Com certeza, a maioria dos
internautas não viram em campo o time desta foto. Eu
mesmo vi apenas no Cinema e videoteipes, porque a primeira Copa ao vivo
transmitida para o Brasil foi a de 1970, no México. Aonde está o “English Team”?
O time que marcou uma época ganhando uma Copa do Mundo no lendário estádio de
Wembley, diante de sua fanática torcida e aos olhos da Rainha Elizabeth,
vivendo uma época embalada pela moda dos Beatles e implementando um futebol
força que faria uma pausa nas duas conquistas seguidas brasileiras? Tudo bem,
depois de um goleiro fora do comum como Gordon Banks vieram outros como
Shilton, Seaman. Depois de capitão como Bobby Moore, não apareceu mais ninguém
no seu nível no futebol inglês. Tentaram chamar Paul Gascoigne de o “novo Bobby Moore”, mas era muito duro
ouvir uma comparação destas. Chegaram a ver em Owen o futebol leve,
inteligente, técnico e solto de Bobby Charlton, mas não durou tanto tempo. Talvez
Lineker tenha se destacado nestas últimas décadas, mais do que Beckham, Rooney
e Gerrard, jogadores de um padrão bem mais baixo. Muitos acham que os
inventores do futebol ganharam a Copa porque jogaram em casa. Eu discordo. Eles
tinham um grande time. E em que pese a decisão da Copa de 66 ter tido prorrogação
e aquele gol polêmico contra a Alemanha, a meu ver, a seleção comandada por Alf
Ramsey era de fato a melhor e mais bem organizada daquela Copa. Mais
amadurecida e talvez mais forte, tenha ido ao México em 70. Mas aí encontrou a
melhor seleção de todos os tempos do Brasil, tricampeão mundial, e não houve
como lograr êxito.
Se observamos bem, na Europa,
a Espanha, a Holanda e agora recentemente a Alemanha, mudaram sua forma de
jogar, optando por um futebol de toque de bola, mais pensado e de menos força.
Mas a Inglaterra insistiu no seu velho estilo. Cruzamentos, bolas altas sobre a
área e muita força física. Na Copa de 2002 chegou a apresentar, naquela seleção
de Owen e Lampard, alguns momentos de criatividade, a antiga precisão de passes
e uma boa competividade. Mas foi só. Parece que o modelo adotado pelo futebol
inglês nas últimas décadas não surte efeito. Acho que a Inglaterra ainda não
resistiu à tentação de chutar para longe a equivocada e nociva palavra de ordem
usada na maioria dos clubes hoje, inclusive no Brasil, chamada: intensidade
máxima de jogo. Tudo é tão intenso que não sobra espaço para o futebol inglês
descobrir os passos que o tornaram campeão do mundo e uma temível seleção a ser
enfrentada, fosse em que campo e em que torneio disputado. Não basta o Liverpool
ou Manchester United serem fortes. O modelo escolhido e o desenvolvimento e
prioridade da qualidade individual têm que ganhar mais espaço. Do contrário, os
famosos inventores do futebol continuarão a ser apenas inventores do jogo mais
popular do mundo.