Antes dos meus comentários sobre o assunto que anunciei
acima, cabe justificar o porquê de esta coluna estar sendo irregular em suas
postagens. Ocorre que o Golpe político que tanto vocês do Brasil, como de fora,
onde sou tão lido quanto aqui, tomaram conhecimento, tem reflexos graves sim na
organização do campeonato e dos jogos que têm acontecido, mesmo estando apenas
na 2ª rodada.
Independe de minha posição política, que não vem ao caso
neste assunto, mas interfere, porque os problemas financeiros e morais do país,
ao invés do que muitos achavam, que diminuiriam com o afastamento ilegal da
Presidente Dilma Rousseff, aumentaram e é real que o Brasil segue desorientado
e caminha literalmente para dias gravemente conflituosos, onde não afasto a
possibilidade de uma Guerra Civil e a consequente perda das Olimpíadas, que,
segundo jornais internacionais, já colocam como improvável sua realização, no
Rio de Janeiro.
Bem, tentando falar do assunto principal, obviamente não
posso me aprofundar demais, estamos apenas na 2ª rodada. Temos, neste momento,
Santa Cruz em 1º e Chapecoense em 2º. Todos sabem que isso é de momento.
Equipes que se desgastaram menos disputando campeonatos paralelos, mesmo de
menor porte, normalmente saem na frente.
E segue o grave erro de ao tentarmos copiar as tais Copas
do Rei, Super Copas e outros torneios, bem organizados e planejados há anos, que
se encaixam em países como Espanha, Itália, Inglaterra, promovermos competições
como Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro simultaneamente, complicando a
organização e o sucesso das competições. Esta é uma das razões dos estádios
vazios que estão vendo. A Copa do Brasil tem um viés quase que totalmente
político. Foi criada para isso. E acaba rivalizando com o próprio Brasileiro e
dificultando o calendário dos clubes.
Sobre o futebol apresentado até aqui, nenhuma novidade.
Fraquíssimo, de péssimo nível técnico. Como disse acima, a culpa não é da bola,
embora seja literalmente contra as que estão sendo usadas e fabricadas
atualmente. Não serão bolas coloridas e de aspectos exóticos, feitas para
chamarem atenção do público e do foco das câmeras, que resolverão os problemas
que vocês estão vendo em campo.
Para os que não sabem ou não perceberam, o peso de uma
bola e o diâmetro obedecem padrões e limites. Mas estão utilizando materiais que
as tornam mais leves e mais imprevisíveis em seus trajetos. O objetivo é
estufar mais a rede e gerar emoção. Mas o tiro sai pela culatra. É bom que a
Nike e a Adidas repensem isso. E o próprio desenho, na maioria das vezes de mau
gosto, traz efeitos visuais para os expectadores que dificultam noção de
velocidade, distância, além de não produzir o contraste, tanto na TV, quanto no
estádio, mais adequado. Saudades da Adidas Tellstar, com gomos pentagonais.
Mas também deixo claro que isso não justifica a má
qualidade técnica que mencionei. O jogador continua apanhando da bola e a
tônica das partidas têm sido uma correria incessante e alucinada. A ela, os
técnicos chamam de movimentação intensa, ritmo frenético. Até uma criança sabe
que um jogo bem jogado necessita de alternância de ritmos. A sucessão de erros
de passes, lançamentos e fundamentos vem muito em parte desse desespero, dessa
ansiedade e desse passe inocente e bisonho que vocês assistem a cada partida no
Brasil.
E como resposta aos defensores desse estilo de jogo, eu
lembro que os dois últimos campeões mundiais, 2010 – Espanha e 2014 – Alemanha,
jogaram longe dessa intensidade, dessa correria maluca que vocês têm visto na
TV. Mesmo que ela seja para suprir a ausência de técnica. Pior ainda. Só o
futebol força não resolve nada. E já foi abandonado lá na Europa e nas grandes
escolas do futebol faz tempo. Aquela jogadinha comum por décadas no futebol
europeu, de linha de fundo e cruzamento para cabeçada de jogadores altos é mais
comum hoje aqui no Brasil do que lá fora. Lá estão tentando jogar o futebol
certo. Aqui estão copiando um passado que não deu certo.
É isso aí! Uma boa semana e que o Brasil recupere a
justiça, o respeito e a credibilidade que as instituições perderam. O mais
breve possível.
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