domingo, 28 de janeiro de 2018

ESTADUAIS 2018: O QUE DIZER DELES?


Que vontade teria de começar falando bem dos Estaduais do Rio, de São Paulo, do Brasil todo. Mas aqui se fala em futebol de fato. E não se trata de modernismo ou saudosismo. Tudo que dá certo, tudo que é aprovado pelo povo, por que tem que ser modificado, na maioria das vezes pra pior, como é o caso desses estaduais?

Atualizo-me o suficiente para, embasado no que vejo há quase 5 décadas no futebol, saber diferenciar o antigo do novo e o certo do errado. Nem tudo que é antigo, é obsoleto, ultrapassado etc. Temos até exemplos em outras áreas, como a comercial que também se cruza com o futebol. De um modo ou de outro. A Confeitaria Colombo, para quem conhece, uma confeitaria de alto padrão, com mais de um século de existência, mantém íntegras sua qualidade, seu padrão de trabalho, sua riqueza arquitetônica e por aí vai. Por que teria de mudar? O mesmo ocorre em relação ao Maracanã. Construído nos anos 50, é compreensível que tenha tido de passar por reformas que o adaptassem às novas regras de segurança. Mas isso não implica em ter de demoli-lo como fizeram.

O Campeonato Carioca e, posso arriscar, o Mineiro, o Paulista e o Gaúcho, são competições regionais que vivem e sobrevivem da paixão clubística, dos discursos acalorados, da mística regional, que trouxe a realidade e estádios lotados, com recordes imbatíveis, além de jogos memoráveis. Pouco me importa a televisão ou os meios de transporte. Havendo uma solução na segurança, ação que não efetivam por descaso e ignorância, duvido que a preços populares o torcedor não voltasse em massa. Mesmo com uma queda absurda de qualidade individual. Portanto, não há razão para se surpreender com estádios vazios, jogos desorganizados e de péssima qualidade.

A culpa não é só da tecla que vivo batendo aqui, da ausência de identidade e do não resgate do nosso verdadeiro futebol. O modelo destrói num todo um sistema que deu certo e poderia vir a dar novamente. As novidades ficariam por conta do que necessariamente deveria mudar. Quantidade de times, qualidade dos estádios, regulamento dos campeonatos. Embora isso pareça muito difícil, se a massa voltasse em peso a um grande Fla x Flu, por exemplo, dificilmente a cobrança deixaria de existir. Os corruptores do futebol teriam de se virar pra atender a massa. Porque eles precisam entender, de uma vez por todas, não é o torcedor que tem que se adaptar a esse modelo espúrio, feio e maltratado. É o futebol que tem que respeitar os olhos, os instintos e a sabedoria do torcedor. O fim dos estaduais, como defendem alguns, não iria resolver em nada. Já o fim da pilantragem, com certeza.

Antes que eu me esqueça, sobre destaques e decepções, ainda é muito cedo pra falar. Os times estão em processo de adaptação física e técnica. Vamos aguardar mais um pouco para ver quem se salva, surpreende ou quem vai se juntar aos naufragados.

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