domingo, 11 de dezembro de 2016

BRASILEIRÃO TERMINOU DE LUTO. MAS VOCÊ PODE TER SIDO FILMADO


Teve de tudo, para todos os gostos. Vimos o Palmeiras ser campeão jogando um bom futebol que a realidade nos obriga a concluir que só pode ter sido um bom futebol, sim, devido ao número de pontos alcançados e aos dados estatísticos de rendimento da equipe Palmeirense, além de outros detalhes, como uma equipe bem armada por Cuca, os bons momentos individuais de Gabriel Jesus e Dudu e alguma regularidade apresentada durante o Campeonato. Se esses índices foram alcançados graças à fraqueza individual de seus adversários, é outra história. 

A outra história é que o Santos, vice-campeão, jogou em algumas partidas um futebol até superior ao do Palmeiras. Mas lhe faltou força em alguns momentos, uma influência maior fora de campo, além de pagar pela exagerada dependência de Ricardo Oliveira. Mas, é de longe o time que se recompõe melhor em matéria de novos jogadores e revelações de sua base no futebol brasileiro. No Santos não há “só uma estrela” no banco trabalhando pela descoberta de novos valores. Há um grupo sério, experiente e do ramo. Por isso, volta e meia vemos boas surpresas surgindo no time de Vila Belmiro.

Daí pra trás foi só luta, irregularidades e correria entre os participantes e candidatos ao título. Não posso esquecer de citar a conquista do Grêmio na Copa paralela, também do Brasil. Renato conseguiu dar algum brilho a uma equipe apagada e desencontrada nesta inusitada Copa do Brasil.

Voltando ao Brasileiro, uma tragédia antecedeu a última rodada, um dia após o Palmeiras ser campeão, deixando um final bem mais melancólico do que a queda do Internacional, clube tradicional do futebol gaúcho, que jamais havia caído para a Série B no Brasileirão. De forma apagada pelo luto e os incessantes e oportunistas holofotes focados nele, com homenagens à Chapecoense alongadas e superestimadas, tendo muita gente querendo se aproveitar e usar o próprio momento negativo, pouco se importando com um show de tristeza e luto imposto aos parentes de uma tragédia como foi a da Chape. 

Em todo caso, como hoje vale tudo, valeu usar você também, além de uma hiper exposição exaustiva dos comentaristas e técnicos das cabines de TV. Você, torcedor, usaram-no dezenas, centenas de vezes, antes, durante e depois dos jogos. Filmando você, amigos, família etc, que na maioria dos casos só encontrou maiores argumentos para ir ao estádio ver seu time jogar pela paixão e o amor que ainda tem pela camisa dele, pela modinha que tomou conta de grande parte da sociedade, que consiste num grupo copiar exatamente as atitudes do outro na dança, na comemoração do gol, nas coreografias e até no luto. 

O que importa é que você apareceu. Apareceu na tela da Globo, dona do futebol brasileiro, que pode contar pra seus amigos ou eles mesmos ligarem pra você para lhe parabenizar por ter ficado famoso em meio a tanta gente bonita que aparecia. Talvez você nem lembre o jogo em que isso tenha acontecido, mas, deixa pra lá. O jogo é só um detalhe, o futebol é só um detalhe, a bola é só um detalhe e o futebol precisa é se adequar às novas lentes das câmeras o mais rápido possível.

Porque com tudo isso que foi abordado, os clubes de futebol estão falindo, os talentos desaparecendo, cada vez ficando mais difícil você curtir um bom jogo daqueles de encher os olhos. Bem, quem sabe as coisas mudem e o futebol brasileiro não volte a ser o futebol brasileiro, como o que tem sido jogado na Alemanha, por exemplo.

Boas férias a todos! 

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