domingo, 29 de maio de 2016

O DUELO DA LIGA DOS CAMPEÕES: ATL. MADRID x REAL MADRID














Vamos “girar um pouquinho a câmera” e falar da decisão da Liga dos Campeões da Europa, vencida nos pênaltis pelo Real Madrid frente ao Atlético de Madrid, após empate em 1 x 1 no placar normal. 

Costumo analisar times como Real Madrid, Barcelona, Milan e PSG de forma diferenciada: meu argumento é de que esses times são montados de forma a competir, mas sempre criando um grande espetáculo, tendo o que de há de melhor. Ou seja, o Real, o Barcelona, entre outros grandes da Europa, seriam times completamente diferentes se derivassem predominantemente do futebol da casa. Eles têm o poder de seus cofres, o que possibilita essa marca de trabalho. Que sejam contratados os melhores do mundo, onde estiverem, custando o que custarem. 

Vejam o caso do Barcelona, por exemplo, sem Messi e Neymar. Bastaria tirar estes dois. Pouca coisa sobraria, apesar de Iniesta ainda jogar com profissionalismo e uma categoria absurda. Desse modo, a gestão de futebol desses países europeus (Bayern também faz isso, mas em menor escala) traz ao seu público espetáculos grandiosos, com estádios cheios, jogos dignos do valor pago pelo ingresso e da paixão que os torcedores sentem pelo clube, mesmo havendo essa mistura ou total predominância, em alguns casos, de jogadores estrangeiros. 

No momento também é importante, pois diante da pobreza técnica que assola o futebol mundial, podemos nos vingar dos "cabeças de bagre" que não sabem dominar uma bola, não sabem finalizar, não tem qualidade técnica para trocar passes. Mostram ao mundo o que muitos não se deram conta, que está longe de ser futebol. 

O jogo de ontem não foi tão brilhante. Apesar do conjunto e da qualidade maior do Real, suas jogadas não saíam e as finalizações não levavam tanto perigo. O que se via era um Real burocrata. O primeiro gol, marcado por Sérgio Ramos, veio de uma jogada coletiva, nitidamente treinada e de conjunto, com complemento já praticamente dentro do gol. 

O Atlético, ao contrário, não se entregava e jogava o seu máximo, fazendo uma partida aguerrida e de igual pra igual. Sendo que, no segundo tempo, o time de Simeone cresceu e foi melhor que o Real. O empate estava nos pés de Griezmann logo no início da segunda etapa, mas errando na dose, a chance escapou. 

E não é bom perder chances contra o Real, mesmo, como disse antes, ele não estando uma maravilha em campo. Com Cristiano Ronaldo jogando para si, o Real não se aproveitou do desperdício do pênalti de Griezmann, a não ser numa jogada com Benzema, em que o Francês mostrou o que não se deve fazer quando se chega frente a frente com o goleiro. Aliás, ele não joga o que pensam seus torcedores. Gostei do Gareth Bale, sua desenvoltura, confiança e habilidade me chamaram atenção. E por duas vezes, nos últimos 20 minutos, ele quase dá números finais ao placar. 

Para surpresa geral, inclusive minha, de uma bola trabalhada no setor esquerdo da defesa do Real Madrid, onde Marcelo já parecia exausto, saiu o cruzamento fatal para finalização, também quase dentro das redes, de Carrasco. Aí o jogo ganhou a emoção que lhe faltava. E a prorrogação só não foi mais emocionante e ativa porque faltava aos jogadores, nitidamente, mais saúde. O desgaste de muitos era visível. De muitos. 

Com o fim do jogo, fomos aos tais pênaltis. Os 5 pra cada lado que eu admito legais quando se trata de decidir jogos onde já houve prorrogação. Nesse caso, não há alternativa. Simeone, passando seu estilo pessoal como jogador, transmitia ao Atlético e à torcida a chama da garra de uma possível vitória. Já Zidane, com sua característica, aparentemente mais contrito e pensativo, orientando de maneira fria e avaliando, principalmente nesta hora, que o estado de seus jogadores vale mais do que o futebol que você sabe que eles jogam.

Deu Real. Deu Real porque falharam menos, seus jogadores tiveram um pouco mais de qualidade nas cobranças e esta diferença dos craques superou todo o esforço feito pelo goleiro Oblak para adivinhar um canto e salvar a bola do jogo. Infelizmente para o Atlético, a derrota ficou nos pés de Juanfran, um jogador feito na casa e natural do país que importa os super craques do mundo.

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