Foto: Marcello Zambrana / Agif / Gazeta Press |
Retratos do futebol moderno
Imaginei várias vezes quando criança jogos de grandes clubes de outros estados
na praça de outros. Assisti a diversos jogos do Santos e do Palmeiras, além do
Cruzeiro, no Maracanã, com mais de 100 mil presentes. E na ocasião, os que
cruzavam seus territórios eram muito poucos. Gente do próprio estado mesmo e
sem ser torcedor dos clubes que mencionei. Os próprios cariocas lotavam o
Maracanã para assistir grandes times.
O público de hoje, no Pacaembu, foi até bem razoável para
os dias atuais. Um predomínio esperado de mais de 80% de torcedores do
Flamengo. Já sabemos as razões dos times “andarilhos” do Rio de Janeiro.
Maracanã fechado, Engenhão em obras. Mas isso não serve de desculpa. É uma
crueldade com o torcedor carioca assistir na TV seu clube de coração jogar com
o clube rival a 300, 500km de distância ou mais. Uma privação e uma clara falta
de organização e planejamento. O pior é que virou rotina.
Mas vamos ao jogo em si, do qual não podemos extrair nenhuma novidade ou grandes aspectos positivos a serem destacados. A meu ver um placar justo, com o Flamengo tentando trabalhar mais a bola, mas lhe faltando armação, qualidade e entrosamento para tomar as rédeas do jogo e um Fluminense que parece ter acertado na troca do treinador. Ao menos em termos competitivos e defensivos. O Flu fez um jogo claramente no contra-ataque, explorando os erros do Flamengo pelos lados em velocidade.
Mas vamos ao jogo em si, do qual não podemos extrair nenhuma novidade ou grandes aspectos positivos a serem destacados. A meu ver um placar justo, com o Flamengo tentando trabalhar mais a bola, mas lhe faltando armação, qualidade e entrosamento para tomar as rédeas do jogo e um Fluminense que parece ter acertado na troca do treinador. Ao menos em termos competitivos e defensivos. O Flu fez um jogo claramente no contra-ataque, explorando os erros do Flamengo pelos lados em velocidade.
O que estragou, tanto ao Fluminense quanto ao Flamengo,
foram os costumeiros erros de passes. Passes que não se erra nem em escolinhas
de futebol. Além das precipitações de jogadas que já me acostumei a ver. Determinado
time parece ter cerca de 5 a 10 segundos para chegar à meta adversária e
concluir. Fazer o desfecho da jogada. Isso é incompreensível. A maioria dos
times está jogando assim.
Naturalmente, tal precipitação aumenta os erros de passe.
O time não quebra o ritmo, não arma jogadas, não pensa, não bola estratégias
para chegar ao gol adversário. Martela sempre da mesma forma. Muita luta, muita
vontade e muita velocidade. Mas, ações ofensivas e defensivas desastradas. Sem
estratégias no mínimo lógicas. Um time fica esperando o outro dar uma cochilada
para vencer a partida. Não toma iniciativa de superar seu sistema defensivo e
suas linhas através da coletividade, da aproximação dos jogadores, dos passes objetivos
e medidos e do drible, que eu canso de dizer, é fundamental.
Resumindo, diante desse quadro e dessa rotina, o
resultado mais comum é sempre um zero a zero. O que você não vê é um Fla x Flu
de verdade. Na realidade, uma pelada melhorada jogada em outro estado com as
tradicionais camisas de times centenários, rivais famosos mundialmente e que
detém recordes de público em jogos interclubes, mundialmente falando, difíceis
de serem superados. Paciência, gente. Há de haver muito sofrimento e o talento
vai residir em muitos poucos clubes da Europa e um ou outro do Brasil até que,
falando de forma otimista, consigamos reaver a qualidade do espetáculo e do bom
futebol jogado nas quatro linhas.
Abraços!
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