domingo, 21 de fevereiro de 2016

SÓ O DRIBLE SALVA O FUTEBOL BRASILEIRO





















Já toquei no assunto antes. Mas não fui tão abrangente como gostaria de ser. E acho o momento mais que oportuno e necessário de chamar a atenção sobre a maior qualidade do jogador brasileiro.

Observem que o ritmo de jogar e o toque de bola da escola brasileira foi claramente copiado pela Espanha, em 2010, e Alemanha, em 2014. Ambas campeãs do mundo e assumindo publicamente que procuravam jogar o mais parecido possível com o nosso estilo.

Há décadas, salvo a conquista de 2002 pela qualidade dos pés de Rivaldo, Ronaldinhos e etc, jogamos à europeia. O futebol de uma Europa que não deu certo. Que ganhava no futebol força, do qual já desistiu há muito tempo. São várias as razões apontadas pelos atuais treinadores para reprimir jogadas individuais dos times que dirigem. Desde a base, a formação de jogadores, até o profissional. Esse pensamento medíocre é tão predominante que tendo como exemplo os jogos que assistem, nossas peladas de várzea já apresentam alguma semelhança com eles.

Reparem que desapareceu a figura tradicional do “fominha”. Do bendito fominha que queria mais e mais. E sempre queria invadir, driblar, até chegar às redes. Sabia que para desmoronar um sistema defensivo forte e coeso era necessário confiar em si mesmo e na melhor ferramenta que Deus deu ao jogador brasileiro: o drible, tão usado por este monstro sagrado na foto acima para desconcertar defesas mundo afora e ajudar a nos presentear com um bicampeonato mundial.

Peço que vocês observem nos jogos que assistem. Vejam com atenção como rodam a bola, como rifam a bola, como se livram dela, como a jogam pelo alto na área, como a isolam, como se ela fosse doença contagiosa. Tentam entrar em defesas com 7, 8 jogadores plantados trocando passes laterais que encaminham a jogada até um dos laterais que cruza na maioria das vezes antes da linha de fundo para ver no que vai dar. Não driblam. Não verticalizam a jogada. Não partem pra cima, não arriscam. E quando o fazem, timidamente, na jogada seguinte já voltam a rolar pra trás a bola.

Os jogadores dizem que o professor alega futebol de equipe. Importância de posse de bola. E eu contesto. O drible é uma arma da equipe. E a perda de posse de bola ocorre muito mais nessa troca de passes infrutífera, medrosa e sem objetividade do que na tentativa do drible. O drible leva a ocorrência de circunstâncias muito mais perigosas ao adversário. A chance de êxito é muito maior. E caso não haja, o resultado é o mesmo que um erro de passe, a perda da posse bola.

Ou voltamos a fintar, driblar, enganar o adversário, usar nossas próprias características aliadas à criatividade e o repertório adquirido nas nossas primeiras peladas, ou continuaremos como estamos: sem identidade. Não jogando à brasileira com modernidade e muito menos à europeia.

Viva o fominha! Viva o drible!

Em tempo: não tenho muito o que dizer sobre o clássico do Campeonato Carioca, o Fla X Flu vencido pelo Flamengo por 2 X 1, porque não fugiu a regra que sustentei acima. E pior, o jogo é do estado e é jogado em Brasília. Como se não bastasse outro campeonato paralelo, o tal da liga sem nome, ainda temos um Campeonato Estadual disputado a 1.000 km de sua origem. Paciência.

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