Foto: Globoesporte.com |
E não pensem que comentar é tão diferente. Podia inventar
aqui um monte de bobagens para justificar o resultado, a vitória do Vasco nos acréscimos, e a má atuação dos dois
times. Só que não há como justificar o injustificável. Dizer que o Vasco teve um pouco mais de saúde e jogou em casa é muito pouco. Sem esquecer que vários
fatores agravaram mais ainda o baixo nível do clássico.
Primeiro o local da partida. Mesmo considerando pouco
interesse por um jogo que já foi grande, não estamos mais nos anos 40. São
Januário não é palco para Vasco X Flamengo. E técnica, tática e fisicamente,
nenhum dos dois times já está em condições de exibir o seu melhor.
O que vocês viram foi correria mesmo. Correria em um
horário criminoso. A TV, já disse isso aqui, é uma das maiores responsáveis
pela baixa qualidade do jogo que transmite, do perde e ganha em campo que você
vê e, mesmo parecendo pouco provável, de um desgaste que possa trazer problemas
físicos e orgânicos mais sérios.
Como gostam de chamar jogador de atleta hoje em dia,
vamos na linguagem deles. Atleta é ser humano. E futebol é um jogo de equipe.
Se você e seu companheiro de setor estiverem em boas condições e mais atrás ou
mais à frente outro colega não, seu esforço vai por água abaixo.
O jogo às 17:00 é na verdade às 16:00. Sol de 16:00 no
verão do Rio de Janeiro, só quem já jogou sabe que, por melhor que seja o
condicionamento, é um sofrimento absurdo. Uma vergonha e um crime manter uma
partida sob um sol desses.
O desgaste do início é tão forte que mesmo com a
reidratação e a sombra do segundo tempo, a partir dos 15 minutos, digamos, os
jogadores já sentem tanto o jogo, o esforço e o calor que nem conseguem jogar
seu melhor futebol e sequer pensar com lucidez as jogadas. É pelada mesmo,
gente. Pelada como muitas que você vê em campos de várzea. Só que com duas
camisas tradicionais e com um ou outro jogador de maior qualidade.
O torcedor presente ao estádio não está muito preocupado
com isso. Seu foco não está no gramado. É obsessão e a sequência da
marginalidade e doença que tomou conta dos marginais que predominam nas
torcidas do Brasil inteiro. O pau não comendo lá dentro com certeza vai comer
lá fora. Provavelmente em algum lugar já pré-combinado, como virou rotina.
Talvez com um morto, dois ou mais. Essas são as manchetes e informações a sua
disposição num belo domingo de sol. Onde ainda predomina o mandato de Rubens
Lopes na Federação local, seguido da CBF e da FIFA sem comandos.
2016 está apenas começando. Se você gosta de futebol
mesmo, pode crer, assistir a uma boa partida no decorrer deste ano será bem
raro. Quase como tirar a sorte grande.
Vamos ao trabalho que o ano começou no Brasil.
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