Escolhi o vídeo acima, onde Renato Gaúcho, atual técnico
do Grêmio, revelou em um programa de TV seu pensamento sobre os treinadores de
futebol no Brasil. Naturalmente trata-se de um trecho de sua participação, mas
creio ser extremamente importante de ser debatido.
Neste trecho Renato Gaúcho, que digo de antemão: não é e
nunca foi dos meus treinadores prediletos, expõe hábitos considerados imprescindíveis
na carreira de um bom treinador de futebol, ao mesmo tempo que denuncia um
tratamento desigual injusto entre a qualidade do treinador nacional e do
estrangeiro.
De cara já concordo com este aspecto entranhado na nossa
cultura e lamentavelmente divulgado no mundo do futebol como fato: a conclusão
de que os treinadores de fora são superiores aos nossos. Tanto no esporte, como
em outros aspectos na vida nacional, não amadurecemos em relação à importância
e o valor dos nossos profissionais. Aquele ditado que diz que “a galinha do
vizinho é sempre mais saudável do que a nossa”, mesmo negado por muitos, é
verídico.
Somos os vira-latas. E pasmem, vira-latas com mais
títulos mundiais, todos conquistados com técnicos e métodos brasileiros. Um
complexo de inferioridade gigante que influencia diretamente na formação dos
novos treinadores e a equivocada filosofia que irão usar. Como disse Renato e
fica sem resposta no vídeo, porque na verdade não há resposta para isso.
Por que um técnico brasileiro precisa sair do país para
adquirir prestígio na área de futebol? O que um técnico brasileiro adquire,
passando a se diferenciar dos outros que estão aqui, ao fazer cursos e mais
cursos no exterior em relação aos que não usam esta opção? Eu respondo: trabalham
o marketing e o nome. A diferença é apenas esta. Mas o suficiente para serem
vistos como técnicos importantes e diferenciados. Vistos pela mídia e pelo
mundo esportivo, onde incluo os torcedores, como o tal “professor”.
Concordo inteiramente com Renato em sua indagação e
crítica e com sua coragem de ter tocado no nervo do corporativismo idiota e
cercado de ignorância e conversas vazias que trazem aos clubes treinadores sem
intimidade e conhecimento com as raízes dos clubes de futebol do país onde
trabalham.
Parabéns, Renato, pela iniciativa de questionar os “cientistas,
doutores e professores da bola”.
Boa semana!
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