quarta-feira, 1 de outubro de 2014

EMPRESÁRIO DE FUTEBOL: O FIM DE UMA ERA?



















Perdoem-me o atraso desta semana, mas vamos lá! Notícia recente dá como extinto o domínio dos empresários sobre o passe dos jogadores. Bem, eles têm 4 anos para se adaptar, segundo a FIFA. Se não precisando de 4 anos, eles já dariam o seu jeito, imagina com um prazo desses. Haja árvores frutíferas. Refiro-me a Laranjeira mesmo, aquela árvore que dá laranjas. Naturalmente o leitor deve pensar que eu odeio empresários. Não, não. Apesar de nunca ter trabalhado com nenhum, não cometeria esse erro de avaliação, esse preconceito desnecessário. Empresários nos Estados Unidos, por exemplo, são comuns. E em várias atividades também em outros países e aqui no Brasil. Muitos são responsáveis pelo sucesso de jogadores e outras personalidades. Também, do mesmo modo, ofuscaram muitos deles.

O problema do empresário de futebol no Brasil é um só. É que no passado eles existiam com outro nome, era tipo um “padrinho”, como se fosse um pai dividindo a mesada com o seu filho. Depois passou a ser o procurador, às vezes parentes, como no caso do Gerson “canhotinha de ouro”, por exemplo, onde seu genro cuidava dos assuntos de interesse do craque. E hoje, eles mandam em clubes, tanto no Brasil, quanto na Europa. Aí é que pega. Primeiro porque a maioria não entende xongas de futebol. Normalmente se apóiam em olheiros às vezes piores que eles. Resultado: influem mais negativamente que positivamente na nossa indústria de produção de jogadores. Além de terem parcerias com dirigentes de clubes, na base ou no profissional, onde, uma vez entrando nos caminhos do clube, ficam ricos da noite para o dia. E o clube e seu patrimônio, mais pobres. E por tabela, são responsáveis por aqueles ilustres cidadãos que ficam na área técnica fazendo aqueles gestos bonitos e mais tarde entrando na sua casa em entrevistas pomposas com termos, conceitos e ares que dariam inveja a Estein, caso fosse vivo. Conta-se nos dedos os técnicos que trabalham no futebol sem a influência dos empresários.

A outra restrição é a forma como trabalham financeiramente. Não existe fiscalização sobre o trabalho deles e sobre o ganho deles. Muitos repartem com alguma noção e sensatez os lucros do sucesso. Outros, viram o clube de cabeça pra baixo, formam quadrilhas que beneficiam até o sorveteiro que fica na porta do clube, escravizam, exploram e fica por isso mesmo. Não há fiscalização. Você vai à casa de um menino aspirante a jogador, pobre e oferece um contrato e perspectivas e que saída ele tem? Mais tarde, se seu futebol for maior do que o esperado, o “dono” do jogador fica 3, 4 vezes mais rico do que ele. Isso é justo?

Fechando, é importante lembrar que existem empresários no ramo esportivo que atuam também na mídia beneficiando este ou aquele clube, um ou outro atleta em detrimento de muitos, que na maioria das vezes, jogam muito mais e merecem maior destaque.

Vamos acompanhar a evolução da coisa. Pra mim, só vai dar em sujeito oculto e em transações mais ocultas ainda.


Abraços!

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