domingo, 26 de julho de 2015

Treinador de Goleiros - Quem são eles?





















Falando um pouco de um dos personagens que passam quase despercebidos no mundo do futebol e exercem uma função a cada dia mais importante dentro dele. Função que tive o orgulho de exercer . Começo elogiando o progresso deste profissional que nos anos 70 era raro e muitas equipes sequer o tinham.  Este trabalho de preparar os goleiros era feito normalmente por um auxiliar de preparação física ou o próprio preparador  físico.  Tivemos e temos alguns famosos como Wendel, Marcos Leme, do Flamengo, um dos melhores que vi, Valdir Moraes e recentemente Taffarel.

A responsabilidade deles é imensa hoje em dia. Muitos têm a prerrogativa de escolher o titular sob o consentimento do treinador. Outros deixam esta banana para treinador mesmo. O fato é que é um trabalho puxado, mental e fisicamente falando. Com a maior envergadura dos atuais goleiros o trabalho parece facilitado, mas não é. Da base ao profissional o tempo parece voar. Por trás de muitas defesas de alta plasticidade, sequências de intervenções incríveis, existe o trabalho do preparador. Reflexo, agilidade, antevisão, jogar com os pés, impulsão, colocação, preparo psicológico etc.

Como tudo no futebol, se o goleiro vai bem ele é valorizado, do contrário... Sou contra a uma determinada corrente de preparadores que defende muito a força e a estatura, bem como uma menor importância à firmeza. Como uma das vítimas destes equívocos cito o goleiro Fábio, do Cruzeiro. Ele possui fundamentos e regularidade que o credenciam há muito tempo a brigar pela camisa 1 da Seleção, embora o atual titular, Jeferson, também seja de qualidade. Critico os que não incentivam as saídas do gol em bolas aéreas, aconselhando a guarnecer a meta, ficando fixo. Ou saindo em demasia de soco , às vezes. Muito comum bolas de graça serem soqueadas sem necessidade ou assistirem ela cruzar a meta a dois passos de seu arco. Medo inexplicável de erro e goleiro não pode ter medo de errar. Reposições exageradamente rápidas dificultam a lucidez de saída de jogo. Entre estes erros pelo alto cito um pra ilustrar, na Copa de 2006, na bola de Zidane, finalizada por Henry. Ela veio a 40m de distância ou mais e morreu a 2 passos de um goleiro de quase 2 metros. Não havia porque ficar “pregado embaixo dos paus”. Portanto, não culpo Roberto Carlos por aquele gol que nos tirou daquela Copa e, sim, Dida. Entre erros comuns estão rebatidas desnecessárias, a má colocação e o silêncio sepulcral. Goleiro joga, gente! Tá de frente, tem que falar, orientar, incentivar, criticar... Por fim, as saídas de gol desastrosas. Absurdo um goleiro de bom porte fechar o ângulo numa jogada cara a cara e cair sentado, virando o tronco e o rosto na hora da finalização. Toda rodada deparamos com isso. Existe a reação normal do instinto de se proteger, mas a velocidade de movimento precisa ser melhor treinada e esses aspectos como o da colocação tem de ser conversados, explicados minuciosamente.

Resumindo: um goleiro não pode se limitar a ser uma barreira fixa, derradeira, evitando apenas que as bolas entrem. Tem que saber trabalhar para evitar que elas cheguem às proximidades do seu arco, o ameacem e o derrotem. Que o diga um dos mestres nisso, já falecido tricampeão do mundo, Felix Mieli Venerando.

Nota sobre a rodada do Brasileirão 2015: um destaque para 2 jogos, a derrota acachapante do Vasco para o Palmeiras, com direito a um gol perdido por Herrera, que entrará para história do ridículo, com falhas do goleiro vascaíno dentro do padrão mencionado acima ou pior, colocando o Vasco numa situação deprimente depois de um domingo de esperança com a vitória sobre o tricolor, que por sua vez protagonizou um outro jogo na manhã deste domingo, contra a Chapecoense, numa derrota injusta que também merece destaque. Só não foi 100% injusta porque seu ataque não teve habilidade diante de um maior domínio sobre o adversário de finalizar com um mínimo de qualidade. No mais a equipe foi prejudicada pela arbitragem num gol anulado de maneira bizarra, onde a única possível irregularidade seria um impedimento milimétrico de Fred, que não foi cogitado, porque mão, nem a de Deus, nem que Marcos Junior quisesse. E o pênalti, de fato teve uma falta no lance marcada inicialmente pelo árbitro, mas fora da área e não dentro onde o jogador da Chapecoense mergulhou. Mas árbitro e bandeira pareciam decididos a voltar atrás, ou combinaram isso, quem sabe? Lembro aos mais exaltados que as arbitragens são ruins e algumas tendenciosas mesmo. Queriam o quê? Continuamos sobre a batuta da CBF... e a qualidade tem de estar a altura do fraquíssimo campeonato que estamos assistindo.


Boa semana!

Nenhum comentário:

Postar um comentário