domingo, 11 de novembro de 2018

LIBERTADORES: BOCA E RIVER DÃO INÍCIO A UM DUELO INÉDITO


Esta coluna era pra ter sido escrita ontem, mas as nuvens sobre a Bambonera fizeram do gramado uma verdadeira piscina. Impraticável para uma partida de futebol. De certa forma, como brasileiro, eu gostei. Pois foi a atração principal do domingo, que reserva seu espaço aos grandes jogos. E o nosso Campeonato Brasileiro agoniza: traz o Palmeiras a um passo de um título do, provavelmente, pior campeonato brasileiro que já assisti em tantos anos de futebol.

Voltando ao duelo portenho, há de se destacar que nenhum dos dois times possuem mais aquela equipe de deixar o público de boca aberta. Mas, dentro das limitações do futebol atual e das crises pelas quais passam os clubes, é o que tem de melhor pra apresentar no momento. O River é um pouquinho mais técnico, mas o Boca não fica em desvantagem, pois tem a garra dos campeões. Em matéria de emoção, o jogo de hoje foi de fato emocionante. Talvez para o Boca o empate tenha sido mais amargo. Tanto é que Marcelo Gallardo, através de seu preposto, começou a fazer substituições a partir dos 25 minutos do segundo tempo, visando mais garantir o placar.

O Boca, em casa, com sua fanática torcida presente, empurrando seu time para a vitória, que por pouco não vem novamente pelos pés do talismã, Benedetto, num passe genial de Tévez. Desta vez, o talismã foi bem abafado pelo goleiro Armani. 
Há de se destacar negativamente os próprios goleiros, com exceção do segundo gol do Boca, num giro de cabeça indefensável de Benedetto. Se fossem os que vi ao longo dos anos, seria difícil transpô-los. Aliás, vale lembrar que o futebol argentino há mais de 3 décadas não produz um goleiro a altura de sua tradição na posição. Os outros 3 gols que não citei, tinham grandes chances de serem defendidos por Fijol, Pumpido e outros que foram verdadeiras barreiras na meta argentina.

A zaga, onde vimos Passarella, Brown e Perfumo jogar nos velhos tempos, também passa por apuros. Seus zagueiros marcam em linha e sempre a bola, não o jogador. Ao menor passe ou rebote, você encontra um vigoroso e lutador Ábila em condições de marcar em apenas um ou dois toques. As bolas paradas centrais longas, assim como as esquinadas, têm que ser neutralizadas em treinamento. A que motivou o gol de empate do River, hoje, era do Rossi. Uma bola que cai a 5 metros de sua meta e viaja pelo alto por mais de 50m, tem de ser do goleiro. É preciso que o goleiro assuma essa responsabilidade e não tenha medo de errar.

Uma contusão, hoje de Pavón, pôs novamente em campo Benedetto, que poucos minutos depois levava o Boca à vantagem. Não sei porque Schelotto se dá ao luxo de utilizá-lo como uma carta na manga. É um erro. Assim como é um erro usar Tévez por tão pouco tempo. Craque é craque. Faz com facilidade o que os outros fazem com muita dificuldade. E hoje, por exemplo, se o Benedetto é mais feliz na conclusão, o Boca teria saído com uma vantagem preciosa.

De qualquer forma, como citei no início, o River tem um pouco mais de técnica e uma variação maior de jogadas. Mas, o resultado acabou sendo justo. E daqui até a final, as equipes buscarão oxigênio e estratégias para representar a América do Sul e a Argentina nas finais do mundial interclubes. Não tenho favorito. As chances são rigorosamente iguais. A bola está em jogo!

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