Eliminatórias 2016
Sim, caro leitor, a seleção brasileira, mais rápido do
que você imaginou, está a um passo da Copa da Rússia de 2018. Eu diria já classificada,
devido ao rendimento de seus adversários e da distância na pontuação que a
seleção conseguiu abrir.
Hoje, uma vitória de 2 X 0 sobre o Peru, em Lima. Com a
licença dos ilustres comentaristas esportivos, o Brasil não fez uma excelente
exibição, não. Fez uma partida razoável e aproveitou os erros e o amadorismo do
time peruano. Haja vista que já no primeiro tempo o Peru esteve bem perto de
abrir o marcador nos pés de Carrillo, com a bola batendo caprichosamente na
trave. E em alguns momentos, como no pênalti cometido em Cueva, puxado pela
camisa, que o juiz não marcou. Mas a diferença técnica e de armação dos times
era muito grande. O Peru não aproveitou suas chances e a seleção, apesar de não
criar muitas, foi fatal quando as teve. Uma nos pés de Gabriel Jesus e outra
nos de Renato Augusto.
A pergunta que muito se faz é: devemos essa melhora a
Tite? Em parte, sim. É um Brasil mais organizado, marcando melhor e veloz no
ataque. São as três melhorias mais evidentes. E sem que eu me esqueça, a
seriedade e competitividade. E isto que me deixa intrigado. Sendo ou não um bom
treinador, por que time semelhante a esse não correu e lutou 20% com Dunga do
que está correndo com Tite? E esse avanço todo em menos de 5 meses. O trabalho
de Dunga se caracteriza por muita luta e marcação. E o Brasil de Dunga foi um
Brasil displicente, com Neymar brincando e esnobando além da conta e a marcação
e a luta bem aquém da possibilidade que o elenco de Dunga tinha.
Era um boicote a ele? Não acredito. Era um erro de
esquema e posicionamento? Poderia facilitar, mas não justifica. Dunga chegou a
dirigir a seleção em jogos na Copa de 2010 aonde o Brasil chegou a fazer boas
atuações. E deixou a Copa por muito pouco, naquele jogo complicado contra a
Holanda, nas quartas de final.
É bom lembrar que apesar da melhora tática, técnica e de
comando da equipe brasileira, não se deixe levar pelo oba oba excessivo. A
única seleção que poderia nos fazer frente, a Argentina, simplesmente caminhou
em campo contra nós, nos 90 minutos. Uma Argentina desfigurada, estranha. As
outras cinco, sem desmerecer o nosso time, foram equipes mal armadas e de muito
baixa qualidade.
Portanto, lembre-se que nem sempre o venenoso e veloz
trio de chegada no ataque, Neymar, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus, vai
enfrentar zagas como as que você viu nas seis vitórias consecutivas. Vem aí
pelo caminho a Itália, a França, a Espanha etc. E com certeza o espaço que o
Brasil encontrou com mais facilidade nessas vitórias, será muito raro. O próprio Uruguai e o Chile já podem nos complicar nos próximos jogos.
Vamos ficar assim: a seleção melhorou, mas ainda há muita cisa a ser corrigida. É cedo
pra festejar e muito mais para pensar que achamos o time ideal e que o nosso
futuro é o velho e conhecido caminho da bola.
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