Amigos,
Vale a pena observar alguns
vícios nem tão recentes e outros, mais novos, que estão super na moda no
futebol atual. Como se não bastasse à qualidade técnica sofrível da maioria dos
220 protagonistas que iniciam os jogos a cada rodada, onde apenas poucos se
destacam, raros por questões técnicas e outros por pura vontade mesmo, um
exemplo disso acabei de ver agora na vitória do Atlético sobre o Grêmio, por 1 a 0, pelos pés de Ronaldinho
em relação aos demais jogadores.
Naturalmente são vícios vindos
de orientações erradas ou falta delas. Vamos a elas, que não são poucas. Por
falta de qualidade técnica, nossos comandantes estão permitindo em demasia,
quando não incentivam, os laterais à européia cobrados direto pra área. Alguns
sequer são parelhos a grande área. O saudoso Djalma Santos, falecido
recentemente, fazia isso, diriam alguns. Mas ele não batia um lateral pra que
alguém supostamente alcançasse com seu penteado à lá moicano, desse aquele
raspãozinho, sem ver absolutamente nada e alguém atrás, que também ninguém sabe
quem é, desviasse por sorte pra rede, num emaranhado de camisas. Djalma dava um
passe com as mãos com uma bola de couro oficial. É só acessar aí os vídeos
antigos que a gente percebe a diferença. Jogada boa pros grandalhões e o desespero
e não pro nosso estilo de jogo.
Outra pérola, são os
lançamentos, leia-se cruzamentos, alguns do campo de defesa do time que sofreu
a falta. É de arrepiar os cabelos. O cara cava uma falta, numa linha diagonal,
a sessenta metros da grande área, e logo aparece um fariseu qualquer pra jogar
no sufoco. E virem-se. O que acontecer é lucro. O erro não é de quem bateu a
falta e nem de quem não conseguiu ter êxito no lance, se for o caso. Volta e
meia acontece aquele choquezinho básico com dois corpos estendidos e os
supercílios abertos, conforme eu chamo a atenção. Agora, criar alternativas,
mesmo com algumas limitações técnicas, como fingir que vai cruzar essa bola,
tocar curto e sair desenvolvendo o lance, ninguém treina, né? Ninguém se
arrisca. Na falta de confiança, melhor rifar.
E os goleiros que contribuem
pra isso? Só esse fim de semana foi um festival de erros. E olha que não faltam
treinadores de goleiros candidatos aos montes nos clubes. Colocar um goleiro em
forma física, como se diz na gíria, “chutando pra ele pegar”, é uma coisa.
Prepará-lo em todas noções básicas de um goleiro, é que são elas. Só pra citar
algumas, colocação, segurança, cantar o jogo, saber a hora de fazer cera,
estudar o adversário e o jogador, concentrar-se, controlar emoções... Estas são
só algumas das várias necessidades de um bom goleiro. A maioria ta soqueando
bolas fáceis de segurar, que são suas. E eu garanto a vocês que o treinador de
alguns aprova. É como se dissesse, livre o perigo daí, tire a responsabilidade
de você. Era pra ser o contrário, né? Eu sei que jogamos com uma bola que nem
oficial parece. Basta ver a quantidade de quiques que ela dá no campo e em
gramados fofos, por exemplo.
Pra finalizar, outro vício
irritante. Todo mundo sabe o que é jogar atrás da linha da bola e quase todo
time faz sua marcação assim. Quando está no ataque e o adversário recua para
fechar as imediações da sua área, lá estão os meias, laterais, volantes,
atacantes, trocando 5, 15, 20 passes de menos de dez metros na esperança de achar
uma brecha. Como na maioria das vezes não acham, são muitos atrás da tal linha
da bola, é mais fácil tocar pro que estiver um pouquinho mais solto nas
extremas e esse chuveirar e rezar pra que alguém do time adversário falhe.
Tentar uma tabela na vertical, uma jogada individual que propicia falta, abre
espaço, impõe respeito e leva ao verdadeiro futebol, mesmo sem ser um grande
jogador, cadê gente qualificada e com olhos de ver pra incentivar e cobrar
isso?
Que Freud nos ajude e os
vícios não virem outros tipos de TOC mais graves.
Abraços,
Fernando
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