sábado, 26 de novembro de 2016

FLUMINENSE - COMO COMANDAR UM CLUBE DE 114 ANOS?


Com amor, competência e principalmente experiência no meio esportivo. O vencedor das eleições de hoje, Pedro Abad, só me permite dizer que não parece ter estes predicados. Sei que é auditor fiscal e formado em Engenharia da Computação, o que não é bom presságio e mostra caminhos anteriores se repetindo. Entretanto, ainda não começou seu trabalho e não tem antecedentes no futebol para que possa julgá-lo.

Eleições de clube são complicadíssimas mesmo, mas o hábito de se servir do clube, usar o clube e ser usado por empresários para chegar ao poder como representante deles dentro do clube, que é o fato comum de hoje, tem que acabar. Sua vitória já parecia prevista. Ele era o candidato da situação, do atual mandatário, Peter Siemsen.

O derrotado da oposição, sinceramente, não sei lhe dizer quem é, e tenho minhas dúvidas que alguém saiba. Sei os nomes, mas houve acordos e conchavos pra todo lado. A eleição no Fluminense é assim. Além de política, tem requisitos de estratégia que mais parece que vai se eleger o comandante da CIA. Já estive envolvido neste processo do clube por duas ocasiões e tive alguma experiência.

Preocupa-me a vitória da situação, pois é um prenúncio da continuidade do que não deu certo. Os números do atual provam o que estou falando. Muito aquém do que se espera de um clube tantas vezes campeão. Não vi progressos em seu trabalho. Vi erros gravíssimos, de mentalidade, comando e ética esportiva, tanto nos aspectos da direção do time profissional, como de Xerém, decantado na mídia como sucesso absoluto. Foi mesmo? Que jogador o Fluminense deu ao clube nestes últimos seis anos, de razoável sucesso, seja a nível nacional ou internacional?

É evidente que o trabalho não poderia ter dado certo. Dirigir clube de futebol é bem mais do que modernizar instalações com ideias novas. Gostando ou não, é o futebol e é a massa oriunda dele que posicionam e elevam um clube de futebol. E esta administração foi pautada por tudo que é contrário ao básico neste esporte. O Fluminense foi alugado, não comandado. E tudo leva a crer que assim continuará.

Grupos de sócios aliados a outros grupos daqui ou dali se intrometiam nos destinos do clube, ditavam contratações e métodos de trabalho. Algumas vezes até atingindo a própria torcida, como se passassem um manual ao torcedor de como ser e se comportar como um verdadeiro torcedor do Fluminense Futebol Clube. Tão criticada pela atual gestão, a anterior, de Roberto Horcades, acabou dando muitos mais frutos e vitórias, trazendo momentos inesquecíveis de alegria ao torcedor tricolor.

Mas, a atual gestão e talvez a que virá insiste no termo mágico: MODERNIDADE. Esta modernidade, amigos, em futebol, se reflete dentro das quatro linhas, no trabalho de outros setores do clube. E não no futebol. Jamais! Para eles futebol é uma ciência exata e o ex-jogador de futebol, boleiro específico ou similar, analfabeto nato e ultrapassado. Desinformado e obsoleto. E este não foi o comportamento adotado pelas duas últimas seleções campeãs do mundo, pra encerrar essa questão.

Já que gostam tanto de ciência em futebol, poderiam se dar ao trabalho de comparar gestões de presidentes mais populares, como, só pra citar: Manoel Schwartz, Roberto Horcades, Francisco Horta e até, em alguns aspectos, David Fischel.

Essa gente vai continuar se recusando a acreditar que futebol não se aprende em livros. Misturam o trabalho prático com o teórico. E não lhes convém mudar. Por que? Porque na realidade não entendem nada de futebol, de torcida e do próprio Fluminense. Preferem ficar na moita, escondidos em suas castas, dentro do mundo que se interliga, se constrói e se protege para não deixar o poder, evitando desta forma qualquer tipo de ameaça ou acesso de quem realmente conhece e entende de futebol. Afinal, estamos falando de Fluminense Futebol Clube, que eu prefiro escrito em português.

Boa sorte a toda torcida do Fluminense!

Nenhum comentário:

Postar um comentário