Tímida e estranhando várias caras novas a bola está em
jogo dando início aos campeonatos regionais. É redundante questionar a
importância dos Estaduais. Hoje a maioria prefere usar o termo “glamour” para
justificar sua manutenção. Em outras ocasiões já manifestei de forma clara que
isso é um grande equívoco.
Um campeonato com pouco prazo e com a qualidade duvidosa
do futebol brasileiro logicamente não pode reviver os bons tempos. Sejam os
estaduais do Rio, de São Paulo, de Minas ou do Sul. Ainda mais atrapalhados por
outros como a Libertadores e essa mal fadada Primeira Liga. É muita sede e olho
grande por dinheiro e pouca competência em obtê-lo de verdade.
Se houvesse organização e o prestígio que eles
necessitam, seria mais fácil achar qualidade. E os campeonatos a seguir, como
eram no passado, Brasileiro e Libertadores, teriam mais força. A prova é que
com um curto período de tempo, o Campeonato Brasileiro, que acham mais
rentável, tem durante mais de dois, três meses, estádios vazios e desinteresse.
Ontem, por exemplo, após boa estreia do Flamengo em Natal-RN
(acredite se quiser!) e Botafogo enfrentando dificuldades com uma equipe
rasurada em relação a do ano passado, Fluminense e Vasco fizeram um clássico
no Engenhão, onde sobrou emoção, mais pela vontade, a saudade do torcedor de
ver seu time do coração em campo e pelos repetitivos erros, comuns em início de
temporada, agravados pela qualidade técnica baixa dos dois clubes.
A vitória do Fluminense com certa folga aconteceu, a meu
ver, pela preferência do técnico Abel em optar por uma marcação mais forte e
uma movimentação mais intensa, mesmo em início de temporada. Foi comum durante
toda a partida contra-ataques do Fluminense onde você via três atacantes
tricolores contra dois vascaínos. Da mesma forma perda de gols incríveis de
parte a parte, também pela razão do início do calendário, aliada a baixa
qualidade técnica dos finalizadores. Esses erros seguidos de Fluminense e Vasco
acabaram tornando o jogo até vibrante e, em alguns momentos, emocionante. Mais
pelos erros do que pelos acertos.
Mas volto ao Flamengo que citei acima. Se há 30 anos me
dissessem que eu veria um jogo do Flamengo contra o Boa Vista pelo Campeonato
Estadual, em Natal, talvez acreditasse se tratar de alguma homenagem ao povo
natalense ou algum evento especial. Isso é inconcebível, inacreditável e
explica porque o Estadual virou prato de entrada no calendário ao invés de
ponto máximo do futebol regional. O mesmo vale para outras praças, como São
Paulo, onde a saída de Cuca merecia um treinador mais adequado ao elenco do que
Eduardo Baptista. Embora, sofrendo do mesmo problema, os paulistas levem mais a
sério o regional.
Sem me aprofundar muito, o que vimos é o que temos por
enquanto. Está tudo começando e os clubes estão sem atrações e sem verbas para
que eu possa esperar, assim como você, um ano promissor no aspecto
futebolístico, ao menos.
Boa semana!