domingo, 15 de setembro de 2013

VÍCIOS DO FUTEBOL MODERNO















Amigos,

Vale a pena observar alguns vícios nem tão recentes e outros, mais novos, que estão super na moda no futebol atual. Como se não bastasse à qualidade técnica sofrível da maioria dos 220 protagonistas que iniciam os jogos a cada rodada, onde apenas poucos se destacam, raros por questões técnicas e outros por pura vontade mesmo, um exemplo disso acabei de ver agora na vitória do Atlético sobre o Grêmio, por 1 a 0, pelos pés de Ronaldinho em relação aos demais jogadores.

Naturalmente são vícios vindos de orientações erradas ou falta delas. Vamos a elas, que não são poucas. Por falta de qualidade técnica, nossos comandantes estão permitindo em demasia, quando não incentivam, os laterais à européia cobrados direto pra área. Alguns sequer são parelhos a grande área. O saudoso Djalma Santos, falecido recentemente, fazia isso, diriam alguns. Mas ele não batia um lateral pra que alguém supostamente alcançasse com seu penteado à lá moicano, desse aquele raspãozinho, sem ver absolutamente nada e alguém atrás, que também ninguém sabe quem é, desviasse por sorte pra rede, num emaranhado de camisas. Djalma dava um passe com as mãos com uma bola de couro oficial. É só acessar aí os vídeos antigos que a gente percebe a diferença. Jogada boa pros grandalhões e o desespero e não pro nosso estilo de jogo.

Outra pérola, são os lançamentos, leia-se cruzamentos, alguns do campo de defesa do time que sofreu a falta. É de arrepiar os cabelos. O cara cava uma falta, numa linha diagonal, a sessenta metros da grande área, e logo aparece um fariseu qualquer pra jogar no sufoco. E virem-se. O que acontecer é lucro. O erro não é de quem bateu a falta e nem de quem não conseguiu ter êxito no lance, se for o caso. Volta e meia acontece aquele choquezinho básico com dois corpos estendidos e os supercílios abertos, conforme eu chamo a atenção. Agora, criar alternativas, mesmo com algumas limitações técnicas, como fingir que vai cruzar essa bola, tocar curto e sair desenvolvendo o lance, ninguém treina, né? Ninguém se arrisca. Na falta de confiança, melhor rifar.

E os goleiros que contribuem pra isso? Só esse fim de semana foi um festival de erros. E olha que não faltam treinadores de goleiros candidatos aos montes nos clubes. Colocar um goleiro em forma física, como se diz na gíria, “chutando pra ele pegar”, é uma coisa. Prepará-lo em todas noções básicas de um goleiro, é que são elas. Só pra citar algumas, colocação, segurança, cantar o jogo, saber a hora de fazer cera, estudar o adversário e o jogador, concentrar-se, controlar emoções... Estas são só algumas das várias necessidades de um bom goleiro. A maioria ta soqueando bolas fáceis de segurar, que são suas. E eu garanto a vocês que o treinador de alguns aprova. É como se dissesse, livre o perigo daí, tire a responsabilidade de você. Era pra ser o contrário, né? Eu sei que jogamos com uma bola que nem oficial parece. Basta ver a quantidade de quiques que ela dá no campo e em gramados fofos, por exemplo.

Pra finalizar, outro vício irritante. Todo mundo sabe o que é jogar atrás da linha da bola e quase todo time faz sua marcação assim. Quando está no ataque e o adversário recua para fechar as imediações da sua área, lá estão os meias, laterais, volantes, atacantes, trocando 5, 15, 20 passes de menos de dez metros na esperança de achar uma brecha. Como na maioria das vezes não acham, são muitos atrás da tal linha da bola, é mais fácil tocar pro que estiver um pouquinho mais solto nas extremas e esse chuveirar e rezar pra que alguém do time adversário falhe. Tentar uma tabela na vertical, uma jogada individual que propicia falta, abre espaço, impõe respeito e leva ao verdadeiro futebol, mesmo sem ser um grande jogador, cadê gente qualificada e com olhos de ver pra incentivar e cobrar isso?


Que Freud nos ajude e os vícios não virem outros tipos de TOC mais graves.


Abraços,


Fernando

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