Caro leitor, pensei que já tinha me livrado dessa. Já estava
cansado de falar sobre o horroroso campeonato brasileiro de 2013. Que de tão
horroroso, o destaque não foi o campeão, a não ser indiretamente ou supostamente
comprometido em alguma irregularidade. Deus me livre! Jamais podia imaginar um
desfecho tão melancólico e deprimente.
Esses dias comentando com várias pessoas, às vezes até
debatendo o assunto, que em termos de direito não sou e nunca fui especialista,
mas, por força das circunstâncias em alguns aspectos tenho que dar meu parecer.
Ontem mesmo, na alegre, descontraída e super festiva pelada de fim de ano do
Trem da Alegria, comemorativa ao aniversário do genial jogador e amigo Nei
Conceição, em alguns momentos o assunto predominava entre mim, Afonsinho, Jair
Marinho, entre outros. Achei muito interessante e inteligente o ponto de vista
do Mestre Afonsinho. Aquele que além de super craque, grande médico, parceiro e
figura célebre no futebol brasileiro, que brigou nos Tribunais nos anos de
chumbo e obtendo uma vitória no Supremo, em Brasília, deu o grito de liberdade,
por cinco votos a três, e abriu caminho para que a maioria dos jogadores
alienados de hoje soubessem que a escravidão acabou ali. E se alguém hoje ganha
500 mil, 1 milhão por mês, deve lembrar que as coisas ficaram mais fáceis,
depois que a relação clube x atleta teve seus grilhões rompidos pela cuca e rebeldia
do nosso prezado amigo.
Afonsinho dizia ser positivo tudo que estava acontecendo
porque ao final de um campeonato tão medíocre, pra ele também um dos piores que
assistiu, toda essa confusão que estava ocorrendo agora só fazia trazer a sujeira
à tona e isso era ótimo. Quanto mais à vista, melhor. Interessante e
compartilho!
Creio que o torcedor mais uma vez está sendo deixado em
segundo plano. O que ele viu, torceu, chorou e sorriu, vai por água abaixo.
Interessante que a Rede Globo de Televisão malandramente defendendo seus
interesses midiáticos e de Ibope já lançou o refrão: “Brasileirão 2013: o
campeonato que não acabou”.
Penso que me fizeram de palhaço esses anos todos. Jurava que
ele terminava no apito do juiz e na entrega da taça. Sem entrar nos meandros
convenientes jurídicos, que justificam as paixões do torcedor por um lado ou
pelo outro, digo e afirmo que antes de mais nada não confio e não acredito na
CBF, no STJD e na TV, que é quem banca o futebol atualmente. Racionalizando a
coisa, que é o que mais tento fazer nessa hora, lembro que acima da lei está a
justiça. Como é fato que alguém cometeu uma irregularidade contra o tal artigo,
logicamente defendo uma punição. Longe de defender da maneira que o Procurador Paulo Schmidt denuncia. Se o ponto de
vista dele sobre esse tipo de coisa é um em 2010 e se transformou em 2013, já
começam as contradições. Não pelo erro, que já foi desfeito, mas sim, pela
manifestação, tanto na ocasião como agora. Entendo que o seu papel é oferecer a
denúncia. Não praticamente tentar induzir a decisão futura. Manifestar o
pensamento é uma coisa, emitir opiniões mais profundas dá no mesmo que um dos
jurados fez ao divulgar seu voto numa rede social. Portanto, se for o caso da
Portuguesa perder os pontos não entendo porque eles devam beneficiar qualquer
outra equipe, até porque o próprio Flamengo pode pagar pelo mesmo erro, mas sem
cair de divisão. Senão fica explícito que alguém é beneficiado com o erro, administrativo
ou não, de outro. E aí a justiça vai pro vinagre.
Acho que todos sabem que sou Tricolor, mas assim como em
1996 não defendi sua permanência, embora rótulos que lhe foram conferidos
injustamente, como “time de virada de mesa”, “vergonha nacional”, “clube
indigno”, “time do tapetão”, tenham sido de uma hipocrisia absoluta. E ainda o são, porque na ocasião, e cansei de
alertar, alguém tinha que assumir aquele prejuízo e publicamente explicar tudo
que aconteceu, tin tin por tin tin. Mas, preferiram se calar. E quem cala
consente. Hoje ainda ocorrem os ecos do passando corroendo a imagem, sim, e
diminuindo a torcida do Fluminense nos quatro cantos do Brasil. Quando seu
clube entra em campo, o torcedor não quer saber do tal Artigo 214 e nem adianta
convencê-lo disso. Ele quer ver a seqüência da tabela estampada na última
rodada do campeonato projetada no campo. E ponto final. O Presidente do Fluminense
já se manifestou sobre a atual situação. Esta é até a área dele, por ser advogado,
embora de outra especialidade e falou corretamente o que deviam ter dito há 15
anos. Mas a hipocrisia lançou raízes e o clube está errando em se meter no
assunto através de seu advogado. O Fluminense tem alguma coisa a ver com a
Portuguesa, além de seus antepassados terem sido descobertos por Pedro Álvares
Cabral? Então fica na sua garoto. Reitero, sou a favor da punição em forma de
multa e da manutenção da colocação dos times. Sem mais. Embora creia em decisão
diferente amanhã. E já preveja conseqüências futuras para o clube muito piores
do que jogar a série B 2014. Vamos conferir!
Pra encerrar, curto e grosso sobre a carnificina de Vasco e
Atlético PR. Não morreu ninguém, não é? E a Copa está assegurada. Então, deixa
os garotos voltarem pra casa e comerem seu bacalhau ou chucrute, com seus pais
e educadores. Se alguém quisesse acabar com isso, como disse a advogada do
Vasco, instalaria roletas biométricas nos Estádios. É mais barato do que
corromper o MP. Em estádio de futebol entra torcedor, entram torcidas. Bandidos
em Bangu 1 ou presídios semelhantes.
Aquele abraço!
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