Reprodução: TV Globo |
Nesse caso específico estou me referindo à FIFA. Tenho
reiterado o papel nocivo de dirigentes, empresários, jogadores, treinadores
etc, com todos contribuindo para um futebol pobre, de baixa qualidade técnica e
vazio em emoções, o quê, em alguns momentos, mal lembra uma partida de futebol.
Mas a FIFA achou pouco e resolveu colaborar negativamente. Refiro-me a entrada
da eletrônica, do VAR no futebol. Aquele momento em que se tira a alegria de
uma torcida de gritar gol e faz de idiota aguardando às vezes por mais de cinco
minutos soltar esse grito enquanto aguarda sua decisão que mais parece um
médico anunciando o nascimento de seu filho.
Alguém no mundo do futebol terá de frear isso. Essa
intromissão da FIFA julgando eletronicamente a parte técnica e disciplinar
através da ciência exata não deu certo e ainda vai piorar. Começa pela inversão
de autoridade. Se alguma dúvida partir do juiz e ele resolver pedir ajuda do
VAR, é problema dele. Como dizem nos livros de arbitragem, é autoridade máxima
em campo. Tirando a má fé e o trabalho horroroso historicamente falando de
muitos juízes gerando antipatia, o ábitro tem a experiência de seguir uma
jogada, um determinado lance percebendo-o de forma diferente das lentes e
daquela turma que parece um parlamento entre quatro paredes conectando-se a
ele.
Vejam estas três situações:
O futebol é um jogo de contato. Natural certos esbarrões.
Natural que ao proteger a bola haja um toque involuntário ou insignificante no
peito, no braço, próximo ao rosto do jogador que faz o combate que, num teatro
costumeiro, faz do agressor o agredido. Na linguagem do campo, você domina,
protege e o jogador abre os braços atrás de você como num sinal de jogada
limpa, mas te acerta duas, três vez no tornozelo, imperceptivelmente. Numa
reação natural você se protege. Não me refiro a cotoveladas e ao jogo repentino
de braços para trás, mas uma proteção que você faz para obter uma distância
física e proteger-se. Quantos já não foram expulsos devido a essa jogadinha que
tem vários macetes?
Como ver pênalti num carrinho solitário de último recurso
sem disputa direta que bate num braço de apoio do jogador que tenta interceptar
um cruzamento? Não há como amarrar os braços. Desde que você não os use para
obter uma clara vantagem, não os estenda em posição fora de seu campo de ação,
onde está a irregularidade?
O goleiro do Fortaleza, no jogo contra o Atlético,
defendeu uma cobrança penal absolutamente dentro da normalidade. Adiantar-se é
bem diferente. Por sorte, o goleiro mostrou que o VAR estava errado e repetiu a
defesa na batida de Luan.
Pra fechar, o clássico no Estádio do Corinthians, que me
recuso a chamar de Arena, pois ali não existe tourada nem luta de gladiadores e
sim uma partida de futebol, o erro do VAR ao intrometer-se na parte técnica. O
impedimento é marcado pelos auxiliares ou pelo árbitro. Qual seria o papel dos
auxiliares hoje, os populares bandeirinhas, se o “olho mágico” do VAR vê um
impedimento de mais ou menos 26,7cm, uma chuteira tamanho 43, por exemplo, do
zagueiro adversário? A câmera para, mas o jogador não. A câmera para quando a
bola é lançada ou quando ainda está no pé do jogador?
Segundo a FIFA, a regra mudou. Não é mais quando sai do
pé ou de outra parte do corpo do jogador que faz o passe. Mas então é de onde?
Porque a bola estando parada no pé do lançador, do jogador que faz o passe, não
é dado técnico que configure o impedimento. O passe, minha gente, tem um tempo
variável de partida. Foi o que aconteceu no jogo de hoje. Antes do passe sair,
havia uma chuteira deixando o jogador Gabriel em condições de jogo.
Francamente... é vergonhoso e ridículo. O futebol não é um jogo estático,
retilíneo e preciso que se tira uma dúvida com um photochart, digamos assim. É
um jogo dinâmico. Não é e nunca pode ser exatamente como a chegada de um jockey
e seu cavalo. O auxílio eletrônico deve ser utilizado para dirimir dúvidas
pontuais, como por exemplo, o gol da Inglaterra, em Wembley, que foge ao olho
humano pelo lance em si.
Pensem sobre isso.
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