Vamos começar pelo principal da rodada, aquele jogo que chamam de decisão antecipada. Atlético MG x Fluminense. Faltando 7 rodadas para o final do campeonato, o Fluminense merecidamente havia aberto 9 pontos de diferença sobre o segundo colocado, Atlético MG. Aconteceu que na Quarta-feira, acometido pelo mal que todo time brasileiro carrega há algum tempo, cedeu o empate ao Grêmio no final, com um a mais em campo, não sabendo segurar a vantagem, deixando escapar a chance de avançar mais ainda. Como todo tricolor conhece bem seu clube, vitórias para o Fluminense são dramáticas e derrotas são catastróficas. Hoje, Nelson Rodrigues provavelmente deve saber o porquê disso onde estiver. Faz parte da história do Fluminense. Abel Braga sabia perfeitamente, assim como seus comandados, que iria enfrentar um galo de briga, muito bem treinado pelo Cuca, e jogando em seu terreiro: em Minas Gerais. Nos primeiros 10 minutos ainda houve uma pressão do Galo bem contida pelo time tricolor, depois disso, só dava Atlético. Revivendo o espírito de Castilho, Cavalieri fazia defesas difíceis e vez por outra, as traves que tem
Veio o segundo e as emoções
aumentaram, o Fluminense saiu na frente. E já dava toda impressão que iria
fazer mais uma vítima à sua maneira, assim, meio desavisadamente. Mas, cometeu
um erro grave, o time relaxou diante da gordura tão apregoada nos últimos dias.
Thiago Neves abusou da sorte dois minutos depois ao perder a chance de liquidar
a partida. Abel Braga abusou da sorte ao demorar a substituir o que não ia bem,
e o time num todo passou a abusar da sorte achando que a bola não iria entrar.
Culminando o pecado capital de deixar Ronaldinho trabalhar com liberdade. A
virada era questão de tempo e foi. O que não era previsto era o gol de empate
tricolor, já no final. E menos previsto ainda, mais uma vez por abusar da
sorte, e se lambuzar em demasia na tal gordura que, segundo a imprensa merecia
um lipidograma completo, leva o terceiro gol nos segundos finais. Para alegria
da torcida mineira, preocupação do clube das Laranjeiras e satisfação geral
daqueles que bancam o Campeonato Brasileiro.
Esqueceram as sandálias da
humildade e usaram salto alto no Independência. O galo não perdoou. Jogou com
uma fome de 41 anos sem título Brasileiro. Que o Fluminense abra o olho. Um
não, os dois.
Já o Flamengo, conseguiu
respirar um pouco ao bater o São Paulo, no Engenhão. Com um pênalti perdido
pelo tricolor paulista, o time da Gávea achou um gol de cabeça e mais 3 pontos
que podem distanciá-lo da zona de rebaixamento e até livrá-los definitivamente
de uma possível queda.
Vamos aguardar. Eu não acredito,
não creio que o Flamengo tenha time para cair e que a cidade do Rio de Janeiro
tenha estrutura de segurança, estádios, e tudo ou mais, para dar suporte a um
Flamengo na série B.
No mais, tivemos placares
apertados nos outros jogos e poucas surpresas. Cabe um registro final a mais
uma tentativa de homicídio da organização dos jogos do brasileiro. É uma pena
que nenhum dos que planejam os horários dos jogos, vistam chuteiras e meião e
entrem no gramado ao sol das 15:00. Eu quero ver o dia e até o que o Faustão
vai falar depois, que vier a acontecer um óbito dentro das quatro linhas, por
algum problema clínico relacionado ao intenso calor e o sol inclemente.
Jogar no sol das 15:00 é
insensato e criminoso.
Abraços, Fernando Afonso.