domingo, 5 de julho de 2015

QUANTO VALE UM JOGADOR DE FUTEBOL?




















No passado, em moeda corrente nacional, valiam muito menos que hoje, é claro. E foi justo no passado que tivemos os que deveriam ser melhores remunerados. Mas, a tecnologia e os interesses comerciais mudaram tudo há muitos anos. Não é o futebol espetáculo. É o futebol de negócios. Há muito tempo também.

Engana-se quem pensa que todos ganham fortunas incalculáveis. São poucos, gente. Alguns poucos recebem salários astronômicos e fora da realidade. Em compensação, muitos deles como Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo... Os considerados melhores do mundo trazem espetáculos e geram lucros que justificam suas fortunas. Não somos nós que mediremos isto. Entretanto, na média geral, principalmente aqui no Brasil, o salário é pequenininho como aquele da Escolinha do fabuloso Chico Anysio. Isso quando são pagos. Porque, a título de informação, a maioria dos clubes brasileiros está devendo a seus jogadores. Isso tem influência direta no espetáculo que vocês têm visto nas transmissões esportivas ou nos estádios.

Há pouco assisti a um São Paulo 0 X 0 Fluminense, no Morumbi. A expressão que melhor se encaixa para traduzir esse jogo é: lastimável. E mais intrigante ainda, um jogo entre o surpreendentemente 3º colocado na tabela e o forte São Paulo, que em décadas passadas para ser derrotado em seus domínios era necessário mais que jogar futebol e ter raça. O público, por si só, presente ao estádio, ilustra o que estou dizendo. Se o pobre do torcedor tem esperança que dentre todos os jogadores dos elencos brasileiros das séries A, B e C existe algum extraclasse atuando, olha... Só uma grande surpresa ou milagre. A mediocridade é geral.

Meus caros, quando vocês leem em sites esportivos anúncios do tipo: “Venha para o nosso centro de futebol. Aqui transformamos jogadores em atletas”. Imagine, deveriam fazer justo o contrário. Ou conclusões de treinadores que atribuem a fase negra do futebol brasileiro à falta de reciclagem e humildade dos treinadores. Veja só. No comentário já existe a prepotência. Estamos assim por falta de reciclagem dos treinadores? E se reciclar é o quê, no caso do futebol? O que seria melhorado em campo? Nossos problemas são táticos, físicos e científicos? Ou morais, culturais e técnicos? Perda de tempo.

Enquanto o futebol brasileiro não voltar as suas raízes, não irá se recuperar tão cedo. E mesmo que isso aconteça, fato que não acredito em curto prazo, tal recuperação levaria algum tempo. Ainda mais se mantendo no poder os esquemas de FIFA, CBF, ligas, federações e empresas gestoras esportivas. Aliás, por falar nelas, os empresários, aproveitando a tal janela de transferência, já gastaram seu estoque de criatividade para promover e divulgar seus pupilos. Tentam vender pernas de pau travestidos de promessas futuras ou craques de futebol.

Às vezes nos salva assistir a um Chile X Argentina (devem estar me cobrando comentários sobre) pelo bom futebol jogado pela seleção argentina, embora tenha sido derrotada, e pela raça, grande melhoria técnica e determinação dos campeões, com toda justiça, da seleção chilena. Mas, por que aconteceu esse jogo? Não foi só por ser decisivo. Apesar da goleada, Argentina e Paraguai, também foi um jogo de boa qualidade. Nossos Hermanos ainda preservam amor à camisa. Vem de sofrimentos de longa data e sempre se mantiveram bem informados sobre o nosso momento no futebol. Estão mais que por dentro da fase bisonha do futebol brasileiro. E naturalmente se aproveitam dela adicionando um pouquinho do amor à camisa e o patriotismo que ainda é comum nestes países.

Sobre a derrota, sem esse papo de Messi ser isso ou aquilo. É uma tolice e uma lenda. O grande Zico também perdeu muitas decisões. Não se mede a capacidade de ninguém só pela quantidade de vitórias e títulos. O jogo só ficou no 0 X 0 porque estamos com um problema crônico mundial: um jogador de finalização. Por tudo que tenho visto no mundo e tenho acesso, por incrível que pareça, em minha opinião, o melhor deles no momento chama-se Fred e joga no Fluminense.

Vamos em frente. O mercado do futebol virou uma feira com ares de desespero. Todo mundo vendendo todo mundo. Cartolas, empresários, comerciantes e até ex-jogadores colocando a mercadoria em matérias pagas nos jornais, nos sites e até nos sites dos próprios clubes. É o salve-se quem puder. 

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