Achei importante abordar estes três aspectos bastante comuns no futebol de hoje. Antes, como é um detalhe mais ou menos similar ao que vou dizer, abro um espaço para um breve comentário sobre o caso Fred, no Fluminense.
É fato que apesar do Fluminense não ser “o time” e ter o rendimento brilhante que alguns torcedores estão alardeando (tem inclusive enfrentado times pequenos, ficando difícil medir sua força), é nítido e factual que Levir Culpi organizou melhor e escalou melhor o time. O Fluminense deu uma boa melhorada com a chegada dele e acertaram ao escolhê-lo.
O que Fred está querendo com a briga baseada no “ou eu ou
ele” eu apenas suponho, mas não tenho certeza. Ele não é mais criança e não
está inteiro. E quer continuar a fazer o que bem entende, pensando em si e não
no coletivo. Como Levir, com 63 anos, também não é nenhuma criança e não veio para
o Fluminense para brincar de técnico, o choque é inevitável.
Penso que haverá panos quentes neste problema, pois não
sei quem acolherá Fred. Entretanto, esses panos quentes podem vir a causar um
incêndio mais tarde, porque eu não confio no centroavante do Fluminense como
profissional nas suas atitudes.
Voltando aos aspectos citados e me dirigindo ao racismo.
O mais difícil é saber dizer se ele aumentou ou diminuiu. Porque o progresso
financeiro, o destaque pessoal e a fama das pessoas negras aumentaram no mundo,
fenômeno que não ocorria no passado. E isto pode estar gerando mais ódio. A
escravatura e submissão da etnia negra eram impostas com mais facilidade. Hoje,
as coisas estão mudando. Daí, quem sabe, o aumento dos confrontos e a exposição
dos racistas. Claros ou enrustidos. Não vejo outro caminho senão criminalizar
penalmente, mundialmente falando, quem usar desta prática covarde, ignorante e discriminatória.
No caso da rebeldia, ela está diretamente ligada ao processo
de formação dos jogadores. Hoje todos saem de uma linha de produção. Por isso,
a qualidade do futebol brasileiro e mundial está cada vez pior. Futebol é dom e
arte. Se você o engessa e o enquadra em determinados conceitos distorce o
natural fluir de sua criatividade, técnica e a própria reação dos jogadores a
momentos da partida. Reações onde há necessidade de personalidade, percepção e
conhecimento de jogo. O momento em que o jogador, caso não tenha liberdade para
mudar dentro de campo o que acha errado, tem sim de fazê-lo, em que pese às consequências
que virão.
Mas isso não pode ser resolvido durante os jogos. O
ambiente no clube tem que ser de liberdade ou explicitado que dentro de campo,
em algumas circunstâncias, o jogador tenha liberdade para tomar atitudes. Para
falar, para xingar, para comandar, se for necessário. Só assim a vitória e a
superação do erro são possíveis. Esqueçam a gritaria e o circo que vários
treinadores protagonizam na área técnica. O fazem em causa própria.
Religião no futebol: este problema não abrange somente
este esporte. Reflete-se nele. O mundo tenta encontrar fé. Os homens tentam
encontrar o Deus certo. E vários dogmas das Igrejas mais tradicionais caíram
por terra ao longo dos anos. Desgastaram-se. Porém, o fanatismo e o oportunismo
assumiram esse espaço através de religiões enganosas e que fazem um verdadeiro
comércio e lavagem cerebral nas pessoas e, no caso do futebol, nos jogadores.
O ato de erguer às mãos ao céu para agradecer um gol
aparentemente é um ato de agradecimento a Deus. Mas que mostra claramente a
tendência religiosa do jogador. Todos têm liberdade para se manifestar como
quiserem. Pela religião que quiserem. Mas há de se pensar, no caso de algumas
religiões que usam o fanatismo e a lavagem cerebral como arma, o mal que fazem
ao jogador e ao elenco. Até porque existem outros jogadores com outras crenças.
E isto para o elenco pode tornar-se um pavio explosivo.
O fanático não aceita com facilidade uma religião
diferente da sua. Ou um ateu no elenco, por exemplo. Ao agradecer a Deus por um
gol, ele não vai pensar por si próprio se Deus o abençoou naquele momento e
abandonou o zagueiro ou o goleiro da equipe adversária, mesmo que sejam da sua
própria religião.
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