segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

TREINADORES: VERDADES E MITOS



Escolhi o vídeo acima, onde Renato Gaúcho, atual técnico do Grêmio, revelou em um programa de TV seu pensamento sobre os treinadores de futebol no Brasil. Naturalmente trata-se de um trecho de sua participação, mas creio ser extremamente importante de ser debatido.

Neste trecho Renato Gaúcho, que digo de antemão: não é e nunca foi dos meus treinadores prediletos, expõe hábitos considerados imprescindíveis na carreira de um bom treinador de futebol, ao mesmo tempo que denuncia um tratamento desigual injusto entre a qualidade do treinador nacional e do estrangeiro.

De cara já concordo com este aspecto entranhado na nossa cultura e lamentavelmente divulgado no mundo do futebol como fato: a conclusão de que os treinadores de fora são superiores aos nossos. Tanto no esporte, como em outros aspectos na vida nacional, não amadurecemos em relação à importância e o valor dos nossos profissionais. Aquele ditado que diz que “a galinha do vizinho é sempre mais saudável do que a nossa”, mesmo negado por muitos, é verídico.

Somos os vira-latas. E pasmem, vira-latas com mais títulos mundiais, todos conquistados com técnicos e métodos brasileiros. Um complexo de inferioridade gigante que influencia diretamente na formação dos novos treinadores e a equivocada filosofia que irão usar. Como disse Renato e fica sem resposta no vídeo, porque na verdade não há resposta para isso.

Por que um técnico brasileiro precisa sair do país para adquirir prestígio na área de futebol? O que um técnico brasileiro adquire, passando a se diferenciar dos outros que estão aqui, ao fazer cursos e mais cursos no exterior em relação aos que não usam esta opção? Eu respondo: trabalham o marketing e o nome. A diferença é apenas esta. Mas o suficiente para serem vistos como técnicos importantes e diferenciados. Vistos pela mídia e pelo mundo esportivo, onde incluo os torcedores, como o tal “professor”.

Concordo inteiramente com Renato em sua indagação e crítica e com sua coragem de ter tocado no nervo do corporativismo idiota e cercado de ignorância e conversas vazias que trazem aos clubes treinadores sem intimidade e conhecimento com as raízes dos clubes de futebol do país onde trabalham.

Parabéns, Renato, pela iniciativa de questionar os “cientistas, doutores e professores da bola”.

Boa semana!

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