haverá muita luta, muito sangue
derramado, fato inédito no Brasil, e futebol mesmo, nem comparado a uma Tourada
de Madrid. Impossível imaginar transição ilícita e esdrúxula sem afetar
seriamente o já combalido futebol e subsequente mercado da bola.
Se nos perguntassem: Mas há jogadores à disposição nos
clubes, jogando bem e se destacando? Eu diria que são tão poucos, que talvez
fosse melhor um bom olheiro aproveitar a situação política grave e fazer uma
proposta modesta ao clube onde possa jogar esta especiaria. Numa observação
rápida posso frisar apenas o nome de Lucas Lima. E só. Os demais, são apenas
jogadores esforçados e dando o que podem de seu suor para garantir seus
empregos e manter seus nomes.
As Federações, menos credibilidade têm ainda.
Lamentavelmente, temos um gênio da bola como Romário, dirigindo investigações
as quais está nitidamente implicado nelas. Campeonatos que surgem, param e
voltam com datas que confundem o torcedor mais fanático. Como foi o caso da 1ª
Liga, criada pelos clubes e mal planejada, com datas esparsas e péssima
divulgação, vencida pelo Fluminense, no último dia 20.
Nossos clubes que ano passado conseguiram alguns momentos de bom futebol, como Corinthians e Atlético MG, caíram abruptamente com vendas de jogadores chave e reforma de elencos. O São Paulo, outrora forte, nem de longe lembra sua tradição. O mesmo pode se dizer do Santos. Os empresários brasileiros, obviamente duvidarão de mim. Evidentemente defenderão suas mercadorias e moedas de troca. Mas, o argumento é fraco, senhores. Não adianta forçar. O que vemos nos gramados e nos clubes, não me deixa mentir nem enganar o mais incauto investidor europeu ou de outro continente.