Perdoem-me o atraso desta
semana, mas vamos lá! Notícia recente dá como extinto o domínio dos empresários
sobre o passe dos jogadores. Bem, eles têm 4 anos para se adaptar, segundo a
FIFA. Se não precisando de 4 anos, eles já dariam o seu jeito, imagina com um
prazo desses. Haja árvores frutíferas. Refiro-me a Laranjeira mesmo, aquela
árvore que dá laranjas. Naturalmente o leitor deve pensar que eu odeio
empresários. Não, não. Apesar de nunca ter trabalhado com nenhum, não cometeria
esse erro de avaliação, esse preconceito desnecessário. Empresários nos Estados
Unidos, por exemplo, são comuns. E em várias atividades também em outros países
e aqui no Brasil. Muitos são responsáveis pelo sucesso de jogadores e outras
personalidades. Também, do mesmo modo, ofuscaram muitos deles.
O problema do empresário de
futebol no Brasil é um só. É que no passado eles existiam com outro nome, era
tipo um “padrinho”, como se fosse um pai dividindo a mesada com o seu filho.
Depois passou a ser o procurador, às vezes parentes, como no caso do Gerson
“canhotinha de ouro”, por exemplo, onde seu genro cuidava dos assuntos de
interesse do craque. E hoje, eles mandam em clubes, tanto no Brasil, quanto na
Europa. Aí é que pega. Primeiro porque a maioria não entende xongas de futebol.
Normalmente se apóiam em olheiros às vezes piores que eles. Resultado: influem
mais negativamente que positivamente na nossa indústria de produção de
jogadores. Além de terem parcerias com dirigentes de clubes, na base ou no
profissional, onde, uma vez entrando nos caminhos do clube, ficam ricos da
noite para o dia. E o clube e seu patrimônio, mais pobres. E por tabela, são
responsáveis por aqueles ilustres cidadãos que ficam na área técnica fazendo
aqueles gestos bonitos e mais tarde entrando na sua casa em entrevistas
pomposas com termos, conceitos e ares que dariam inveja a Estein, caso fosse
vivo. Conta-se nos dedos os técnicos que trabalham no futebol sem a influência
dos empresários.
A outra restrição é a forma
como trabalham financeiramente. Não existe fiscalização sobre o trabalho deles
e sobre o ganho deles. Muitos repartem com alguma noção e sensatez os lucros do
sucesso. Outros, viram o clube de cabeça pra baixo, formam quadrilhas que
beneficiam até o sorveteiro que fica na porta do clube, escravizam, exploram e
fica por isso mesmo. Não há fiscalização. Você vai à casa de um menino
aspirante a jogador, pobre e oferece um contrato e perspectivas e que saída ele
tem? Mais tarde, se seu futebol for maior do que o esperado, o “dono” do
jogador fica 3, 4 vezes mais rico do que ele. Isso é justo?
Fechando, é importante
lembrar que existem empresários no ramo esportivo que atuam também na mídia
beneficiando este ou aquele clube, um ou outro atleta em detrimento de muitos,
que na maioria das vezes, jogam muito mais e merecem maior destaque.
Vamos acompanhar a evolução
da coisa. Pra mim, só vai dar em sujeito oculto e em transações mais ocultas
ainda.
Abraços!
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