domingo, 22 de março de 2015

DOMINGO EU VOU AO MOACYRZÃO


















Não precisam me lembrar que às 18:30 tem Flamengo X Vasco, no Maracanã. Eu sei. É que acho melhor preservar a imagem do velho clássico dos milhões, porque o horário nobre do futebol na TV para o estado é este da atração do título acima, parodiando com a música do chamado geral, do Neguinho da Beija Flor. Do tempo que você já acordava cedo pensando no explosivo jogo das 17:00, no Maracanã.

Hoje as diferenças não são só nos horários, começam na escalação. Diego Giarreta, Thiago Carleto, Willian Arão, Diego Jardel e por aí vai. Não é só pela qualidade. E eu não vou citar o nome dos artistas da bola do passado e seus apelidos. Isso foi mais uma idiotice dos “homens de marketing” do nosso futebol que copiaram o basquete americano e a apresentação das estrelas por lá, dando nome e sobrenome. Pra eles, apelidos e nomes simples desmerecem o artista. Resultado: por mais que você veja o cara jogar e ele consiga até de destacar, cadê que você consegue guardar o nome de uma peça dessas? Jogam a cultura no ralo e mostram que não entendem nada de Brasil, muito menos de futebol.

Tenho minhas dúvidas que as torcidas de Vasco X Flamengo estariam se confrontando em algum lugar, em que pese à internet, se houvesse Edmundo, Roberto, Andrada, Geovani, Miguel, de um lado, Rondinelli, Zico, Junior, Andrade, do outro. Se perdessem tempo se esfregando nas ruas, perderiam lugar no estádio. Aliás, as torcidas organizadas eram as primeiras a chegar. Mesmo os mais brigões.

Aí vem a parte dos outros colaboradores de um domingo deprimente para o torcedor e o carioca em geral. E por favor, não me venham colocar a culpa no estadual e no seu modelo, não. Daqui a um mês ou dois, não muda muito. A diferença de qualidade do Brasileirão é apenas um pouco melhor. E os nomes serão tão estranhos quanto hoje, além do futebol jogado. E se aqui a FERJ ajuda a esculhambar com sua quadrilha de empresários já manjada que domina o cenário do futebol do estado, a CBF também tem a dela. Resultado: confiabilidade, organização e moral inexistentes.

O problema do empresário a FIFA não solucionou e nem quer, basta trocar de licença e função. E como se não bastasse, pra aqueles que acham que tudo é culpa da Dilma, esta semana foi assinada a MP do futebol, refinanciando dívidas dos clubes, exigindo salários em dia, do contrário, times sujeitos a rebaixamento (ihhh...) e o fim do mandato eterno nas Federações (ah... e os faraós e figuras pré-históricas do futebol? Vão se encostar aonde?). O governo, como em outros setores, tenta limpar essa podridão toda. Mas a FIFA já se pronunciou. Já disse que não admite que mexam nesse modelo sujo que ela teve tanto trabalho pra criar. Ganhar dinheiro hoje não tá fácil, não. Nem tendo conta no HSBC.

Ah, e sobre os problemas de novos valores no futebol e etc, que citei acima e não entrei em maiores detalhes, são os mesmos de sempre. Tirando Atlético Mineiro, Corinthians, Cruzeiro e um pouquinho do São Paulo, você não tem jogos e jogadores. É a velha história que eu canso de falar aqui. Quem descobre, quem desenvolve, quem prepara e quem comanda? Não é gente do futebol. E tão cedo não será. Por isso, vá se contentando com dois nomes, por enquanto. Se não passar a surgir três, acompanhados de CPF e identidade, tudo pra impressionar você e tentar mantê-lo ligado numa tela de TV que pouco a pouco vai sumindo da atração do brasileiro e no caso, dos esportistas.

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