Amigos e amigas,
Vou dedicar esta minha coluna
a duas homenagens. Uma ao mestre Nilton Santos, falecido esta semana, aos 88
anos, no Rio de Janeiro. E outra, ao título conquistado pelo Flamengo, na Copa
do Brasil. Alguns podem perguntar: “e o Brasileirão? Não vai dizer uma
palavrinha?”. Não. Em respeito a você, leitor, ao torcedor simples e ao futebol
brasileiro, não vou digitar palavras sobre esse final de Brasileirão porque nem
ele merece a credibilidade que eu gostaria de dar, nem vocês as palavras que eu
postaria. Não existiria progresso algum, vantagem alguma, compreendem? Tenho
até que explicar antes de falar das homenagens que citei, que as razões vão
desde um péssimo futebol jogado e a credibilidade de alguns jogos nesta etapa.
Não me perguntem se quero insinuar ou me referir a roubos de arbitragem,
entregas de resultado, corpo mole, teorias de conspiração ou outras ilicitudes.
Eu não sou da Polícia Federal. Eu não sei o que se passa na cabeça dos cartolas
e nem quero saber. Eu não imagino as ideias dos mafiosos. E não tenho vocação
pra sustentar suposições sobre adivinhações tipo Mãe Diná. Fique à vontade para
fazer seu julgo. Este atual futebol brasileiro, jogado neste campeonato
excessivamente longo e que aliado a um regulamento de pontos corridos propiciam
e atraem ilegalidades e transações espúrias, não merece uma linha sequer, ao
menos hoje, em respeito à coisa maior. E vamos a elas!
Como falei acima, mais um
mestre deu adeus. O lateral que jogava um futebol que hoje, Zagalo disse muito
bem na sua despedida, seria o correto de se jogar. O eternamente moderno Nilton
Santos sabia, na sua simplicidade e imensa categoria, que futebol não tem
época, não tem data marcada. É simples. Se bem jogado, a bola gosta de você e
parece que lhe confere poderes divinos. Ele disse isso, certa vez, treinando um
time em Brasília, ao abandonar os jogadores durante uma preleção no campo,
contrariado ao perceber o desinteresse da molecada. Foi curto e grosso: “Tomem
aqui o apito. Vou tomar banho e ir pra casa. Tá pensando que eu vou perder meu
tempo e me aborrecer com uma garotada que pensa que o futebol começou há 10
minutos?”. Esse era o Nilton. Franco, sincero, amigo, experiente e de uma
humildade que só os grandes monstros sagrados do futebol alcançam. Foi reserva
em 50. Viu a tragédia de perto e depois protagonizou atuações e colaborou com a
glória do futebol brasileiro na Copa de 58 e 62. Fora a dignidade e respeito
que conquistou no Botafogo, o clube de sua vida. Descanse em paz, eterno
Nilton! Creio que Mané Garrincha, seu inseparável parceiro, está lá em cima
rindo e brincando por receber mais um de sua turma.
Ao Flamengo, vai à homenagem
pela superação, pelo esforço de seus jogadores. O título é deles, dos
jogadores. Mas cabe aqui um parabéns especial ao
excelente Jayme. Ele soube montar um time com a cara do Flamengo. Mesmo depois
de perder um pouco a força no ritmo intenso que impôs na decisão, não deu
chance a um time competitivo, como o Atlético PR. O Flamengo também foi
extremamente competitivo, porém mais habilidoso. É evidente que este time não
joga a bola que sua torcida se acostumou a ver, que está longe de ser o time
dos sonhos, mas que com certeza alcançou o máximo que poderia dentro das
limitações que dispõe. O nome do jogo: Luis Antônio. Do Fla na Copa: Hernane.
Um tricampeonato merecido.
Bem pessoal,
vamos a mais uma semana. A primeira do fim do ano. Paciência e olho aberto.
Abração a
todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário