domingo, 14 de dezembro de 2014

FLU FECHA MAIS UM ANO EM CARTAZ









Vocês repararam? Pois é. Nos últimos três anos, apesar de em dois o Cruzeiro ter sido o grande vitorioso, achei que o centro das atenções foi o Fluminense. Hora de forma negativa, hora de forma positiva. Em 2012 o tetracampeonato coroando uma política de contratações mais ousada e apoiada num patrocinador forte. Em 2013, a total inversão. Uma medíocre campanha e um destaque como vilão. Com ou sem culpa no cartório. E agora, em 2014, o anúncio da perda do patrocínio, digamos, mais longo e rentável que o clube já teve e dos maiores do futebol brasileiro.

A pergunta que se faz, baseada nas entrevistas do atual presidente Peter Siemsen, é óbvia: como será o Flu sem a Unimed? Vitton44, leia-se Guaraviton mesmo, dará conta do recado? Eu não acho. Que times serão montados? Que jogadores serão mantidos? Quais dirigentes serão escolhidos? Quem será o homem forte do futebol? Se antes essas perguntas já eram feitas, com a presença de Celso Barros, imagine agora. Naturalmente o clube aposta na base. A chance dessa solução dar certo pra mim é mínima. Jogando a responsabilidade nas costas de garotos que não tem quilometragem para segurar a onda e muito menos se firmaram tecnicamente. E o principal: a ausência de profissionais qualificados para esta estruturação.

O que falta no Fluminense, meus amigos, não é um técnico ou alguém no lugar do Diguinho, por exemplo. Ou na diretoria. Ou no comando técnico do profissional ou dos juniores. O que falta no Fluminense é o que falta na maioria dos clubes brasileiros: comprometimento absoluto com o futebol. Enquanto houver essa mistura de atribuições e questionamentos do que é moderno e o que é passado, sucesso zero. Sem entrar no mérito da honestidade dos que tratam o futebol. Isso não é função minha. E muito menos, depois de ver tanta coisa e viver tanta coisa, alguém vai me convencer que há uma coleção de santinhos ilibados trabalhando pelo Fluminense. Eu conheço muitas figuras que estão lá.

Mas eu prefiro ir na ferida principal: a qualificação. Hoje, os “profissionais”, não só no Fluminense, mas na maioria dos clubes do Brasil, são apadrinhados, escolhidos pela política vigente e pelo currículo. Insistem em tirar a diferença de conhecimento da bola via diploma. Não será nenhum curso, nenhuma faculdade de educação física, no Brasil ou no exterior, nenhum MBA ou PHD e muito menos algum banco de dados, que vai ajudar um jogador a entender como ele deve bater numa bola, em que momento ele deve prendê-la, como deve matá-la, quando deve alternar seu ritmo de jogo, pra que lado afastar, quando deve lançar, quando pode driblar, como se deve cabecear, como se deve posicionar e cantar jogo debaixo dos paus etc etc etc. Quem faz isso? Quem sabe fazer isso? Em banco de faculdade é que não aprendeu a fazê-lo. E jamais vai aprender.

Não tenho nada contra o ensino universitário e o aperfeiçoamento. Também tenho formação lá. Mas futebol é regido pelo dom. E o dom não vem de lá. Nunca veio e nunca virá. Você entrega o seu filho pra aprender piano com um professor que não sabe tocar como um mestre? Que ensina apenas por partituras? Portanto, muita gente do meio e de fora do campo tem que entender que criaram uma confusão pra se darem bem. Modernidade em futebol envolvendo departamento físico, médico, de marketing, de comunicação, de planejamento, são outros quinhentos. É claro que o aprendizado é diário e embora também haja prática no esporte específico, você tem de aperfeiçoá-la com os livros e com os estudos. Vai depender das máquinas. E essa é uma estrutura pra alavancar sua equipe e torná-la mais competitiva e preparada. Mas nunca pra enfiar uma bola entre o goleiro e a trave, sem ângulo. Deu pra sacar? Traduzindo o que eu digo há muito tempo aqui: cada macaco no seu galho.

Oxalá o Flu se recupere. Caso Cristóvão seja mantido, embora tenha minhas dúvidas sobre as preferências reais dos atuais dirigentes, consiga um ponto de ebulição, uma mescla entre os que puderam ficar no clube e os que podem ser aproveitados. Que se não for possível criar um time a altura do Fluminense e suas tradições, ao menos não termine o ano com o fracasso e a vergonha de 2013 e a irregularidade e desorganização de 2014.


É isso aí. Um bom Natal e um 2015 cheio de paz, de amor e menos egoísmo entre todos nós. 

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