segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

ESTADUAL RJ 2015: PRAZER OU AGONIA?
















“Hoje os jogadores são "boyzinhos", não batem de frente com juiz, com o próprio companheiro. Erram e aplaudem. Não têm coragem de xingar, de dar um esporro. Antigamente discutíamos, queríamos sair na porrada em campo para ganhar. Hoje não tem isso. Os jogadores são mimadinhos, usam fone no ouvido, gelzinho... Mudou bastante. Nós nos rebelávamos, batíamos de frente por bem, para ganhar. Hoje não tem isso. Fico chateado porque passam a mão na cabeça. Acabou a vontade de estar no campo, de querer ganhar. Tem que se cobrar mais dentro de campo. Era bom. Falávamos que íamos deitar e rolar, e o outro time respondia. Aquela rixa sadia, que vai para o campo, mas no fim do jogo todos se abraçam. Acabou esse negócio. Promovíamos o jogo, acabou a rivalidade. Ficamos tristes porque era bom, zoava durante a semana, falava que o time era fraco, perguntava: Quem é fulano? Nunca ouvi falar nele.”

Uso o comentário do ex-meia Beto, para quem não lembra marcante no Flamengo, Botafogo, Fluminense e Seleção Brasileira, jogador de força e técnica. Obrigado, Beto. Sua versão já economizou 80% do que eu ia dizer. O que Beto se referiu é a raiz do problema. Por quê? Porque formam dirigentes fracos, sem identidade com o futebol, que por sua vez dirigem observadores fracos, jogadores mal formados, cheios de vícios, que somados formam equipes abaixo do bom nível técnico que ainda vimos na época do Beto.

Portanto, não adianta culpar só a Federação e os organizadores. Os clubes esculhambaram com um Campeonato charmoso, cheio de rivalidade e famoso nos quatro cantos do mundo, com públicos imbatíveis. Não adianta agora jogar lenha na fogueira ou tentar se justificar como fizeram Flamengo e Fluminense. Querem o ingresso a quanto? Querem que o torcedor pague 80 pra assistir Flamengo X Boa Vista ou 100 para ver Fluminense X Friburguense?

Do lado da Federação os resquícios do Caixa D’água e da conivência com empresários nocivos ligados a clubes, Federações, empresas esportivas, gente famosa, que trabalhou inclusive em Copa do Mundo, denegrindo e maltratando mais ainda a imagem do que foi um grande campeonato. E com tudo isso, mesmo assim não sou a favor de sua extinção. Preferem o quê? Assistir Corinthians X Barcelona de Guayaquil? São Paulo X Once Caldas? O nível da Libertadores é pavoroso também. E essa competição inchada e hoje vagabunda só da público lá pro final.

Já dei uma sugestão, há algum tempo, sobre o Estadual em matéria de formato. Que haja o Carioca, com 8 times, digamos: Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Bangu, América, Madureira e Olaria, em uma chave A, jogando entre si. Turno e returno. O campeão assegura a Taça Guanabara, o vice e o terceiro colocado, assim como o campeão, o direito a um quadrangular final com o campeão do interior, sem direito a segunda equipe devido ao melhor nível do grupo A e um apelo inequívoco maior das equipes deste grupo. O grupo B seria formado, digamos, por: Americano, Macaé, Boa Vista, Resende, Friburguense, Nova Iguaçu, Volta Redonda e Cabofriense. Isso seria apenas um passo. Os demais dependem do profissionalismo e qualidade dos clubes envolvidos e as reais intenções da FERJ e da TV. Pois não há locutor ou comentarista que faça de um Tigres uma atração estadual. Nem ungido.

O resto já tomamos conhecimento antes do início do Estadual ontem. Poucos reforços e a perspectiva de mais um Estadual furado. Talvez quem se amarre em um UFC se distraia pelas ruas assistindo ao que já sabemos que vamos assistir entre as torcidas. Sem falta.

Uma boa semana e um prazer revê-los!



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