segunda-feira, 15 de outubro de 2012

JOGANDO CONTRA O PATRIMÔNIO














É, companheiros, ainda tem muita gente fazendo gol contra. Mais do que eu imaginava. Essa crônica ainda é uma extensão da última. Havia outros assuntos para abordar, principalmente do Campeonato Brasileiro, que passa inclusive por um momento recheado de polêmicas infláveis. Asneiras sem tamanho. Como se não bastassem as de dentro do campo. Mas aconteceu o que eu supunha, depois das linhas que escrevi metendo o pau nos atuais donos do futebol brasileiro, popularmente falando. Eu sabia que alguns “amigos”, alguns de longa data, tinham algum grau de compromisso com eles. Mas não imaginava que eram tantos. Sofri ameaça por e-mails e outras até aqui pelo Facebook e twiter, onde perdi inclusive alguns “amigos” que me excluíram, e não foram poucos. Paciência. Obviamente não eram meus amigos. Obviamente têm pavor que seus patrões e gerentes, ou até aqueles que somente acompanham o relator leiam alguma coisa ou tomem conhecimento e exponha a clareza dos seus trabalhos ou os relacionem a mim. O que naturalmente ia deixá-los mal na fita. Eu sei que no fim das contas é muito triste e complicado. Eu não abro mão do meu caráter, da verdade e do conceito que tenho de futebol até hoje. É muito fácil você se dar bem. Basta você agregar os pensamentos, decodificar os famosos em destaque e os abraçar mesmo que os odeie. Sacar para que lado vai o vento e empinar sua pipa nesta direção. Fazendo isso, você é “saudável” e vive cheio e cercado de bons “amigos” em sua profissão. Do contrário, companheiro, será discriminado. Boicotado e sumariamente desligado do meio e vai ingressar na lista negra dos inimigos do atual comando do futebol brasileiro. Fiquei impressionado com a quantidade de “colegas”, principalmente ligados à TV ou trabalhando nela, tanto aberta como a cabo, que me afastaram. E olha que não citei nomes, não dei indireta alguma, a não ser uma crítica direta a um comentário infeliz de Galvão Bueno, até porque entendo a posição deles, mas eles têm de entender que o interesse popular está acima.

É assim que eles trabalham. Quem quiser ter sucesso e acompanhá-los, acreditar no papo deles, terá êxito, costa quente e boas “companhias”. Do contrário, será taxado de neurótico, mala, criador de casos e outros verbetes que pulam de língua em língua nesse comando nojento. Neste comando que pouco se importa com o sucesso do futebol Brasileiro a médio e longo prazo. Neste comando que apenas se preocupa em manter e repartir entre os seus, os privilégios conquistados. Privilégios adquiridos em clubes, com os cartolas mandantes, em Federações ou fora delas, com empresários, amiguinhos, etc. É até bom que se diga que eu nada tenho contra empresários. O futebol brasileiro é nossa maior moeda. Sempre ouvi isso de um célebre jogador do passado. E, em muitos casos, vários empresários já descobriram ou deram destaque e mesmo salvaram a carreira de vários jogadores, enriquecendo famílias e gerações, lógico que a deles também. Ocorre que outros têm como plataforma de trabalho viver colado às influências e embaixo da sombra de uma árvore que está por cair de podre. E todos conhecem os cidadãos que começaram a usufruir predatoriamente dela. Insistem em se meter num terreno que nada ou muito pouco conhecem. E seus descendentes continuam arrancando a fruta do pé antes de amadurecer. Sem raciocinar que o futebol do estado vizinho enfraquecido também atrapalha seus negócios.

Resumindo: eu não vou mudar de lado para satisfazer a banda A ou a banda B. Não tenho e nunca tive banda nenhuma, a não ser a do verdadeiro futebol brasileiro. E por amor a ele, jamais me afastaria ou me afastarei de minhas convicções e minha mentalidade sobre futebol. Retornando ao final do que disse no último post, com o título de “Quanto vale uma copa?”, onde me referia no final a “O futebol brasileiro está entregue a uma máfia”, endosso mais uma vez as palavras que usei e só não acrescento nomes, porque não sou dedo duro e meu trabalho não é esse. Não compete a mim. Até porque, sei que mais cedo ou mais tarde, a criatividade e as desculpas dos programas das segundas-feiras e respectivos debates esportivos da TV, que são uma farsa, pois não existe debate nenhum e sim um padrão pré-determinado de conduta na telinha das transmissões vazias ou argumentos furados defendendo A, B ou C por rabo preso, irão pro vinagre.

Não há jeito, meu amigo. O futebol brasileiro está entregue, sim, a uma máfia. E a sobrevivência de um depende da morte do outro. Podem arquivar e me cobrar.

Um abraço.

Fernando Afonso.  

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