8 de dezembro de 2013. Chega ao final um dos piores
Campeonatos Brasileiros que já assisti. Um futebol de qualidade pobre, onde o
torcedor pode contar nos dedos as partidas que trouxeram alguma emoção.
Acredito que até o torcedor do Cruzeiro preferisse desfecho mais emocionante.
Há muito tempo condeno a forma de disputa do Brasileiro e o
seu tempo de duração. O Brasil não é do tamanho dos pequenos países europeus
que gosta de imitar. Campeonato com mais de 4 meses e meio, 5 meses, num
território desta dimensão, além de ser cansativo de acompanhar, mesmo por parte
do torcedor mais fanático e assíduo, é cansativo pelo nível da competição em
si. A Copa do Mundo prova isso. E a Libertadores também provava até o momento
que resolveram inchá-la. Perdeu, sim, emoção.
Em 11 meses há tempo suficiente para Estaduais, onde existem
boas condições para organizá-los, onde haja rivalidade, há tempo para uma Copa do
Brasil de tiro mais curto e uma participação na Libertadores, além do
Brasileiro, dos clubes classificados. Mas aí entra a política e a ganância e
com ela o excesso de jogos. Prefiro ficar com qualidade do que quantidade. Sem
falar que a fórmula de pontos corridos propicia, junto com o tédio, situações
na tabela que permitem más interpretações.
Como disse semana passada, deve haver como acho que sempre
existiu, o lado podre e mafioso do famoso jogo de compadre, por razão A ou B,
mas, na maioria dos casos, o jogador sabe que está ali entre a 5ª e a 13ª posição,
fazendo hora, entrando e saindo de avião, sujeito a convocações, quando
existem, perdas com transferências, condicionamento físico das equipes desabando,
desagregações no elenco etc.
E pra falar do pior, dirigido por uma entidade desacreditada,
por uma entidade, assim como as Federações, que permite carnificinas previstas
e quase consecutivas nos estádios ou nas ruas, como aconteceu ontem entre
Atlético Paranaense e Vasco. O futebol não pode viver de emoções ruins. Há de
se lutar para que predominem as boas, porque o resto faz parte do jogo. A
violência que fechou a rodada final em Joinville foi de uma estupidez das
autoridades omissas e uma insanidade de marginais travestidos de torcedores,
que dispensa comentários repetitivos.
Sobre o desespero dos dois cariocas que caíram, não é
difícil explicar. Você viu, torcedor vascaíno, seu time usar sua camisa em
jogadores que em outra ocasião jamais vestiriam este uniforme consagrado. Um
clube mergulhado em dívidas com problemas até pra banhos de seus jogadores na
sede, vaquinhas para pagar salários e com certeza os piores goleiros que já
vestiram a camisa do Vasco da Gama numa temporada. Triste pela fama de Roberto
Dinamite, que há um ano e meio tinha em mãos um elenco bom e bem dirigido.
Sobre o Fluminense, os problemas extra campo, ou seja,
políticos, foram seu maior adversário. Mesmo com as ausências cruciais de Fred
e Carlinhos, por lesões “incuráveis” no DM tricolor, o elenco tinha condições
de se manter na série A. Agora, dirigido por um presidente e dirigentes amadores,
por pessoas sem experiência e conhecimento no ramo, tudo fica mais difícil.
Surgem erros grosseiros, como tentar a sorte com jogadores ainda despreparados
e pior, visivelmente mal escolhidos, sem que se veja sinal em nenhum deles que
justifique suas escalações.
Disse aqui em minhas primeiras colunas, é só olhar, que
aqueles que pensavam que bastavam dois ou três reforços, como eu lia nos
jornais, cairiam do cavalo. O Fluminense precisava de uma reformulação geral. O
modelo já não dava. Entretanto, mesmo desgastado e sofrendo, dificilmente nas
mãos do comandante que no ano anterior erguia a taça, Abel, acredito que o time
caísse.
Temo por Vasco e Fluminense na série B. O Vasco, por ficar
imaginando como irá se reerguer em meio a este caos. E o Fluminense, qual dos
dois Fluminenses escolherá: o daqueles que militam no ramo do futebol
profissional ou daqueles que invadiram o clube atrás de cargos, fama e aventuras,
vindos de outras origens e profissões?
Com o tempo falarei um pouco da Seleção e do sorteio da
Copa, que, aliás, não tem muito o que falar, porque há algumas Copas o Brasil
vem pegando chaves generosas. Mas até o sonho final são 8 jogos e pra chegar lá
você tem que passar por esta fase. Então vamos aguardar.
Boa semana a todos, campeões, libertados, satisfeitos ou
rebaixados!
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