domingo, 15 de dezembro de 2013

BRASILEIRÃO 2013: O FUTEBOL NO BANCO DOS RÉUS


Caro leitor, pensei que já tinha me livrado dessa. Já estava cansado de falar sobre o horroroso campeonato brasileiro de 2013. Que de tão horroroso, o destaque não foi o campeão, a não ser indiretamente ou supostamente comprometido em alguma irregularidade. Deus me livre! Jamais podia imaginar um desfecho tão melancólico e deprimente.

Esses dias comentando com várias pessoas, às vezes até debatendo o assunto, que em termos de direito não sou e nunca fui especialista, mas, por força das circunstâncias em alguns aspectos tenho que dar meu parecer. Ontem mesmo, na alegre, descontraída e super festiva pelada de fim de ano do Trem da Alegria, comemorativa ao aniversário do genial jogador e amigo Nei Conceição, em alguns momentos o assunto predominava entre mim, Afonsinho, Jair Marinho, entre outros. Achei muito interessante e inteligente o ponto de vista do Mestre Afonsinho. Aquele que além de super craque, grande médico, parceiro e figura célebre no futebol brasileiro, que brigou nos Tribunais nos anos de chumbo e obtendo uma vitória no Supremo, em Brasília, deu o grito de liberdade, por cinco votos a três, e abriu caminho para que a maioria dos jogadores alienados de hoje soubessem que a escravidão acabou ali. E se alguém hoje ganha 500 mil, 1 milhão por mês, deve lembrar que as coisas ficaram mais fáceis, depois que a relação clube x atleta teve seus grilhões rompidos pela cuca e rebeldia do nosso prezado amigo.

Afonsinho dizia ser positivo tudo que estava acontecendo porque ao final de um campeonato tão medíocre, pra ele também um dos piores que assistiu, toda essa confusão que estava ocorrendo agora só fazia trazer a sujeira à tona e isso era ótimo. Quanto mais à vista, melhor. Interessante e compartilho!

Creio que o torcedor mais uma vez está sendo deixado em segundo plano. O que ele viu, torceu, chorou e sorriu, vai por água abaixo. Interessante que a Rede Globo de Televisão malandramente defendendo seus interesses midiáticos e de Ibope já lançou o refrão: “Brasileirão 2013: o campeonato que não acabou”.

Penso que me fizeram de palhaço esses anos todos. Jurava que ele terminava no apito do juiz e na entrega da taça. Sem entrar nos meandros convenientes jurídicos, que justificam as paixões do torcedor por um lado ou pelo outro, digo e afirmo que antes de mais nada não confio e não acredito na CBF, no STJD e na TV, que é quem banca o futebol atualmente. Racionalizando a coisa, que é o que mais tento fazer nessa hora, lembro que acima da lei está a justiça. Como é fato que alguém cometeu uma irregularidade contra o tal artigo, logicamente defendo uma punição. Longe de defender da maneira que o Procurador Paulo Schmidt denuncia.  Se o ponto de vista dele sobre esse tipo de coisa é um em 2010 e se transformou em 2013, já começam as contradições. Não pelo erro, que já foi desfeito, mas sim, pela manifestação, tanto na ocasião como agora. Entendo que o seu papel é oferecer a denúncia. Não praticamente tentar induzir a decisão futura. Manifestar o pensamento é uma coisa, emitir opiniões mais profundas dá no mesmo que um dos jurados fez ao divulgar seu voto numa rede social. Portanto, se for o caso da Portuguesa perder os pontos não entendo porque eles devam beneficiar qualquer outra equipe, até porque o próprio Flamengo pode pagar pelo mesmo erro, mas sem cair de divisão. Senão fica explícito que alguém é beneficiado com o erro, administrativo ou não, de outro. E aí a justiça vai pro vinagre.

Acho que todos sabem que sou Tricolor, mas assim como em 1996 não defendi sua permanência, embora rótulos que lhe foram conferidos injustamente, como “time de virada de mesa”, “vergonha nacional”, “clube indigno”, “time do tapetão”, tenham sido de uma hipocrisia absoluta.  E ainda o são, porque na ocasião, e cansei de alertar, alguém tinha que assumir aquele prejuízo e publicamente explicar tudo que aconteceu, tin tin por tin tin. Mas, preferiram se calar. E quem cala consente. Hoje ainda ocorrem os ecos do passando corroendo a imagem, sim, e diminuindo a torcida do Fluminense nos quatro cantos do Brasil. Quando seu clube entra em campo, o torcedor não quer saber do tal Artigo 214 e nem adianta convencê-lo disso. Ele quer ver a seqüência da tabela estampada na última rodada do campeonato projetada no campo. E ponto final. O Presidente do Fluminense já se manifestou sobre a atual situação. Esta é até a área dele, por ser advogado, embora de outra especialidade e falou corretamente o que deviam ter dito há 15 anos. Mas a hipocrisia lançou raízes e o clube está errando em se meter no assunto através de seu advogado. O Fluminense tem alguma coisa a ver com a Portuguesa, além de seus antepassados terem sido descobertos por Pedro Álvares Cabral? Então fica na sua garoto. Reitero, sou a favor da punição em forma de multa e da manutenção da colocação dos times. Sem mais. Embora creia em decisão diferente amanhã. E já preveja conseqüências futuras para o clube muito piores do que jogar a série B 2014. Vamos conferir!

Pra encerrar, curto e grosso sobre a carnificina de Vasco e Atlético PR. Não morreu ninguém, não é? E a Copa está assegurada. Então, deixa os garotos voltarem pra casa e comerem seu bacalhau ou chucrute, com seus pais e educadores. Se alguém quisesse acabar com isso, como disse a advogada do Vasco, instalaria roletas biométricas nos Estádios. É mais barato do que corromper o MP. Em estádio de futebol entra torcedor, entram torcidas. Bandidos em Bangu 1 ou presídios semelhantes.

Aquele abraço!


Nenhum comentário:

Postar um comentário