Eu já fiz a minha faz tempo. Lendo meu pensamento sobre futebol acho que fica claro. E vou argumentar porque penso assim. É evidente que na realidade ambos podem coexistir. De um nasce o outro. Mas o talento não depende do dinheiro para surgir. E o dinheiro não se sustenta muito tempo sem talento. E é a este ponto que para mim chegamos neste momento.
Vendo estes dois na foto da postagem já se tem uma ideia de
há quantos anos o futebol brasileiro não revela dois grandes jogadores. Um
ainda em processo de consagração, apesar de problema em vários segmentos. E o
outro, que parece ter dispersado como uma tempestade que se formava. Não perca
o tempo. Esses dois aí, Ganso e Neymar, foram revelados há mais de 6 anos. Isso
já é um bom tempo. E como disse acima, não podem ser considerados craques, um
pouco com exceção de Neymar, tão consagrados assim. Apesar de Neymar jogar a
bola que joga, seus altos e baixos ainda colocam em dúvida seu trono. Ganso,
nem se fala. Este, as esperanças de ser diferenciado parecem já ter ido por
água abaixo.
Exemplificando: a ganância, imaturidade, desconhecimento,
amadorismo e má fé enterraram e enterram os talentos que surgem no mundo
atualmente. E posso estender esse ponto de vista a outros esportes, como prova
do que digo. Onde estão os substitutos de Michael Jordan, Magic Johnson, Oscar,
Senna, Piquet e até fugindo do esporte, na música, no cinema etc. Quem é o novo
astro de Hollywood? Qual a música recém-lançada que encanta várias classes
sociais no momento? Pois é. Não há espaço para o talento onde existe a cobrança
imediata do sucesso do modelo financeiro. Não há vitória do talento onde a
predominância evolutiva dele é pautada pelas fortunas.
Já que citei até Fórmula-1, hoje, apesar da máquina fazer
quase tudo, o jovem piloto depende do patrocínio que ele carrega para a equipe.
Um jovem de 12, 13 anos, começando a se destacar visivelmente no basquete ou
mesmo no futebol, é obrigado a obedecer uma séria de etapas que tolhem sua
genialidade e matam sua criatividade na raiz.
No caso específico do futebol, não adiantam milhões
circularem nos bastidores, declarados ou não, de origem espúria ou não, o
acompanhamento obtuso e inadequado, além da percepção do nascimento de um novo
talento, desestimula o surgimento dele. Isso sem levar em conta que ele tem que
resistir a globalizações, computadores, celulares e outros tipos de invenções
que lhe atormentam e tentam roubar seu tempo e sua luz própria direcionada a
sua vocação profissional. Roubam o amor ao que ele faz.
O dinheiro, meus amigos, cega os olhos, inibe a
criatividade e passa um cadeado no coração e no amor à profissão das promessas
de talentos que estão por aí, em algum lugar, mas não conseguem transpor a
barreira da moeda. Enquanto houver esse conflito de interesses, não surgirão os
talentos que tanto necessitamos ver novamente em todas as atividades. E prosseguirão
tentando enganar plateias mundo afora com exemplares de segunda mão, de quinta
categoria etc.
Faço a opção pelo talento. É inevitável que ele não gere
sucesso e o sucesso não lhe traga a independência financeira necessária. Mas,
sem se escravizar. Sem ficar preso a suas regras e doutrinas. Se isso puder ser
conjugado e entendido, quando menos se esperar voltaremos a falar em nomes
consagrados de fato. E o sucesso financeiro será a natural consequência disso.
Até porque, os empresários e descobridores dos maiores gênios do esporte e
outras áreas, que eu saiba, se deram bem. Os que foram à falência são exceções
raras.
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