Pessoal, vamos ao nosso papo
de recomeço de ano. Bola rolando nos Estaduais, nas Copinhas e tal, mas por ora
vou abrir uma série sobre assuntos de Copa do Mundo, afinal nada mais oportuno,
né? Vou abordar aqui, na minha ótica, jogos e campanhas e assuntos variados
sobre a maior competição do esporte mundial.
Resolvi começar falando sobre
o título acima, aquela baita seleção de 82. O que será que houve? Por que
perdemos ou por que não vencemos? Mergulhando no assunto e no passado, lembro
bem que após 12 anos do último título, o tricampeonato mundial, devido à
reunião de jogadores de alta categoria juntos como Eder, Zico, Sócrates,
Junior, Leandro, Falcão, Cerezo, bem comandados por um treinador competente e
conhecedor do assunto, Telê Santana, o Brasil era só otimismo. Tinha música de
Moraes Moreira, do Junior fazendo voar seus canarinhos e até de gente
desconhecida.
Telê convocara 2
centroavantes: Careca e Serginho Chulapa. Careca se lesionara e Telê era
obrigado a chamar uma terceira opção: Roberto Dinamite. Esse foi o meu primeiro
desacordo sobre Telê. Um artilheiro como Roberto Dinamite não podia ser
relegado à terceira opção. Apesar de experiente e qualificado, Telê tinha sim
suas “mineirices”. Colocava uma coisa na cabeça e se recusava a debatê-la. Pra
mim, Serginho não podia estar entre os convocados.
Chegou a estréia do Brasil,
num 14 de Junho, bem no meu aniversário. O Brasil encontrou as dificuldades
esperadas, com a forte marcação soviética. O baita frango de Waldir Peres e a
inexplicável decisão em utilizar Dirceu na ponta direita, embolavam a seleção.
O tempo foi passando e ao final do primeiro tempo, a vitória parcial soviética
permanecia e um pênalti claro não era marcado, favorável a eles. Tensão
absoluta. Até que no 2º tempo a seleção foi se encontrando melhor, Telê
corrigiu o erro inicial colocando Paulo Isidoro e a então União Soviética,
optou por se defender. Eis que dois “tiros” incomuns furavam a defesa
soviética.
No primeiro, Sócrates, em
jogada individual com maestria, acertava a gaveta de um dos melhores goleiros
do mundo, Dasayev. Minutos depois, Eder,
numa pontada pelo meio, em jogada de alta categoria, levantou a bola com o
mesmo pé que chutou, aproveitando o genial corta luz de Falcão, acertando uma bomba
histórica no canto esquerdo da muralha soviética. O Brasil virava. Só mesmo 2
chutes inesquecíveis e magníficos, à meia distância, parece que seriam capazes
de virar aquele dramático jogo. Pois lá na frente Serginho e Zico estavam
totalmente presos na marcação e não havia nenhuma fumacinha de gol à vista. Ufa
ufa! A dificuldade natural da estréia e o jogo pra lá de encardido era
superado. Vamos em frente! Que agora virá a Escócia. Menos mal, o pior do grupo
já havia passado.
E sem maiores surpresas, a
seleção de Telê se empunha diante da Escócia e aplicava sua primeira goleada,
com o time começando a deslizar e criar alternativas ofensivas variadas e
trocas de passes bonitas de se ver. Restava a Nova Zelândia para carimbar a
classificação. O que não foi tarefa difícil. Principalmente contando com Zico
em de seus melhores dias e a seleção cada vez ganhando mais entrosamento e
maravilhando o mundo da bola.
Vamos falar dessa segunda
parte semana que vem. Eu acho que a Copa começou de verdade foi por aí.
Até!
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