fonte: DANIEL VORLEY /AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
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Daniel Vorley / AGIF / Estadão Conteúdo
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Se será campeão eu não sei. Mas virou candidato de fato. Já há uns 2 meses que o Flamengo arrancou, com alguns reforços, tendo como principal o Diego, e mantendo uma regularidade sobre o comando do técnico Zé Ricardo, que parece falar a língua do time.
A massa rubro-negra, que no início do campeonato não
fazia a menor ideia destas atuações, agora já tira suas camisas do armário, e,
talvez assim como outros cariocas, se beneficie até mais do efeito campo de
jogo. O que quero dizer com isso? Que no Campeonato Brasileiro, por certo, o
Flamengo teve, ao longo de sua história, a força de sua torcida no país inteiro
como um dos ingredientes responsáveis por pelo menos um ou outro título. Seja
em Brasília ou como hoje, em São Paulo, vejam só, São Paulo, qualquer pessoa
que não conhecesse o estádio e não acompanhasse o campeonato ia achar que o
Flamengo estava jogando em casa.
Quase 30 mil pessoas, de manhã, no Pacaembu? Mas, fora a torcida,
o time vem jogando bem. Nada de extraordinário, mas o suficiente para
justificar, ao menos no momento, algum favoritismo. Eu, sinceramente, aposto um
pouquinho mais no Palmeiras, devido a uma maior regularidade, conjunto e, a meu
ver, um elenco de maiores recursos. Mas, como disse, o vento vermelho e preto
pode atropelar.
Dali pra baixo começa o troca-troca de posições, mantendo
uma sequência de pontuação irônica e estranha. Que o campeonato é fraco já
falei aqui. Que há um equilíbrio por baixo, também. Porém, existe uma clara
inversão de posições que parece obedecer a uma certa sincronia. Algo muito difícil
de acontecer. Tipo 43, 41, 40, 39, 38, 37... Estamos quase em outubro e
diferente da maioria das vezes, ninguém arrisca muito. Só parece definido, se é
que está um rebaixado, o América Mineiro.
O Galo é capaz de fazer uma excelente partida num jogo e
no jogo seguinte se superar em mediocridade. O Grêmio desabou. Já tinha um time
fraco, que só andava na garganta do Roger. Talvez por desgaste o Grêmio não
conseguiu manter a força e se perdeu completamente. Hoje é um bando em campo,
desorientado, sem treinador, com alguns jogadores que não poderiam jamais
vestir uma camisa de um time de futebol como a do Grêmio. Se o Fluminense está
melhor, menor irregular, e ao menos com um atacante de boa finalização, teria
saído do Sul com uma vitória bem mais fácil do que hoje.
Aliás, o Flu é outro time que se mantém ali no bolo
graças à ideia de Nova Iguaçu como campo alternativo e, principalmente, ao
técnico Levir Culpi, que montou um esquema de contra-ataque ideal para um time
com as deficiências que possui. Deu espaço lá na frente, os garotos chegam.
Principalmente Scarpa, um jogador de baita qualidade.
Prometi na semana passada que falaria do Botafogo também,
que acabou de derrotar o Vitória, em Salvador, com uma atuação um pouco abaixo
das que tem apresentado, mas obtendo uma vitória merecida. O esforço de seu
goleiro e de Pimpão fizeram lembrar, por alguns momentos, o Botafogo do
passado. O técnico, Jairzinho, como disse, carrega o DNA do pai.
Em alguns momentos você vê o toque de tentativa de
repetirem as jogadas objetivas e individuais, sem medo de errar, dos anos de
ouro do clube. Isso tem feito o Botafogo fazer gols de rara beleza e se livrar
da mediocridade de apenas competir para não cair. Mas não consegue fugir de
momentos brilhantes e outros bisonhos. É uma presa do futebol que está aí.
No mais, digna de registro a permanência do Inter na zona
de rebaixamento. Sua esperança é justo amanhã, contra o América Mineiro. Mas,
de qualquer forma, o Inter me faz o pensar o contrário do que disse do
Botafogo. Não me faz lembrar, em momento algum, as grandes equipes dos anos 70,
de Figueroa, Falcão, Carpegiani e cia.
Faço uma observação final a mais uma entrada em rodadas
pela Copa do Brasil junto ao Campeonato Brasileiro. O que já é ruim fica pior
com a adição de um campeonato similar, político e sem vergonha, que desgasta
jogadores, desorienta torcedores e joga mais pra baixo qualquer tentativa de
melhoria do futebol brasileiro.
Boa semana!
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